Clichê
Hmmm... Frio...
Muito frio.
Onde eu estou?
Oh, parece que estou amordaçada, também não consigo abrir os olhos e... bom, comprovei que minhas mãos estão atadas e meus pés também. Me sinto tão dolorida que parece que uma manada de elefantes passou por cima de mim.
-Ela acordou! - alguém falou e eu ouvi um monte de vozes falando coisas confusas.
-Ela não vai "soltar" de novo, vai? - alguém perguntou.
-Não acho que vá... - outro respondeu.
Ai meu Deus, eles estão falando de mim? Se sim, o que isso significa? O que diabos está acontecendo?
-Mestre! - de repente todas as cinco ou seis pessoas presentes falaram juntas e ficaram em silêncio, agora eu só posso ouvir o som de passos elegantes (não sei explicar mas é isso aí) de sapato contra o chão (sei pela textura em meu rosto) de pedra... tipo aqueles paralelepípedos, talvez.
-Todos, saiam! - Ai meu Deus, que voz! Me sinto em um mangá shoujo onde um garoto bonito de repente aparece... bom, eu espero que seja bonito, já tô cansada de garotos feios. Se bem que eu não me lembro de nada direito, como eu sei que conheço só garotos feios?
-Sim, mestre! - ei... o que está acontecendo? Ouvi passos se distanciando, acho que estão indo embora.
-Li, você fica. - eu senti uma grande vontade de rir, quem diabos se chama de "Li"? Quem leu o que? Desculpa gente, não consegui me conter.
-Sim, mestre Rui. - alguém respondeu parecendo feliz. Esse tal Rui é importante?
Olha, eu comecei a me lembrar de algo... acho que eu estava na escola, certo? Isso. Foi meu último dia de aula e o pessoal resolveu planejar viajar, então eu elegantemente recusei e fui para casa, mas no caminho alguém me fez uma proposta suspeita.
"Você gostaria de viajar? Tipo,conhecer novas pessoas e um novo lugar?" me perguntou um idoso com cara de nóia.
"Não, não quero esse tipo de aventura." respondi me afastando.
"Então que tal arranjar um novo amor? Você está em um relacionamento?" perguntou me seguindo.
"Eu gostaria muito de não ser incomodada." respondi mal humorada.
"Oh, me conte mais!" ele pediu tendo que correr para acompanhar meus passos... ele tem pernas tão curtas!
"Bom, agora que eu me formei não quero voltar para casa e ouvir meus tios reclamarem que eu deveria buscar ser alguém na vida... também detesto o fato de que minha prima reclama da minha aparência toda vez que me vê." desabafei, contar problemas a estranhos é um caminho sem volta.
"Então você gostaria de fugir disso tudo?" perguntou ofegante, em consideração a ele, parei de andar para que pudesse respirar.
"Talvez, sei lá!"
"Eu posso te ajudar!" falou com os olhos brilhando e de repente prendeu um bracelete preto estranho no meu braço, parecendo um relógio de LED ele mostra a hora e a data mas está travado em sábado que vem, às 10:00 AM. "Volte aqui no próximo sábado quinze pras dez, tenho algo muito interessante para você, senhorita Luna."
Como ele sabia meu nome?
Bom, eu ia perguntar, mas ele já havia sumido e aquele relógio estava preso no meu braço de um jeito que eu não consegui abrir e nem quebrar. O que mais eu podia fazer além de voltar lá? Quando voltei, ele me pediu para ficar calma e, de repente, ele pegou meu braço, ajustou meu relógio e eu acordei aqui.
-Li, tire a venda e a mordaça... "dela"(?) - o cara pediu.
Fala sério, ele está em dúvida? Será que ele é idiota para não reconhecer uma garota?
-Mas... - parece que o outro queria contrariar, porém depois de uma longa pausa senti meu corpo ser levantado igual a um saco de batatas e eu fui colocada sentada.
Por alguns instantes eu fui cegada pela "luz" do local, mas logo me acostumei e encarei meus sequestradores. Crianças, nunca amordace ninguém, isso é desumano!... uau, é tão bom voltar a produzir saliva sem aquele pano absorvendo ela.
Okay, eles me trataram super mal. Não tem como eu achar bonito aquele cara alto, moreno de cílios longos, olhos pretos e boca perfeitamente desenhada...
Foco, Luna!
-Qualé?! É assim que vocês tratam os outros? Isso é uma violação dos Direitos Humanos! - reclamei, minha voz saiu meio rouca pelo tempo que fiquei sem falar.
-... "Qualé"? - o homem parecia confuso, agora que eu notei... as roupas deles são bem estranhas, tipo essas dos tempos antigos. Mas olha, ele fica super bem numa calça justa, mesmo que não seja skinny. - Li, o que é "Direitos Humanos"?
-Não sei, mestre. - a única outra pessoa na sala era um homem mais velho e ele parecia sem graça, seu modo de se vestir é mais modesto... é um servente, eu acho.
Ah não, Luna, ele chama o outro de "mestre" mas deve ser só costume, imagina que ele é um servente.
Ah, okay, o que eu fiz para merecer isso? Afinal, o que aquele idoso com papo suspeito fez comigo? É pro Silvio Santos, certo?
SE ELES ACHAM QUE EU VOU VENDER MINHA IMAGEM, ESTÃO MUITO ENGANADOS!
Nunca vou permitir que isso saia na TV, principalmente por ainda não saber o que aquelas pessoas queriam dizer com "ela vai 'soltar'" se eu deixo ir ao ar e eles me colocam fazendo algo vergonhoso? Se bem que eu posso conseguir uma boa grana...
-Ela morreu? - o rapaz de repente estava agachado na minha frente e cutucou minha bochecha com o indicador. - Li, por que ela está vestida assim?
-Não sei, mestre, sinto muito...- o velho se curvou parecendo realmente incomodado. - O senhor deveria ter cuidado...
-Só por que ela parece uma selvagem? - ele bateu no peito com uma mão e com a outra cutucou minha bochecha de novo. - Eu sou treinado para lidar com esse tipo de...
Opa, selvagem?! Vou processar o SBT por danos morais! Mas enquanto isso, vou ensinar uma lição para esse ator mesquinho... eu virei meu rosto e mordi o dedo dele. Mordi bem mordido.
-Solta! Ai!!! - ele tentou puxar o dedo, mas eu mordi ainda mais forte. - Meu dedo! Meu dedo, Li!!
Bebê chorão! Soltei o dedo dele justo no momento em que quatro caras parecendo soldados entraram, um deles veio até mim e me imobilizou (mais?), pressionando minha cabeça no chão e segurando meus braços, já atados, atrás das costas, outro apontou uma espada para mim. Olha, quem quer que seja que as fez, fez um ótimo trabalho em deixar as espadas realistas.
O tal Rui parecia uma criança, mostrando seu dedo vermelho ao velho, que por sua vez disse que ia passar. O que há com essa cena?
Rui se virou para mim novamente, tomando uma postura séria e elegante de novo, mas escondeu as mãos nas costas... ele está com medo?
-Como essa garota que apareceu de repente, se atreveu a atacar o mestre?! - um dos quatro guardas (não o que estava me imobilizando nem o que apontava a espada para mim) chutou minhas costelas.
Doeu, doeu muito! Mas eu não vou chorar. Eu também não vou gritar... sério, mesmo que seja uma pegadinha, eles estão realmente violando meus direitos aqui, certo?
-Oh, ela vai se fazer de durona?! - ele falou sarcástico e riu cruelmente, o homem deu a volta no soldado que apontava a espada para mim e chegou bem perto do meu rosto. Ele não vai...? - Vamos ver por quanto tempo você aguenta assim.
-Capitão, eu não acho que... - o outro soldado que estava sobrando tentou o parar, mas foi empurrado para longe.
-Cale-se! - o homem ergueu o pé.
Eu fechei forte os olhos, me preparando para a dor, mas ela não vem, ao invés disso ouço o homem que planejava chutar meu rosto gritar. Abri os olhos justo no momento em que um líquido quente voou no meu rosto... esse cheiro é... sangue?
Arregalei os olhos tentando entender o que estava acontecendo, o homem na minha frente estava com o pé jorrando sangue, uma espada estava pressionada contra o seu pescoço e a que estava apontada para mim não estava mais. Aliás, quem está pressionando a espada no pescoço do cara que planejava me chutar é o tal Rui, o rosto dele está assustadoramente sério.
-Se atreva a ir mais longe. - Rui desafiou falando perto do ouvido do cara.
Antes que imaginem outra coisa, ele não havia cortado o pé do outro fora, só feito um corte profundo com a espada. O homem parecia mais assustado que eu, mas não se atreveu a se mexer, aposto que o pé dele dói muito. Bem feito.
-P-perdão, mestre! - ele gaguejou. - Não pensei que o senhor fosse se importar com uma mera selvagem...
-Está insinuando que eu não tenho o direito de me importar com ela só porque é selvagem? - ele perguntou parecendo irritado, um fio de sangue desceu pelo pescoço do homem.
O cara que me "imobilizava" me soltou, apavorado, e me ajudou a sentar de volta.
-N-não, o mestre tem o direito a qualquer coisa! - ele respondeu ainda mais assustado.
-Realmente, eu tenho. - puts, o cara é um narcisista. - Mas que fique claro: ela é minha prisioneira e EU decido o que fazer com ela, então não quero ninguém a machucando.
O homem de repente se mijou. Literalmente. Eu ainda estava apavorada demais (com a mudança repentina do homem bonito) para sentir nojo ou qualquer outra coisa senão medo de ser a próxima vítima da sua ira. Eu mordi um cara que não pensa duas vezes antes de usar uma espada pra machucar alguém!
-S-sim, mestre! - ele respondeu.
-Todos, saiam daqui! - ele mandou empurrando o cara mijado para o lado, que cairia se o homem que tinha me imobilizado não o segurasse. Ele devolveu a espada ao dono com uma expressão de nojo, mas antes de todos saírem, o tal Rui apontou para o cara que tentou me ajudar antes. - Você fica.
Ei, o que diabos está acontecendo?! O velho Li parecia se perguntar a mesma coisa. Assim que os três soldados saíram, Rui suspirou dramaticamente.
-Eu fiz de novo, Li... - choramingou. - Eu detesto ter que educar esses idiotas, eles não valem o meu esforço.
-De fato, mestre... - Li respondeu.
-Bom... agora, vamos ver.- ele olhou para o soldado que pediu que ficasse, era um jovem de uns doze anos... tão novo! - Qual o seu nome?
-Kim, mestre. - ele respondeu se ajoelhando e abaixando a cabeça. Quão importante esse cara é? Aliás, isso já foi longe demais para uma pegadinha!
-Kim... - ele pronunciou indiferente.- Li, eu vou domesticar ela, então quero que Kim a acompanhe para proteger e dar assistência, você já sabe o que fazer.
-Mestre, eu não acho que... - Li falou parecendo preocupado, mas foi interrompido.
-Não se preocupe tanto! - Rui riu despreocupado enquanto dava tapinhas leves nas costas de Li. - Hoje em dia todo mundo tem uma.
-Mas para os outros elas não são como animais de estimação. - Li falou corando.
-Não? Então são o que? - perguntou inocentemente, pelo jeito de Li eu já imagino o que seja. Ou talvez eu tenha assistido Akame ga Kill muitas vezes.
-Elas são... bom, eu vou providenciar tudo. - Li desistiu. Acho que concordo com ele, é melhor não saber para que outras pessoas "domesticam" selvagens.
Espera! Como assim ele quer me domesticar? Eu não sou um animal!
Eu pensei em dizer umas poucas e boas para ele, mas o tal Rui já havia deixado o local (aliás, acho que estamos em um tipo de cela meio medieval). Li fez um sinal para Kim me desamarrar, ele não parecia muito feliz com a nova designação, mas não protestou.
-Eu não quero ser "domesticada"! - corri meio cambaleando até Li, minhas pernas estão dormentes, que perfeito!
-Sinto muito por isso, também não concordo... mas o mestre tem tudo o que quer, eu não sou ninguém para negar algo. - ele disse abrindo a porta e lançando um olhar de pena para Kim, o garoto abaixou os olhos, parecendo abatido. - Recomendo que você seja boa, o mestre felizmente não é como as pessoas normais, por isso você provavelmente vai ser bem tratada enquanto agir bem.
-Mas... - eu quero contestar mas é verdade que aquele cara é meio assustador, acho que por enquanto é melhor eu sentar e observar, se algo que eu não gosto for feito, eu luto até a morte (que provavelmente vai ser bem rápida).
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Atualizado até capítulo 46
Comments
apaixonada no Jin do BTS💜🥰🤴
ihuhuhu
2021-10-01
1
Aurilane 🙃😊
Pera, ela tá vestida com roupas modernas ou não? se vc me ela deve tá com o celular dela não???
2021-07-03
1
😎mimin do hot♎
kkk adorei
2021-03-18
1