Liberdade

Luísa estava novamente amarrada na janela, um tanto pálida e sentindo algumas dores. Franco estava com seu sorriso cínico, olhos atentos, mais obsessivo que de costume e com a mesma faca que a ameaçava todos os dias. A mulher desejava muito que isso acabasse logo. Ouvia um barulho de sirene ao longe, mas sabia que nunca era para ela. As vezes bombeiros para combater incêndio, uma ambulância transportando um doente e até um carro da polícia, só que para ultrapassar os carros com mais rapidez.

Antes que Franco chegasse mais perto, seu telefone velho, que não tinha nem mesmo acesso a internet para não ser rastreado, tocou. Em mudou de expressão muitas vezes, apenas escutando o outro lado. A garota levantou mais a cabeça para ouvir atentamente o que acontecia a sua volta.

- “Franco, aqui é a polícia. Sabemos que está no prédio com a menina e estamos dispostos a negociar sua liberdade.” – Um policial falava ao megafone.

O homem paralisou imediatamente.

Uma lágrima, talvez a última escondida atrás da pálpebra de Luísa, ousou a escorregar e cair no assoalho mofado. Com todas as suas forças ela gritou socorro. Franco jogou o celular de lado e correu para lhe cobrir a boca, mas já era tarde. Havia movimento pelos andares inferiores do edifício.

- Você não vai sair daqui viva. Vamos morrer, nós dois. – Ele ainda cobria a boca da mulher e lhe espetava a lateral da barriga com a ponta da faca.

Luísa se desesperou emitindo sons através do nariz e tentando proteger a barriga. Agora vozes chamavam do outro lado da porta de onde estavam.

Franco aumentou a pressão do artefato na cintura da mulher, causando mais e a machucando realmente.

- Não faz isso, por favor, na barriga não. – Luísa pediu baixo se desviando das mãos do ex padrasto em desespero.

Os dois se olharam nos olhos tão próximos que Luísa sentiu a respiração quente e fétida. Sua testa acumulava suor febril.

- Vagabunda! Vadia! – Ele percebeu o que a garota tentava proteger. – Você não vai sair com isso daqui.

Ele levantou e desferiu chutes na ex enteada que apagou instantaneamente.

                                [...]

Depois de receber a notícia de que encontraram o esconderijo de Franco, Daniel correu com Felipe para o carro. Inicialmente o delegado discutiu para que ele não fosse até o local para não piorar a situação, mas assim que foi noticiada a localização ele desligou e correu com Felipe. Para ele era quase inacreditável, após tantos dias de buscas.

- Calma, Daniel. Você vai acabar sofrendo um acidente. – Felipe foi junto com o amigo que dirigia para o local informado na TV como um louco.

Eles viajavam com a ajuda de GPS, pois Daniel não se familiarizavam com o lugar, mas a medida que chegavam reconheciam o caminho daquele hotel velho em que Felipe viu o carro de Franco. Antes que chegassem do esconderijo o celular de Daniel tocou novamente.

- Não tire a atenção da estrada, deixe que eu atendo. – Felipe disse tirando o aparelho da mão do amigo.

- Daniel, pare o carro, vamos retornar.

- O que houve?

- Conseguiram resgatá-la, agora a ambulância está indo para o hospital. Você só não vai poder falar com ela até que o delegado fale primeiro.

- Isso não me interessa. Eu preciso vê-la. Eu preciso saber que está bem. – Ele estava sério, mas não impediu que lágrimas se formassem.

- Eu não sabia que eles conseguiriam negociar a liberdade dela tão rápido. – Felipe deu uma pausa e continuou falando mais baixo. – Ou talvez aconteceu outra coisa que apressou o resgate.

Daniel apertou o volante com força receoso.

Os dois chegaram poucos minutos após a entrada da ambulância no pronto socorro. Eles tiveram que atravessar jornalistas, microfones e suas câmeras para entrar na recepção do hospital. Logo atrás, chegaram a mãe e a irmã de Luísa. No alvoroço, os quatro tentaram ultrapassa o corredor em que três policiais faziam guarda.

- Acalme-se senhor, o senhor não quer ir preso, certo? – Um dos policiais falou tentando afastar Daniel furioso.

Ao mesmo tempo, um homem saiu daquele corredor com papéis na mão.

- Vocês são a família da paciente que acabou de dar entrada em estado grave, presumo. – O homem estendeu a mão para cumprimentar os quatro que fizeram suas expressões aterrorizadas.

- Estado grave? Ela vai morrer? – Patrícia quase perdia o fôlego pronta para chorar.

- Eu sou o diretor desse hospital. Nesse momento ela foi encaminhada para a sala de cirurgia e disponibilizamos a melhor equipe com médicos especializados em seu caso.

- Mas o que aconteceu afinal? Ele atirou nela? – Daniel perguntou com as duas mãos na cabeça.

- É mais complicado que isso, ela chegou com um quadro muito grave de desidratação e anemia, com marcas de agressões e violência sexual. – Laura se juntou ao choro alto de Patrícia enquanto Daniel tentava ouvir o restante cobrindo a boca com as mãos. – Por conta disso ela teve um sangramento intenso e agora corre o risco de interromper a gravidez.

Antes que qualquer exclamação fosse feita a esse fato, Laura desmaiou. Mais enfermeiros foram mobilizados, dessa vez para ajudar a mãe de Luísa que desmaiou com o choque. Patrícia se tremia em desespero sem saber o que fazer e Felipe foi ajudá-la para que não piorasse mais a situação.

- Como grávida? Dele? – Daniel ignorou a sogra e segurou o diretor para lhe fazer mais perguntas. Por um instante ele se sentiu desesperado e confuso com a notícia da gravidez, mesmo que já tivesse noção da possibilidade.

- Creio que não. Ela chegou aqui pedindo para ajudá-la a segurar a gestação, mas em minha opinião a melhor opção nesse momento é o aborto. Seria muito arriscado levar adiante uma gestação gemelar que já tem um risco alto por si só, ainda mais em seu estado delicado. Ela está escolhendo colocar em risco sua própria vida. Então estou aqui com o objetivo de que a família possa ajudar na decisão. Ela não está em posição boa para tomar decisões, está fragilizada psicologicamente.

- Espere. O que quer dizer com gemelar? – Daniel tinha os olhos vermelhos lutando para não chorar também.

- São gêmeos, senhor.

Daniel cedeu e chorou com as mãos mais uma vez na cabeça bagunçando os cabelos e dando as costas ao médico por um instante.

- Eu posso vê-la? – Ele perguntou com a voz embargada.

- Agora ela está na sala de cirurgia, não podermos deixá-los vê-la por enquanto. Luísa está anestesiada por causa das dores. Sua pressão subiu muito rápido, que é mais outro risco a sua vida. Você é o marido dela, não é? Eu vi nas notícias.

- Sim, eu sou e o pai dos bebês também. Salve-a, por favor.

- Então preciso que decida. Se quer que levemos adiante o aborto com segurança, feito cirurgicamente ou se fazemos a cerclagem, que é um procedimento cirúrgico que vai fechar o colo do útero dela para segurar a gravidez, porém não é garantido que vá dar certo. É somente uma tentativa, que devo confessar, arriscada. A vida dela corre sério risco.

Daniel deixou as lágrimas escorressem enquanto decidia rapidamente com as mãos na cintura.

- Se ela quer segurar os bebês, eu vou fazer a vontade dela. – Ele falou rapidamente.

O diretor franziu a testa e soprou desaprovando, mas não teve escolha senão transmitir a vontade do pai das crianças. O homem se retirou enquanto Daniel caía em si da gravidade do que estava acontecendo.

Enquanto isso os flashes de câmeras e o falatório dos repórteres entrava pela recepção da emergência do hospital.

A espera se tornava maçante e infinita. A madrugada avançava e nenhuma notícia chegava sobre Luísa. Daniel não jantou e continuava sentado na entrada do corredor que levava até a emergência. Ele não pôde pensar em ultrapassar para ir até a esposa porque a polícia colocou dois policias no início e outro no meio do corredor de guarda. Eles serviam para conter, além da família, os repórteres caso invadissem a entrada do hospital. Estes últimos ainda estavam incansáveis, famintos à espera de notícias novas para serem transmitidas na TV.

- Irmão, vá para casa descansar e eu fico aqui. Qualquer coisa eu te ligo. – Felipe tentava argumentar com Daniel que continuava com o olhar desfocado para o chão, sentado na sala de espera. – Descanse pelo menos esse tempo até sua babá chegar aqui de manhã.

Continuou calado sem dar atenção as intervenções do melhor amigo. Patrícia estava acompanhando a mãe na enfermaria que ainda estava mal e com a pressão alta.

Um médico trajando roupa cirúrgica atravessou a sala.

- Com licença, Daniel? – O médico já sabia o nome do marido de Luísa. Na verdade, a essa altura, o país inteiro tinha esse conhecimento.

Daniel levantou rapidamente, quase dando um pulo da cadeira com os olhos cansados e começando a ficar com olheiras.

- Como ela está?

- A situação não é boa. Tentamos estabilizar ela, mas está dando um pouco de trabalho. Fizemos a cerclagem, porém ela teve uma hemorragia, estamos tentando fazer o possível para conter e precisamos que pessoas com o tipo sanguíneo compatível doem sangue. Já pedimos mais no banco de sangue, mas só chega daqui algumas horas e é urgente.

- Eu faço o teste para saber se sou compatível com ela. – Daniel falou.

- Eu também. - Felipe se prontificou.

- Se forem compatíveis será de grande ajuda. A mãe dela não tem condições de doar e só temos a irmã por enquanto.

- Fora isso, o que mais ela tem? Está consciente?

- O estado dela não é muito animador, ela sofreu múltiplas agressões e estamos esperando o resultado de uma tomografia para confirmar um traumatismo craniano. Depois disso ainda há a violência sexual, ela está muito ferida. Estamos mantendo ela quase em coma induzido por causa das dores. Quando ela melhorar consideravelmente vamos suspender os medicamentos que a mantém dormindo.

- E os bebês?

- Se ela se mantiver em repouso absoluto talvez dê para salvá-los, mas as chances são bem baixas, para não dizer quase impossíveis.

- Então ainda há como salvar os três?

- Eu serei realista com o senhor, estabilizando o quadro dela e permanecendo assim ao menos quinze dias, as chances aumentam um pouco. Mas, por enquanto, dou dois por cento de chance para os três. Ela chegou aqui com um grau muito avançado de desnutrição e desidratação, a reintrodução alimentar deverá ser feita aos poucos para que o organismo dela se acostume novamente. Sem contar que a gestação de gêmeos pega toda a reserva de nutrientes dela, se não conseguirmos nutrir o organismo dela o aborto será inevitável.

- Eu posso vê-la?

- Ainda não...

- Por favor, eu só preciso olhar para ela. Não vou ficar muito tempo. – Daniel insistia.

- Sinto muito, enquanto ainda estiver nessas condições e na UTI não podemos deixar ninguém entrar, somente equipe médica e creio que os policiais não irão facilitar muito. Desculpe. Agora, se puderem me acompanhar para a coleta de sangue...

O médico guiou os dois até a sala de coleta e os deixou nas mãos das enfermeiras.

Após esse episódio os médicos resolveram acordar Luísa dois dias depois. Ela ficou bem durante algumas horas, mas a dor no ventre a incomodava e precisaram lhe administrar analgésicos constantemente. No quinto dia, ainda na UTI, ela perguntava sobre a família e uma enfermeira lhe assegurou de que todos acompanhavam ao lado de fora torcendo por sua melhora, mas ainda não podiam entrar para vê-la antes da polícia.

- Quem está lá fora? Franco foi preso? – Ela perguntou com a voz fraca.

- Não podemos falar sobre o caso com você, mas sua família está toda na sala de espera e já sabem que está acordada. – A enfermeira regulou a intensidade do soro que ainda estava ligado na veia do braço da paciente. – Seu marido quis lhe mandar um bilhete, mas o policial não permitiu.

- Meu marido? – Luísa começou a respirar ofegante e chorou. Chorou copiosamente assustando a enfermeira. – Ele está vivo... Eu não acredito que ele está bem. – Ela repetia para si mesma.

Essa notícia a fez sentir dor e a pressão subiu um bocado. Por causa disso o médico teve que controlar com medicamentos e deixá-la mais tempo na UTI. Outra coisa que ela não podia sentir eram emoções fortes.

No dia seguinte os médicos resolveram deixar que o delegado fizesse seu trabalho. A paciente foi transferida para uma sala particular e deu seu depoimento sobre todo o caso.

- Então está retirando a culpa que foi atribuída a Daniel? – O delegado perguntou.

- Sim. Foi ele quem cuidou de mim todo esse tempo. Foi outra vítima de Franco. – O homem tomava nota com outro agente enquanto Luísa aguardava. – Ele está preso?

- Você quer dizer Franco? – Luísa confirmou com um aceno. – Nós atiramos nele quando tentou matá-la. Você teve bastante sorte, porque o tiro que ele daria em você pegou na parede, um policial conseguiu atingi-lo no ombro. Você já estava desacordada. Quando percebeu que iria preso se recusou a largar a arma e se matou.

O delegado deu um sopro entediado enquanto reunia seus papéis. Luísa estava séria e pensativa. Ela queria rir, mas ao mesmo tempo todo seu corpo formigava como se tivesse tirado um peso enorme de seu corpo.

- Vamos retirar o policiamento e autorizar as visitas, mas só o médico pode liberar a entrada, pois pelo que sei, sua saúde ainda está fraca.

Os homens se despediram e uma enfermeira voltou para acompanhar a mulher.

- Quando vão poder entrar? – Ela perguntou ansiosa a enfermeira.

- Vou ver com o médico, você ainda não pode ter emoções fortes por causa da sua saúde frágil. Mas de repente ele libera uma visita de cada vez.

                                [...]

O delegado saiu e foi em direção à família que ainda aguardava ansiosa na recepção. A mãe de Luísa estava melhor e foi liberada para aguardar junto com os outros.

- Bom, já estão liberados para visita, mas somente o médico vai dar passagem a vocês. A saúde dela está frágil e qualquer pico de pressão pode prejudicá-la, então não fiquem agitados. – Ele se dirigiu a mãe e ao marido. – Se estiver tudo bem, vou falar com a imprensa e tentar liberar eles da entrada. Já incomodaram tempo demais – Ele se dirigiu a Daniel e lhe entregou um pacote cinza lacrado.

Todos concordaram e o homem e seus policiais se retiraram. Logo depois o médico responsável apareceu.

- Como ela ainda está debilitada e o depoimento foi cansativo eu a dei um calmante e ela estará mais sonolenta. Assim também evitamos que sua pressão suba com as emoções. Se puderem se organizar, eu deixo entrar um de cada vez. Vocês terão uma hora de visita, para dividir entre os cinco.

- Ah, pode me excluir. Estou aqui como amigo e não quero tomar o tempo da família. – Disse Felipe. – Estou só de apoio e acho que ela vai preferir passar mais tempo com eles.

Acabaram dividindo o tempo entre Laura, Patrícia, Berta e Daniel, quinze minutos para cada um. Acharam justo que Patrícia entrasse primeiro enquanto Daniel corria para casa para tomar um banho, se arrumar e ficar apresentável, já que seu estado não era dos melhores há dias.

Enquanto o marido ia rapidamente Patrícia iniciou seu tempo de visita. Quando Luísa viu a irmã entrar não pôde deixar de se emocionar e deixar uma lágrima correr em direção à seu travesseiro, mesmo letárgica por causa dos medicamentos.

- Patrícia. – Luísa chamou estendendo a mão um pouco fraca.

A irmã não aguentou falar e chorando foi até Luísa e a deu um meio abraço, não queria fazer a outra se mexer muito com medo de machucá-la.

- O que aquele monstro fez com você, Luísa?

- Estou bem agora, não se preocupe tanto. – Ela sorriu para tranquilizar Patrícia que chorava. – Eu estou muito feia? Ainda não tive chance de olhar no espelho.

- Você nunca fica feia. – A irmã deu uma risadinha tímida. – Só está abatida e com alguns hematomas. - Patrícia passou os olhos pelos braços com manchas roxas e o rosto da irmã, que tinham marcas de recuperação da agressão.

- É verdade que Daniel está vivo e está lá fora? – Ela precisava saber se a enfermeira não a enganou.

- Sim, ele está vivo, mas correu para casa enquanto estamos fazendo a visita para tomar um banho. Ele ficou aqui o tempo todo esperando a hora em que pudesse vê-la.

- E a mamãe?

- Ela está se culpando pelo que aconteceu, está ansiosa para vê-la também.

- Ninguém tem culpa pela personalidade daquele psicopata.

- Eu não consigo imaginar pelo que você passou. – Patrícia abaixou a cabeça para prender o choro.

- Tudo bem. O importante é que tudo está bem agora. Esqueça isso. – Luísa ainda segurava a mão de Patrícia e lhe fez um pedido. – Se você tiver alguma maquiagem na bolsa para me ajudar, eu queria ficar mais apresentável também.

Patrícia sorriu e afirmou. Procurou alguns itens na bolsa e tentou dar uma cor ao rosto da irmã. Luísa estava mais sonolenta enquanto era maquiada e quando terminou o tempo da irmã ela quase dormia.

Na vez de Laura Luísa já cochilava tranquilamente. Chorando, a mãe pediu desculpas e ficou apenas dez minutos, pois não tinha como conversar. A terceira visita foi de Berta que também não se demorou, deixando vinte e cinco minutos de sobra para Daniel. Quando a babá saiu do quarto ele já estava de volta e correu até o quarto.

Daniel entrou devagar, esperou muito por esse momento, cheio de expectativas. Ficou sem ação ao percebê-la mais magra do que era normalmente, seus cabelos presos numa trança jogada de lado. Um pouco de maquiagem dava cor a seu rosto pálido. Nem de longe ela se parecia com a mulher delicada e cheia de rubor que era sua esposa. Mas, ainda assim, ele sentiu o coração bater mais forte e percebeu o quanto a amava. Percebeu o quanto a distância fortificou seus sentimentos. Agora ele não conseguia mais viver sem ela e pensou em como seria triste e vazio se ela tivesse morrido.

O homem se aproximou, tocou o rosto gelado, fez um carinho de leve com as costas dos dedos e sentou na cadeira ao lado da cama, pegando em sua mão jogada de lado. No pacote que o delegado lhe entregou estava a aliança que encontraram no quarto do cárcere, ele retirou o pequeno objeto de ouro e recolocou no dedo de Luísa, que ainda considerava sua esposa, mesmo que não fosse de verdade no papel. Ele também pedia desculpas mentalmente para não acordá-la. Através do lençol ele tentou tocar-lhe a barriga, mas não conseguiu sentir muita coisa. Se sentia mal por ter permitido que tudo isso acontecesse a ela.

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Comments

ʎqǝᗡ 🐝

ʎqǝᗡ 🐝

Sério que depois de Franco aterrorizar, massacrar e violentar a vida da Luísa por 16 anos, o fim do Franco é simplesmente se matar?
Esperava para o Franco, no mínimo um fim apocalíptico, decepcionante 😱

2022-10-25

1

Rosana Carvalho

Rosana Carvalho

gente, que história hem ? amei 😍

2020-03-21

1

Angelica Pacheco

Angelica Pacheco

mais cap por favor

2020-03-21

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