Criada para o abate

Apenas esta noite, ela se permitiu chorar, sem querer saber se Daniel ouvia.

De madrugada um chuva forte castigava as janelas de madeira que balançavam na tentativa de abrir. O barulho não deixava Luísa dormir, misturado aos pensamentos aleatórios de planejamentos de fuga e até dar fim a sua vida para que Franco se sentisse frustrado e finalmente derrotado por não ter conseguido o que queria.

Luísa acabou deixando de se assustar com os trovões que perdiam a intensidade. Também não percebeu o momento em que dormiu, mas soube que acordou com a cabeça colada no ombro do marido quando ele fez um movimento para levantar.

- Desculpe, não queria acordá-la. – Ele disse e saiu do quarto.

Fazendo igual, Luísa levantou e esperou que Daniel voltasse para ir ao banheiro. Da pequena janela do local ela viu que ainda estava escuro, embora estivesse amanhecendo. Um relógio no alto da parede do corredor mostrava que passava de cinco da manhã.

Ao voltar, Daniel já estava novamente deitado. Ela seguiu para seu lado e levantou os cobertores até o pescoço, deixando somente a cabeça de fora. Não conseguia mais dormir, ficou concentrada em escutar o ritmo da respiração do companheiro. Só de ouvir já se sentia arrepiada e intimamente desejou que ele a tocasse. Queria que a abraçasse para proteger do frio, mas isso estava longe de acontecer. Tentou espantar esse pensamento e se concentrou em imaginar como deviam estar sua mãe e irmã.

Quando estava quase pegando no sono sentiu Daniel se mexer ao lado e acabou despertando. Sua noite pareceu durar apenas quinze minutos, se sentia tão quebrada e doente que poderiam enterrá-la daquele jeito mesmo que logo sua vida se esvairia. Reparou que seus pés estavam quase congelando, assim como suas mãos e a ponta de seu nariz. Ela levantou para ajeitar os cobertores em volta dos pés e voltou a deitar colocando as mãos no pescoço para tentar esquentá-las.

- Quer meias? – A voz do marido atravessou seus ouvidos fazendo-a tremer e se arrepiar juntamente com o frio. Quase esqueceu que ele estava ao lado.

- Não, obrigada. – Ela respondeu baixo sem se mover.

O homem também estava acordado de barriga para cima observando-a em silêncio. Estava quase se deixando vencer pelos argumentos que atravessavam sua mente.

“Ela precisa de proteção. Se faz de durona, mas é frágil.” Ele pensava.

Luísa nunca desejara se entregar tanto a alguém como agora. Mesmo que por curiosidade ou só para que Franco não tivesse a oportunidade de ser o primeiro homem de sua vida.

- Como terminei a negociação, podemos ir logo embora ou ficar até amanhã de manhã. – Daniel falou sabendo que Luísa se encontrava acordada.

- Podemos ficar até amanhã? – Perguntou enquanto virava na direção do rapaz – A verdade é que não queria mais voltar. Isso aqui parece um sonho, não me lembro a última vez que tive tantos dias de paz.

- Se quiser fugir, eu ajudo. Quer dizer, posso pagar sua passagem pra outro lugar, mandar dinheiro, qualquer coisa.

- Não posso. – Ela sorriu. – Eu juro que gostaria de fazer isso, mas não posso.

- Eu mando procurarem sua família e...

- Não dá, não é tão simples.

- Então vai querer viver assim para sempre? Vai querer voltar a viver com Franco?

- Não tenho escolha.

- Claro que tem.

- Não, Daniel, não tenho. Você não entende.

- Então explique.

A mulher se calou. Não podia dizer nada porque não queria que o marido acabasse se metendo e sendo prejudicado junto. Já tinha problemas demais. Essa aventura inesperada de dois dias estava no fim e tudo voltaria a ser como antes ou pior, pois sabia que seu padrasto não deixaria passar em branco esse momento que passou com outro homem.

- Esqueça isso. – Ela pediu.

- Tudo bem. Não consigo imaginar pelo que está passando para não poder nem mesmo receber ajuda.

Continuavam de frente para o outro a certa distância. Luísa desviou o olhar para o próprio braço.

- As oito vamos ter que desocupar a casa, vamos para um hotel. Pelo menos hoje te levo onde quiser ir.

Os dois acabaram pegando o carro e indo para um hotel para desocupar logo a casa que foi vendida. O celular de Daniel tocou três vezes enquanto dirigia. Chegando na recepção tocou mais uma vez e ele atendeu.

- Desculpe, estava ocupado negociando a venda da casa. – Ele olhou para a mulher e saiu em direção a porta de entrada para continuar a falar.

Alguns minutos depois Daniel voltou e sentou ao lado de Luísa no sofá do hotel.

- Era meu pai, disse que Franco está furioso.

- Eu já sabia. – Ela olhou de relance e sorriu.

- Seu padrasto quer ver você ainda hoje.

- É melhor voltarmos então. Não quero mesmo que você se complique com ele.

- Não vou me complicar. Só fico pensando na sua sanidade mental. – Ele reparava nos mínimos detalhes do comportamento da mulher, até sua tensão e nervosismo somente ao mencionar que o padrasto estava bravo.

- Estou bem, vamos logo. – Ela falou suave e levantou.

Daniel deu de ombros e a acompanhou de volta ao carro. Ele também percebeu a dificuldade dela em tatear a procura da maçaneta para abrir a porta traseira do veículo. Sem que ela esperasse ele a pegou por trás e levou uma das mãos a sua testa.

- Por que não disse que está se sentindo mal? Parece que está pior que ontem. – Ele acabou abrindo a porta traseira e a fez embarcar.

A verdade é que ela não se preocupara com isso, seus pensamentos andavam por outros caminhos. Só agora é que sentiu a visão escurecer momentaneamente e seu braço fraquejar para alcançar a abertura da porta.

Os dois partiram sem trocar mais palavras. Luísa foi como antes, no banco de trás, abraçando a mochila em seu colo e com a cabeça encostada no vidro enquanto permanecia de olhos fechados para ao menos descansar. Sentiu quando o carro parou, mas sabia que ainda não era o destino porque havia se passado pouco tempo desde que saíram. Talvez o marido tenha parado num posto de gasolina para abastecer. Decidiu continuar de olhos fechados e fingir que dormia. Sentiu sua porta se abrir devagar e lentamente se consertou no banco para reparar em Daniel de volta com uma sacola na mão.

- Tome esse remédio. – Ele retirou uma cartela de comprimidos e uma garrafa de água. A situação de Luísa era tão péssima que aceitou sem questionar. – Tente comer, senão não vai melhorar. Daqui seis horas tome outro comprimido. Se não ficar bem eu vou levá-la ao médico.

Ele fechou a porta novamente e foi para seu lugar  voltando a estrada. Após algumas horas ela acordou e viu que já estava na casa de Daniel, ele tirava as coisas do carro, inclusive alguns itens que retirou da casa, e para sua surpresa Franco também estava lá e já abria a porta onde estava.

- O que foi? O que aconteceu? – Aquela voz grave e intimidadora a invadiu, porém a fraqueza impediu que respondesse.

No lugar dela, Daniel se manifestou:

- Choveu muito por lá, a mudança de tempo fez mal a ela e agora está resfriada. Não sabia se podia levar ela ao hospital, então passei na farmácia e comprei remédios.

Franco começou a tocá-la onde Daniel havia tocado antes, entretanto, dessa vez sentia repulsa. Para afastá-lo começou a tossir de propósito, como louca. Se arrependeu logo quando Franco sugeriu ficar para cuidar dela e fazer um remédio caseiro de gosto horrível que sempre fazia quando alguém ficava doente. Luísa tentou disfarçar e ir dormir enquanto o padrasto foi ao mercado comprar ingredientes, Daniel estava no próprio quarto desfazendo a mala de mão e revisando documentos.

Lá estava Franco, sentando em sua cama com uma mistura marrom de mel com açúcar queimado, alho, limão e mais alguma gororoba que ela não sabia. Odiava tomar isso, pois além do péssimo gosto e de não melhorar em nada, ainda lhe dava dor no fígado do tanto de ingredientes misturados. Para que o homem fosse embora rápido, ela tomou a mistura num gole só e voltou a deitar e fechar os olhos, respirando rápido para não ter que vomitar. Se aproveitando da debilidade da enteada ele ainda a acariciou, o gesto não demorou muito tempo, Daniel apareceu perguntando se estava tudo bem.

Franco não prolongou a conversa e apenas se despediu dizendo que voltaria ou ligaria para saber como a garota estava de saúde. Luísa tentou vomitar para colocar o remédio para fora, mas não conseguiu, sua fraqueza a venceu e acabou dormindo.

Ao acordar, a garota ainda sentia o gosto ruim do remédio. Se sentiu pior do que em todos os outros dias de sua vida, sentia uma certa depressão a atingindo, o pior lixo de pessoa. Não tinha vontade de fazer mais nada na vida, não tinha mais forças para lutar, nem mesmo por sua família. Não entendia o que acontecia em sua mente.

O marido já havia saído para trabalhar e Berta já se ocupava na cozinha quando desceu. Apenas desejou bom dia a babá e sentou-se perto da bancada. Seu olhar se dirigiu logo a coleção de facas que repousavam dentro do suporte de madeira.

- Está tudo bem, querida? – A voz de Berta a despertou.

- Não.

- O que houve?

- Franco. – Berta se prostrou do outro lado da bancada a encarando. – Sabe, Berta, eu não aguento mais. Acho que já cheguei em meu limite. Vou desistir de tudo.

- O que quer dizer com isso? – A babá de Daniel dirigiu o olhar rapidamente para onde Luísa olhou de relance e se deu conta das facas e do que ela queria dizer. – Não faça besteiras, isso vai passar. Tudo que é ruim um dia passa.

- Mas essa situação já dura dezesseis anos e sinceramente, estou somente esperando a hora em que ele vai me tomar para ele. – A garota começou a chorar. – Berta, eu não quero mais lutar por nada, estou cansada, não aguento, quero morrer.

Berta retirou as facas de cima do balcão e as escondeu enquanto Luísa se ocupava em chorar de cabeça baixa, logo depois correu para abraçá-la.

- Não pense assim, vamos dar um jeito. Eu já lhe disse que Daniel pode mandá-la para o exterior ou pode escondê-la aqui, depois damos um jeito de resgatar sua família.

- Não dá, não dá. É impossível. – Ela soluçou. – Isso só vai acabar quando eu morrer.

Naquela tarde Berta a tentou confortar da melhor forma e a deixou sobre sua vista para evitar que fizesse besteiras. A mulher acabou dormindo no sofá.

Daniel chegou do trabalho e Berta o alertou antes de sair. Explicou o que acontecera durante o dia e pediu para que ele a vigiasse.

- Como vou vigiá-la durante a noite? Não posso dormir com ela, muito menos deixá-la trancada dentro do quarto.

- Meu filho, não a deixe sozinha. Faça qualquer coisa, mas não a deixe ficar só, pelo menos essa noite até eu voltar amanhã e ver o que posso fazer.

O rapaz se largou no sofá ao lado e a observou por alguns minutos até que acordasse assustada com um pesadelo.

- Desculpe. – Ela pediu e desviou o olhar do marido e subiu as escadas correndo ainda um pouco tonta de sono.

Daniel a seguiu e viu que ela se jogou na cama e se cobriu até o pescoço. Ele ficou um pouco tranquilo para tomar um banho antes de voltar para ver como ela estava novamente. Luísa se certificou de que o marido estava ocupado e correu para a cozinha para procurar alguma faca que pudesse usar. Revirou todos os armários e gavetas e percebeu que Berta havia escondido tudo o que podia de perigoso, exceto uma faca com um ideograma japonês embrulhada numa toalha preta. A lâmina estava sem muito corte, mas era pontiaguda o suficiente para causar estragos. Voltou ao quarto e fechou a porta. Segurou o objeto nas mãos pensando em tudo, se valia a pena fazer o que planejava. Começou a chorar de soluçar novamente e teve que esconder a faca embaixo do travesseiro quando ouviu o barulho da porta do quarto de Daniel. Luísa se embrulhou no cobertor de novo, mas não conseguiu controlar o choro. O marido entrou sem bater e se aproximou.

- Luísa, tome um banho quente e tente relaxar um pouco. Eu sei que é difícil, mas estou aqui se quiser conversar.

A mulher estava tensa. Não queria que ele visse a faca que escondeu embaixo do travesseiro, então levantou rápido e se abrigou no banheiro. Ao sair ele não se encontrava no quarto. Pegou o embrulho e jogou rapidamente em baixo da cama no mesmo instante em que Daniel voltou trazendo uma bandeja com comida e suco. Ele notou os olhos assustados da outra.

- Aconteceu alguma coisa?

Ela negou prontamente com a cabeça e ele desconfiou. Daniel colocou a bandeja ao lado da cama e a encarou profundamente esperando alguma explicação. Luísa desviou o olhar se sentindo extremamente culpada e com o rosto pegando fogo de vergonha. O rapaz a segurou pelos ombros e a fez sentar na cama. Pegou o prato e colocou na mão dela.

- Eu não tenho o mesmo dom que Berta, ela que é a babá por aqui, mas já que pediu que ficasse de olho em você, aqui estou. – Ele sorriu. – O que você tentou fazer que ela pediu que não a deixasse sozinha? - Ele sabia o motivo, queria apenas que ela confiasse nele e contasse espontaneamente.

- Nada. – Luísa também sorriu sem jeito e se concentrou no prato de comida.

- Sabe, a última vez em que ela disse essas mesma palavras à minha mãe eu escalava as estantes da casa e o telhado e pulava do alto. Não queria nem saber se ia me machucar. Você tentou pular do telhado?

Luísa riu, sem querer, com a boca cheia de comida, tapando a mesma com a mão para não deixar voar alimento por todos os lados e negou com a cabeça.

- Então está tudo bem. – Ele acariciou os cabelos da garota e se retirou. Embora não demonstrasse, ele se preocupava com a esposa do mesmo modo que Berta, mesmo não sendo sua esposa verdadeiramente.

O coração de Luísa ficava tranquilo quando estava com Daniel e Berta, mesmo que estivesse preocupada com outras coisas. Isso a fez esquecer da faca escondida por alguns dias.

[...]

A semana se arrastou lentamente. Franco não aparecia e também não entrava em contato, o que fazia Luísa pensar que ele tramava alguma coisa. Daniel também esteve ocupado no trabalho e voltava com uma hora de atraso. Berta continuava de olho na garota.

No sábado de manhã Luísa acordou melhor, seu resfriado passou de vez e se sentia mais disposta. Sua animação só desapareceu quando Daniel avisou que Franco estava chegando.

- Calma, não precisa tremer tanto. – Ele pediu esfregando-lhe os braços.

- Não consigo, é involuntário. – Ela explicou.

- Ele avisou ontem a noite, parece que brigou com alguém, porque estava muito nervoso. Pedi para que Berta viesse hoje para não deixar você sozinha.

Isso não a confortava nem um pouco, continuava tensa.

Um pouco antes do meio dia a campanha tocou. O marido atendeu e ficou surpreso ao ver o pai e o sogro chegarem juntos.

- Nos encontramos na entrada. – Explicou Justino oferecendo uma garrafa de vinho.

Depois de se cumprimentarem Franco foi na direção da enteada e a abraçou, deu-lhe vários beijos pelo rosto.

Repulsa, era a palavra que definia todo o ser de Luísa no momento. Mais uma vez se sentia suja, invadida, enjoada.

- A comida está pronta. – Anunciou Berta igualmente assustada com aquela cena.

O padrasto fez questão de sentar ao lado de Luísa à mesa. Por segurança, Daniel se sentou de seu outro lado, na extremidade, para conseguir ficar de olho. Justino ficou perto do filho enquanto Berta os servia.

O clima era um pouco tenso e os três homens conversavam sobre trabalho enquanto Luísa permanecia calada remexendo a comida no prato. Não conseguiu engolir mais que três garfadas e sentia um bolo na garganta. Em determinado momento Franco parecia bêbado, mudava de assunto constantemente e tinha os olhos vermelhos. A garota não suportava sentir o cheiro dele.

- Você tem que comer, está magra demais... – Franco começou a falar e a tocou na perna.

Luísa largou os talheres no prato fazendo barulho e os outros prenderam a respiração, surpresos. Ela levantou com a mão na boca e correu escada acima. Conseguiu chegar ao banheiro e colocou o pouco que havia comido para fora. O padrasto chegou e segurou seus cabelos, Berta apareceu atrás.

- Senhor, deixe que eu cuido disso.

- Não, vá fazer um chá para ela. – Falou Franco arrogante.

- Eu já estou bem. – Luísa levantou depressa, nem por um decreto ficaria sozinha com ele. – Eu só fiquei muito tempo sem comer, preciso me acostumar, só isso.

Ela saiu rápido, antes que o padrasto a segurasse pelo braço. Mais uma vez os quatro estavam juntos na sala, Justino perguntou se a nora já se sentia melhor e logo depois desviou o assunto para as terras que pretendia cultivar. Luísa segurava uma almofada no colo sentada no sofá para que não a tocassem na perna novamente.

- Franco eu estava pensando em levar Luísa para sair, dar uma volta e ver se ela se anima um pouco. – Começou Daniel.

Luísa e Justino arregalaram os olhos para ele.

- Meu querido “genro”. – Franco fez questão de colocar mais peso na palavra. - Sabe que ela precisa ficar mais forte mentalmente e se recuperar. Essa carinha inocente precisa ficar firme antes de pensar em pôr os pés na rua e como pôde perceber, ela anda muito magra, pode acontecer alguma coisa na rua e eu fico preocupado. Já bastou essa viagem que não engoli. – Franco sorriu para a garota pegando em seu queixo. – Você está muito fraca e seu estado de abstinência ainda não passou, você sabe. Ainda está vomitando. – Ele a olhava nos olhos para impedi-la de desafiá-lo.

Berta levou o chá, Luísa tremia tanto que deixou entornar um pouco.

- Venha, minha querida. Eu ajudo a limpar isso. – Berta a pegou pela mão e a levou para a cozinha.

Franco foi atrás novamente. Pai e filho ficaram a sós na sala.

- Daniel, o que pensa que está fazendo? Essa menina não é sua. – Justino falava baixo furioso.

- Enquanto ela for minha esposa eu tenho o dever de cuidar dela.

- Não leve isso a sério, ela não é nada sua, a qualquer momento Franco pode anular esse casamento e estaremos perdidos, ainda mais sendo tão recente.

- Ele não pode anular um casamento tão fácil sem nossa assinatura...

- Claro que pode, esse homem pode tudo, ainda mais porque tem a assinatura de vocês no documento anterior. O que quer que esteja pensando em fazer, desista! Essa menina é dele. Cumpriremos nossa parte do trato até isso acabar.

Pelo tom de voz do pai Daniel percebeu que ele também estava amedrontado. “Onde foi que eu me meti?” Pensou ele.

     Agora ele não tinha mais dúvidas, sua esposa era, na verdade, uma mulher criada para os desejos de Franco, um porco criado para o abate. Só esperava a hora certa de tomá-la de vez para si e pelo visto isso aconteceria antes do prazo de dois anos.

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Comments

Claudete Feler Pie

Claudete Feler Pie

Não sei se suportava tanto sofrimento assim

2023-07-22

0

euamoCeo

euamoCeo

tomara q o padrasto dela tenha uma morte bem lenta e dolorida!

2020-10-20

5

Claudia Santos

Claudia Santos

TADINHA

2020-05-26

4

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