Viagem

Na sexta feira Luísa já sofria por antecipação. Não queria, de jeito algum, passar um dia inteiro com seu padrasto. Depois que Daniel saiu para trabalhar a menina tomou coragem e desceu para a cozinha. Berta ficou feliz de vê-la sair espontaneamente do quarto, mas era só para lhe fazer um pedido.

- Berta, não quero passar o dia sozinha com ele, não quero.

- Fique calma, Daniel já sabe de tudo. Eu tive que contar a ele tudo o que me disse, ele vai dar um jeito.

Daniel ficou tão chocado com a história da esposa que não sabia como receberia o sogro em casa no dia seguinte. Seria muito arriscado cancelar o almoço a essa altura. O rapaz passou o dia no trabalho pensando em como ajudá-la. Quem acabou lhe dando a ideia foi Felipe.

- Invente uma viagem, vocês são casados, saiam em lua de mel.

- Não é brincadeira, Felipe. – Ele espalmou a mesa e estralou os dedos. – Mas, você acabou de me dar uma ideia. Isso ainda vai me ajudar em outro assunto.

[...]

Luísa não conseguiu dormir direito, passou a noite com insônia se revirando na cama e sofrendo de ansiedade. Na manhã de sábado ela tentou se arrumar como Berta sugeriu, mas tremia tanto de medo que se sujava de maquiagem o tempo todo. No fundo ela não queria parecer bonita para que Franco não a olhasse. Mesmo com a dor de seus machucados ela se forçou a entrar numa calça jeans, não queria dar motivos para que o padrasto a tocasse. Ela soube por Berta que o sogro também viria e gostava de Justino tanto quanto do marido de sua mãe.

Antes de descer Daniel a abordou na porta do quarto.

- Por favor, arrume uma mochila com algumas trocas de roupa e o que precisar para viajar.

- O quê? – Ela não entendeu o porquê. – Não posso sair.

- Vai poder hoje.

O rapaz desceu as escadas correndo com o telefone na mão. O coração de Cecília palpitava forte só de pensar em ter que ficar com Franco. Vários pensamentos suicidas lhe ocorriam. Ela estava chegando numa estafa mental extrema, precisava terminar com esse sofrimento sem fim.

Sem esperanças, arrumou a bolsa com os pensamentos na melhor forma de se ver livre de tudo, incluindo até saltar do carro em movimento.

Ela desceu para esperar na cozinha, Berta havia acabado de chegar e se ocupava em suas tarefas, Daniel colocava comida para o cão e a campainha tocou. Os dois olharam para Luísa e a viram tremer. Parecia ter mal de Parkinson, empalideceu, mas ficou resistente no lugar.

Daniel atendeu a porta e Franco apareceu com cara de poucos amigos, mais um pouco e ele ficaria semelhante a um touro soltando baforadas de fumaça pelo nariz.

- Luísa! – Franco chamou um grau mais alto.

A garota sentiu o pescoço endurecer, o coração acelerado e os olhos pegarem fogo. Dirigiu-se à presença do padrasto a passos decididos, mas sem esconder seu terror.

- Venha. – Franco não a tocou, pediu só que a seguisse até o lado de fora da casa. – Se você fizer alguma coisa, vou te procurar até o inferno e te trago de volta pelos cabelos. – Ele ameaçava apontando o dedo indicador.

Os quadris de Luísa doíam por suportar seu próprio peso, já que as pernas quase falhavam de tão bambas.

- Franco, pode deixar que vou ficar de olho o tempo todo. – Daniel apareceu jogando uma mochila no porta malas do carro preto estacionado.

- Você não a conhece. Não a deixe fugir. Ela vai tentar sair por qualquer buraco. Se ela fugir já sabe que vou colocar meus seguranças na cola dela.

- Não se preocupe, vou tentar ser o mais breve. – Daniel falou semicerrando os olhos sem se intimidar.

Enquanto isso, Luísa entendia aos poucos o que estava acontecendo. Seu alívio foi tão imenso que seu queixo tremeu para chorar, mas apenas se manteve de cabeça baixa para que os cabelos lhe cobrissem o rosto.

Depois de não ter opções, Franco teve que autorizar Luísa a viajar com Daniel. A desculpa foi que Berta não podia cuidar de Luísa porque tem responsabilidades com o neto, Daniel teria que viajar urgente para resolver pendências que não davam para esperar, o que pegou Franco de surpresa. Ele não conseguiu mobilizar vigias de última hora, nem ele mesmo conseguiria passar o final de semana com a enteada sem que a esposa e a irmã de Luísa desconfiassem.

Na hora da saída, o padrasto fez questão de observar tudo, supervisionou as roupas e se assegurou de que a enteada não levasse biquíni para se divertir, suas instruções foram claras a Daniel para que a mantivesse trancada em casa e que enviasse um relatório por hora enquanto estivesse com ela.

Luísa foi no banco de trás enquanto Daniel dirigia.

- Obrigada. – Luísa agradeceu com a voz fraca. – Espero que isso não traga consequências ruins para você.

Daniel ficou calado. Os dois não se falaram mais durante todo o percurso que levou quase três horas. O homem ajudou a garota a descarregar a mochila e a direcionou até a entrada da casa de pedra aconchegante que se erguia solitária no meio da paisagem verde. Pelo visto Daniel gostava de casas isoladas de tumulto de vizinhança. Ele a guiou até o quarto em que ficaria, que por sinal, era três vezes maior do que o que tinha na outra casa.

- Fique a vontade, não vou te proibir de explorar o campo. Não vou ser tão carrasco para denunciá-la. Aproveite esse tempo para você, só não fuja. – Daniel depositou as coisas da menina na cama. – Vou precisar sair e volto mais tarde para almoçarmos.

Sozinha na casa, Luísa não se deu ao trabalho de sair para conhecer a propriedade, apenas se deitou e esperou que o rapaz voltasse. Fechou os olhos para cochilar, mas não conseguiu. Se concentrou em lembrar de músicas que há muito não ouvia. Daniel voltou exatamente duas horas depois batendo na porta a chamando para almoçar. Ainda calada e um tanto triste ela o acompanhou ao carro. Como era um sítio, tudo ficava longe como a casa onde moravam, a garota chegou a vislumbrar no horizonte uma bonita passagem de flores entre rochas altas que chamou sua atenção e após passar por muitas estradas de terra estacionaram num restaurante e adega de vinhos. Aparentemente o atendente já conhecia Daniel e o guiou a uma varanda onde havia uma mesa redonda de madeira com um guarda sol aberto no meio. Por dentro, o estabelecimento era todo em tijolos e telhas cruas, totalmente aberto para a circulação de ar, o que lhe dava um charme único.

Daniel cumprimentou o garçom já conhecido e fez um pedido que aparentemente costumava fazer, enquanto Luísa ainda olhava o cardápio e se contentou apenas em pedir um suco de limão.

Por fim, a menina somente deu algumas garfadas na comida e se satisfez. O rapaz pediu mais comida para viagem para que pudessem jantar e preferiu não questionar Luísa, decidiu deixá-la a vontade sem a pressão que já sofria normalmente.

Assim o dia se passou e Luísa apenas se recolheu para dormir cedo. Na manhã seguinte acordou e Daniel já havia saído e deixou o café da manhã pronto com um bilhete avisando. A garota tomou seu café, lavou toda a louça e vagou pelos cômodos da casa, entediada.

Lembrou do caminhos de flores que viu na propriedade e decidiu sair e procurar por ele. Não demorou muito para que encontrasse e se deparasse com uma linda cachoeira. Ela passou horas sentada na beirada observando aquela imagem que caberia perfeitamente numa pintura. Acabou se deitando na grama baixa e encostou a cabeça em uma pedra próxima para observar as poucas nuvens rasteiras que atravessavam o céu azul. Não percebeu o momento em que caiu no sono mais tranquilo que teve nos últimos anos. Sonhou até mesmo que tudo estava bem com sua mãe e irmã.

Esse sonho acabou no instante em que foi puxada com um solavanco de volta a realidade e se deparou com os olhos assustados de Daniel segurando seu rosto e braço.

- Meu Deus, que susto você me deu. – Ele desabafou trêmulo apoiado nos joelhos.

- Susto eu tomei. – Ela se sentou e procurou arrumar os cabelos espalhados e a recuperar os sentidos. – Só estava dormindo, não precisava quase me matar do coração.

- O que queria que eu pensasse quando a vi deitada, jogada próxima a uma pedra? Achei que tivesse batido a cabeça e desmaiado.

Luísa levantou para voltar para a casa enquanto Daniel a seguia.

- Quando sair deixe ao menos um bilhete para saber que está fora. Pensei que estava no quarto como ontem e só quando fui chamá-la para almoçar me dei conta de que não estava. A sorte que esse foi o primeiro lugar em que pensei em procurar.

Ela lhe confirmou com um aceno e se ocupou com o almoço que o outro havia comprado previamente.

- Ainda preciso resolver algumas pendências, então passarei a tarde fora. – Ele avisou.

- Tudo bem, se não se importar, vou ficar no mesmo lugar.

A cachoeira lhe passava uma tranquilidade momentânea para que esquecesse que Franco existe no mundo. Quando voltou para a cachoeira tirou a blusa para aproveitar o sol fraco da tarde. Como não haviam pessoas pelas redondezas sentiu-se segura em ficar apenas de sutiã e short. Tinha um desejo enorme de entrar, mas não conhecia a profundidade e o que havia nas águas. Embora soubesse nadar um pouco, não se sentia exatamente uma expert para arriscar. Outras ideias lhe passavam pela cabeça e uma delas era subir as pedras para chegar ao topo e ver a cachoeira do alto. Foi um pouco trabalhoso, mas conseguiu seu objetivo. Do alto a vista era ainda mais bela e dava para ver boa parte do sítio, inclusive a área das plantações.

Ainda não dava para ver onde começava a cachoeira e seria uma péssima hora para começar a fazer uma trilha, o tempo começava a mudar no horizonte. Seu dilema agora, seria a descida, subir parecia muito mais fácil. E reparando bem, as pedras pareciam mais escorregadias do que havia avaliado.

- Luísa, o que faz aí?

A voz de Daniel, que chegou antes do que previra, foi o suficiente para assustá-la mais uma vez, ainda mais por estar somente de sutiã. De cócoras numa pedra e com o susto, na hora em que levantou rápido para esconder os seios com os braços, ela escorregou da pedra cheia de limo direto para a água. Não lhe deu tempo de pensar, somente se viu voando do alto para o fundo da água extremamente gelada, nem mesmo lhe dera tempo de tomar fôlego, o que a fez ter dificuldades em conseguir se acalmar e subir. Afundava lentamente enquanto engolia um pouco da água no desespero. E seu corpo levava choques gelados que faziam suas articulações doerem junto com a cabeça que sentiu raspar numa pedra.

Ela sentiu seu punho sendo puxado e logo depois abraçada pelo tórax. Ao chegar na superfície tomou todo o fôlego que podia rapidamente se agarrando abraçada a Daniel que pulara na água para ajudá-la.

- Garota, você é louca? O que foi fazer lá em cima? Você podia ter morrido. – Ele a levou para a beirada enquanto a olhava atentamente com receio que tivesse se machucado. – Você teve muita sorte de não ter atingido uma pedra. Não faça mais isso, entrei em pânico.

Embora estivesse nervoso, sua voz saía terna e com preocupação ao perceber que ela ainda tossia e respirava arquejante. O susto do afogamento a fez ficar amolecida, ela queria apenas ser carregada para casa.

- Desculpe, me assustei com você chegando cedo. – Ela levou a mão atrás da cabeça e sentiu a dor do arranhão na nuca que raspou na pedra do topo da cachoeira ao escorregar. – Acho que me machuquei, mas não foi tão grave.

Daniel a apoiou numa pedra ainda dentro d'água e lhe afastou os cabelos do rosto esperando que se recuperasse. A essa altura nenhum dos dois estava ligando para o fato de Luísa estar somente de sutiã na parte superior.

- Posso ver? Está ficando melhor? – Ele a tocou na nuca.

- Estou bem. – A voz saiu fraca.

Eles também não se davam conta de que estavam muito próximos e a proximidade encurtava a cada respiração mais prolongada da garota. A mão do rapaz repousada nos cabelos de Luísa descia vagarosamente até sua bochecha vermelha enquanto a outra a prensava na base da margem, ela tirou os braços que o envolvia o pescoço e os apoiou no peitoral molhado. A água os cobria até o peito. Daniel não teve tempo de tirar a roupa antes de pular para salvá-la, estava com a camiseta azul escura colada no tórax definido. Luísa mantinha os olhos fixos nos dele e quando o coração começou a acelerar novamente passou a fixar os lábios avermelhados do rapaz se aproximando. Chegou muito próximo de um beijo.

Por um segundo ela sentiu o coração parar e depois voltar a bater muito rápido. Queria que ele se aproximasse, a beijasse e a abraçasse, mas ele se afastou para longe. Ele a encarou e logo após preferiu sair da água e ajudá-la a subir. Ela vestiu a blusa e andou vagarosamente atrás de Daniel.

Seus pensamentos estavam confusos. Ela não precisava se sentir culpada, afinal Daniel é seu marido, mas essa relação era comprada, nada construído na base do amor. Podia aproveitar essa situação sem peso na consciência mesmo com sua família ocupando a maior parte de seus pensamentos e toda sua vida? Ela não sabia.

Ainda um pouco fraca e de respiração pesada ela se trancou no quarto para se trocar e o outro fez o mesmo. Nenhum dos dois conseguiu encarar o outro. Luísa recusou o jantar quando o marido foi bater em sua porta e ele não insistiu.

Naquela mesma noite, antes de avançar a madrugada, a chuva começara a cair forte. O vento balançava as vidraças da janela com violência, talvez por estarem no interior. Apesar do medo, a mulher ficou quieta na cama coberta até o pescoço. O vento assobiava afrontoso e, mesmo temerosa, Luísa levantou para verificar os trincos que pareciam frágeis e corroídos pelos tempo. Com apenas um toque acabou rompendo o trinco das enorme janelas de madeira e vidro, o que a fez pular assustada e se jogar contra a porta do outro lado do quarto. Com o barulho Daniel acabou aparecendo para ajudá-la.

- O trinco arrebentou, não vou conseguir fechar e vai molhar seu quarto. Vou levá-la para outro. - Ele disse depois de verificar.

Ele a ajudou a recolher as coisas para a mudança. Um clarão vindo de um raio iluminou o lugar rapidamente.

- Ah, se não se importar, prefiro ficar com você. Estou com medo dessa casa e da tempestade. – Ela falou tentando sobrepor a voz ao barulho da chuva.

O homem parou no corredor para pensar por alguns segundos e outro relâmpago mais próximo iluminou a expressão um tanto aterrorizada da garota.

- Certo. – Ele confirmou sem emoção.

A guiou novamente para uma porta no fim do corredor no lado oposto da casa. Aquele aposento estava na direção contrária ao vento e só se ouvia o silvo. Passava da meia noite e Luísa se aconchegou nos lençóis brancos da cama queen size que os dava uma boa distância do outro. Daniel pensou em dormir no sofá de couro que havia também no aposento, mas desistiu ao reparar a esposa concentrada em um canto mínimo, deixando um generoso espaço para ele.

Naquela situação, a mulher não conseguia pegar no sono, lembrava a todo momento do beijo que quase trocaram na cachoeira. Sentia as bochechas queimarem e o coração acelerar. A uma hora da manhã seu estômago fez um barulho alto e ela torceu para que o rapaz já estivesse dormindo.

- Está com fome? – Ela ouviu a voz grave atravessar a escuridão até seus ouvidos.

A mulher acabou por sentar na cama e responder:

- Tudo bem, pode deixar que eu me viro.

Mesmo com medo da chuva intensa, se dirigiu a cozinha sozinha e tateou a procura do interruptor. As luzes fortes fizeram doer os olhos. Ainda se sentia fraca e molenga, talvez pelo susto e o afogamento. Procurou algo rápido para comer, saciou a sede que não se deu conta que sentia e voltou correndo para o quarto.

Com essa pequena corrida não pode deixar de tossir ao chegar na cama. Tentou respirar calmamente para se recuperar da crise e soltou uma baforada. Quando conseguiu se cobrir sentiu Daniel chegar mais perto e lhe afastar os cabelos do pescoço. Por reflexo, acabou virando de barriga para cima tentando enxergar através do escuro, enquanto ele a tocava no pescoço com uma das mãos e apoiado no cotovelo com o braço livre.

- Você está com febre. – Ele falou baixinho e rapidamente se levantou.

- Não precisa se incomodar, vou ficar bem. – Luísa sentou na cama para chamá-lo de volta.

Daniel não deu ouvidos e acendeu a luz para procurar algo no guarda roupas. Não conseguiu achar o que queria e se dirigiu a cozinha. Após quase dez minutos ele voltou com um comprimido e um copo de água e colocou nas mãos da mulher.

- Esse foi o único que encontrei, amanhã de manhã passaremos em alguma farmácia para comprar outro.

- Tudo bem, obrigada. – Ela colocou o copo no móvel de mogno ao lado da cama e se deitou.

O marido apagou a luz e voltou para seu lugar. Após alguns minutos de silêncio ele a percebeu ainda inquieta e respirando pesado. Chegou mais perto.

- Está passando mal? Prefere que a leve para o hospital? – Perguntou.

- Não, obrigada. – Ela respondeu sem se mover desta vez.

- Engoliu muita água?

- Um pouco. – Ela não pôde resistir em virar-se na direção do outro. – Não o estou deixando dormir, não é? Acho que a chuva está passando, vou para outro lugar.

- Está tudo bem, pode ficar, eu nunca consigo dormir quando venho para esse lugar.

Houve alguns segundos de silêncio.

- Por que não?

- Não sei.

Ela percebeu que ele não queria dizer e voltou para a posição inicial dando as costas a ele e se aconchegando nas cobertas para não incomodar mais do que já fizera.

Daniel encostou a cabeça no travesseiro, porém, um pouco mais próximo dessa vez, o que lhe permitiu tocar os cabelos espalhados de Luísa. Ela sentiu alguns fios sendo acariciados e lhe arrepiou o couro cabeludo.

- Eu gostava de dormir mexendo nos cabelos da minha mãe quando criança. – Ele explicou antes que ela objetasse.

- Fique a vontade. – Fez silêncio e completou baixinho. – Gosto que mexam no meu cabelo.

- Você não é drogada e nem parece ter algum tipo de problema. – Ele falou após alguns minutos em que ela quase dormia. – Tomei a liberdade de pedir que o médico fizesse análise de agentes químicos no seu sangue quando a levei ao hospital. – Ela permaneceu calada. – Por que seu padrasto faz isso com você?

- Não é óbvio? – Ela se posicionou de barriga para cima - Ele me quer para ele. – Sussurrou como se analisasse as próprias palavras encarando o teto.

- Você está casada comigo, vou protegê-la.

- Não quero, Daniel. É muito arriscado. – Dessa vez falou firme tentando afastar os pensamentos aterrorizantes do que quer que ele fosse tentar com Franco. Ele poderia colocar em risco sua mãe e irmã.

Também não podia, de jeito nenhum, se apaixonar por ele ou deixar que ele sentisse o mesmo por ela, embora estivesse sendo muito difícil no momento.

- Posso tentar dar um jeito. Confie em mim, me diga o que quer que eu faça. Eu prometo ajudá-la.

- Não é possível, é muito perigoso. – Ela deu as costas a ele novamente.

     A essa altura se sentia tão carente e necessitada de proteção, que desejava que alguém a pegasse no colo como um bebê a ser ninado, não se importaria se Daniel a tomasse para si naquele momento. A sensação de abandono, de rejeição a deixava triste e Daniel a deixava confusa.

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Luna

Luna

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2020-03-08

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