Rainha Das Rosas: Sussurros Sombrias

Rainha Das Rosas: Sussurros Sombrias

Capítulo 1: O Luto do Reino

A luz da manhã filtrava-se através das janelas do castelo, mas para Estela, a beleza do dia parecia distante e irrelevante. O aroma do orvalho fresco e o canto dos pássaros no jardim eram um lembrete cruel de que o mundo lá fora continuava a girar, mesmo enquanto seu coração estava despedaçado. Com os olhos marejados, ela observou a sala do trono, um espaço que sempre fora vibrante e cheio de vida, agora envolto em um luto profundo.

O funeral de seus pais, o rei e a rainha, seria realizado naquela manhã. Estela estava presa entre a necessidade de honrar a memória deles e a pressão de assumir suas responsabilidades como nova rainha. Carlos, seu irmão mais velho, já havia se preparado para o evento, vestindo um manto negro que simbolizava a dor da perda e o peso da coroa que agora recairia sobre os ombros de Estela.

“Ainda não é hora de chorar”, Carlos disse suavemente, aproximando-se dela. Havia um cansaço em seus olhos que a fez sentir uma pontada de culpa. “Precisamos mostrar força ao nosso povo.”

Ela assentiu, mas não conseguia desviar os pensamentos da imagem de seus pais, felizes e saudáveis, que pareciam ter partido há apenas alguns dias. “Eu sei”, respondeu, sua voz tremendo. “Mas como posso fazer isso sem eles?”

Carlos suspirou, a frustração transparecendo em seu tom. “Nós não temos escolha. Eles esperavam isso de nós. Precisamos honrá-los, Estela. Temos um reino para cuidar.”

Os dois se dirigiram ao salão principal, onde a cerimônia seria realizada. A sala estava decorada com flores brancas, um símbolo de pureza e luto. O cheiro do lírio do vale enchia o ar, e Estela se perguntou se isso teria sido a escolha de sua mãe. Ela sempre amou aquela flor, frequentemente a usava em seus vestidos.

O povo se reunia do lado de fora, e o murmúrio de vozes tristes se intensificava à medida que as horas passavam. Estela olhou pela janela, vendo rostos familiares entre a multidão: nobres, camponeses e até crianças que haviam brincado nos jardins reais. Todos estavam ali para prestar suas homenagens, e a responsabilidade de representar a realeza pesava sobre ela.

“Estela, é hora”, Carlos disse, interrompendo seus pensamentos. Ele estava ali, seu olhar firme e protetor. Estela respirou fundo e se virou para ele, buscando um pouco de força.

Eles atravessaram o corredor até o altar, onde um caixão coberto de flores aguardava. Estela sentiu a pressão no peito aumentar. A imagem de seus pais, tão dignos e amorosos, era um peso que quase a fazia desmoronar. Ela se posicionou ao lado de Carlos, enquanto os membros da corte tomavam seus lugares.

“Queridos cidadãos, amigos e familiares”, começou Carlos, sua voz ecoando pela sala. “Hoje, reunimo-nos para celebrar a vida de nossos amados monarcas. Eles nos deixaram, mas seus ensinamentos e amor viverão para sempre em nossos corações.”

Estela observou o rosto de Carlos, admirando sua determinação. Ele estava sendo forte por ela, mesmo quando seu próprio coração estava quebrado. Assim que ele começou a falar sobre as conquistas e virtudes de seus pais, ela se permitiu pensar em suas memórias. O riso deles, os abraços calorosos e as histórias contadas à noite eram lembranças que ela queria guardar para sempre.

No entanto, a realidade era dura. Ela sabia que, em breve, seria responsável por tudo o que seus pais haviam construído. A coroa, agora uma possibilidade mais real do que nunca, parecia pesar como chumbo em sua cabeça. Estela sentiu o medo crescer dentro de si. E se ela não conseguisse ser a rainha que seu povo precisava?

O funeral prosseguiu com honras, e, à medida que Carlos e Estela se aproximavam do caixão, o tempo parecia parar. Ela colocou a mão sobre a tampa, um gesto de despedida e de amor. “Prometo que farei o melhor para o reino”, murmurou, embora soubesse que ninguém poderia ouvir.

Quando o evento terminou e as pessoas começaram a se dispersar, um silêncio pesado pairou sobre Estela e Carlos. “Agora o verdadeiro trabalho começa”, disse Carlos, olhando para sua irmã com preocupação. “Precisamos nos reunir com os conselheiros e discutir o futuro.”

“Carlos, eu… estou com medo”, Estela confessou, as lágrimas finalmente escorrendo por seu rosto. “Eu não sei se sou capaz de fazer isso sem eles.”

Carlos a puxou para mais perto, envolvendo-a em um abraço reconfortante. “Você não está sozinha, Estela. Eu estarei ao seu lado, sempre. Juntos, nós superaremos isso.”

Naquele momento, a determinação cresceu dentro dela. A perda de seus pais era insuportável, mas ela se lembraria de suas lições e de seu amor. Se havia algo que eles haviam ensinado, era que a força poderia ser encontrada mesmo nas horas mais sombrias.

“Vamos fazer isso por eles”, Estela declarou, secando as lágrimas com a mão. “Vamos garantir que seu legado viva. Eu sou a Rainha das Rosas, e não deixarei que suas vidas sejam em vão.”

Carlos sorriu, um brilho de orgulho em seus olhos. “Isso mesmo, irmã. A história do nosso reino começa agora.”

E assim, com a dor ainda ardendo em seus corações, Estela e Carlos se prepararam para enfrentar o futuro, determinados a honrar seus pais e a proteger o reino que agora estava sob sua responsabilidade. As rosas poderiam estar cercadas por espinhos, mas, juntas, enfrentariam os desafios que viriam.

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