O dia amanheceu nublado e pesado, como se o próprio céu refletisse a tensão que permeava o castelo de Estela. Após a reunião com os nobres, ela se sentia exausta, mas ainda determinada a manter a esperança viva no coração do reino. Enquanto se preparava para o dia, as palavras de Carlos ecoavam em sua mente. Ela precisava ter cuidado, pois as sombras estavam se movendo, e nem todos eram o que pareciam ser.
Após um leve café da manhã, Estela decidiu caminhar pelos jardins do castelo para clarear a mente. O perfume das flores e o canto dos pássaros eram um lembrete do que estavam lutando para proteger. Mas logo a tranquilidade foi interrompida por um grito vindo da entrada do castelo.
“Um viajante se aproxima!” um dos guardas anunciou, sua voz cortando o ar da manhã. “Ele pede para ver a rainha!”
Estela franziu a testa. Quem seria esse viajante? Um calafrio percorreu sua espinha, mas sua curiosidade a impulsionou a ir até a entrada do castelo. Ao se aproximar, pôde ver um homem alto e magro, de cabelos desgrenhados e vestes empoeiradas. Ele estava ofegante e parecia ter viajado por um longo tempo.
“O que traz você aqui, estranho?” Estela perguntou, sua voz firme, mas contida.
O viajante se curvou levemente, os olhos intensos se fixando nela. “Meu nome é Arion. Venho de terras distantes, além das montanhas e florestas que cercam seu reino. Trago notícias que podem impactar a segurança de sua majestade e de seu povo.”
“Notícias?” Estela repetiu, o coração acelerando. “Que tipo de notícias?”
“Notícias inquietantes”, ele respondeu, os olhos brilhando com uma intensidade inquietante. “Um movimento sombrio está se formando nas fronteiras. Existem forças que desejam desestabilizar seu reino e, se não forem detidas, poderão trazer a ruína para todos.”
As palavras de Arion ecoaram na mente de Estela, reacendendo a preocupação que já a atormentava. “O que você sabe sobre essas forças? Quem são eles?”
Arion hesitou por um momento, como se ponderasse suas palavras. “São seguidores de um culto antigo, que busca reviver práticas esquecidas, trazendo de volta as trevas que muitos pensavam ter sido banidas. Eles acreditam que a única forma de obter poder é mergulhar o mundo na escuridão.”
Estela sentiu um nó se formar em seu estômago. “E como você sabe disso? Por que deveria acreditar em você, um viajante desconhecido?”
“Eu sou um mensageiro, minha rainha”, Arion explicou, sua voz calma e segura. “Passei anos investigando as forças que se movem nas sombras. Há meses, ouvi rumores de uma reunião secreta dos seguidores do culto em uma caverna próxima à fronteira do seu reino. Eles estão se preparando para um ataque.”
O desespero tomou conta de Estela. “E o que podemos fazer para impedi-los?”
“Primeiro, você deve reunir seus aliados e preparar suas defesas”, Arion disse, seu tom se tornando urgente. “Você não pode subestimar a força deles. Eles têm seguidores dentro e fora de seu reino. A lealdade pode ser traiçoeira, e é preciso ter cuidado.”
“Então você veio até nós para alertar sobre isso?”, Carlos perguntou, que havia se aproximado e agora estava ao lado de Estela, analisando o homem com cautela.
“Sim, meu lord. A escuridão não respeita fronteiras. Se eles conseguirem se infiltrar em seu reino, será tarde demais. Eu não vim para causar alarde, mas para alertar. O tempo é curto.”
“Por que você se importa? O que ganha com isso?” Estela perguntou, com um olhar desconfiado.
“Eu perdi muitos amigos para essas forças. Eles atacaram minha vila e destruiram tudo o que eu conhecia. Vim aqui porque acredito que, juntos, podemos lutar contra eles”, Arion respondeu, seu olhar fervoroso. “Se você não agir, sua gente poderá sofrer um destino semelhante.”
Estela olhou para Carlos, buscando orientação. O irmão tinha uma expressão pensativa, ponderando as informações que acabara de ouvir. “Precisamos ouvir o que ele tem a dizer. Se há uma ameaça real, devemos nos preparar”, Carlos finalmente afirmou.
Estela assentiu lentamente. “Concordo, mas precisamos de provas concretas antes de tomarmos qualquer medida. O reino já passou por tanta agitação, e não podemos permitir que rumores criem pânico desnecessário.”
Arion franziu a testa, mas sua determinação não vacilou. “Entendo sua cautela, minha rainha. No entanto, eu trago algo que pode ajudá-la.” Ele puxou um pequeno rolo de pergaminho de sua vestimenta e entregou a Estela. “Este é um mapa que mostra a localização da caverna onde os cultos se reúnem. Eu marquei a posição de seus acampamentos e as rotas que eles estão tomando.”
Estela tomou o mapa, seus dedos tremendo levemente ao tocá-lo. Ela sentia que estava se deparando com algo grande e sério, que exigia uma ação rápida e decidida. “O que mais podemos esperar encontrar lá?”
“Rituais que podem invocar forças obscuras”, Arion respondeu, sua voz sombria. “Se eles forem bem-sucedidos, a escuridão se espalhará e seu reino ficará vulnerável. Não devemos permitir que isso aconteça.”
Carlos se virou para Estela, seus olhos brilhando com determinação. “Precisamos investigar isso. Se as ameaças são reais, precisamos agir agora, antes que se tornem um problema maior.”
Estela assentiu, sentindo a pressão crescer sobre seus ombros. “Você está certo. Arion, você pode nos guiar até lá?”
“Sim, minha rainha. Estarei com vocês”, ele respondeu, aliviando um pouco a tensão que pesava no ar. “Mas não podemos demorar. A reunião dos cultos acontece em breve, e precisamos chegar a tempo.”
Com um aceno decidido, Estela virou-se para Carlos. “Prepare os cavaleiros. Vamos reunir um pequeno grupo para nos acompanhar. Precisamos ir imediatamente.”
Carlos concordou e se afastou, organizando as tropas. Enquanto isso, Estela voltou sua atenção para Arion. “Você pode nos dizer mais sobre o que esperar? Que tipo de forças estaremos enfrentando?”
“São criaturas de sombras, que buscam alimentar-se do medo e da dor”, Arion respondeu, sua expressão sombria. “Eles podem ter aliados humanos entre eles. Espiões que se infiltraram em seu reino, prontos para traí-la.”
Estela sentiu uma onda de raiva e medo. A traição estava mais próxima do que nunca, e isso tornava a situação ainda mais delicada. “Precisamos ser rápidos, mas também discretos. Não podemos alertar o culto sobre nossa presença.”
“Faremos isso com cautela”, Arion assegurou. “Se formos inteligentes e rápidos, podemos interceptá-los antes que o ritual comece.”
Finalmente, os cavaleiros estavam prontos e a pequena equipe partiu em direção à caverna, montados em seus cavalos. O vento soprava forte, e as nuvens ameaçadoras pareciam pressagiar o que estava por vir. Estela olhava para Arion, buscando conforto na determinação que ele exibia.
O caminho até a caverna era tortuoso e cheio de desafios, mas Estela estava focada. Seu coração batia forte, não apenas pela ansiedade, mas pela responsabilidade que sentia. Se Arion estava certo, eles poderiam estar se dirigindo para um confronto que poderia mudar tudo.
Finalmente, chegaram à entrada da caverna, um local escuro e sinistro, onde as sombras pareciam dançar ao redor. Estela trocou olhares com Carlos, e Arion fez sinal para que se aproximassem com cautela. “Lembre-se, a força deles está na escuridão. Precisamos estar prontos para qualquer coisa.”
Estela respirou fundo, sua mente clara e focada. “Estamos prontos”, ela respondeu, firme. “Não deixaremos que a escuridão vença. Lutaremos pelo nosso reino e pelo nosso povo, não importa o que enfrentemos.”
Com a determinação renovada, eles se aventuraram na caverna, prontos para enfrentar o desconhecido e lutar contra as forças que ameaçavam seu lar. O que quer que estivesse à espreita nas sombras, Estela estava decidida a combatê-lo e proteger aqueles que amava. A batalha entre luz e escuridão estava prestes a começar.
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Atualizado até capítulo 50
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Comments
Cecilia geralda Geralda ramos
veremos se não é uma emboscada.
2025-02-07
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