Rosa Do Deserto – A Assassina Da Máfia

Rosa Do Deserto – A Assassina Da Máfia

Capítulo 1: Preço de Sangue.

...Dedico esse livro para Caio, meu mono Samira favorito. Essa história é para você!...

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Todo mundo tem seu preço. O meu, é todo o mundo.

Meu nome é Samira Nightshade, mas entre aqueles com quem trabalho, sou conhecida simplesmente como Samira. O sobrenome sombrio que carrego não é o meu original, na verdade, nem sei se nasci com um. Minha mãe estava ocupada demais me jogando em uma lata de lixo, enquanto fugia das garras do meu pai.

Depois de ser encontrada em uma sacola de lixo, alguém decidiu me levar para casa. Isso poderia parecer um gesto gentil, se não houvesse um preço. O preço? Como eu disse, todos têm o seu. O daquela pessoa era sangue.

Alex me criou debaixo de suas asas sombrias, sendo um homem com uma ganância inabalável que o levou a dever dinheiro para agiotas. E, no momento certo, ele me fez pagar o preço: uma bala bem certeira na cabeça do seu cobrador.

Desde então, fui moldada por um mundo onde a violência era a moeda de troca. E eu me tornei mestra em negociar com ela.

Alex foi meu mentor, um mestre das sombras, ensinando-me habilidades que agora são meu sustento e minha sentença. Ele me chamava de corajosa, dizia que eu tinha fogo nas veias. Mal sabia eu que ele me moldava para seu próprio benefício, sem se importar com o que aconteceria comigo.

Eu absorvi cada lição que Alex me ofereceu, alimentando meu interesse pela violência como se fosse uma chama voraz dentro de mim. A cada golpe, a cada estratégia meticulosamente planejada, eu me sentia mais viva, mais poderosa. Era como se a violência corresse em minhas veias, uma parte intrínseca do meu ser, alimentada pela escuridão que permeava minha existência desde o momento em que fui resgatada da lata de lixo.

E Alex sabia disso. Ele compreendia que seus elogios eram a gasolina para uma combustão completa dentro de mim. Cada palavra de encorajamento, cada louvor à minha coragem, só serviam para alimentar esse fogo interior, tornando-me mais determinada, mais implacável. Enquanto ele me via como uma aprendiz promissora, eu me via como uma guerreira em ascensão, pronta para desafiar não apenas os inimigos que ele designava, mas também o próprio Alex, se necessário fosse.

Pois eu sabia que, no final das contas, o verdadeiro preço do sangue sempre seria cobrado. E eu estava disposta a pagá-lo, custasse o que custasse.

Apontando a pistola para Alex, eu entendia muito bem isso. Antes, o preço dele era sangue. Hoje, o meu preço seria uma cicatriz em seu rosto.

— Escute, Samira, tudo não passa de um mau entendido! Diga ao seu chefe que não roubei nada! O dinheiro dele está comigo, aqui na bolsa. Estava guardando, para manter seguro. Vou te devolver, espere um momento. — Ele fez menção de se mover, e eu dei um último aviso.

— Mais um passo, e eu estouro seus miolos.

O suor começou a brotar em sua testa enquanto ele tentava manter a calma diante do cano da minha arma. Seus olhos, uma vez cheios de confiança e superioridade, agora mostravam um lampejo de medo e desespero. Ele sabia que eu não estava brincando.

— Samira, por favor, eu posso explicar tudo! Não precisa fazer isso! — Ele implorou, as palavras saindo em uma torrente de desespero.

Eu mantive a pistola firme, sem dar espaço para dúvidas. Minha mente estava calma, afiada como a lâmina de uma faca. Eu tinha aprendido com Alex a importância de ser impiedosa, de não hesitar quando chegasse o momento de agir. E esse momento era agora.

— Não há mais nada para explicar, Alex. Você sabe qual é o preço da traição. E agora é hora de pagar.

— Filha, minha filha querida. Samira, fui eu quem te criei, não foi? Pense nisso. Por favor, não faça nada que vá se arrepender! Seu pai sou eu. — Alex suplicou, suas palavras ecoando no espaço tenso entre nós.

Por um momento, as palavras dele me atingiram como um soco no estômago. Ele tinha razão em um ponto: ele havia sido a única figura paterna que eu conhecia, por mais distorcida que essa relação fosse. Mas suas ações recentes haviam apagado qualquer vestígio de lealdade ou afeto que eu pudesse ter sentido por ele.

Engolindo em seco, mantive a pistola firme, resistindo à tentação de baixá-la. Eu tinha que me lembrar do que ele havia feito, do dinheiro que ele tinha em suas mãos. E eu não podia permitir que sentimentos confusos nublassem meu julgamento e atrapalhasse meu trabalho.

— Você pode ter me criado, Alex, mas suas escolhas me mostraram quem você realmente é. E agora, é hora de enfrentar as consequências. — Minha voz saiu firme, mas por dentro, eu tremia com a decisão que estava prestes a tomar.

Alex olhou para mim, seus olhos suplicantes refletindo um misto de medo e desespero. Mas não havia mais espaço para hesitação. Eu sabia o que precisava ser feito.

— Agora, ande. Mostre onde está a maleta.

Alex se moveu lentamente, seus passos pesados ecoando pelo ambiente tenso enquanto eu o seguia de perto, mantendo a arma apontada para suas costas. Seu rosto estava pálido, os olhos desviando-se nervosamente enquanto ele me guiava em direção ao seu destino desconhecido.

Eu me mantive alerta, os sentidos aguçados enquanto observava cada movimento dele. Não podia me dar ao luxo de baixar a guarda, não quando estávamos tão perto de resolver esse impasse.

A maleta, carregada com o dinheiro que Alex havia roubado, era o objetivo final. E eu estava determinada a recuperá-la, custasse o que custasse.

Enquanto seguia Alex pelos corredores sombrios, eu me preparava para o que estava por vir. Não importava o que acontecesse, eu não iria vacilar. Eu estava decidida a cumprir minha missão, não importa o quê.

Finalmente, chegamos ao destino: uma sala pequena e pouco iluminada no final do corredor. Alex parou abruptamente e se virou para encarar-me, suas mãos tremendo enquanto segurava a maleta.

— Aqui está, Samira. Toma, é toda sua. Por favor, não faça nada precipitado. — Sua voz estava carregada de tensão e súplica, enquanto ele estendia a maleta na minha direção.

Encarei-o por um momento, avaliando suas palavras e suas intenções. Então, com um aceno de cabeça, eu aceitei a maleta, mantendo minha arma pronta em caso de qualquer movimento suspeito.

Após receber a maleta de Alex, eu mantive minha postura firme, enquanto ele se afastava lentamente. Observando-o de perto, percebi o tremor em suas mãos e o suor que brotava em sua testa.

— Muito bem, Alex. Você fez a escolha certa. Agora, limpe o suor da sua testa. Você fica horrível molhado. — Minha voz era calma, quase casual, enquanto eu o desafiava com um olhar penetrante.

A distração momentânea de Alex foi tudo o que eu precisava. Com um movimento rápido e preciso, saquei o canivete que mantinha escondido em meu bolso e o pressionei contra a pele dele. Um corte profundo se abriu em seu rosto, do maxilar até a bochecha, e um filete de sangue começou a escorrer, pintando o ar com um borrifo vermelho.

Alex soltou um grito abafado de dor e surpresa, sua mão voando para o ferimento enquanto recuava, chocado com a velocidade e ferocidade do meu ataque.

— Isso é um lembrete, Alex. Um lembrete de que você não pode confiar em ninguém, nem mesmo naqueles que você pensa conhecer bem.

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