Samira narrando...
Ao me deparar com James Stone, inicialmente imaginei que ele fosse significativamente mais velho do que eu, mas logo percebi que havia apenas alguns anos nos separando. Era impressionante como, mesmo jovem, ele possuía um currículo invejável e irradiava uma aura de sucesso. Enquanto isso, eu, por outro lado, jamais havia adentrado o mundo corporativo.
Minha experiência mais próxima de um ambiente empresarial estava ligada aos negócios obscuros de Alex, quando ele tentou me envolver na venda de substâncias ilegais. Contudo, naquela época, eu já possuía consciência suficiente para recusar essa proposta e optar por trabalhar na sombra, eliminando as ameaças que surgiam no caminho de Alex. Lidar com viciados nunca foi uma opção viável para mim, pois sabia que, em algum momento, minha paciência se esgotaria e eu acabaria resolvendo os problemas com violência.
Por outro lado, James parecia nunca ter enfrentado tais dilemas. Ele desfrutava de uma sólida base financeira e me conduzia até a sede da empresa de jogos "Smash!" em seu luxuoso carro. Ali, ele não apenas gerenciava o departamento de TI, mas também oferecia assistência ao dono da empresa, Ivan, que era o alvo da minha missão.
Enquanto observava James com atenção, eu não conseguia deixar de questionar suas verdadeiras motivações. Afinal, por que alguém tão bem-sucedido e aparentemente íntegro como ele optaria por se envolver contra Ivan, o alvo da minha missão?
Essa dúvida pairava em minha mente, provocando uma sensação de intriga e desconfiança. Eu me perguntava se James estaria buscando alguma forma de vingança contra Ivan, talvez por algum motivo pessoal ou profissional do passado. No entanto, a aparente proximidade entre os dois sugeria uma relação mais complexa do que simplesmente uma questão de acerto de contas.
Enquanto tentava decifrar os motivos ocultos por trás das ações de James, eu permanecia alerta, consciente de que o mundo empresarial muitas vezes escondia segredos e intrigas.
Enquanto percorríamos o trajeto no carro luxuoso, James demonstrava entusiasmo ao falar sobre a empresa.
— Você vai gostar de trabalhar lá, Samira. O ambiente é excelente! E há muito espaço para crescimento.
Olhei para ele com curiosidade, pegando um chiclete no apoio do carro e mastigando.
— Nunca trabalhei em uma empresa, James. Não faço ideia de como seja, mas confesso que estou curiosa. Na verdade, nunca lidei de perto com pessoas honestas. Esta é a primeira vez.
James soltou uma risada suave, balançando a cabeça com uma expressão divertida.
— Ah, Samira, você ficaria surpresa ao descobrir que o mundo corporativo nem sempre é tão diferente do mundo criminoso. Apenas os métodos e as máscaras que as pessoas usam para alcançar seus objetivos são um pouco mais polidos. Mas, acredite, as intenções nem sempre são tão puras quanto parecem.
Ele lançou um olhar sério antes de continuar:
— E quanto a Christine, tome cuidado com ela. Ela é como uma cobra venenosa, habilidosa em manipular situações e pessoas ao seu favor. Ela pode ser um obstáculo significativo em nossos planos para lidar com Ivan.
— Pode deixar que tenho o antídoto contra as cobras venenosas, James. Amo um desafio! Estou louca para conhecer essa Cristine.
James riu, apreciando o meu espírito determinado.
— Gosto do seu espírito, garota! O senhor Winter realmente fala muito bem de você. Bem, quanto a Cristine, ela que irá te entrevistar. Lembre-se de manter aquilo que combinamos: você é filha de uma conhecida minha, que trabalhava em um mercado e quer uma oportunidade melhor. Você vai começar a faculdade de design no ano que vem.
Ele entregou um olhar de confiança, como se estivesse certo de que ela conseguiria lidar com qualquer desafio que viesse pela frente.
Senti uma empolgação renovada ao ouvir as palavras de encorajamento de James.
— Pode deixar, James! De agora em diante, sou a candidata de auxiliar de escritório mais dedicada que existiu! Sou uma boa moça, e com as melhores intenções.
Nós dois rimos em uníssono, compartilhando um momento de cumplicidade antes de James retomar um tom mais sério.
— Isso, Samira. Faça dessa forma, e ninguém irá desconfiar.
Com um olhar determinado, James acelerou ainda mais o carro conforme nos aproximávamos do destino. Era hora de colocar o plano em prática e lidar com Ivan de uma vez por todas.
Chegando lá, fui recebida por uma mulher com traços mestiços, cujo sorriso parecia tão forçado que uma parte de mim se inquietou instantaneamente. Mesmo sabendo que era crucial manter a narrativa de uma jovem em busca de oportunidades, desejava ter me apresentado de forma mais apresentável. No entanto, optei por uma vestimenta simples, que condizia com a história que eu estava prestes a contar.
Enquanto adentrava a empresa de jogos, sentia o olhar penetrante dos funcionários ao meu redor, avaliando cada detalhe da minha presença ali. Mantive-me firme, lembrando-me do propósito da minha missão e da necessidade de manter a discrição.
A mulher mestiça se aproximou e se apresentou como Cristine Nakamura. Sua voz, polida, carregava uma nuance de falsidade que não passou despercebida por mim. Ela me conduziu por corredores bem iluminados, repletos de obras de arte contemporâneas e tecnologia de ponta.
— Seja bem-vinda, Samira. Estou ansiosa para conhecê-la melhor e discutir as oportunidades disponíveis para você aqui na empresa — disse Cristine, com um sorriso que não alcançava seus olhos.
Enquanto caminhávamos, senti a adrenalina pulsar em minhas veias. Estava ansiosa para colocar meu plano em prática e enfrentar o desafio que se apresentava diante de mim. Mais uma vez, iria cumprir essa missão e pegar o dinheiro reservado para mim. Com isso, eu fugiria do país, desaparecendo da vista de todos que achavam que me conheciam. Era a minha chance de recomeçar em um lugar onde ninguém poderia me encontrar, deixando para trás um passado cheio de sangue e perigo.
No fim da entrevista, percebi que Cristine estava relutante, mas concordou em me ligar. Senti uma vibração estranha vindo dela, como se algo a incomodasse profundamente, apesar de sua tentativa de disfarçar com falsidade. Enquanto ela se despedia com um sorriso forçado, eu me perguntava o que estaria por trás daquela máscara de mentiras.
Imaginava seus pensamentos, tentando decifrar seus segredos mais sombrios. Como assassina, desenvolvi um instinto afiado para detectar quando alguém não era confiável, e Cristine certamente parecia esconder algo obscuro.
Enquanto aguardava pela ligação que poderia selar meu destino, fazia questão de manter meus sentidos alertas e minha mente afiada. Sabia que, quando tivesse a oportunidade de enfiar a faca em seu pescoço, sentiria um prazer mórbido ao vê-la sangrar. Afinal, no meu mundo sombrio, não havia espaço para pessoas como Cristine, carregando segredos tão obscuros quanto os meus próprios.
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Atualizado até capítulo 35
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