Entre Nós

Entre Nós

Lille, França - 06 de janeiro de 1881

Francine corria pelo extenso jardim da Instituição. A sua mãe raramente tinha tempo para ela, então passava a tarde brincando sozinha.

Naquela tarde, a sua mãe organizava alguns documentos. Logo, mais alunas se juntariam a escola, e tudo precisava estar perfeito para o grande dia.

Pretendendo ter paz, a coordenadora mandou Francine para o jardim. Era sempre assim, na presença dos responsáveis das outras crianças, Francine era o anjo que Deus havia enviado para Delphine. Contudo, longe dos olhares apaixonados que os adultos distribuíam a Francine, a coordenadora a queria bem longe.

Não se sabia bem o motivo de Delphine querer a filha longe, muitos especulavam ser porque a pequena se parecia com o falecido pai. O certo, era que a língua de Francine irritava mais Delphine do que as suas características físicas.

Curiosa, a pequena via e ouvia tudo com muita atenção, e as vezes os seus comentários sinceros sobre certas situações que aconteciam na escola, deixavam a coordenadora em maus lençóis. Para dizer o mínimo.

Francine deixava escapar a severidade de Delphine para com as demais crianças, e isso fazia muitos dos pais desistirem de matricular as suas filhas na Instituição. Fato era, que apenas as crianças malcriadas tinham as regras de repressão assinadas pelos responsáveis. Visando sempre uma boa educação e um futuro brilhante na sociedade aristocrática.

A pequena Francine não diferia das demais crianças, o seu pai em vida fora um exemplo de educação e bons modos. Deixando a Instituição nas mãos da esposa, e uma pequena fortuna guardada, foi por meio dela que Delphine conseguiu manter a casa e os costumes luxuosos.

Porém, não era suficiente. Manter os empregados era muito caro, assim como manter os funcionários da Instituição e os gastos astronômicos com as vestimentas. Que precisavam acompanhar a moda.

Francine estava a crescer, e para mulher, tudo custava mais caro. Delphine contava os dias nos dedos das mãos, para ela chegar logo a idade ideal para se casar. Somente assim os gastos iriam diminuir.

Longe de todas as preocupações e expectativas da sua mãe, Francine brincava em volta do lago com a sua amiga inseparável. Uma boneca de porcelana.

As crianças costumavam insulta-la com frequência, dada as características peculiares da boneca.

Tendo olhos grandes e dois rostos, Bia - como Francine a chamava - trazia em uma das faces uma expressão sorridente, enquanto na outra apresentava uma expressão de agonia. Sua cabeça girava, mostrando a expressão que Francine deseja expressar seu humor, e uma voz abafada saia de dentro da boneca sempre que a menina puxava uma cordinha.

"Está com você!" - Bia repetia, pois, era a única frase gravada para falar.

As crianças repetiam de forma incansável a palavra "monstro", sempre que Francine passava, carregando a boneca. Isso nunca a incomodara, até aquele dia.

Tendo arrancado a boneca das mãos de Francine, as outras crianças repetiam a palavra "monstro", ao mesmo tempo em que corriam ao redor do lago, jogando Bia para o alto, passando-a umas às outras.

Francine pedia que devolvessem a sua boneca, mas no meio da brincadeira, Bia foi jogada para dentro do lago. Aos prantos, Francine se jogou na beira do lago, na tentativa de alcançar Bia e resgatá-la. Porém, devido à lama do local, acabou deslizando e caindo no lago.

Assustadas, ao ver Francine se debatendo na água, as meninas saíram correndo, abandonando a menina e a boneca.

Francine foi encontrada por Delphine apenas no final daquela tarde, já sem vida. No entanto, de mãos dadas com Bia.

Capítulos
1 Lille, França - 06 de janeiro de 1881
2 Capítulo II — Uma estrela sem nome
3 Capítulo III - Em busca da estrela
4 Capítulo IV – Mente nublada
5 Capítulo V – A figura misteriosa
6 Capítulo VI – Fora de si
7 Capítulo VII – Perdendo a sanidade?
8 Capítulo VIII – Medo do desconhecido
9 Capítulo IX – Não julgue um livro pela capa
10 Capítulo X – A força na união
11 Capítulo XI – Efeito dominó
12 Capítulo XII – Desgraça eminente
13 Capítulo XIII – O mau desperta
14 Capítulo XIV – A culpa corrói
15 Capítulo XV – A dor na vida, e mesmo depois dela
16 Capítulo XVI – Mente quebrada
17 Abertura do capítulo XVII – O pesadelo se torna realidade
18 Capítulo XVII – Mal invisível
19 Capítulo XIX – O que me falta, você completa
20 Capítulo XX – Coração cruel
21 Capítulo XXI – Hipocrisia
22 Capítulo XXII – Encurraladas
23 Capítulo XXIII – Buscando a força interior
24 Capítulo XXIV – Quero ser útil!
25 Capítulo XXV – Estaca Zero
26 Capítulo XXVI – A Chave de Ouro
27 Capítulo XXVII – O covil da bruxa
28 Capítulo XXVIII – A figura encapuzada
29 Capítulo XXIX – Entidade maligna
30 Capítulo XXX – Indisciplinada
31 Capítulo XXXI – Perda Irreparável
32 Capítulo XXXII – Descendente de bruxas
33 Capítulo XXXIII – O pesadelo da vida real de Sophie
34 Capítulo XXXIV – Dimensão Invisível
35 Capítulo XXXV – Abismo
36 Capítulo XXXVI – Sem volta
37 Capítulo XXXVII – Indo a caça
38 Capítulo XXXVIII – O porão
39 Capítulo XXXIX – Aquele que se agarra
40 Capítulo XL – Não perderei outra amiga!
41 Capítulo XLI – Contra o tempo
42 Capítulo XLII – Perdidas
43 Capítulo XLIII – Não é justo!
44 Capítulo XLIV – A única que conseguiria traduzir
45 Capítulo XLV – Irmãs de alma
46 Capítulo XLVI – Prontas para seguir
47 Epílogo
Capítulos

Atualizado até capítulo 47

1
Lille, França - 06 de janeiro de 1881
2
Capítulo II — Uma estrela sem nome
3
Capítulo III - Em busca da estrela
4
Capítulo IV – Mente nublada
5
Capítulo V – A figura misteriosa
6
Capítulo VI – Fora de si
7
Capítulo VII – Perdendo a sanidade?
8
Capítulo VIII – Medo do desconhecido
9
Capítulo IX – Não julgue um livro pela capa
10
Capítulo X – A força na união
11
Capítulo XI – Efeito dominó
12
Capítulo XII – Desgraça eminente
13
Capítulo XIII – O mau desperta
14
Capítulo XIV – A culpa corrói
15
Capítulo XV – A dor na vida, e mesmo depois dela
16
Capítulo XVI – Mente quebrada
17
Abertura do capítulo XVII – O pesadelo se torna realidade
18
Capítulo XVII – Mal invisível
19
Capítulo XIX – O que me falta, você completa
20
Capítulo XX – Coração cruel
21
Capítulo XXI – Hipocrisia
22
Capítulo XXII – Encurraladas
23
Capítulo XXIII – Buscando a força interior
24
Capítulo XXIV – Quero ser útil!
25
Capítulo XXV – Estaca Zero
26
Capítulo XXVI – A Chave de Ouro
27
Capítulo XXVII – O covil da bruxa
28
Capítulo XXVIII – A figura encapuzada
29
Capítulo XXIX – Entidade maligna
30
Capítulo XXX – Indisciplinada
31
Capítulo XXXI – Perda Irreparável
32
Capítulo XXXII – Descendente de bruxas
33
Capítulo XXXIII – O pesadelo da vida real de Sophie
34
Capítulo XXXIV – Dimensão Invisível
35
Capítulo XXXV – Abismo
36
Capítulo XXXVI – Sem volta
37
Capítulo XXXVII – Indo a caça
38
Capítulo XXXVIII – O porão
39
Capítulo XXXIX – Aquele que se agarra
40
Capítulo XL – Não perderei outra amiga!
41
Capítulo XLI – Contra o tempo
42
Capítulo XLII – Perdidas
43
Capítulo XLIII – Não é justo!
44
Capítulo XLIV – A única que conseguiria traduzir
45
Capítulo XLV – Irmãs de alma
46
Capítulo XLVI – Prontas para seguir
47
Epílogo

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