Francine corria pelo extenso jardim da Instituição. A sua mãe raramente tinha tempo para ela, então passava a tarde brincando sozinha.
Naquela tarde, a sua mãe organizava alguns documentos. Logo, mais alunas se juntariam a escola, e tudo precisava estar perfeito para o grande dia.
Pretendendo ter paz, a coordenadora mandou Francine para o jardim. Era sempre assim, na presença dos responsáveis das outras crianças, Francine era o anjo que Deus havia enviado para Delphine. Contudo, longe dos olhares apaixonados que os adultos distribuíam a Francine, a coordenadora a queria bem longe.
Não se sabia bem o motivo de Delphine querer a filha longe, muitos especulavam ser porque a pequena se parecia com o falecido pai. O certo, era que a língua de Francine irritava mais Delphine do que as suas características físicas.
Curiosa, a pequena via e ouvia tudo com muita atenção, e as vezes os seus comentários sinceros sobre certas situações que aconteciam na escola, deixavam a coordenadora em maus lençóis. Para dizer o mínimo.
Francine deixava escapar a severidade de Delphine para com as demais crianças, e isso fazia muitos dos pais desistirem de matricular as suas filhas na Instituição. Fato era, que apenas as crianças malcriadas tinham as regras de repressão assinadas pelos responsáveis. Visando sempre uma boa educação e um futuro brilhante na sociedade aristocrática.
A pequena Francine não diferia das demais crianças, o seu pai em vida fora um exemplo de educação e bons modos. Deixando a Instituição nas mãos da esposa, e uma pequena fortuna guardada, foi por meio dela que Delphine conseguiu manter a casa e os costumes luxuosos.
Porém, não era suficiente. Manter os empregados era muito caro, assim como manter os funcionários da Instituição e os gastos astronômicos com as vestimentas. Que precisavam acompanhar a moda.
Francine estava a crescer, e para mulher, tudo custava mais caro. Delphine contava os dias nos dedos das mãos, para ela chegar logo a idade ideal para se casar. Somente assim os gastos iriam diminuir.
Longe de todas as preocupações e expectativas da sua mãe, Francine brincava em volta do lago com a sua amiga inseparável. Uma boneca de porcelana.
As crianças costumavam insulta-la com frequência, dada as características peculiares da boneca.
Tendo olhos grandes e dois rostos, Bia - como Francine a chamava - trazia em uma das faces uma expressão sorridente, enquanto na outra apresentava uma expressão de agonia. Sua cabeça girava, mostrando a expressão que Francine deseja expressar seu humor, e uma voz abafada saia de dentro da boneca sempre que a menina puxava uma cordinha.
"Está com você!" - Bia repetia, pois, era a única frase gravada para falar.
As crianças repetiam de forma incansável a palavra "monstro", sempre que Francine passava, carregando a boneca. Isso nunca a incomodara, até aquele dia.
Tendo arrancado a boneca das mãos de Francine, as outras crianças repetiam a palavra "monstro", ao mesmo tempo em que corriam ao redor do lago, jogando Bia para o alto, passando-a umas às outras.
Francine pedia que devolvessem a sua boneca, mas no meio da brincadeira, Bia foi jogada para dentro do lago. Aos prantos, Francine se jogou na beira do lago, na tentativa de alcançar Bia e resgatá-la. Porém, devido à lama do local, acabou deslizando e caindo no lago.
Assustadas, ao ver Francine se debatendo na água, as meninas saíram correndo, abandonando a menina e a boneca.
Francine foi encontrada por Delphine apenas no final daquela tarde, já sem vida. No entanto, de mãos dadas com Bia.
Lille, França - 1881
06/04/1881
Os pais de Sophie sempre foram muito rígidos com a sua educação. Sendo um casal nobre na sociedade aristocrática, Lohan e Elaine Beaufay precisavam ser exemplos de bons modos. Sophie estava sempre bem vestida, nunca repetia uma vestimenta. Os seus longos e luxuosos vestidos que, praticamente a cobriam, tinham tantos babados que a menina era ofuscada pelas camadas dos tecidos. Uma verdadeira pena, dada a beleza jovial.
Dona de uma pele clara, Sophie tinha grandes olhos verdes, com os quais explorava o mundo com curiosidade em demasia. Um cabelo liso dourado tão brilhante que, pareciam longos fios de ouro. As bochechas rechonchudas eram rosadas, e deixavam a mostra a ótima alimentação que possuía. Algo que nem todos tinham o prazer de apreciar.
Desde cedo fora ensinada a ser uma boa esposa. Possuindo habilidades em costura, e bordados, assim como pintura, canto e culinária. Ela era o orgulho de Elaine, que a levava as festas de chá apenas para discorrer por horas com as suas amigas sobre o quão prendada era sua pequena donzela. Contudo, nada disso chamava a verdadeira atenção de Sophie. O que ela amava de coração, a sua mãe a podara até tirar a última fagulha de esperança.
O encanto pelas estrelas.
Sophie adorava a astronomia e os mistérios envolvendo os corpos celestes. Espalhava aos quatro cantos que, um dia, descobriria uma estrela por si mesma. Contudo, o que era encantador aos seus quatro anos, deixou de ter graça quando completou dez anos. Aterrorizada com a ideia de ter uma filha estranha, e que não compartilhava das regras sociais, Elaine tratou de sufocar o seu sonho com a realidade árdua da mulher vitoriana, noivando Sophie com um rapaz sete anos mais velho que ela.
A partir desse momento, as noites em que fugia dos seus aposentos para o jardim da mansão, para então observar as estrelas com telescópio que ganhará de presente de aniversário do seu pai, se tornaram raras. E gradualmente, até mesmo o brilho no seu olhar ao mirar as estrelas foi se apagando.
A sua preparação para a vida de casada era desgastante, e Elaine acreditando que Sophie fazia pouco caso dos ensinamentos, conseguiu convencer Lohan de que a sua filha precisava ser disciplinada mais rigidamente. O pai, sempre ocupado, percebendo que já não podia alimentar os sonhos infantis de sua pequena, não se opôs a sugestão da esposa. Afinal, uma mulher saberia melhor o que era bom para outra mulher, certo?
Dessa forma, Sophie foi enviada para a Instituição de Ensino para garotas na cidade de Lille, na França.
Pouco se sabia como ocorria o ensino no lugar, a verdade era que Elaine pouco se importava. Escolhera a escola apenas porque soube que a coordenadora Delphine era um exemplo de como uma verdadeira dama nobre deveria ser. Essa era a única preocupação que povoava a sua mente, os modos de Sophie e o que eles trariam como consequência para o status da família Beaufay.
Diferente das demais Instituições, onde no fim do dia as meninas retornavam para o aconchego dos seus lares, em Lille elas moravam na escola até se formarem Tinham o direito de passar apenas os finais de anos com os pais ou parentes, caso tivessem autorização para sair, e retornavam as aulas no começo do ano seguinte.
Se existia um pesadelo capaz de se tornar realidade para Sophie, aquela escola era a personificação dele. A Instituição utilizava a estrutura de um grande hotel, abastado do centro comercial da cidade. Constituído por diversos aposentos, todos eram bem equipados e preparados para receber as futuras nobres damas da sociedade.
O banho era coletivo, sempre supervionado e liderado pelas monitoras, assim como as demais atividades realizadas no lugar. Nada passava despercebido pelos olhos das monitoras, que como águias no topo das árvores, conferiam cada uma das meninas, chamando a atenção delas sempre que notavam um pedaço do uniforme amassado ou desalinhado.
As aulas começavam as nove da manhã, logo após o desjejum, e terminavam as cinco da tarde, tendo apenas duas horas de descanso pela meio da tarde. Esse tempo era usado para o chá da tarde, onde as exigências em relação aos modos e etiquetas não eram esquecidos.
Ao fim do dia, as meninas eram escoltadas até seus dormitórios, e só saiam deles no dia seguinte, quando as monitoras abriam as portas e as liberavam para mais um dia de disciplina.
E volto por uma espessa neblina, o lugar continha um extenso jardim, mas as orientações eram ficar bem longe dele, principalmente se não estivessem acompanhadas das monitoras. Com o clima frio e chuvoso da ilha de Lille, era difícil terem um momento ao ar livre.
Setenta meninas eram separadas por cada sala. Nelas, estudavam por uma hora cada conteúdo, sendo o mais longo o relacionado aos modos e etiqueta. Além de costura e desenho, estudavam também música, literatura, línguas, história, geografia e gestão do lar. Muitas vezes não sobrava tempo para as aulas de história e geografia, e elas eram facilmente ignoradas pelas professoras, dada a pouca exigência em sociedade para as mulheres em entendê-las.
Porém, Sophie fazia questão de pegar os livros que continham esses conhecimentos na grande biblioteca. Passava muitas das suas noites lendo, pois, sabia que aquela seria sua única oportunidade em ter contato com aqueles assuntos. A sua mãe ficaria aterrorizada se soubesse, e isso fazia Sophie sorrir e vibrar de satisfação.
Em uma dessas muitas noites, ao dar uma pausa para esticar o corpo e espreguiçar, olhou pela janela que ficava ao lado do seu beliche e notou algo estranho a beira do lago no jardim.
Àquela hora nenhuma menina era autorizada a estar fora dos dormitórios, e seria impossível sair deles sem as chaves. Entretanto, a sua visão não lhe enganava, via nitidamente uma garotinha a beira do lago.
Intrigada, deixou o livro de lado e passou a observar a suposta menina com mais atenção. Se questionou se o que via era real, dada a neblina densa que cobria o lugar. Os vultos que avistava, se pareciam com um longo vestido branco, e deixavam a sua visão num completo borrão. Tentando distinguir o que via de fato, esfregou os olhos, e tornou a olhar pelo vidro da janela. Assim que abriu os olhos, percebeu que a menina estava parada.
Um vento forte dissipou um pouco da neblina em volta dela, e Sophie pôde por fim ver com mais clareza. Era de fato uma garotinha, e de alguma forma ela também conseguia ver Sophie.
Em seus braços, carregava um singelo brinquedo, mas Sophie não conseguia distingui-lo. De um jeito estranho, era como se fosse uma cópia da garota.
O que foram apenas segundos, pareceram minutos para Sophie. Ambas, ela e a menina permaneceram imóveis, trocando um olhar fixo. Um convite silencioso, uma conexão estranha, mas confidente.
Da mesma maneira que a névoa dissipou-se, tornou a cobrir o lugar. Com os olhos já ardendo, Sophie se negava a fechá-los. Temia perder algo.
Assim, com os olhos marejados, assistiu à menina desaparecer junto da névoa, sem nenhum aviso ou despedida.
Como a própria brisa que a cercava, desapareceu no ar, a imagem dela se desfazendo como fumaça.
Sophie se questionou sobre quem era aquela menina, se realmente existia ou era fruto de sua imaginação cansada de tantas leituras noturnas. O fato era que, seu coração acelerava dentro de seu peito, e seu corpo suava, mesmo diante do frio. Enfrentava um turbilhão de emoções.
Nos poucos momentos em que conseguia escapar do mundo estrito e governado pelas leis da etiqueta, era somente nesses momentos que se sentia viva! E naquele momento, a curiosidade sobre algo novo tomava seu corpo, descarregando uma euforia indescritível. Uma curiosidade que se equiparava a realização de um sonho, tinha encontrado por fim a faísca que lhe fora roubada para desbravar o vasto mundo desconhecido diante de seus olhos.
Lille, França – 1881
07/04/1881
Sophie levantara da cama um pouco antes do horário do desjejum. Exatamente como um sonho, onde partes ficavam confusas, muitas perguntas surgiam em sua mente. Algo lhe dizia que o que tinha vivido na noite anterior, era tão real quanto o sono que sentia naquele momento. Havia perdido o resto da noite rolando na cama, se questionando sobre o ocorrido, e planejando o que faria no dia seguinte. Dessa forma, sequer conseguiu pregar o olho.
Tentava recobrar se a menina estava usando algum tipo de adereço, se em suas roupas possuíam fitas, ou mesmo como estava seu cabelo. Solto? Preso? Era enrolado? Liso? Como se tivesse tido uma perda de memória, sua mente estava em branco. Os únicos detalhes que conseguia recordar vinham justamente do brinquedo que a menina carregava. A boneca.
Mais atenta que nos dias anteriores, Sophie estava reparando em cada gesto que suas colegas faziam. Como andavam, como falavam, como seguravam certos objetos... Isso se seguiu durante todo o seu dia, e como suas ações chamavam a atenção, as monitoras a olhavam curiosas. Os gestos que antes pareciam apenas uma forma mecânica de etiqueta, agora eram alinhados, ou se esforçavam para ser. Apesar de causar um certo desconforto e repúdio nas meninas mais concentradas, as monitoras viam as atitudes de Sophie como um abraço ao verdadeiro significado de uma dama da sociedade Vitoriana.
Ganhando a atenção das monitoras, Sophie começou a receber dicas e orientações mais detalhadas. Isso começou a gerar desconforto em algumas meninas, que antes sendo exemplos de bons modos, agora eram ofuscadas. A notícia chegou aos ouvidos da Coordenadora Delphine, que passou a acompanhar os passos de Sophie mais de perto naquele dia. Ela estava desconfiada, o que era de se esperar, dado o histórico de Sophie apresentado por sua própria mãe em um relatório detalhado.
As meninas a encaravam com expressões estoicas, e no fundo Sophie sabia que estes olhares eram maldosos. Afinal, sua mãe possuía o mesmo olhar quando a encarava com seus grandes olhos verdes. Um olhar fixo, que não demonstrava nenhum tipo de emoção. Julgamentos camuflados de desinteresse.
Seu plano de encontrar a garota estava enfraquecendo graças a estes contratempos. Pelo meio da tarde, Sophie tinha recuado, e voltado a seu costumeiro comportamento quieto e distante. Era como se sua energia tivesse escoado de seu corpo.
Ponderando depois do almoço, caminhando pelos corredores da instituição, Sophie chegou a um grande arco que mostrava parte do Jardim. Encarando fixamente o caminho que levava até o lago, ela ajustou o uniforme e olhou em volta, procurando pelas monitoras.
Estando um pouco mais afastada das demais meninas, Sophie, em um último esforço para tentar saber mais do que aconteceu na noite anterior, decidiu entrar no jardim e ir até o lago. Seu plano era permanecer fora da visão atenta das monitoras, para que pudesse talvez encontrar algo que a menina tivesse deixado para trás em sua aventura noturna.
Assim que ela adentrou no local, pensou que o cuidado excessivo com o jardim era um exagero. O lugar era calmo, tendo estranhamente até ausência de pássaros. Sophie viu isso como um sinal positivo, e passou a caminhar com menos cuidado. Porém, algo dentro dela a deixava desconfortável, e atenta a qualquer movimento ou barulho, abraçou seu corpo com os próprios braços.
Seu plano tinha funcionado, ao menos com as monitoras. Fora do seu alcance de visão, uma menina se escondia atrás de uma pilastra e observava todos os seus movimentos: Louise Delyon, descendente direta de uma família bem prestigiada da França.
Com muitas expectativas em volta de sua vida, apesar da idade, Louise carregava o nome inteiro de gerações em suas costas. Suas ações sempre foram vistas com um certo egoísmo, já que as outras meninas percebiam que ela poderia ter tudo que desejasse. O outro lado desta história, envolvia a pequena Louise, sempre concordando com tudo o que os pais diziam, muitas vezes esquecendo suas próprias vontades, simplesmente para ser o modelo perfeito que sua mãe desejava que ela fosse para a sociedade.
Sophie havia chamado a atenção de Louise e tinha se tornado a fonte de seu ódio, já que os olhares não estavam mais sobre ela, como de costume. Pensando que havia sido passada para trás, por alguém que nem sequer merecia estar naquele lugar. Louise observava Sophie pelas costas. Uma aluna com um bom desempenho, mas quebrando regras da escola. Essa era uma ótima oportunidade para mostrar a todas que Sophie não passava de uma fraude, uma rebelde falsa e sem escrúpulos.
Os movimentos de Sophie mostravam uma menina cautelosa, afinal os casos de advertência geralmente envolviam punições mais severas, já que a escola era reconhecida por suas regras. Louise permanecia imóvel, escondida atrás de uma pilastra, pensando no que poderia usar, que fosse grave o suficiente para incrimina-la.
Quando Sophie por fim chegou ao lago, percebeu que existia algo a beira do lago: Uma boneca de porcelana. Ao ergue-la diante de seus olhos, notou que o brinquedo possuía duas faces. Curiosa, puxou uma corda que existia nas costas da boneca, e então ouviu uma frase sair abafada de dentro da boneca.
— Oi, eu sou Bia. Está com você!
Apesar de ser um pouco assustador, Sophie achou engraçado, já que o brinquedo era diferente dos convencionais. Esperando descobrir a quem pertencia a boneca, e por fim encontrar a menina misteriosa, Sophie observou os detalhes da roupa da boneca. Ela tinha um vestido branco, o tecido do vestido era refinado, adornado com arabescos em dourado. Os cabelos pareciam ser reais, de tão brilhosos que eram, e a fita branca em seda que o adornava, dava um toque de requinte.
Era um brinquedo único, que poucas pessoas teriam condições de comprar.
Apenas alguns segundos se passaram enquanto Sophie avaliava a boneca, e embora olhasse tudo com atenção demasiada, sabia que se demorasse mais, iria perder o inicio das aulas e estaria em sérios problemas. Então, decidindo levar a boneca consigo e entregar para alguma monitora, começou a retornar para a escola.
Quando já estava na metade do caminho, se deparou com uma das meninas, e assustada, paralisou. Olhando Sophie dos pés a cabeça, Louise estendeu a mão direita e bradou:
— Essa boneca é minha, devolva!
Sophie, surpresa de ter encontrado a garota do lago, perguntou:
— Como você saiu ontem a noite?
— Do que está falando? Ninguém tem permissão para sair do dormitório a noite.
Respondeu ríspida.
— Além de uma ladra, desobedece as ordens da coordenadora! Eu sabia que você era suja!
— Eu não saio do meu dormitório a noite! – Se defendeu. — Apenas vi uma garota ontem no lago, e achei que fosse você. Sua boneca estava no mesmo lugar onde vi a menina. Foi você quem gravou um nome para a boneca?
Questionou Sophie, acreditando que a menina mentia para não ser colocada em apuros.
— Do que está falando?
— Do nome dela, foi você quem deu, né?
Puxando a corda das costas da boneca, a voz abafada saiu mais uma vez.
— Está com você!
Sophie ficou confusa. Ela claramente tinha ouvido a boneca dizer o próprio nome da primeira vez. Louise, determinada a colocar Sophie em apuros, aumentou o tom de voz:
-NÃO IMPORTA! Está com minha boneca, e ainda é suspeita de desobedecer às ordens! Vou entregar você para as monitoras!
Sem reação, Sophie apenas a olhava. Furiosa, Louise arrancou o brinquedo das mãos de Sophie e saiu a passos largos e pesados em direção as classes. Um grande sorriso de satisfação estampava seu rosto. Ela vencera, tinha encontrado uma acusação perfeita. Com toda certeza Sophie receberia uma punição severa, ou até mesmo seria expulsa. Sem ela a vida de Louise podia finalmente voltar ao normal.
Assim que chegou diante de uma monitora, Louise bradou:
-Monitora!... Sophie fugiu do dormitório e roubou um brinquedo!
Olhando na direção de Louise, a monitora reconheceu de imediato a boneca que ela tinha nas mãos. Indo até Louise, a monitora a puxou pelo braço e a arrastou para o corredor, seguindo em direção a sala da coordenadora.
— Mas... A Sophie...
Louise tentou contestar, mas foi interrompida.
— CALADA! Terá muito o que explicar, senhorita.
Enquanto era arrastada pelos corredores, ela via os olhares assustados de algumas meninas, enquanto outras tentavam esconder sorrisos de satisfação. Estava encrencada, e não fazia ideia de como ou quando seu plano tinha se virado contra ela.
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