Sombras De Uma Noite - Livro I

Sombras De Uma Noite - Livro I

Órfã

*Nota da Autora*

Oii, Pessoas lindas!

Antes de tudo, quero agradecer você Leitor por decidir iniciar essa leitura. E frisar 3 pontos importantes para mim.

Primeira coisa: Preciso dizer que essa é uma história de minha autoria, sendo uma série com 5 Livros, onde compartilho os pensamentos de ambos os protagonistas. E já quero lembrar que violação dos direitos autorais é CRIME previsto no artigo 184 do Código Penal 3, com punição que vai desde o pagamento de multa até a reclusão de quatro anos, dependendo da extensão e da forma como o direito do autor foi violado.

Segunda coisa: Escrevi essa história com apenas 14 anos e décadas depois, tantas coisas que aconteceram na minha vida nesse tempo me trouxeram de volta a Kate e Raz. Eu os amo, e desejo que vocês os conheçam de forma íntima.

Terceira e última coisa: Essa série contém cenas fortes, de conteúdo Sexual, Tortura física e psicológica e cenas de alguns rituais de magia. Conselho da Autora: Caso algum desses conteúdos não te agrade, pare a leitura agora mesmo e procure algo mais leve.

Mas você que foi corajoso o suficiente pra prosseguir, tenho certeza que vai se apaixonar tanto quanto eu e essa pessoa a quem irei dedicar esse primeiro capítulo...Isa, uma velha amiga e primeira pessoa a ler essa história à anos atrás e se apaixonar.

Querida, Obrigada pelo incentivo!

Boa leitura! Kisses ;)

 

“E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra e lhe nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas e tomaram para si mulheres de todas as que quiseram.

Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.

Havia naqueles dias gigantes na terra e outros nasceram também, quando os filhos de Deus se casaram com as filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama.

E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.

“Então se arrependeu o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.”

Genesis 6:1-6

— Mamãe, eu não quero ir. — Resmungo sonolenta naquela manhã.

Olho para seu rostinho fino, pálido e angelical.

— Kate, meu amor. Não podemos deixar de ir e agradecer pelas bênçãos que o criador nos concedeu.

Se anjos existem, minha mãe com toda certeza é um. Seu rosto parece ter sido perfeitamente esculpido em lábios finos, pele branca como a neve, olhos grandes e bem escuros sob cílios cheios e delicados; bochechas proeminentes e gorduchas, como aqueles serafins esculpidos nos tetos das nossa Igreja. Sem dúvidas a mulher mais linda que já vi. Seus cabelos ruivos pendem em cachos cheios e macios como algodão. Nada nela é torto, grande demais ou manchado.

Eu sempre achei que ela fosse a filha preferida de Deus, porque ninguém conseguia ter aquele rostinho de boneca de porcelana e aquele jeito de anjo da guarda.

Toda vez que ela falava eu sorria.

— Mas mamãe não podemos ficar em casa, só hoje? — imploro com a voz embargada.

— Não está se sentindo bem hoje, meu amor?

Sua voz é ainda mais perfeita. Doce, calma e leve como uma brisa de outono.

Ela coloca as costas da mão na minha testa checando minha temperatura.

Eu nunca recusei ir às Missas dominicais. Somos fiéis aos compromissos da Paróquia. Este dia é sagrado para nós, assim como as comunhões e todo o trabalho de caridade que fazemos.

— Estou bem, mas... Não me sinto bem — Digo confusa e receosa.

Como uma boa filha de 9 anos, eu sempre fui obediente porque Deus se agrada de filhos que obedecem aos pais e havia um lugar bonito para crianças assim.

Imediatamente ela estranhou meu comportamento. Fecho os olhos desejando que ela acredite em mim e desista da idéia de irmos à Paróquia hoje.

Mas meu pai entra no quarto.

— Já estou pronto. O que ela tem? — Pergunta ao entrar ainda dobrando as mangas da camisa perfeitamente passada.

Papai tem a pele mais escura que mamãe como eu, e comparando os dois, ele parece um surfista que passou tempo demais ao sol e adquiriu uma cor parda.

Tem cabelos castanhos, olhos verdes e lábios cheios. É bonito, mas não de forma angelical como ela. Ele é policial, sua expressão na maioria do tempo é séria e imponente como a de um guerreiro.

Eles formam um casal lindo, a combinação perfeita de café com leite, milk-shake de Ovomaltine, Romeo e Julieta e macarrão com queijo... São como a areia e o mar, a lua e as estrelas. Eu os amo mais que tudo nessa vida. E era por isso que meu coração gritava aquela manhã para que não saíssemos de casa.

— Aparentemente nada — Mamãe suspira com meu comportamento estranho.

Papai se aproxima e também testa minha temperatura com a mão fria. Algo que os pais sempre sabem, é quando seus filhos não estão com a temperatura normal e sempre descobrem isso usando as mãos. Como mágica de pais. Segundos depois ele faz uma expressão alarmante.

— Já sei o que está acontecendo. — Ele abre minha boca com os dedos e faz uma cara de doutor maluco coçando minha língua com o indicador, o que me faz rir e engasgar. — Ela precisa de uma porção gigante de waffles com pasta de amendoim e um copo enorme de chocolate quente!

Ele me enche de cócegas por todo o corpo e eu não evito as risadas que tomam conta de mim. De repente, estou sendo carregada no colo escada abaixo para a cozinha, onde esqueço por um tempo àquela sensação estranha enquanto tomo um café da manhã farto de sabores e de amor.

Sem saber que aquele seria totalmente diferente dos outros cafés da manhã do resto da minha vida.

Eu não entendi o que estava acontecendo com meu corpo aquele domingo. Já no caminho para a missa começo a sentir arrepios e um borbulhar na boca do estômago que me faz sentir enjoo. As ruas passam pela janela do carro numa velocidade menor do que realmente estamos. Posso sentir o tic tac do relógio de pulso da hello kitty que estou usando. Penso estar ficando doente de verdade.

A missa inicia e eu só desejo que aqueles sintomas vão embora pra poder me sentir bem novamente. Passamos um dia normal na Paroquia Santa Luzia e ao sairmos, nos despedimos do padre e irmãos.

Pouco mais tarde entramos no carro e foi aí que percebi que havia prendido o ar durante o dia todo. Sentia dores nas costelas. Suspiro finalmente de alívio. Tudo tinha corrido bem.

— O que acha de darmos uma passada para ver a tia Olga e a Jess? — Papai pergunta saindo do estacionamento.

— Acho que podemos comprar Cupcakes de amora com cobertura de chantili no caminho — Exclamo com a idéia de visitar minha tia e prima. Percebo que entramos na Kancamagus Highway, estrada principal.

— Eu acho que essa garotinha está comendo muitas coisas gostosas ultimamente, não acha papai?. — Mamãe sorri pelo espelho retrovisor.

— Estou em fase de crescimento — Me defendo fazendo beicinho e cruzando os braços. Ao que os dois riem achando graça. Claramente são apaixonados por mim e me sinto a menina mais sortuda do mundo.

— Filha, acho que tem outra coisa crescendo dentro dessa barriga, não é só você não.

O carro se enche de risadas.

Esse é o ultimo som que ouço antes do pesadelo chegar em milésimo de segundos.

O primeiro som é de uma buzina alta e intensa, que fere meus ouvidos como uma onda quebrando bem em cima da minha cabeça, mas não consigo levar as mãos até eles para tapa-los, pois logo vem uma pancada tão forte que nos faz sacolejar.

Lembro-me de estar girando numa velocidade sem controle, impossível de comparar a emoção de um brinquedo radical dos parques de diversões. O ar foge dos meus pulmões, mas não consigo puxar de volta e isso me faz enxergar uma escuridão momentânea. Desmaio por mais ou menos dois segundos e quando abro os olhos novamente me sinto em uma lata de biscoitos com farelos em meus olhos, eles ardem e arranham.

Continuamos girando e parece que é uma eternidade, tudo passa rápido e embaçado como em um carrossel á 180 km/h, e eu sei que estamos caindo agora, porque sinto aquele frio no estômago característico das quedas no Kabum. Algo molhado sai de dentro de mim. Caímos e giramos como uma gaivota ferida, coisas batem em mim como se eu tivesse correndo em meio a multidão e esbarrasse em todos no caminho, mas a essa altura não sinto nada além do que acredito ser o cinto cortando a minha pele do peito e pescoço numa tentativa falha de me manter presa e segura no lugar. Para mim, tudo durou mais do que o tempo real.

Para mim, cada detalhe do que sentia e tentava enxergar passou em câmera lenta, segundo por segundo, como em um mundo paralelo. Mas no tempo real tudo durou apenas cinco segundos. A pior sensação da minha vida em meros cinco segundos até que senti uma ultima pancada e a escuridão total.

Abro os olhos e vejo uma luz muito forte que os fere e me obriga a fecha-los. Tento puxar o ar de meus pulmões quando sinto que ele foi substituído por algo duro e incômodo dentro da minha boca.

Abro os olhos novamente e percebo que meus braços estão imóveis, assim como todo o meu corpo enrijecido, como se eu tivesse sido mergulhada em cimento e secado ao sol. Tento olhar para eles, saber o que está me prendendo, mas meu pescoço está imobilizado.

Tento gritar, mas é em vão e o gosto de sangue invade minha garganta.

Ouço passos e vejo vultos embaçados aparecerem na minha linha de visão. Um bipe ensurdecedor e constante me enche de pavor. Um rosto surge acima do meu e parece familiar.

Quero pedir ajuda, mas não consigo. Quero gritar, mas não consigo. Aquela figura se revela a mim. É tia Olga. Tia! Tia Olga! Me ajude! Por favor, socorro!

Não consigo me mexer, tia. Me ajuda!

As coisas começam a escurecerem de novo e eu tenho medo da escuridão que começa a me tomar. Todo aquele esforço em pedir ajuda é em vão.

Onde estou? Por que não sinto dor? Nem consigo me mexer? Será que morri? Onde estão meus pais? Será que alguém pode me ajudar? Socorro!

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Comments

Nalú Faria Machado

Nalú Faria Machado

nossa que tristeza ela perdeu os pais nesse acidente era por isso que ela não estava querendo sair muito triste 😕😞😕😞😕

2022-07-01

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