"Entre o Frio e o Destino
O som do avião pousando ecoou pelos alto-falantes, e o coração de Sn batia acelerado. Ela finalmente estava na Coreia do Sul! Depois de anos sonhando com esse momento, agora tudo parecia real. Com um sorriso empolgado no rosto, ela pegou sua bolsa e saiu animada pelo aeroporto.
Só que…
— Ai! — Ela tropeçou no próprio pé assim que pisou fora do avião e foi direto ao chão. Sua mala deslizou para um lado, seu celular para outro, e sua dignidade… bem, essa ficou na pista de pouso.
Levantando rapidamente, tentando ignorar os olhares curiosos, Sn pegou seu celular para seguir até o hotel. Ela digitou o endereço no Google Maps e começou a caminhar.
Só tinha um problema.
O aplicativo, por algum motivo, decidiu pregar uma peça nela e a mandou para um caminho completamente errado. Sn andava para um lado, depois para o outro, girava no mesmo lugar, tentando entender para onde ir.
— Ué? Mas esse prédio não era pra estar do outro lado? — murmurou, confusa.
Olhando ao redor, percebeu que estava perdida. Completamente perdida.
E como se isso não bastasse, tropeçou novamente — desta vez, em uma guia — e quase derrubou um ciclista que passou resmungando algo que ela não entendeu.
— Ótimo, Sn! Você está na Coreia do Sul há menos de uma hora e já está causando acidentes! — ela se repreendeu mentalmente.
Ela suspirou, olhando o céu de Seul. Era lindo, exatamente como ela imaginava. Mas… talvez fosse um pouquinho mais fácil aproveitar a paisagem se conseguisse chegar ao hotel antes de causar um desastre maior.
Mal sabia ela que seu maior desastre ainda estava por vir… e tinha nome. Zen.
Sn girava o celular na mão, franzindo a testa enquanto tentava entender por que o Google Maps parecia conspirar contra ela.
— Mas eu acabei de passar por esse prédio… ou não? — murmurou para si mesma, olhando ao redor.
Ela se virou para um lado. Depois para o outro. Andou alguns passos para frente, parou e deu meia-volta. Uma senhora que vendia doces na esquina olhava para ela com uma expressão confusa.
— Ótimo, agora pareço uma doida perdida… o que, tecnicamente, eu sou!
Ela suspirou e decidiu tentar de novo. Digitou o endereço do hotel no Google Maps e apertou "iniciar rota". Mas, assim que começou a seguir as instruções, percebeu que o aplicativo estava a levando diretamente para uma rua sem saída.
— Não, não, não, isso está errado!
Tentou refazer a busca, mas o celular travou.
— Ah, ótimo! Só pode ser brincadeira!
Ela bufou, batendo levemente no aparelho, como se isso fosse resolver o problema. Mas, é claro, só piorou. O aplicativo fechou sozinho, e o celular ficou com a tela preta por alguns segundos antes de reiniciar.
— Legal. Tecnologia me odeia. Coreia do Sul, me perdoe, eu sou um desastre ambulante!
Desesperada, olhou para os lados, tentando encontrar um táxi ou alguém que parecesse disposto a ajudar. Mas, em meio ao movimento frenético da cidade, ninguém parecia notar sua existência.
Foi então que, enquanto tentava atravessar a rua sem olhar direito para onde ia…
VRUM!
O som de um carro se aproximando fez Sn congelar. Ela virou a cabeça e viu um sedã preto vindo em sua direção.
— Ai, não…
E, antes que pudesse reagir…
BUM!
Sn sentiu um impacto forte na lateral do corpo e caiu no chão com tudo. Sua mala foi para um lado, o celular para outro, e sua dignidade… bem, essa ficou espalhada pelo asfalto.
O carro parou bruscamente, e por um momento tudo ficou em silêncio. Sn piscou algumas vezes, tentando entender o que tinha acabado de acontecer.
— Eu… fui atropelada?!
Antes que pudesse reagir, a porta do sedã preto se abriu e um homem alto e bem-vestido saiu. Seu terno impecável e o olhar frio o faziam parecer um personagem saído diretamente de um dorama… mas um daqueles CEOs arrogantes que todo mundo quer socar.
Ele olhou para ela, cruzando os braços com uma expressão impassível.
— Você está viva?
Sn arregalou os olhos.
— O-O QUÊ?!
Ele suspirou, claramente sem paciência.
— Se consegue gritar, então não está tão machucada.
Sn sentiu o sangue ferver.
— COMO ASSIM?! Eu acabei de ser atropelada por um carro de luxo, e esse homem está agindo como se tivesse pisado numa folha seca?!
— Eu… eu caí no chão! Minha mala voou! Meu celular tá… ah, meu celular! — Sn se arrastou até onde seu celular tinha caído e o pegou, analisando a tela com desespero. — Está inteiro… ufa…
O homem arqueou uma sobrancelha.
— Você quase morre e está preocupada com o celular?
Sn se levantou com dificuldade, esfregando o joelho dolorido.
— E você quase atropela alguém e nem pede desculpa?!
Ele suspirou, como se ela estivesse sendo dramática demais.
— Você entrou na frente do meu carro.
— Mas eu estava atravessando!
— No sinal errado.
Sn piscou.
— Hã...?
Ele apontou para o semáforo de pedestres, que ainda estava vermelho.
— Você não presta atenção no trânsito?
Sn mordeu o lábio. Tá, talvez tivesse errado nisso… mas isso não mudava o fato de que ele era insuportável!
— E você não presta atenção nas pessoas?!
Ele riu sem humor.
— Eu sou Zen Kang. Não costumo prestar atenção em coisas insignificantes.
Sn travou.
— Espera… Zen Kang?
Agora que prestava atenção, aquele nome não era estranho. Na verdade, era muito conhecido. Zen Kang, CEO da Kang Corporation, uma das maiores empresas da Coreia do Sul. Ele aparecia em revistas, entrevistas… e sempre com a mesma expressão séria e intimidadora.
— Você… você é o Zen Kang?! — Sn arregalou os olhos.
Ele não respondeu. Apenas ajeitou o terno e olhou para o relógio, como se ela estivesse desperdiçando seu tempo.
— Já acabou o drama? Se não quebrou nada, eu vou indo.
Sn sentiu a raiva crescendo.
— Não, mas eu vou quebrar essa sua cara de arrogante!
Mas antes que pudesse dizer algo, um carro parou ao lado deles e um homem de terno desceu, olhando preocupado para Zen.
— Senhor Kang, está tudo bem?
— Apenas uma distração no caminho. Vamos.
Sn bufou, irritada.
— Distração?! Eu sou uma pessoa, não um obstáculo de trânsito!
Zen a olhou nos olhos por um breve momento e, sem dizer nada, entrou no carro novamente.
Sn ficou ali, parada, vendo o sedã preto sumir no trânsito.
Ela respirou fundo e fechou os olhos.
— Isso só pode ser um aviso do universo: minha sorte realmente não existe.
Mal sabia ela que aquele encontro estava longe de ser o último.
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Atualizado até capítulo 69
Comments
Diana Oda
Tadinha! Não sei pq mas me lembrei do filme premonição /Facepalm/
2025-03-25
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Rosângela Santos
Lendo agora 24/03/25
2025-03-25
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