Dentro do jato particular, Zen olhava pela janela, impaciente. Sua mente estava uma bagunça. Ele nunca tinha se sentido assim antes… essa sensação de perda, de arrependimento.
Ele pegou o celular e ligou para Ji So, que estava sentado à sua frente.
— Ji So, você sabe o endereço da Sn? — Zen perguntou, sério.
Ji So olhou para ele e suspirou.
— Sim, senhor. Antes dela ir embora, eu consegui algumas informações. Ela está na casa da madrinha, no Rio de Janeiro.
Zen fechou os olhos por um momento, respirando fundo. Ele não gostava de admitir, mas... sentia falta dela.
— Assim que pousarmos, quero um carro pronto. — Ele ordenou.
Ji So assentiu.
— Sim, senhor. Mas… tem certeza que quer ir atrás dela? E se ela não quiser te ver?
Zen abriu os olhos e olhou diretamente para Ji So.Seu olhar frio, mas determinado.
— Eu não vim até aqui para desistir agora.
O jato particular pousou suavemente na pista do aeroporto do Rio de Janeiro. Assim que as rodas tocaram o chão, Zen soltou um suspiro pesado. Ele nunca imaginou que um dia cruzaria o oceano por causa de uma mulher… mas ali estava ele.
Ji So já tinha tudo preparado. Assim que desceram do avião, um carro preto os esperava do lado de fora.
— O endereço, Ji So. Vamos logo. — Zen ordenou, entrando no carro com pressa.
Ji So digitou a localização no GPS e o motorista deu partida.
No caminho, Zen olhava pela janela, impaciente. As ruas movimentadas do Rio de Janeiro passavam rapidamente, mas a única coisa na cabeça dele era Sn.
Ele bateu os dedos no joelho, ansioso.
— Quanto tempo até chegarmos? — Ele perguntou.
— Cerca de 30 minutos, senhor. — Ji So respondeu.
Zen bufou e recostou a cabeça no banco. Ele não sabia o que esperava ao encontrar Sn… Mas uma coisa era certa: ele não voltaria para a Coreia sem vê-la.
O carro preto parou em frente a uma casa simples, mas aconchegante. O portão branco estava levemente aberto, e algumas luzes estavam acesas dentro da casa.
Zen olhou pela janela, respirando fundo. Seu coração estava acelerado, algo raro para ele. Ele não gostava de admitir, mas estava nervoso.
— É aqui, senhor. — Ji So confirmou, olhando para o endereço no celular.
Zen não respondeu. Apenas abriu a porta e saiu do carro. O vento quente da noite brasileira bagunçou um pouco seu cabelo, mas ele não se importou.
Ele caminhou até o portão e tocou a campainha.
Lá dentro, Sn ouviu o som e franziu a testa. Quem poderia ser aquela hora?
Ela se levantou do sofá e foi até a porta. Quando abriu, seu coração parou por um segundo.
Zen estava ali. De terno, alto, sério… e lindo como sempre.
Os olhos dela se encheram de lágrimas.
— O que você tá fazendo aqui? — Ela perguntou, a voz trêmula.
Zen a olhou fixamente por alguns segundos antes de responder.
— Vim te buscar.
Sn ficou paralisada. Seu coração batia forte ao ver Zen ali, na porta da casa da sua madrinha, tão longe da Coreia do Sul.
— Vim te buscar. — Ele repetiu, a voz firme.
Antes que Sn pudesse responder, Zen segurou seu rosto com as mãos e a puxou para um beijo intenso.
Os lábios dele tocaram os dela com urgência, como se quisesse provar que ela era dele. Sn arregalou os olhos, surpresa, mas logo fechou e se entregou ao momento. Ela sentiu o calor, o cheiro e a presença de Zen como nunca antes.
Ji So, ainda dentro do carro, arregalou os olhos ao ver a cena.
— Uau... isso foi rápido. — Ele murmurou, cruzando os braços e assistindo tudo.
Sn sentiu suas pernas tremerem, mas Zen a segurou firme pela cintura, aprofundando o beijo. Ele queria provar o quanto aquele momento significava.
Quando finalmente se separaram, Sn estava ofegante.
— P-por que você fez isso?! — Ela perguntou, corando.
Zen olhou nos olhos dela e respondeu com seu tom frio e direto:
— Porque você é minha.
O silêncio da noite foi quebrado apenas pelo som do vento suave batendo contra as folhas das árvores. Sn sentia seu coração acelerado, suas mãos tremiam, e sua mente estava um completo caos. Ela não conseguia acreditar no que estava acontecendo.
Zen, o homem frio e inacessível que a rejeitou tantas vezes, estava agora ali, na porta da casa da sua madrinha, no Brasil. Mais do que isso, ele acabara de beijá-la.
Os lábios dele tinham o gosto da luxúria e da posse. Era um beijo intenso, desesperado, carregado de algo que Sn não conseguia decifrar. Era um pedido de desculpas? Era desejo? Era amor?
Seus olhos se arregalaram no primeiro segundo, mas logo se renderam ao momento. Seu coração já estava partido por Zen, então, por que não aproveitar esse único momento de fraqueza dele?
Zen a segurava com força, sua mão grande envolvendo sua cintura como se nunca mais fosse deixá-la partir. O jeito que ele inclinava a cabeça, que aprofundava o beijo, que tocava seu rosto... ele queria sentir cada detalhe dela, queria absorver Sn como se fosse a última vez.
Ji So, ainda dentro do carro, arregalou os olhos ao ver a cena. Ele nunca, em todos os anos trabalhando para Zen, imaginou que veria o CEO frio e calculista beijando alguém assim.
— Uau... isso foi rápido. — Ele murmurou, cruzando os braços e observando.
Sn sentiu as pernas fraquejarem, mas Zen não a soltou. Pelo contrário, ele a segurou ainda mais forte. Como se a cada segundo a distância entre eles diminuísse mais. Como se ele estivesse finalmente admitindo algo para si mesmo.
Mas então, de repente, ele se afastou.
Os olhos de Sn estavam brilhando de confusão e emoção.
O que tinha acabado de acontecer?
Ela tocou os próprios lábios, ainda sentindo o gosto dele.
— P-por que você fez isso?! — Sn perguntou, sua voz trêmula, tentando processar tudo.
Zen respirou fundo, olhando para ela com aquele olhar intenso que a fazia tremer por dentro.
E então, com sua voz fria e direta, ele respondeu:
— Porque você é minha.
Sn sentiu um arrepio subir pela espinha.
“Minha?”
A raiva e a confusão tomaram conta dela ao mesmo tempo. Ela não era um objeto. Não era um brinquedo que ele podia pegar e largar quando quisesse.
Ela deu um passo para trás, quebrando aquele contato intenso entre eles.
— Sua?! — Ela repetiu, cruzando os braços. — Desde quando eu sou sua, Zen?
Ele a observou, seu olhar penetrante e calculista analisando cada detalhe do rosto dela.
— Desde o momento em que você entrou na minha vida.
O peito de Sn apertou. Ela queria acreditar, queria confiar que ele estava dizendo a verdade. Mas e todas as vezes que ele a rejeitou? E todas as vezes que ele a afastou?
— Você me rejeitou tantas vezes, Zen. — Ela murmurou, desviando o olhar. — E agora você aparece aqui, me beija e diz que sou sua? Como espera que eu acredite nisso?
Zen permaneceu em silêncio por alguns segundos. Ele sabia que ela tinha razão.
Ele sabia que a machucou.
Ele sabia que a fez sofrer.
Mas agora, ele não estava mais disposto a deixá-la ir.
— Eu fui um idiota. — Ele admitiu, sua voz finalmente quebrando um pouco da frieza. Era raro ouvir Zen admitir que estava errado.
Sn piscou, surpresa.
Zen deu um passo à frente, diminuindo novamente a distância entre eles.
— Eu senti sua falta, Sn. — Ele confessou, sua voz mais baixa. — Mais do que eu deveria. Mais do que eu queria admitir.
Os olhos de Sn estavam brilhando com lágrimas não derramadas.
Ela queria acreditar. Queria tanto acreditar nele.
— E agora? O que você quer de mim, Zen? — Ela perguntou, sua voz cheia de emoção.
Ele segurou o rosto dela novamente, mas dessa vez, com mais delicadeza.
— Eu quero você de volta.
O coração de Sn parou.
Por um segundo, ela esqueceu o mundo. Esqueceu que estava no Brasil, esqueceu o quanto sofreu por ele.
Ela apenas conseguia sentir o olhar intenso de Zen sobre ela.
E sabia, sabia que se aceitasse, nunca mais seria a mesma.
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Atualizado até capítulo 69
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