Sn estava sentada no quintal, abraçando os joelhos. Seu olhar estava perdido, e seu coração ainda batia rápido por causa da briga com Zen.
De repente, um carro preto entrou pelos portões da mansão.
O pai de Zen desceu do veículo, acompanhado por seguranças e uma enfermeira.
Ele caminhou até Sn e se agachou ao lado dela, olhando-a com preocupação.
— Minha filha, o que aconteceu? Por que você está assim?
Sn mordeu o lábio inferior, hesitante.
Depois de um momento, ela suspirou e disse:
— O Zen brigou comigo… por causa do colar. Ele tentou tirá-lo à força.
Ela colocou a mão no bolso e mostrou um pedaço da corrente.
— Eu escondi o colar aqui, para ele não pegar de novo.
O pai de Zen ficou em silêncio por um instante, observando a tristeza no rosto de Sn.
Então, ele se levantou e fez um sinal para os seguranças e para a enfermeira, indicando que ficassem com Sn.
Com passos firmes, ele entrou na mansão e seguiu diretamente para o escritório de Zen.
Sem bater, abriu a porta com força.
Zen levantou o olhar, surpreso.
— Pai? O que você está fazendo aqui?
Seu pai fechou a porta atrás de si e cruzou os braços.
— Eu deveria perguntar a você, Zen. O que diabos aconteceu com a Sn?
Zen se recostou na cadeira, mantendo sua expressão fria.
— O que quer dizer com isso?
O pai dele bufou, claramente irritado.
— Não se faça de desentendido! A Sn estava no quintal, arrasada, dizendo que você tentou arrancar o colar dela à força.
Zen desviou o olhar, impaciente.
— Esse colar era da minha mãe.
O pai dele se aproximou da mesa e apoiou as mãos nela.
— E o que isso muda?
Zen estreitou os olhos.
— Eu não quero que ela use.
O pai dele soltou um suspiro profundo e balançou a cabeça.
— Você ainda não percebeu, não é?
Zen franziu a testa.
— Perceber o quê?
O pai dele se endireitou, cruzando os braços.
— Você está assustado, Zen.
Zen soltou uma risada seca.
— Assustado? Eu?
— Sim. — O pai dele sorriu levemente. — Porque a Sn te lembra sua mãe. E isso mexe com você.
Zen apertou o maxilar, desviando o olhar.
O pai dele continuou:
— Eu dei aquele colar para Sn porque ela tem a mesma luz que sua mãe tinha. A mesma capacidade de transformar tudo ao redor dela.
Zen cerrou os punhos.
— Eu não quero falar sobre isso.
O pai dele o observou por alguns segundos e depois deu um passo para trás.
— Pense bem, filho. Antes que seja tarde demais.
E, sem dizer mais nada, ele saiu da sala, deixando Zen sozinho.
Zen ficou em silêncio, encarando o nada.
Seu coração estava um caos.
Ele não queria admitir…
Mas, no fundo, sabia que seu pai estava certo.
O pai de Zen se aproximou de Sn e se abaixou ao lado dela.
— Amanhã vamos à loja escolher um colar novo. Dê esse colar para o Zen.
Sn o olhou surpresa, segurando o colar no bolso.
O pai de Zen sorriu gentilmente e continuou:
— Amanhã, meus seguranças virão te buscar. O que você acha, filha?
Ele sorriu para ela, esperando sua resposta.
Sn ficou em silêncio por alguns segundos, pensativa.
Então, respirou fundo e assentiu levemente.
— Tudo bem…
O pai de Zen sorriu satisfeito e se levantou.
— Ótimo. Descanse bem hoje.
Sn olhou para o colar em suas mãos, seu coração apertado.
Ela sabia que Zen estava lutando contra algo dentro dele.
Mas ela realmente queria ser parte disso?
O pai de Zen pegou um cartão do bolso e entregou para Sn.
— Aqui está o meu número. Qualquer coisa que você precisar… dinheiro, ajuda, ou apenas conversar, pode me ligar.
Sn pegou o cartão, surpresa.
— Obrigada, senhor…
O pai de Zen franziu a testa e sorriu de leve.
— Você não precisa me chamar de senhor. Pode me chamar de papai… ou até de vovô, se quiser.
Os olhos de Sn se arregalaram ligeiramente, e ela sentiu uma estranha sensação de calor no peito.
— Papai…? — murmurou, testando a palavra.
O pai de Zen sorriu e abriu os braços.
— Vem cá.
Sn hesitou por um momento, mas então se aproximou e aceitou o abraço.
Foi um abraço quente e acolhedor, algo que ela não sentia há muito tempo.
— Agora descanse, minha filha. Amanhã será um novo dia.
Ele se afastou, lançou um último olhar gentil para Sn e saiu da mansão.
Naquela noite, Sn tomou uma decisão.
Ela pegou o colar, caminhou até o quarto de Zen e bateu na porta.
Não houve resposta.
Então, ela se abaixou e deixou o colar cuidadosamente no chão, bem na frente da porta.
Depois, subiu as escadas correndo, sem olhar para trás.
Segundos depois, a porta se abriu.
Zen saiu do quarto e franziu a testa ao ver o colar no chão.
Ele se abaixou, pegou a corrente e ficou olhando para ela em silêncio.
Seus dedos apertaram o pingente delicadamente.
E, pela primeira vez em muito tempo, ele sentiu algo apertar seu coração.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 69
Comments