Sn entrou pela imensa porta de vidro da Kang Corporation, sentindo-se completamente deslocada. O prédio era imponente, moderno e assustadoramente organizado. O piso brilhava tanto que ela podia ver o reflexo de seus próprios tênis – que, para sua vergonha, não combinavam nem um pouco com o ambiente chique.
Ela caminhou até a recepção e sorriu para a recepcionista.
— Oi! Eu sou Sn e estou aqui para ver o Zen!
A mulher ergueu uma sobrancelha, claramente surpresa.
— O senhor Zen… está esperando por você?
— Sim! Ele me mandou vir.
A recepcionista ainda parecia hesitante, mas antes que pudesse falar algo, Ji Soo apareceu do nada.
— Senhorita Sn, por aqui.
Sn deu um pequeno pulo de susto, mas logo o seguiu, se sentindo importante por ter um “guia pessoal”.
Subiram pelo elevador até o último andar, onde ficava a sala do Zen. O andar inteiro parecia outro nível de luxo. As paredes eram envidraçadas, a mobília era minimalista e havia um silêncio absoluto no ambiente.
Até que Sn tropeçou no tapete.
Ji Soo nem reagiu, como se já estivesse acostumado com esse tipo de desastre.
Sn se levantou rapidamente, fingindo que nada aconteceu, e seguiu até a porta do escritório. Ji Soo bateu antes de abrir.
— Senhor Zen, a senhorita Sn chegou.
Zen estava sentado atrás de uma mesa enorme, revisando alguns documentos. Ele nem levantou o olhar.
— Você está atrasada.
Sn bufou, cruzando os braços.
— E você continua insuportável, pelo visto.
Zen finalmente ergueu os olhos e arqueou uma sobrancelha, surpreso com a audácia dela. Ji Soo ficou claramente desconfortável com a resposta direta de Sn, mas Zen apenas suspirou e apontou para a cadeira na frente dele.
— Sente-se. Precisamos discutir os detalhes do nosso acordo.
Sn engoliu em seco.
— Ok… agora é oficial. Não tem mais volta.
Sn sentou-se na cadeira de frente para Zen, ainda tentando entender como sua vida desandou tanto em tão pouco tempo.
Zen pegou uma pasta preta e a abriu, revelando um contrato com várias páginas. Ele deslizou o documento na direção dela.
— Leia e assine.
Sn pegou o papel com as mãos trêmulas.
— Espera… isso é mesmo um contrato de casamento?
Zen cruzou os braços.
— Sim. Quero que tudo seja feito de forma legal e sem problemas.
Sn começou a ler, e seu queixo caiu.
— Pera aí! Aqui diz que eu vou morar com você!
— Sim. Meu pai não acreditaria em um casamento onde vivemos separados.
Sn continuou lendo e arregalou os olhos novamente.
— E aqui diz que eu tenho que comparecer a eventos como sua esposa perfeita!
— Sim.
— E que eu não posso contar para ninguém que isso é um acordo?!
— Obviamente.
Sn jogou as mãos na cabeça, desesperada.
— Eu tô literalmente vendendo minha alma nesse papel!
Zen suspirou, claramente perdendo a paciência.
— Você quer pagar sua dívida ou não?
Sn mordeu o lábio. Ele estava a usando contra a parede de novo. Se dissesse não, estaria falida. Se dissesse sim, estaria presa a esse contrato absurdo.
Ela pegou a caneta e respirou fundo.
— E se eu quiser sair do acordo antes do tempo?
Zen sorriu levemente.
— Então você me paga a dívida em dinheiro.
Sn travou. Ela definitivamente não tinha esse dinheiro.
— Ok… então por quanto tempo eu tenho que fingir ser sua esposa?
Zen fechou os olhos por um instante, como se calculasse o tempo exato.
— Seis meses.
Sn engoliu em seco.
— SEIS MESES?!
Zen a olhou diretamente nos olhos.
— Você consegue sobreviver a isso, Sn?
Ela olhou para a caneta em sua mão, para o contrato e depois para Zen.
Ela não tinha saída.
Com um suspiro profundo, Sn assinou o contrato.
Zen pegou a pasta de volta, satisfeito.
— Parabéns. Agora você é oficialmente minha esposa… pelo menos no papel.
Sn revirou os olhos.
— Isso ainda vai dar muito problema…
Sn respirou fundo e começou a ler o contrato com atenção. Cada linha parecia pior do que a anterior.
Regras do casamento entre Zen Kang e Sn:
O casamento terá duração de seis meses.
Sn deverá morar na casa de Zen durante esse período.
Em público, Sn deverá agir como uma esposa perfeita.
Em eventos e reuniões familiares, demonstrações de afeto serão obrigatórias.
O casamento será mantido em sigilo absoluto.
Sn não pode se envolver romanticamente com ninguém durante o contrato.
Zen também não se envolverá com ninguém durante o contrato.
Sn terá acesso a um cartão de crédito, mas não poderá gastar mais do que o limite estipulado.
Sn deve acompanhar Zen em todas as viagens de negócios necessárias.
Quaisquer desentendimentos devem ser resolvidos em particular.
Sn não pode expor a vida pessoal de Zen para ninguém, incluindo amigos e familiares.
O quarto de Sn será separado, mas visitas ao quarto de Zen podem ser necessárias para manter as aparências.
O divórcio será assinado automaticamente no final do contrato, sem necessidade de disputas.
Sn deve se vestir apropriadamente para eventos sociais e empresariais.
Qualquer violação grave do contrato resultará em multa financeira.
Zen é o responsável por definir os limites da relação quando necessário.
Sn deve atender a telefonemas e mensagens de Zen imediatamente.
Nenhuma briga ou escândalo público será tolerado.
Sn não pode abandonar o casamento antes do prazo sem pagar a dívida.
Nenhuma das partes pode desenvolver sentimentos românticos um pelo outro.
Qualquer mudança no contrato só pode ser feita com o consentimento de ambos.
Sn leu tudo de novo, chocada.
Ela levantou o olhar e encarou Zen.
— Essa regra 20 é séria?
Zen cruzou os braços, impassível.
— Completamente.
Sn mordeu o lábio, segurando a risada.
— Você escreveu isso porque acha que eu vou me apaixonar por você?
Zen a olhou com frieza.
— A questão não é você se apaixonar por mim. É evitar que você tenha qualquer ilusão de que isso pode se tornar real.
Sn sentiu um arrepio. Ele era realmente um homem de gelo.
Mas, sem saída, pegou a caneta e assinou.
— Pronto. Agora sou oficialmente sua esposa temporária.
Zen pegou o contrato e guardou na pasta.
— Ótimo. Agora faça as malas. Hoje à noite, você se muda para minha casa.
Sn arregalou os olhos.
— JÁ?!
Zen se levantou, pegando o paletó.
— Quanto mais cedo começarmos, melhor. Agora venha, temos um jantar com meu pai hoje.
Sn piscou várias vezes.
— … Eu vou conhecer o sogro hoje?!
Zen revirou os olhos.
— Sogro…?
Sn riu nervosa.
— Ok, vamos nessa. Mas eu só aviso uma coisa…
Zen olhou para ela, esperando.
Sn apontou para a regra 20.
— Se alguém aqui for quebrar essa regra, não sou eu.
Zen apenas sorriu de lado.
— Vamos ver.
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Atualizado até capítulo 69
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