Capítulo 6 – O Colar da Mãe de Zen

Antes de irem embora, Zen parou diante do pai. O silêncio entre os dois era carregado de algo que Sn não conseguia decifrar.

O senhor Kang, no entanto, não olhou para o filho.

Em vez disso, virou-se para Sn e sorriu levemente.

— Venha cá, minha filha.

Sn arregalou os olhos.

— Eu?

Ele assentiu e, então, tirou um pequeno estojo de veludo do bolso.

Sn ficou curiosa, mas sua surpresa foi ainda maior quando o senhor Kang abriu o estojo e revelou um colar delicado e elegante.

O pingente era uma pequena joia azul, brilhante como o céu ao amanhecer.

— Este colar pertenceu à minha falecida esposa. Quero que fique com ele.

Zen arregalou levemente os olhos.

— Pai…

Mas o senhor Kang não deu ouvidos ao filho.

— Venha, deixe-me colocá-lo em você.

Sn sentiu o coração acelerar. Aquilo… não era algo pequeno.

Receber uma joia tão importante de alguém como o senhor Kang significava muito mais do que simples aceitação.

Ela se inclinou levemente, permitindo que ele colocasse o colar ao redor de seu pescoço.

O toque do metal gelado fez Sn se arrepiar.

Quando o senhor Kang terminou, ele tocou de leve o pingente e sorriu, como se estivesse se lembrando de algo distante.

— Ficou perfeito.

Sn não sabia o que dizer.

Ela olhou para Zen, esperando alguma reação, mas ele estava com o olhar preso ao colar.

Naquele momento, ele lembrou-se de sua mãe usando aquela joia.

De repente, o passado parecia muito mais próximo do que deveria.

Zen franziu as sobrancelhas, desviando o olhar.

— Precisamos ir.

O senhor Kang apenas assentiu.

Quando Sn se virou para se despedir, o homem segurou suavemente seu braço e a puxou para um abraço rápido.

— Seja feliz, minha filha.

Zen esticou levemente os dedos, como se estivesse prestes a intervir… mas então parou.

Ele não sabia o que sentia ao ver aquela cena.

Quando finalmente saíram e entraram no carro, o silêncio entre os dois era quase sufocante.

Sn segurou o colar e sorriu de leve.

— O seu pai é… muito diferente de você.

Zen manteve os olhos na estrada, mas sua voz saiu mais baixa do que o normal:

— Você não sabe nada sobre ele.

Sn percebeu que tocou em algo delicado.

Mas, em vez de recuar, ela sorriu de canto.

— Aposto que ele pensaria o mesmo sobre você.

Zen não respondeu.

Mas, ao desviar o olhar rapidamente para Sn e ver o colar brilhar em seu pescoço, ele sentiu algo que não queria admitir.

Talvez… aquele contrato estivesse saindo do controle.

O clima no carro estava pesado.

Sn encarava Zen, tentando entender por que ele estava tão estranho desde que saíram da mansão do pai dele.

— Zen… o que tá acontecendo?

Ele apertou o volante com força, o maxilar travado, os olhos fixos na estrada.

Então, do nada, ele bateu a mão no volante com força.

— Sai do carro, Sn.

Sn arregalou os olhos.

— O quê?!

Zen soltou um suspiro irritado e repetiu, agora mais frio:

— Sai.

Mas Sn não se moveu.

— Eu não vou sair até você me dizer o que tá acontecendo!

Zen respirou fundo, tentando se controlar.

— Esse colar…

Sn tocou a joia no pescoço, confusa.

— O que tem ele?

Zen fechou os olhos por um segundo antes de encará-la com um olhar intenso e carregado de emoções que ele tentava esconder.

— Esse era o colar favorito da minha mãe.

Sn sentiu o coração apertar.

— Sua mãe…

— Ela faleceu há muito tempo.

O silêncio tomou conta do carro.

Sn não sabia o que dizer.

A única coisa que conseguia pensar era… por que o pai de Zen deu o colar para ela, então?

— Seu pai… ele nunca te contou onde estava esse colar?

Zen riu sem humor.

— Não. Eu pensei que tivesse sido enterrado com ela.

Sn sentiu um arrepio na espinha.

Agora entendia por que ele estava tão abalado.

Zen não queria mostrar que aquilo o afetava, mas era óbvio que estava mexendo com ele.

Ela respirou fundo e disse, com a voz mais suave:

— Eu posso devolver…

Zen negou com a cabeça, desviando o olhar.

— Não. Agora já está com você.

Sn mordeu o lábio, sem saber o que fazer.

Ele estava tão fechado, tão frio… mas seus olhos diziam mais do que ele gostaria.

Ela sabia que, naquele momento, Zen não queria discutir mais.

Então, apenas suspirou e abriu a porta do carro, saindo lentamente.

Antes de fechar, olhou para ele mais uma vez.

— Zen… você não precisa carregar tudo sozinho.

Ele não respondeu.

Sn apenas fechou a porta e começou a caminhar para o hotel.

Zen ficou ali por alguns segundos, em silêncio.

Então, socou o volante mais uma vez, frustrado.

Esse casamento de mentira… estava mexendo com ele mais do que deveria.

Sn caminhava pela estrada, sentindo as primeiras gotas de chuva caírem sobre sua pele.

Ela olhou para trás, vendo as luzes vermelhas do carro de Zen sumirem na escuridão da noite.

O coração dela apertou.

— Idiota… — sussurrou para si mesma.

O vento frio bagunçava seus cabelos, e a chuva começou a engrossar.

Sn abraçou o próprio corpo, tremendo um pouco.

— Ótimo. Agora vou pegar um resfriado!

Ela suspirou, olhando para o céu nublado.

— E eu nem sei pra onde ir…

Enquanto isso, em outro lugar da cidade…

Zen segurava o celular com força.

Ele já estava em seu apartamento, sentado no sofá, olhando para a tela, irritado consigo mesmo.

Sua mente não parava de pensar naquela cena.

Sn sozinha na estrada, debaixo da chuva.

Ele passou a mão pelos cabelos, soltando um suspiro pesado.

— Droga…

Finalmente, pegou o telefone e discou um número.

— Vá buscar a Sn. Agora.

Seu secretário não questionou.

— Sim, senhor.

Zen desligou e jogou o celular no sofá.

Ele tentava ignorar aquela sensação incômoda dentro de si, mas era impossível.

Por que ele simplesmente não conseguia ignorar aquela garota atrapalhada e teimosa?

De volta à estrada…

Sn estava encharcada.

A chuva caía com força, e cada passo seu fazia barulho na poça d’água.

— Eu sou muito azarada mesmo! — reclamou, esfregando os braços para tentar se aquecer.

Então, de repente, faróis iluminaram seu caminho.

Ela se virou e viu um carro preto parando ao seu lado.

A janela se abaixou e o secretário de Zen apareceu.

— Senhorita Sn, entre no carro.

Sn arqueou uma sobrancelha.

— Quem mandou você aqui?

— O senhor Zen.

Ela piscou, surpresa.

— Ele… mandou você me buscar?

O secretário apenas assentiu.

Sn sentiu algo esquentar dentro dela, mas apenas cruzou os braços e virou o rosto.

— Diga a ele que eu posso muito bem encontrar o caminho sozinha.

O secretário soltou um suspiro.

— O senhor Zen já imaginou que você diria isso. Ele pediu para avisar que, se você não entrar no carro agora, ele virá pessoalmente buscar você.

Sn arregalou os olhos.

Ela conseguia imaginar a cena.

Zen aparecendo irritado, brigando com ela no meio da chuva…

E, para piorar, ele estaria certo.

Ela bufou e entrou no carro.

Enquanto o veículo começava a andar, Sn olhou pela janela, mordendo o lábio.

— Idiota… — murmurou baixinho.

Mas, no fundo, seu coração bateu um pouco mais forte.

Sn chegou à mansão de Zen completamente encharcada.

Quando desceu do carro, abraçou o próprio corpo, tremendo de frio.

O secretário a guiou até a entrada, onde uma empregada abriu a porta rapidamente.

— Senhorita Sn, por favor, venha se aquecer.

Sn passou pela porta, sentindo o calor da casa envolver seu corpo.

A mansão era impressionante.

O hall de entrada tinha lustres enormes, móveis sofisticados e uma escadaria imponente.

Mas Sn não teve tempo de admirar os detalhes.

Porque, no meio da sala, Zen estava de pé, esperando por ela.

Ele tinha os braços cruzados, a expressão séria e fria.

Sn bufou e colocou as mãos na cintura.

— Então, mandou me buscar, mas nem tem a decência de perguntar se eu estou bem?

Zen arqueou uma sobrancelha.

— Você está bem?

Sn estreitou os olhos.

— Agora não vale mais!

Ele revirou os olhos e suspirou.

— Vá tomar um banho quente antes que fique doente.

Sn levantou o queixo, teimosa.

— Eu ia mesmo, não precisava da sua ordem, Senhor Frio!

Zen apenas ignorou a provocação.

— O seu quarto está pronto. A empregada vai te mostrar onde fica.

Sn arqueou a sobrancelha.

— Espera… vou dormir aqui?!

— Sim.

— Mas eu tenho um hotel!

Zen se aproximou, a encarando de cima.

— E quem é o dono do hotel?

Sn piscou algumas vezes.

— Droga…

Zen sorriu de canto, satisfeito.

— Agora vá para o quarto. Você já deu trabalho demais por hoje.

Sn bufou, mas subiu as escadas, seguindo a empregada.

Quando entrou no quarto, ficou boquiaberta.

Era enorme, com uma cama macia, um closet gigantesco e até uma banheira luxuosa.

Sn se jogou na cama, exausta.

Mas, antes de dormir, ficou encarando o colar em seu pescoço.

Ela ainda não entendia o que Zen realmente sentia por aquele colar…

Mas algo dentro dela dizia que esse casamento falso estava ficando cada vez mais complicado.

Capítulos
1 Capítulo 1 – Bem-vinda ao Caos, Sn!
2 Capítulo 2 – O Destino Gosta de Brincar
3 Capítulo 3 – A Dívida Que Não Pedi
4 Capítulo 4 – Bem-vinda ao Inferno Corporativo
5 Capítulo 5 – O Jantar com o Sogro
6 Capítulo 6 – O Colar da Mãe de Zen
7 Capítulo 7 – O Peso do Colar
8 Capítulo 8 – Confronto no Quarto
9 Capítulo 9 – Confronto de Pai e Filho
10 Capítulo 10 – Um Novo Começo
11 Capítulo 11 – Sentimentos Confusos
12 Capítulo 12 – Ciúmes?
13 Capítulo 13 – O Jantar Especial
14 Capítulo 14 – Distância e Confusão
15 Capítulo 15 – Corações em Conflito
16 Capítulo 16 – O Despertar dos Sentimentos
17 Capítulo 17 – A Decisão de Ir Embora
18 Capítulo 18 – A Decisão de Sn
19 Capítulo 19 – O Endereço de Sn
20 Capítulo 20 – O Motivo da Vinda
21 Capítulo 21 – A Resposta Que Não Se Encontra
22 Capítulo 22 – Entre o Orgulho e o Desejo
23 Capítulo 23 – O Desejo Proibido
24 Capítulo 24 – Entre o Amor e a Confusão
25 Capítulo 25 – Uma Decisão Importante
26 Capítulo 26 – O Desafio de Zen
27 Capítulo 27 – A Decisão de Sn
28 Capítulo 28 – Sn vs. Cartão Black: A Vingança
29 Capítulo 29 – O Ataque do Cartão Black
30 Capítulo 30 – O Docinho de Coco e a Tentação da Lingerie
31 Capítulo 31 – O Apelido Proibido
32 Capítulo 32 – O Dia de Compras da Sn
33 Capítulo 33 – A Fatura do Caos
34 Capítulo 34 - A Venda de Princesa
35 Capítulo 35: O Primeiro Passo para a Mudança
36 Capítulo 36: No Limite da Rebeldia
37 Capítulo 37: Confusões e Decisões
38 Capítulo 38 – O Castigo de Sn
39 Capítulo 39 – O Adeus de Sn
40 Capítulo 40: O Refúgio e a Decisão
41 Capítulo 41: O Confronto Inesperado
42 Capítulo 42: O Preço da Decisão
43 Capítulo 43: "O Coração de Pedra e a Conquista do Amor"
44 Capítulo 44: "Revelações e Decisões"
45 Capítulo 45 – O Castigo da Sn
46 Capítulo 46 – A Entrega
47 Capítulo 47 – O Segredo de Sn
48 Capítulo 48 – Fuga para o Brasil
49 Capítulo 49 – O Desespero de Zen
50 Capítulo 50 - O Peso da Realidade
51 Capítulo 51 - Decisões Duras
52 Capítulo 52 - Caminhos Cruzados
53 Capítulo 53 - Adeus Temporário
54 Capítulo 54 - Reflexões de um Novo Começo
55 Capítulo 55 - O Primeiro Aniversário de Hana
56 Capítulo 56 - Surpresas e Descobertas
57 Capítulo 57 - O Encontro Inesperado
58 Capítulo 58 - Compras no Shopping
59 Capítulo 59: Reflexões e Decisões
60 Capítulo 60: Laços Inquebráveis
61 Capítulo 61 – Um Novo Começo
62 Capítulo 62: "Os Planos do Coração"
63 Capítulo 63 - O Plano de Hana Dá Certo
64 Capítulo 64 – Um Novo Recomeço
65 Capítulo 65 - Um Dia de Diversão no Parque
66 Capítulo 66 – A Decisão Dolorosa
67 Capítulo 67 – O Peso da Escolha
68 Capítulo 68 – A Resposta de SN
69 Capítulo 69 – A Decisão de SN
Capítulos

Atualizado até capítulo 69

1
Capítulo 1 – Bem-vinda ao Caos, Sn!
2
Capítulo 2 – O Destino Gosta de Brincar
3
Capítulo 3 – A Dívida Que Não Pedi
4
Capítulo 4 – Bem-vinda ao Inferno Corporativo
5
Capítulo 5 – O Jantar com o Sogro
6
Capítulo 6 – O Colar da Mãe de Zen
7
Capítulo 7 – O Peso do Colar
8
Capítulo 8 – Confronto no Quarto
9
Capítulo 9 – Confronto de Pai e Filho
10
Capítulo 10 – Um Novo Começo
11
Capítulo 11 – Sentimentos Confusos
12
Capítulo 12 – Ciúmes?
13
Capítulo 13 – O Jantar Especial
14
Capítulo 14 – Distância e Confusão
15
Capítulo 15 – Corações em Conflito
16
Capítulo 16 – O Despertar dos Sentimentos
17
Capítulo 17 – A Decisão de Ir Embora
18
Capítulo 18 – A Decisão de Sn
19
Capítulo 19 – O Endereço de Sn
20
Capítulo 20 – O Motivo da Vinda
21
Capítulo 21 – A Resposta Que Não Se Encontra
22
Capítulo 22 – Entre o Orgulho e o Desejo
23
Capítulo 23 – O Desejo Proibido
24
Capítulo 24 – Entre o Amor e a Confusão
25
Capítulo 25 – Uma Decisão Importante
26
Capítulo 26 – O Desafio de Zen
27
Capítulo 27 – A Decisão de Sn
28
Capítulo 28 – Sn vs. Cartão Black: A Vingança
29
Capítulo 29 – O Ataque do Cartão Black
30
Capítulo 30 – O Docinho de Coco e a Tentação da Lingerie
31
Capítulo 31 – O Apelido Proibido
32
Capítulo 32 – O Dia de Compras da Sn
33
Capítulo 33 – A Fatura do Caos
34
Capítulo 34 - A Venda de Princesa
35
Capítulo 35: O Primeiro Passo para a Mudança
36
Capítulo 36: No Limite da Rebeldia
37
Capítulo 37: Confusões e Decisões
38
Capítulo 38 – O Castigo de Sn
39
Capítulo 39 – O Adeus de Sn
40
Capítulo 40: O Refúgio e a Decisão
41
Capítulo 41: O Confronto Inesperado
42
Capítulo 42: O Preço da Decisão
43
Capítulo 43: "O Coração de Pedra e a Conquista do Amor"
44
Capítulo 44: "Revelações e Decisões"
45
Capítulo 45 – O Castigo da Sn
46
Capítulo 46 – A Entrega
47
Capítulo 47 – O Segredo de Sn
48
Capítulo 48 – Fuga para o Brasil
49
Capítulo 49 – O Desespero de Zen
50
Capítulo 50 - O Peso da Realidade
51
Capítulo 51 - Decisões Duras
52
Capítulo 52 - Caminhos Cruzados
53
Capítulo 53 - Adeus Temporário
54
Capítulo 54 - Reflexões de um Novo Começo
55
Capítulo 55 - O Primeiro Aniversário de Hana
56
Capítulo 56 - Surpresas e Descobertas
57
Capítulo 57 - O Encontro Inesperado
58
Capítulo 58 - Compras no Shopping
59
Capítulo 59: Reflexões e Decisões
60
Capítulo 60: Laços Inquebráveis
61
Capítulo 61 – Um Novo Começo
62
Capítulo 62: "Os Planos do Coração"
63
Capítulo 63 - O Plano de Hana Dá Certo
64
Capítulo 64 – Um Novo Recomeço
65
Capítulo 65 - Um Dia de Diversão no Parque
66
Capítulo 66 – A Decisão Dolorosa
67
Capítulo 67 – O Peso da Escolha
68
Capítulo 68 – A Resposta de SN
69
Capítulo 69 – A Decisão de SN

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