Já se passaram alguns meses desde que Sn assinou aquele contrato maluco. No início, tudo parecia uma comédia de erros, mas, com o tempo, ela foi se acostumando com a nova rotina ao lado de Zen.
Eles mantinham as aparências em público, compareciam a eventos juntos e, para sua surpresa, Zen era ainda mais frio e metódico do que ela imaginava.
Agora, depois de meses vivendo sob o mesmo teto, Sn finalmente conheceria o pai de Zen.
— Por que estou nervosa? — Sn se perguntou, ajustando o vestido enquanto encarava seu reflexo no espelho.
Zen, que já estava pronto e impecável em um terno preto, bateu levemente na porta do quarto dela.
— Vamos, não quero me atrasar.
Sn respirou fundo e saiu, olhando para ele.
— Como estou?
Zen a analisou por um instante e respondeu, sem emoção alguma:
— Apresentável.
Sn fez uma careta.
— Nossa, que elogio maravilhoso.
Ele ignorou a ironia e seguiu para o carro.
A Chegada na Mansão Kang
Ao chegarem na mansão do pai de Zen, Sn ficou boquiaberta.
— Isso é uma casa ou um palácio?!
Zen ignorou o comentário e apenas a guiou até a entrada, onde um mordomo os recebeu com uma reverência.
— O senhor Kang os aguarda na sala de jantar.
Sn engoliu em seco.
Ela estava prestes a conhecer o temido patriarca da família Kang.
Assim que entraram na sala de jantar luxuosa, um homem de cabelos grisalhos, mas com uma postura forte e imponente, se levantou.
Ele era o tipo de pessoa que poderia intimidar qualquer um com apenas um olhar.
— Então você é a esposa do meu filho.
Sn tentou sorrir educadamente, mas sentiu um frio na espinha.
— S-sim, sou eu! Sn!
O senhor Kang a observou com atenção, sem sorrir.
— Meu filho nunca mencionou estar interessado em alguém. Isso é surpreendente.
Sn riu nervosa.
— Bom, a vida é cheia de surpresas, né?
Zen cutucou discretamente a perna dela por baixo da mesa.
Sn engoliu em seco e tentou agir como a esposa perfeita que o contrato exigia.
— Senhor Kang, é uma honra conhecê-lo. Zen fala muito sobre o senhor.
O pai de Zen arqueou uma sobrancelha.
— Fala mesmo?
Sn percebeu que cometeu um erro.
— Quer dizer… um pouco! Só coisas boas!
Zen suspirou e segurou a taça de vinho. Aquele jantar seria longo.
O Desafio Começa
Enquanto a comida era servida, o pai de Zen não tirava os olhos de Sn.
— Diga-me, Sn… o que você mais gosta no meu filho?
Zen parou de beber na mesma hora.
Sn ficou petrificada.
— O-o quê?
— Se você é esposa dele, deve ter algo que gosta nele. Quero ouvir.
Sn olhou para Zen, que não demonstrava reação alguma, apenas esperando para ver como ela sairia daquela situação.
— Bom… eu…
O que ela diria?!
O coração dela acelerou. Se não respondesse direito, o pai de Zen poderia desconfiar do casamento.
Ela respirou fundo e sorriu.
— Eu gosto do jeito dele. Ele é frio por fora, mas… tem um coração bom.
Zen levantou levemente a sobrancelha, surpreso.
O pai dele continuou observando, como se tentasse ver se era verdade.
— Interessante.
Zen colocou a taça na mesa e olhou para Sn.
— Vamos ver se você consegue manter essa opinião até o fim do jantar.
Sn engoliu seco.
Ela tinha certeza de uma coisa…
Aquela noite seria um verdadeiro teste.
Depois do jantar, quando Sn achou que poderia finalmente relaxar, o pai de Zen olhou diretamente para ela e disse:
— Minha filha, venha comigo. Precisamos conversar.
Sn quase engasgou.
— C-comigo?
Zen, que estava ao lado dela, arqueou levemente a sobrancelha.
— Pai…
— Não se preocupe, filho. Quero apenas conhecer melhor minha nora.
Sn forçou um sorriso e seguiu o sogro para uma sala privada.
Ao entrar, percebeu que o ambiente era aconchegante, mas a aura do senhor Kang ainda era assustadora.
Ele se sentou e fez um gesto para que ela fizesse o mesmo.
— Me diga, Sn… como você e meu filho se conheceram?
Sn congelou na hora.
Ela sentiu uma gota de suor escorrer pela testa.
— Ah… bom… veja bem…
O senhor Kang esperava pacientemente, sem demonstrar emoção alguma.
Sn pescou rapidamente na mente a versão que deveria contar. Ela não podia dizer que Zen a atropelou com um carro e que, depois disso, fizeram um contrato maluco de casamento falso.
Isso com certeza não seria convincente.
Então, ela forçou um sorriso fofo e começou a improvisar.
— Bom… foi meio inesperado! Eu tinha acabado de chegar na Coreia do Sul e… estava perdida! Foi aí que conheci o Zen!
O senhor Kang estreitou os olhos.
— E ele ajudou você?
Sn riu nervosa.
— N-não exatamente… na verdade, ele me atropelou.
— O quê?
— Mas sem querer! Foi só um pequeno acidente! E depois disso, nos encontramos de novo e… bem, aconteceu.
O senhor Kang continuou a encará-la por alguns segundos, como se tentasse enxergar a verdade por trás da história.
Então, ele suspirou.
— Então, você realmente gosta do meu filho?
Sn sentiu um arrepio.
Ela deveria dizer que sim, certo? Esse era o plano. Mas… ao olhar para aquele homem sério, que claramente conhecia bem Zen, percebeu que qualquer mentira boba não funcionaria.
Ela respirou fundo e respondeu de forma sincera (ou quase isso):
— O Zen é… difícil. Mas eu sei que ele tem um bom coração.
O pai de Zen arqueou a sobrancelha, surpreso.
— Hm.
Sn segurou a respiração. O que ele diria agora? Será que desconfiou de algo?
Então, para sua surpresa, ele sorriu levemente.
— Você me lembra alguém.
Sn piscou.
— Quem?
O senhor Kang olhou para a lareira, onde havia uma foto antiga.
— A mãe do Zen.
Sn arregalou os olhos.
— A mãe do Zen?!
Ele apenas assentiu.
— Ela também era espontânea… e tinha um jeito caótico de viver.
Sn não sabia o que dizer. Mas, antes que pudesse perguntar mais, a porta se abriu e Zen apareceu.
— Terminamos aqui?
O pai de Zen olhou para o filho, depois para Sn, e sorriu de leve.
— Sim.
Então, ele se levantou, caminhou até Sn e pousou a mão no ombro dela.
— Seja forte, minha filha. Você vai precisar.
Sn sentiu um calafrio.
O que isso significava?!
Ela olhou para Zen, que apenas suspirou e pegou sua mão para levá-la embora.
No carro, enquanto dirigia, Zen finalmente quebrou o silêncio:
— O que ele te disse?
Sn olhou para ele e cruzou os braços.
— Ele disse que eu sou parecida com a sua mãe.
Zen travou na hora.
Sn percebeu uma leve mudança na expressão dele.
Era a primeira vez que ele parecia… afetar-se com algo.
E isso só deixou Sn ainda mais curiosa.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 69
Comments