Sn estava no quarto da mansão, sentada na cama, segurando o colar entre os dedos.
Ela não conseguia parar de pensar na reação de Zen.
— Por que ele ficou tão irritado?
Ela suspirou e olhou para o teto.
— Esse casamento de mentira está ficando complicado…
De repente, alguém bateu na porta.
TOC, TOC!
Antes que ela pudesse responder, a porta se abriu.
Era Zen.
Ele entrou no quarto e fechou a porta atrás de si, seu olhar frio e intenso.
Sn arqueou a sobrancelha.
— O que foi? Vai me expulsar da mansão agora?
Zen respirou fundo, tentando manter a calma.
— Me dá o colar.
Sn estreitou os olhos.
— O quê?
Ele deu um passo à frente.
— O colar. Agora.
Sn apertou a joia entre os dedos.
— Por quê? Seu pai me deu!
Zen cerrou os punhos.
— Esse colar pertence à minha mãe.
Sn se levantou da cama, irritada.
— Eu sei disso! Mas por que isso te incomoda tanto? Seu pai me deu, então agora é meu!
Zen avançou até ela, seu rosto muito próximo.
— Você não entende nada…
Sn encarou seus olhos escuros.
— Então me explica, Zen! Por que isso te incomoda tanto?
Zen ficou em silêncio por alguns segundos.
Depois, desviou o olhar.
— Eu… não quero que você use esse colar.
Sn franziu a testa.
— Por quê? Porque eu não sou boa o suficiente?
Zen fechou os olhos e passou a mão pelos cabelos, frustrado.
— Não é isso…
Sn cruzou os braços.
— Então o que é?
Zen ficou alguns segundos em silêncio.
Então, olhou para ela com uma expressão que misturava raiva e algo mais profundo.
— Você me lembra minha mãe.
Sn arregalou os olhos.
O quarto ficou em silêncio.
Zen continuou, a voz mais baixa:
— E isso me irrita.
Sn sentiu um arrepio na espinha.
Ela nunca tinha visto Zen assim antes.
E, pela primeira vez, sentiu que estava mais perto de entender quem ele realmente era.
O silêncio no quarto era pesado.
Sn engoliu em seco, sem saber como responder.
Zen a olhava fixamente, seus olhos escuros cheios de emoções conflitantes.
— Eu te lembro a sua mãe? — ela repetiu, ainda tentando processar.
Zen desviou o olhar, visivelmente incomodado.
— Esqueça o que eu disse. Me dá o colar.
Sn apertou a joia contra o peito.
— Não.
Zen franziu a testa.
— Sn…
Ela respirou fundo e levantou o queixo.
— Eu sei que esse colar é importante para você, mas seu pai me deu. Eu não vou simplesmente entregar porque você está com raiva.
Zen passou a mão pelos cabelos, frustrado.
— Você realmente não entende…
Sn deu um passo à frente, encarando-o.
— Então me faz entender, Zen!
Zen ficou em silêncio, os músculos tensos.
Sn o observava atentamente.
— Você age como se esse casamento de mentira não significasse nada, mas a verdade é que você se importa… não é?
Zen apertou o maxilar, desviando o olhar.
— Eu não me importo.
Sn sorriu de lado.
— Então por que está aqui no meu quarto, brigando comigo por causa de um colar?
Zen a olhou nos olhos, sem resposta.
Sn sentiu o coração acelerar.
Havia algo intenso entre eles, algo que ela não conseguia nomear.
Depois de alguns segundos, Zen soltou um suspiro pesado e se virou.
— Faça o que quiser.
E, sem dizer mais nada, saiu do quarto, fechando a porta com força.
Sn ficou ali, parada, com o colar ainda em suas mãos.
Seu peito estava apertado.
Zen era um mistério, e, de alguma forma, ela sentia que estava cada vez mais envolvida nele.
Sn ficou parada por um momento, olhando para a porta fechada.
Ela apertou o colar entre os dedos, sentindo seu coração acelerado.
— O que foi isso? — sussurrou para si mesma.
Zen sempre foi frio, mas, por um instante, ela viu algo diferente em seus olhos.
Algo mais profundo.
Algo doloroso.
Ela se sentou na cama, pensativa.
— Ele disse que eu lembro a mãe dele… mas por que isso o incomoda tanto?
Sn sabia que Zen escondia algo.
E, pela primeira vez, sentiu vontade de descobrir o que era.
Enquanto isso, no escritório de Zen…
Zen estava sozinho, sentado em sua cadeira, olhando para o nada.
Seus pensamentos estavam uma bagunça.
Ele fechou os olhos, lembrando-se de sua mãe.
Das risadas dela.
De como ela sempre derrubava as coisas.
De como seu pai a olhava com carinho.
Ele nunca tinha contado a ninguém, mas…
Quando sua mãe morreu, algo dentro dele também morreu.
Por isso, quando viu Sn usando aquele colar, foi como ser puxado de volta para um passado que ele tentou esquecer.
Zen passou a mão pelo rosto e respirou fundo.
— Isso não pode continuar…
Mas, no fundo, ele sabia que já era tarde demais.
Sn estava entrando na sua vida.
E ele não sabia como impedi-la.
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Atualizado até capítulo 69
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