Sn finalmente conseguiu entrar no elevador, segurando o cartão do quarto com força. Ela olhou para Zen, que estava ao seu lado, e bufou baixinho.
— Tão frio quanto uma geladeira industrial…
Ele, como sempre, manteve o olhar fixo na porta do elevador, ignorando completamente sua presença.
O silêncio no pequeno espaço era opressor, mas Sn, sendo quem era, não conseguiu ficar calada.
— Então… você é tipo um super empresário rico, né?
Zen nem sequer piscou.
— Eu sou um CEO.
— É, isso aí mesmo. CEO. O que a sua empresa faz?
— Muitas coisas.
— Nossa, que resposta detalhada…
Ele suspirou, como se estivesse cansado apenas de ouvi-la falar. Sn revirou os olhos.
— Tá bom, então vou direto ao ponto: por que você pagou esse quarto pra mim?
— Porque não queria você desmaiando na porta do hotel e virando um problema para minha estadia.
Sn fez uma careta.
— Nossa… obrigado pela caridade, senhor simpatia.
Ele não respondeu.
O elevador chegou ao andar e Zen saiu primeiro, sem nem esperar por ela. Sn apressou o passo para acompanhá-lo, irritada com tanta frieza.
— Olha, eu não sou do tipo que aceita favores sem pagar.
Zen parou na frente do próprio quarto e olhou para ela com um olhar afiado.
— Ótimo. Então me pague logo e pare de reclamar.
Sn travou.
— E-ele realmente quer que eu pague?
— Eu… uh… eu não tenho esse dinheiro agora, mas… posso pagar de outras formas!
Zen ergueu uma sobrancelha.
— Que tipo de "outras formas"?
Sn pensou um pouco.
— Eu posso… trabalhar!
— Trabalhar?
— Sim! Sei lá, posso ser sua assistente por um tempo até pagar a dívida.
Zen analisou Sn de cima a baixo, claramente duvidando muito da ideia.
— Você? Assistente?
— Sim! Eu posso ser séria e responsável!
Ela tentou parecer confiante, mas no mesmo instante escorregou no tapete do corredor e caiu de joelhos.
Zen fechou os olhos e respirou fundo, claramente arrependido de cada decisão que o levou até esse momento.
— Isso vai ser um desastre.
Mas por algum motivo, em vez de dizer "não", ele apenas disse:
— Veremos.
Sn sorriu, sentindo que tinha uma chance.
Mal sabia ela que se tornar assistente de Zen Kang seria a coisa mais difícil (e caótica) da sua vida.
Sn arregalou os olhos, achando que tinha ouvido errado.
— O quê?!
Zen cruzou os braços, seu olhar frio e calculista fixo nela.
— Você ouviu bem. Vai ser minha esposa de aluguel.
Sn piscou várias vezes, tentando processar a informação.
— Esposa… de aluguel?
Zen suspirou, impaciente.
— Meu pai está insistindo para que eu me case. Ele é idoso e quer ver isso acontecer antes que…
Ele parou no meio da frase, como se não quisesse falar mais do que o necessário.
Sn percebeu um leve incômodo na voz dele, mas estava muito ocupada surpreendida e indignada para pensar nisso agora.
— E você achou que a solução perfeita era… me alugar como esposa?!
Zen não demonstrou nenhuma reação à indignação dela.
— Você quer pagar sua dívida, não quer?
Sn engoliu em seco.
— Quero, mas não desse jeito!
— Você disse que poderia trabalhar para mim. Bom, esse é o trabalho.
Ela ficou sem palavras.
— Esse cara só pode estar brincando…
Mas ao olhar bem para ele, percebeu que Zen não parecia ser o tipo de pessoa que fazia brincadeiras.
Sn passou a mão no rosto, tentando organizar os pensamentos.
— Isso é loucura. Por que eu?
— Porque você é irrelevante.
Sn arregalou os olhos, ofendida.
— Oi?!
— Você não tem envolvimento com a minha empresa, não tem interesse na minha fortuna e, principalmente, não tem nenhuma intenção de se casar de verdade comigo.
Sn continuou de boca aberta.
— Espera… isso significa que você confia em mim?!
Zen soltou um riso seco, sem humor.
— Não confio. Mas sei que você não é uma ameaça.
Sn ficou sem saber se isso era um elogio ou um insulto.
— Então quer que eu finja ser sua esposa… só para o seu pai?
Zen assentiu.
— Apenas por um tempo. Você vai morar comigo, se apresentar como minha esposa e agir como uma esposa perfeita em frente ao meu pai. Depois disso, seguimos caminhos separados e sua dívida estará paga.
Sn mordeu o lábio, sentindo o cérebro fritar.
— E se eu recusar?
Zen a olhou diretamente nos olhos.
— Então pode pagar os custos do hotel agora.
Sn congelou. Ela estava completamente falida.
— Isso é chantagem!
Mas, no fundo, ela sabia que não tinha escolha.
Respirando fundo, ela levantou a cabeça e cruzou os braços.
— Tá bom. Eu aceito.
Zen apenas assentiu.
— Ótimo. Agora, faça o favor de não tropeçar e cair na frente do meu pai.
Sn revirou os olhos.
— Isso ainda vai dar muita confusão…
Sn pegou a caixa do celular com as duas mãos, ainda processando tudo.
— Você… comprou um celular novo pra mim?
Zen cruzou os braços, impaciente.
— Seu antigo estava quebrado e não quero que minha “esposa” ande por aí com um telefone inútil.
Sn estreitou os olhos.
— E-ei! Meu telefone não era inútil! Só tinha alguns probleminhas…
— O GPS te mandou para o lado errado da cidade.
— Ok, talvez tenha sido um grande problema…
Zen não demonstrou o menor interesse em continuar a discussão. Apenas entregou um cartão a ela.
— Amanhã de manhã, me encontre na minha empresa. Sem atrasos.
Sn pegou o cartão e olhou para ele.
— Espera… "Kang Corporation"?!
Ela olhou para Zen, boquiaberta.
— Você é o dono dessa empresa gigante?!
Zen suspirou.
— O que mais você esperava?
Sn olhou para ele com desconfiança.
— Você é muito misterioso, sabia?
Foi então que Zen se inclinou levemente para perto dela e murmurou com sua voz fria e calma:
— Deixe-me contar um segredo.
Sn sentiu um arrepio e segurou a respiração.
— O quê?
Ele olhou diretamente nos olhos dela.
— O quarto que você está hospedada… é caro.
Sn piscou, sem entender.
— …Tá, e?
Zen então deu um sorriso mínimo e arrogante antes de completar:
— E eu sei disso porque eu sou o dono desse hotel.
O choque foi instantâneo.
— QUÊ?!
Zen apenas se virou e caminhou em direção ao próprio quarto.
— Boa noite, Sn.
E entrou, deixando Sn completamente perplexa no corredor.
Ela olhou para o cartão da empresa, para o celular novo e então para a porta onde ele tinha acabado de entrar.
— Mas que tipo de confusão eu fui me meter?!
Sn, que estava deitada na cama do hotel encarando o teto e tentando processar tudo, quase caiu da cama quando ouviu as batidas na porta.
— Ai meu Deus! Será que é a conta do hotel?!
Ela correu para abrir e viu um homem de terno impecável, com uma postura séria e elegante. Ele parecia muito bem treinado para lidar com o caos que era Zen Kang.
— Senhorita Sn, o senhor Zen pediu que você fornecesse seu número de telefone.
Sn piscou, confusa.
— Meu número?
— Sim. O novo número, do celular que ele lhe deu.
Ela olhou para o celular novinho na mesa e cruzou os braços.
— E se eu não quiser dar?
O secretário nem piscou.
— Então ele provavelmente virá pessoalmente perguntar.
Sn tremeu na hora.
— Ok, ok! Eu dou o número!
Ela pegou o celular, anotou o número no papel e entregou ao secretário. Mas antes que ele fosse embora, a curiosidade bateu forte.
— Espera! Qual é o seu nome?
O homem parou, parecendo surpreso com a pergunta.
— Meu nome?
— Sim! Você trabalha pro Zen, né? Então provavelmente me verá muito agora que… sabe… aquela maluquice de esposa de aluguel.
O secretário hesitou um instante, mas então se curvou levemente e disse:
— Meu nome é Ji Soo.
Sn sorriu.
— Prazer, Ji Soo!
Ele não sorriu de volta, mas disse educadamente:
— O prazer é meu, senhorita Sn. Espero que consiga lidar com o senhor Zen.
Sn soltou um suspiro dramático.
— Eu também espero… porque esse homem é um enigma ambulante!
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 69
Comments