Na manhã seguinte, Sn acordou decidida. Ela já tinha feito suas malas e estava pronta para sair daquela mansão. Não havia mais motivo para continuar ali, não depois da rejeição de Zen.
Ela pegou sua mala e desceu as escadas, sentindo o coração acelerar a cada passo. Ji So estava na porta, olhando-a com surpresa.
— Senhorita Sn, aonde você vai?
Sn sorriu de leve, mas era um sorriso triste.
— Estou indo embora, Ji So. De volta para o Brasil.
Ji So pareceu desconfortável, como se quisesse impedir, mas sabia que essa era uma decisão dela.
Antes de sair, o pai de Zen apareceu na porta da mansão.
— Minha filha, o que está acontecendo? — ele perguntou, olhando para a mala.
Sn respirou fundo.
— Eu não posso mais ficar aqui. Não quero continuar nesse casamento de mentira.
O pai de Zen suspirou, parecendo compreender, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, uma voz fria interrompeu.
— Você não vai a lugar nenhum, Sn.
Zen desceu as escadas, seu olhar intenso e sombrio.
Sn o encarou, sentindo seu coração apertar.
— E quem vai me impedir? Você? — ela disse, desafiadora.
Zen se aproximou, ficando a poucos centímetros dela.
— Sim. Porque você ainda é minha esposa.
Sn apertou firme a alça da mala, seu coração batendo forte. Ela olhou para Zen com raiva, mas também com algo que não queria admitir—mágoa.
— Isso não significa nada! — ela retrucou. — Esse casamento é um contrato! Eu não sou realmente sua esposa, e você mesmo deixou isso claro quando me rejeitou!
Zen ficou em silêncio por alguns segundos, os olhos escuros fixos nos dela.
— E você acha que pode simplesmente ir embora? — ele deu um passo à frente, ficando tão perto que Sn sentiu o cheiro amadeirado do perfume dele. — Eu não terminei com você.
— Mas eu terminei com essa farsa! — Sn levantou o queixo, determinada.
O pai de Zen observava tudo com um olhar calmo, mas atento. Ji So estava tenso ao lado da porta.
Zen suspirou e, num movimento rápido, pegou a mala de Sn das mãos dela.
— Ei! — ela protestou.
— Se você quiser ir embora, então prove que realmente quer. — Ele olhou para ela com um olhar desafiador. — Olhe nos meus olhos e diga que não sente nada por mim.
Sn engoliu seco. As palavras estavam presas na garganta. Ela queria gritar que não sentia nada, mas seria uma mentira.
O silêncio dela disse tudo.
Zen sorriu de canto, satisfeito, e soltou a mala no chão.
— Exatamente o que eu pensei.
Sn cerrou os punhos.
— Você é um arrogante, frio, insuportável…
— E seu marido. — ele interrompeu, a voz baixa e intensa.
Ela fechou os olhos por um momento, respirando fundo.
O pai de Zen sorriu de leve e se virou para Ji So.
— Prepare o jantar, acho que minha nora vai ficar um pouco mais.
Sn bufou, cruzando os braços.
— Isso ainda não acabou, Zen.
Zen sorriu com diversão, sabendo que essa batalha estava apenas começando.
Sn chorava em silêncio, sentindo o coração pesado. Seu olhar estava fixo no chão enquanto falava com o pai de Zen. Ela estava cansada, confusa e machucada.
— Eu amo o Zen, mas ele me rejeita. — Sua voz saiu embargada. — Ontem, nós brigamos, eu fui para uma festa e ele me tirou de lá à força. Ele me colocou contra a parede, eu tentei afastá-lo, mas nós dois caímos… e eu o beijei.
O pai de Zen ouviu tudo com atenção, sem interrompê-la.
— E agora você quer fugir porque não sabe como controlar seus sentimentos perto dele?
Sn assentiu, enxugando as lágrimas.
— Sim… Eu não quero ficar me machucando mais. Se ele não me quer, não faz sentido eu continuar aqui.
Do lado de fora do cômodo, Ji So estava escondido no corredor, ouvindo tudo em silêncio. Ele sabia que não deveria escutar, mas estava preocupado com Sn.
O pai de Zen suspirou e segurou as mãos de Sn com carinho.
— Minha filha, eu entendo sua dor. Mas fugir não vai fazer seus sentimentos desaparecerem.
Sn soluçou, sentindo a dor da verdade nas palavras dele.
— Mas e se ele nunca me amar?
O pai de Zen sorriu de leve, acariciando a cabeça dela como um pai faria com sua filha.
— Então cabe a você decidir se vai continuar lutando… ou seguir em frente. Mas lembre-se: o Zen pode ser frio, mas ele não teria impedido sua partida se não se importasse com você.
Sn olhou para ele com os olhos marejados.
Do lado de fora, Ji So mordeu o lábio, pensando no que ouviu. Ele precisava contar isso para Zen.
Ji So entrou no escritório sem hesitar, segurando o celular em mãos.
— Senhor Zen, eu gravei a conversa entre sua Sn e seu pai. Você quer ouvir?
Zen, que estava sentado atrás da mesa, ergueu o olhar frio. Ele entrelaçou os dedos e respirou fundo antes de responder.
— Por que você fez isso? — Sua voz saiu calma, mas carregada de tensão.
Ji So engoliu seco, sabendo que poderia estar ultrapassando um limite perigoso.
— Porque eu achei que o senhor precisava ouvir.
Zen ficou em silêncio por alguns segundos, então estendeu a mão.
— Me mostre.
Ji So apertou o botão de reprodução. O áudio começou a tocar, e a voz chorosa de Sn ecoou pelo escritório.
"Pai, eu amo o Zen, mas ele me rejeita..."
"Ontem, nós brigamos. Eu fui para uma festa, ele me colocou contra a parede, eu tentei afastá-lo, mas nós dois caímos… e eu o beijei."
"Eu não sei como controlar meus sentimentos quando estou perto dele. Por isso, quero ir embora para o Brasil."
Zen apertou os punhos sobre a mesa. Seus olhos brilharam com um misto de surpresa e confusão.
"Mas e se ele nunca me amar?"
A resposta do pai de Zen veio logo em seguida.
"Minha filha, o Zen pode ser frio, mas ele não teria impedido sua partida se não se importasse com você."
O áudio terminou.
O silêncio no escritório era pesado. Zen abaixou a cabeça, fechando os olhos por um momento.
— Ela realmente ia embora… — Ele murmurou, a voz mais baixa do que o normal.
Ji So observava o chefe atentamente.
— Senhor, eu nunca o vi hesitar em relação a nada. Mas quando se trata da Sn, você sempre age de forma diferente.
Zen levantou-se da cadeira de repente.
— Onde ela está agora?
Ji So sorriu levemente.
— Ainda na mansão. Mas se o senhor não fizer nada, acho que logo estará no aeroporto.
Zen pegou as chaves do carro e saiu sem dizer mais nada.
Ele não deixaria Sn escapar tão facilmente.
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Atualizado até capítulo 69
Comments
Deborah Lopes
a história é bonita, mais não estou conseguindo sentir emoção, muito fraca
2025-03-25
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