Sn arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços.
— Você não conseguiu dormir… ou estava esperando alguém te mandar mensagem?
Zen deu um pequeno sorriso de canto, cruzando os braços também.
— E se eu disser que estava esperando uma mensagem sua?
Sn revirou os olhos.
— Ha! Como se você se importasse…
Zen aproximou-se um pouco, inclinando a cabeça levemente.
— E você? Está incomodada porque eu não mandei mensagem?
Sn engoliu seco, desviando o olhar.
— Nem um pouco. Só acho estranho você ser tão frio comigo e ao mesmo tempo ficar todo esquentadinho quando o assunto é seu pai.
Zen estreitou os olhos e soltou um suspiro curto.
— Então é isso? Você está com ciúmes?
Sn arregalou os olhos e corou levemente, mas logo franziu a testa.
— O quê? Eu? Com ciúmes? Você pirou?
Zen sorriu de lado, provocando.
— Está, sim. Desde que meu pai te chamou de filha, você anda estranha.
Sn bufou, tentando controlar o rubor no rosto.
— Não estou estranha! Eu só…
Ela ficou sem palavras por um momento e apertou os punhos.
Zen percebeu o nervosismo dela e deu mais um passo à frente, diminuindo a distância entre eles.
— Admita, Sn. Você gosta da atenção dele. E, de alguma forma, quer que eu também…
Sn o interrompeu, apontando o dedo para ele.
— Para por aí! Se alguém aqui está com ciúmes, esse alguém é você!
Zen ergueu uma sobrancelha, interessado.
— Eu?
Sn afirmou com a cabeça, confiante agora.
— Sim! Desde que comecei a me dar bem com seu pai, você ficou estranho!
Zen ficou em silêncio por um momento, mas depois deu um suspiro profundo.
— Talvez.
Sn piscou, surpresa.
— Espera… o quê?
Zen olhou nos olhos dela e falou calmamente:
— Talvez eu realmente esteja com ciúmes.
Sn sentiu seu coração disparar, mas rapidamente tentou disfarçar.
— Tsc… eu sabia!
Zen sorriu de canto.
— E agora? O que vai fazer com essa informação?
Sn corou e se virou rapidamente, começando a subir as escadas.
— Vou dormir! Boa noite!
Zen riu baixo e a observou sumir no corredor.
Ele passou a mão pelos cabelos e murmurou para si mesmo:
— Mas que garota interessante…
Continuação do Capítulo 12 – O Motivo de Sn
Sn parou no meio da escada e apertou os punhos.
— Eu não estou com ciúmes, Zen… — ela murmurou, sem olhá-lo.
Zen ergueu uma sobrancelha, cruzando os braços.
— Então por que está tão incomodada?
Sn respirou fundo antes de se virar para encará-lo.
— Porque o seu pai… ele é gentil comigo. Ele me trata com carinho, como se eu realmente fosse da família.
Zen a observou com atenção.
— E isso te incomoda?
Sn balançou a cabeça.
— Não… na verdade, eu gosto disso. Mas ao mesmo tempo, me faz lembrar que eu nunca tive isso antes.
Ela desviou o olhar, mordendo o lábio inferior.
— Meu pai nunca me criou. Foram meus avós e minha mãe que cuidaram de mim. Ele nunca fez questão de estar presente.
Zen ficou em silêncio por alguns segundos.
Ele não esperava que Sn fosse compartilhar algo tão pessoal assim, mas, de certa forma, agora ele entendia o motivo de ela ter se apegado tanto ao seu pai.
— Então… você vê nele o pai que nunca teve? — Zen perguntou, sua voz menos fria do que o normal.
Sn deu um pequeno sorriso triste.
— Talvez…
O silêncio se instalou entre os dois.
Zen coçou a nuca, olhando para o chão por um instante.
— Bom… — ele começou, tentando encontrar as palavras certas.
Sn levantou o olhar para ele, esperando o que viria a seguir.
Zen respirou fundo e desviou o olhar.
— Se meu pai te faz sentir acolhida… então, continue ficando perto dele.
Sn arregalou os olhos, surpresa.
— O quê?
Zen suspirou, sem jeito.
— Você ouviu. Se isso te faz bem, não tem por que eu atrapalhar.
Sn sentiu um calor estranho no peito.
Ela não esperava que Zen dissesse algo tão… gentil.
Mesmo com aquele jeito frio dele, ela pôde perceber que, no fundo, ele se importava.
Sn sorriu suavemente.
— Obrigada, Zen.
Ele a olhou por um momento e depois desviou o olhar, coçando a nuca novamente.
— Hmph… agora vai dormir. Já está tarde.
Sn riu baixinho e começou a subir as escadas novamente.
— Boa noite, Zen.
Zen a observou desaparecer no corredor e soltou um longo suspiro.
Ele nunca gostou de compartilhar sua família com ninguém, mas Sn…
Sn era diferente.
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Atualizado até capítulo 69
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