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Capítulo 17 – O Banquete dos Feéricos

O banquete estava prestes a começar. Eu sabia que o castelo, embora imponente em sua arquitetura, estava se preparando para um evento grandioso. As luzes das velas flutuavam por todo o salão, e a atmosfera estava carregada de uma mistura de aromas exóticos e intrigantes – frutas desconhecidas, especiarias e um toque de vinho doce que me fazia salivar, mesmo sem saber exatamente o que estavam servindo.

O grande salão estava magnificamente decorado com tecidos finos que pendiam das paredes e colunas, e uma imensa mesa de carvalho, coberta com pratos de prata e taças de cristal, se estendia de um lado a outro da sala. Mas o que realmente me chamava a atenção eram os feéricos que começavam a entrar no salão. As portas se abriram, e os primeiros a entrarem eram como uma visão saída de um sonho – ou, talvez, um pesadelo. Eles estavam simplesmente… inumanos.

Alguns deles tinham asas largas e delicadas, com padrões que brilhavam à luz das velas, como se fossem feitos de cristal ou seda. Suas asas batendo suavemente atrás de seus corpos eram translúcidas e cintilavam em tons de azul e verde, refletindo as cores do ambiente. Eles andavam com uma elegância quase sobrenatural, seus passos tão suaves quanto se deslizassem pelo ar, não tocando o chão.

As roupas que usavam eram como de outro mundo, tecidos feitos de pétalas, folhas e fios dourados que se entrelaçavam em formas complexas e intrincadas, parecendo tanto armaduras delicadas quanto vestidos de pura beleza.

Outros feéricos pareciam mais ligados à natureza, quase como se fossem uma extensão das florestas que rodeavam o castelo. Suas peles tinham o tom da madeira de árvores antigas, e seus cabelos eram feitos de folhas, ramos e flores que pareciam crescer a partir de suas cabeças. Eles tinham uma aura de mistério e poder, como se tivessem sido forjados nas profundezas da terra, e sua presença parecia trazer consigo o cheiro da floresta e do solo úmido. Eram altos e imponentes, com olhos que brilhavam com uma intensidade selvagem.

E havia aqueles que pareciam ter saído de um conto de fadas mais etéreo, como se suas formas fossem feitas de pura luz e vento. Seus corpos flutuavam levemente acima do chão, e suas peles tinham um brilho prateado, quase translúcido. Suas asas eram como grandes borboletas, com cores que variavam do dourado ao lilás, e quando se moviam, parecia que o vento os acompanhava, fazendo com que o ambiente ao redor se tornasse mais vívido e vibrante.

Eu estava ali, em meio a todos esses seres, sentindo-me pequena e insignificante, mas, ao mesmo tempo, parte de algo imenso e mágico.

E então, lá estava ele. Aron Gardner.

Ele entrou na sala com sua postura firme e imponente, vestindo uma roupa escura e bem ajustada que parecia desenhada especialmente para exalar poder e controle. Sua presença era uma mistura de charme e autoridade, e, apesar de tudo, havia algo mais ali, algo que me fazia sentir uma tensão crescente sempre que ele estava por perto. Não era apenas a maneira como ele me olhava, com aquele olhar enigmático e penetrante, mas também o modo como ele parecia controlar a sala com um simples movimento, com um olhar de seu rosto forte e belo. Seus olhos fixaram-se nos meus assim que ele entrou, e eu senti como se estivesse sendo puxada em sua direção, como se ele tivesse uma força invisível que me atraía de uma maneira que eu não conseguia entender.

As conversas ao redor continuaram, mas tudo ao meu redor pareceu desaparecer, e eu só conseguia perceber a distância entre mim e Aron, cada passo que ele dava em minha direção. Havia algo em seu olhar – algo que me deixava nervosa, algo que me fazia desejar entender o que ele estava pensando.

Eu estava tentando manter a compostura, respirando devagar e fingindo não sentir a eletricidade que parecia crescer entre nós, quando Aron finalmente se aproximou. Ele parou ao meu lado, tão perto que pude sentir o calor de sua presença. O cheiro dele, um perfume amadeirado e forte, envolveu-me, e por um momento, tudo o que eu queria era dar um passo à frente e me deixar levar.

“Você está bem?”, ele perguntou com uma voz profunda, tão suave que fez meu corpo estremecer. Havia um tom de preocupação ali, mas, ao mesmo tempo, um toque de desafio, como se ele soubesse que me afetava e gostasse disso.

Eu tentei manter a calma, olhando para ele com um sorriso leve.

“Sim, estou… apenas me acostumando com tudo isso”, respondi, tentando esconder a tensão que crescia dentro de mim.

Aron se inclinou levemente em minha direção, os olhos fixos nos meus, e por um momento, tudo ao meu redor ficou borrado, como se só existissem ele e eu. Os feéricos ao redor continuaram suas interações, mas eu estava completamente imersa na presença de Aron. O tempo parecia desacelerar. A maneira como ele me observava, a forma como seus lábios se curvavam ligeiramente em um sorriso, mas seus olhos não se suavizavam, apenas aprofundavam. Eu sabia o que ele estava fazendo, e não pude evitar um pequeno suspiro.

“Talvez você devesse aproveitar a noite”, ele disse, a voz baixa, quase um sussurro. “Mas, se precisar de companhia, estarei por aqui.”

A sua proximidade estava me deixando inquieta, mas também curiosa. O que ele queria? O que ele pretendia com aquelas palavras? Algo mais, talvez? Ou estava apenas jogando com o jogo de poder que sempre parecia dominar nossas interações? Não sabia ao certo, mas o desejo de saber mais estava começando a me consumir.

Neste momento, uma das feéricas com asas de borboleta se aproximou, atraída pela conversa, mas sua presença não era suficiente para me afastar de Aron. Ela tinha um vestido longo, adornado com pétalas e vidrilhos, seu sorriso era doce, mas seus olhos, grandes e curiosos, pareciam uma mistura de inocência e algo mais perigoso. Ela se virou para mim com um olhar atento e, em um tom musical, falou algo que não consegui entender completamente, como se suas palavras dançassem no ar.

Eu sorri para ela, mas não podia tirar os olhos de Aron, que parecia estar ciente de tudo ao meu redor, mas só se importava comigo. O desejo de ter mais dele, de entender mais sobre ele, era uma chama ardente. Mas por enquanto, não poderia ceder, não enquanto o jogo de poder ainda estivesse em andamento. Eu sabia que, por mais que a atração entre nós fosse palpável, ele também estava jogando.

E, por mais que quisesse, eu não poderia ceder tão facilmente. Não ainda.

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Comments

Rosária 234 Fonseca

Rosária 234 Fonseca

autora atualizar o final porfavor vai obga

2025-04-01

0

Nilva Moraes

Nilva Moraes

autora volta aqui pelo amor de Deus

2025-03-28

0

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