As portas se fecharam com um estrondo.
Ana girou nos calcanhares, tentando abrir uma delas, mas era inútil. Trancadas.
Elisa praguejou baixinho enquanto Rafael mantinha os olhos no Homem de Terno.
Ele estava ali, na frente deles, tão calmo quanto sempre. Seu terno impecável nem parecia ter sido tocado pelo caos que havia se espalhado pela cidade.
— Eu avisei que vocês estavam jogando um jogo muito maior do que imaginavam.
A voz dele era fria, calculista.
Ana segurou sua barra de metal com mais força.
— E nós estamos aqui para acabar com ele.
O Homem de Terno soltou um riso baixo.
— Acabar? Com o quê? Vocês não entenderam nada, não é?
Ele deu um passo à frente.
— Não estamos destruindo o mundo. Estamos reescrevendo ele.
Rafael cerrou os punhos.
— Com um sistema baseado em mim.
— Exato. — O Homem de Terno sorriu. — Você era o único que poderia criar algo perfeito. Por isso, quando você destruiu a Sentinela, nós vimos uma oportunidade. Usamos os seus próprios códigos, sua própria genialidade, para erguer algo muito maior.
Ana sentiu o sangue ferver.
— Vocês usaram ele como uma maldita ferramenta!
O Homem de Terno olhou para ela como se fosse insignificante.
— E funcionou.
Rafael deu um passo à frente, os olhos queimando de raiva.
— Se vocês usaram meu código, então eu sou a única pessoa que pode destruí-lo.
O sorriso do Homem de Terno desapareceu.
— Se ao menos fosse tão simples.
Ele ergueu a mão.
E então, o chão sob os pés de Rafael brilhou.
Linhas de código holográfico surgiram ao redor dele, formando um círculo perfeito.
Ana gritou:
— Rafael!
Mas antes que qualquer um pudesse se mover, ele desapareceu.
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O Labirinto Virtual
Rafael piscou.
O mundo ao seu redor mudou.
Ele não estava mais na sala de controle.
Ele estava… em um espaço infinito de código.
Linhas de programação se estendiam como arranha-céus em todas as direções. O céu era um vazio sem fim, preenchido por dados pulsantes.
— Bem-vindo ao núcleo da Nova Era.
A voz do Homem de Terno ecoou ao redor.
Rafael se virou e viu ele parado ali, mas algo estava diferente.
Ele não era mais apenas um homem.
Seu corpo era feito de dados.
Ele era o sistema agora.
— Você queria destruir o sistema, Rafael? Agora você está dentro dele. Boa sorte tentando sair.
Rafael fechou as mãos.
Ele não ia perder.
Ele não podia perder.
E então, começou a correr.
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Ana e Elisa – O Mundo Real
Ana bateu no chão onde Rafael desapareceu.
— ONDE ELE ESTÁ?!
Elisa analisou rapidamente os dados de seu dispositivo.
— Ele… ele foi puxado para dentro da rede.
Ana arregalou os olhos.
— Como assim, dentro da rede?!
Elisa olhou para ela com urgência.
— O sistema transformou Rafael em código. Ele agora está dentro do próprio servidor do Projeto Nova Era.
Ana sentiu o coração apertar.
— Então temos que trazê-lo de volta.
Elisa hesitou.
— Se ele está lá dentro, só há uma maneira de tirá-lo.
Ela respirou fundo.
— Temos que desligar a energia da plataforma.
Ana olhou para os painéis ao redor.
Os fios. Os servidores.
Se destruíssem aquilo, tudo ruiria.
Mas… e se Rafael não conseguisse sair a tempo?
Ana fechou os olhos por um segundo.
E então, pegou sua barra de metal.
— Então vamos desligar essa droga.
Elisa assentiu.
Elas tinham um plano.
E não havia mais tempo para hesitação.
---
Rafael vs. O Sistema
No labirinto digital, Rafael corria.
Atrás dele, o próprio código do sistema tentava capturá-lo, como tentáculos feitos de números e símbolos.
Ele saltou, girou no ar e aterrissou sobre uma linha de código em movimento, surfando sobre os dados como se fossem ondas.
O Homem de Terno apareceu na frente dele.
— Você não pode fugir, Rafael. Aqui, eu sou Deus.
Rafael sorriu.
— Deus? Não. Só mais um tirano idiota.
Ele ergueu as mãos.
E então, começou a reescrever o próprio código.
O sistema reagiu, tentando bloqueá-lo, mas ele era rápido.
Mais rápido do que qualquer um.
Ele injetou um comando de reversão no código central.
E então, o mundo digital tremeu.
O Homem de Terno olhou ao redor, confuso.
— O que você fez?!
Rafael sorriu.
— Comecei o colapso.
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A Queda da Nova Era
Na plataforma flutuante, as luzes começaram a piscar.
Ana e Elisa derrubaram os painéis de controle, arrancando fios e destruindo circuitos.
O alarme soou.
O sistema estava falhando.
Ana olhou para o chão, onde Rafael tinha desaparecido.
— Volta logo, Rafael…
E então, o chão brilhou novamente.
E ele reapareceu.
Ana correu até ele.
— Você conseguiu!
Mas Rafael caiu de joelhos.
— Ainda… não…
Ele olhou para cima, e todos viram.
O céu acima deles começou a se partir.
A plataforma estava caindo.
Elisa arregalou os olhos.
— TEMOS QUE SAIR DAQUI!
Eles correram de volta para o drone de transporte.
Atrás deles, o Homem de Terno reapareceu.
Mas agora…
Ele não era mais inteiro.
Seu corpo piscava, fragmentado, como um programa corrompido.
— NÃO! ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO!
Ele avançou na direção deles, mas o chão desabou.
E então, ele desapareceu na escuridão.
Ana puxou Rafael para dentro do drone.
Elisa saltou e ativou os motores.
O drone decolou no exato momento em que a plataforma começou a despencar do céu.
O céu se encheu de fogo e destroços.
E então, o silêncio.
Eles estavam fora de perigo.
O Projeto Nova Era… havia sido destruído.
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Amanhecer
O drone pousou em um prédio abandonado, longe da cidade.
Ana ajudou Rafael a se sentar.
Ele respirava pesadamente.
Elisa se encostou na parede, exausta.
— Nós conseguimos.
Ana olhou para Rafael.
Ele sorriu fracamente.
— É… nós conseguimos.
A cidade, ao longe, começava a despertar.
Luzes se reacendiam, os sistemas voltavam a funcionar.
O caos havia terminado.
Ana soltou um suspiro.
— Então… o que fazemos agora?
Rafael olhou para o horizonte.
E então, sorriu.
— A gente começa de novo.
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Atualizado até capítulo 22
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