O vento frio cortava o topo do prédio, fazendo os cabelos de Ana voarem enquanto ela olhava para o céu.
A gigantesca plataforma flutuante pairava acima da cidade, um monstro metálico iluminado por luzes vermelhas e torres de comunicação piscando como estrelas do juízo final.
Rafael observava a estrutura com os olhos fixos, analisando cada detalhe.
— Tem que haver uma forma de chegar lá.
Elisa digitava rapidamente em seu dispositivo portátil.
— Eu estou vasculhando os registros. Essa plataforma tem propulsores magnéticos, que permitem que ela flutue. Mas também tem túneis de entrada para drones de manutenção.
Ana franziu a testa.
— E como diabos isso nos ajuda?
Elisa levantou a cabeça com um sorriso travesso.
— Se conseguirmos um drone grande o suficiente… podemos pegar carona.
Rafael estreitou os olhos.
— E onde encontramos um desses?
Elisa digitou mais alguns comandos.
— Tem uma base secundária da Sentinela a três quarteirões daqui. Se ainda estiver operacional, podemos roubar um drone de transporte.
Ana bufou.
— Ótimo. Primeiro invadimos um prédio de segurança máxima, depois destruímos um sistema de IA assassino, e agora vamos roubar um drone gigante. Meu conceito de ‘normal’ morreu há tempos.
Rafael deu de ombros.
— Então vamos fazer isso direito.
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Missão: Roubar um Drone
O caminho até a base secundária foi um jogo de esconde-esconde entre ruas escuras e câmeras de segurança.
A cidade estava estranhamente silenciosa.
Os sistemas elétricos tinham sido desligados, mergulhando bairros inteiros em trevas.
Quando chegaram ao perímetro da base, Elisa analisou o local.
— A segurança está reduzida, mas ainda existem guardas.
Ana olhou pelas grades do portão.
Dois soldados patrulhavam a entrada, suas armas brilhando sob a luz da lua.
— Então, qual o plano?
Rafael puxou o pequeno comunicador que tinha recuperado de um dos drones destruídos.
— Vou chamar um dos robôs menores. Eles ainda respondem ao código antigo. Quando eles vierem verificar o que está acontecendo, a gente entra.
Ele digitou rapidamente e, em segundos, um drone de vigilância voou até a entrada, piscando uma luz azul.
Os guardas se aproximaram, curiosos.
— O que esse troço tá fazendo aqui? — um deles perguntou.
O drone fez um ruído estranho e, de repente, explodiu em um clarão de faíscas.
Os guardas recuaram, atordoados.
Era a chance deles.
Ana, Rafael e Elisa se esgueiraram pela lateral do portão antes que os guardas recuperassem a visão.
Dentro da base, os hangares se estendiam como cavernas metálicas.
Elisa apontou para uma das plataformas elevadas.
— Ali. Esse é o nosso transporte.
No centro do hangar, um drone de transporte descansava sobre trilhos magnéticos.
Ele era enorme, com espaço suficiente para levar carga – ou três fugitivos desesperados.
Ana olhou para Rafael.
— Você sabe pilotar essa coisa?
Ele deu um sorrisinho.
— Vou descobrir.
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Decolagem de Emergência
Elisa se conectou ao painel do drone e começou a liberar os bloqueios de segurança.
— Me deem um minuto.
Infelizmente, eles não tinham um minuto.
Um alarme soou pelo hangar.
— MERDA! — Ana rosnou. — Eles sabem que estamos aqui!
Portas se abriram e soldados começaram a correr na direção deles.
Rafael pulou para dentro do drone e ativou os sistemas.
— Elisa, AGORA!
Ela digitou rapidamente um último código e os motores começaram a ronronar.
Ana pegou uma chave de fenda do chão e a lançou na direção de um dos soldados que tentava se aproximar.
O objeto acertou o rosto dele e o fez cambalear para trás.
— ENTREM LOGO! — Rafael gritou.
Elisa e Ana saltaram para dentro do compartimento de carga no exato momento em que os propulsores dispararam.
O drone subiu em um jato de ar quente, escapando por um vão no teto do hangar.
Eles estavam no ar.
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Rumo à Nova Era
A cidade se espalhava abaixo deles, um labirinto de sombras e luzes piscando fracamente.
Mas a verdadeira ameaça estava acima.
A plataforma flutuante crescia em tamanho enquanto se aproximavam.
Elisa segurava seu dispositivo com força.
— O sistema dela está escaneando a gente. Se não desligarmos essa conexão, seremos alvejados antes de pousar!
Rafael franziu a testa e digitou rapidamente.
— Se eu conseguir injetar um código falso, talvez consigamos parecer um drone de manutenção.
Ele digitou uma sequência complexa e, por um momento, nada aconteceu.
Ana segurou a respiração.
— Rafael…
Ele apertou um último comando.
E a tela ficou verde.
Elisa arregalou os olhos.
— Funcionou. Estamos invisíveis para eles.
Ana soltou o ar.
— Ótimo. Mas como pousamos essa coisa sem morrer no processo?
Rafael segurou os controles.
— Com sorte.
O drone se aproximou lentamente da plataforma, manobrando em meio às enormes torres de antenas.
Finalmente, encontraram uma área plana e desceram suavemente.
O motor chiou.
Silêncio.
Eles estavam dentro.
Ana olhou ao redor, segurando um pedaço de metal como arma.
— Agora o que?
Rafael fechou os olhos por um segundo.
Quando os abriu, sua expressão estava sombria.
— Agora a gente acaba com isso.
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Infiltração e Surpresas
A plataforma era ainda maior do que parecia de fora.
Corredores metálicos, câmeras vigiando cada canto, e uma vibração estranha no ar.
Elisa consultou seu dispositivo.
— A sala de controle fica no núcleo central. Se tomarmos conta dela, podemos desativar tudo.
Ana observou os corredores escuros.
— E se o Homem de Terno estiver nos esperando?
Rafael olhou para frente, sua expressão determinada.
— Então a gente dá um jeito nele.
Eles seguiram furtivamente pelos corredores, evitando câmeras e patrulhas de drones.
Mas então…
Passos pesados ecoaram à frente.
Ana segurou a respiração.
Uma sombra se aproximou.
Quando saiu da escuridão, o coração de Rafael parou.
Era ele.
O Homem de Terno estava lá.
Impecável, sem suor, sem medo.
— Eu sabia que vocês viriam.
Ana rosnou.
— E agora o que? Vai dar outro discurso idiota?
Ele sorriu.
— Não. Agora, eu acabo com vocês.
E então, as portas se fecharam atrás deles.
Eles estavam presos.
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Atualizado até capítulo 22
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