Capítulo 8 – A Mensagem Oculta

A moto parou em uma estrada de terra isolada, cercada por árvores escuras. O motor roncou uma última vez antes de Rafael desligá-lo.

Ana desmontou primeiro, suas pernas ainda trêmulas pela adrenalina da fuga.

— Nunca mais me faz passar por isso.

Rafael sorriu.

— Sem promessas.

Ela bufou e cruzou os braços.

— Certo. Agora, o que fazemos?

Rafael puxou o pendrive do bolso e o girou entre os dedos.

— Deciframos a mensagem.

Ele caminhou até um pequeno celeiro abandonado à beira da estrada.

— Esse lugar não parece muito seguro.

— É um dos meus esconderijos. Tem eletricidade e internet… mais ou menos.

Ele abriu a porta rangente e acendeu uma luz fraca.

Dentro, havia uma mesa improvisada com um laptop e alguns equipamentos eletrônicos.

— Você tem um esconderijo no meio do nada?

— Tenho alguns. Nunca se sabe quando vai precisar desaparecer.

Ana revirou os olhos.

— Você precisa rever suas prioridades.

Rafael apenas sorriu e conectou o pendrive ao laptop.

Decifrando o Código

Na tela, uma série de arquivos surgiu.

Rafael abriu um deles, e uma sequência de símbolos e números apareceu.

— Encriptado — ele murmurou.

Ana se inclinou para ver.

— Você consegue decifrar?

— Claro. Mas pode levar um tempo.

Ele começou a digitar rapidamente, rodando scripts e programas.

Ana observava fascinada.

— Isso parece coisa de filme.

— A vida real é mais complicada. — Ele sorriu de lado. — E mais perigosa.

Por quase meia hora, Rafael trabalhou para decifrar o código.

Então, de repente, a tela piscou e uma mensagem surgiu.

Ana prendeu a respiração.

A Mensagem de Elisa Montenegro

A mensagem era curta, mas direta:

"Se você encontrou isso, significa que está perto demais. Eles já sabem. Não confie em ninguém. Eu posso ajudar, mas precisamos nos encontrar. Sozinha. Amanhã à meia-noite. Local: Armazém 57, Zona Industrial. Venha preparado."

Ana olhou para Rafael, sentindo um arrepio na espinha.

— Isso… isso é um convite?

Rafael franziu a testa.

— É um alerta. E um teste.

— Como assim?

— Ela quer saber se sou esperto o suficiente para decifrar isso e, ao mesmo tempo, está nos dando uma chance de descobrir mais.

Ana cruzou os braços.

— E se for uma armadilha?

Rafael suspirou.

— Pode ser. Mas também pode ser nossa única chance de entender tudo isso.

Ana olhou para a tela, mordendo o lábio.

— Então… vamos?

Rafael olhou para ela, sério.

— Não. Eu vou.

Ana arregalou os olhos.

— O quê?! Nem pensar! Eu tô nisso tanto quanto você!

— E é por isso que preciso que você fique segura.

Ela bufou.

— Depois de tudo que passamos juntos, você acha que vou simplesmente esperar aqui?

Rafael olhou para ela por um longo momento antes de suspirar.

— Ok. Mas se algo der errado, você corre.

Ana assentiu.

— Combinado.

Preparação para o Encontro

Naquela noite, eles se prepararam.

Rafael verificou equipamentos, garantiu que sua rede estivesse protegida e planejou rotas de fuga.

Ana, por sua vez, encontrou um pequeno revólver entre os pertences dele.

— Isso é real? — ela perguntou, segurando a arma com cuidado.

Rafael olhou para ela e suspirou.

— Sim.

Ana engoliu em seco.

— Você já usou?

Ele desviou o olhar.

— Espero nunca precisar de novo.

Ela não insistiu no assunto.

Naquela noite, o sono foi leve e inquieto.

O encontro estava marcado.

E algo dizia a Ana que sua vida nunca mais seria a mesma depois disso.

O Armazém 57

Meia-noite.

A zona industrial era silenciosa, com exceção do som ocasional de um gato ou de um carro distante.

O armazém 57 era uma estrutura velha, abandonada, com janelas quebradas e paredes desgastadas.

Rafael e Ana se aproximaram com cautela.

— Você tem certeza disso? — ela sussurrou.

— Não.

— Ótimo.

Eles entraram.

O interior estava escuro, mas havia um único holofote ligado, iluminando uma mesa no centro do armazém.

E ali, sentada, estava Dra. Elisa Montenegro.

Ela parecia tensa, os olhos analisando cada movimento deles.

— Você veio — ela disse, sua voz firme.

Rafael parou a alguns metros de distância.

— Você deixou uma mensagem para mim.

Ela assentiu.

— Eu sabia que encontraria. Você sempre foi bom nisso.

Ana franziu a testa.

— O que você quer dizer?

Elisa olhou para Rafael.

— Ele nunca te contou?

Ana olhou para ele.

— Contou o quê?

Rafael fechou os olhos por um momento antes de encarar Elisa.

— Não complique as coisas. Só nos diga a verdade.

Elisa suspirou.

— O projeto Sentinela não é apenas um sistema de vigilância. É algo muito maior. Ele pode prever o comportamento humano com precisão assustadora. Pode identificar potenciais ameaças antes que elas aconteçam.

Ana engoliu em seco.

— Isso é loucura…

Elisa continuou:

— Mas há um problema. O sistema precisa de um modelo inicial, um padrão para basear suas previsões.

Ela olhou para Rafael.

— E é por isso que você é tão importante.

Ana olhou para Rafael, confusa.

— O que ela quer dizer?

Rafael ficou em silêncio por um momento antes de dizer:

— Eles me usaram como base.

Ana piscou.

— Como assim?

Elisa explicou:

— O governo precisava de um hacker com inteligência acima da média, alguém que pudesse desafiar qualquer sistema e encontrar falhas. Eles estudaram você, Rafael. Seus padrões, suas decisões. Você foi a peça-chave no desenvolvimento do algoritmo.

Ana sentiu o chão sumir sob seus pés.

— Você quer dizer que… esse sistema funciona baseado nele?

Elisa assentiu.

— E é por isso que eles querem tanto pegá-lo de volta. Ele é o modelo.

O silêncio pairou entre eles.

Então, de repente, um barulho veio da entrada do armazém.

Elisa ficou pálida.

— Eles nos encontraram.

Rafael praguejou.

Ana sentiu o coração acelerar.

— O que fazemos agora?

Elisa olhou para eles.

— Se quiserem sobreviver… vocês precisam correr. Agora!

Antes que Ana pudesse reagir, tiros ecoaram.

Rafael agarrou sua mão e a puxou para a saída dos fundos.

Ela correu ao lado dele, sentindo o pânico subir.

Atrás deles, agentes invadiam o armazém.

A perseguição tinha começado novamente.

E agora, sabiam a verdade.

Mas será que viveriam para contar?

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