Capítulo 6 – O Nome na Tela

Ana acordou com um solavanco. Seu pescoço estava dolorido pelo ângulo ruim em que dormiu no sofá, e o ambiente ainda estava escuro, iluminado apenas pela tela do laptop de Rafael.

Ele ainda estava acordado, os olhos fixos na tela, os dedos digitando rapidamente.

— Você nunca dorme? — Ana resmungou, sua voz rouca de sono.

Rafael piscou algumas vezes, parecendo voltar à realidade.

— O sono é um luxo para quem não está sendo caçado.

Ana revirou os olhos e se sentou, esfregando os olhos.

— O que você encontrou?

Ele girou a tela para que ela visse.

O nome Dra. Elisa Montenegro estava em destaque em vários documentos.

— Consegui descriptografar parte dos arquivos — Rafael explicou. — Ela é uma das principais cientistas envolvidas em um projeto chamado Sentinela.

Ana franziu a testa.

— Sentinela? Parece coisa de filme de espionagem.

Rafael bufou.

— Porque é. Basicamente, é um sistema de vigilância em tempo real, conectado a tudo: câmeras de segurança, redes sociais, transações bancárias. Tudo para monitorar “ameaças em potencial”.

Ana sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

— Isso soa muito errado.

— É porque é. Esse sistema pode prever o comportamento das pessoas antes mesmo de elas cometerem crimes.

Ana arregalou os olhos.

— Tipo aqueles filmes em que o governo prende as pessoas antes de elas fazerem algo errado?

— Exatamente. E o problema é que o sistema já está em funcionamento.

Ana engoliu em seco.

— Então… você está dizendo que eles já sabem que estamos aqui?

Rafael hesitou.

— Ainda não. Eu tomei precauções para bloquear nosso sinal. Mas se continuarmos por muito tempo no mesmo lugar, eles podem nos encontrar.

Ana passou a mão pelo rosto, sentindo o pânico subir.

— Então o que fazemos?

Rafael a olhou.

— Encontramos a Dra. Elisa Montenegro antes que eles nos encontrem.

Rastreando a Cientista

Ana olhava enquanto Rafael digitava códigos e comandos rapidamente.

— Como você vai achá-la?

— O governo pode esconder muitas coisas, mas ninguém está completamente fora da rede. Ela deixou rastros. E eu sou muito bom em seguir rastros.

Ana observou enquanto ele acessava bases de dados, hackeava redes de hotéis e analisava padrões de movimentação bancária.

Então, ele sorriu.

— Achei.

Ana se inclinou para ver a tela.

— Sério?

Rafael apontou para um endereço.

— Ela está hospedada em um hotel em uma cidade a duas horas daqui.

Ana arregalou os olhos.

— Isso é perto demais.

— Exatamente. O que significa que ela não está fugindo. Ela ainda trabalha no projeto.

Ana sentiu um calafrio.

— Então vamos até ela?

Rafael assentiu.

— Mas precisamos ser cuidadosos. Se ela estiver sendo vigiada, podemos cair direto em uma armadilha.

Ana respirou fundo.

— Então, qual é o plano?

Ele sorriu de lado.

— Eu me disfarço. Você se disfarça. Pegamos informações dela sem que percebam.

Ana ergueu uma sobrancelha.

— Isso não é um plano. Isso é um desastre esperando para acontecer.

Rafael deu de ombros.

— Então é terça-feira normal para mim.

Ana bufou.

— Só espero sair viva dessa.

O Disfarce

Antes de saírem da cabana, Rafael abriu uma mochila e jogou uma peça de roupa para Ana.

— Aqui.

Ela olhou para o item: uma peruca loira e um par de óculos escuros.

— Você está brincando.

— Queremos evitar reconhecimento facial.

Ana suspirou, colocando a peruca e os óculos.

Rafael, por sua vez, vestiu um boné e um moletom escuro.

— Agora parecemos um casal de turistas normais.

Ana olhou para ele.

— Um casal de turistas que parecem suspeitos pra caramba.

Ele riu.

— Relaxe. Vamos conseguir.

Ana não estava tão confiante.

Chegando ao Hotel

Eles dirigiram até a cidade pequena onde o hotel estava localizado.

Era um lugar discreto, um hotel de médio porte, sem nada que chamasse muita atenção.

— O que fazemos agora? — Ana perguntou, olhando pelo vidro do carro.

Rafael observou o prédio.

— Primeiro, precisamos confirmar que ela realmente está aqui.

Ele pegou um celular descartável e começou a digitar.

— O que você está fazendo?

— Hackeando o sistema do hotel para acessar o registro de hóspedes.

Ana arregalou os olhos.

— Você fala isso como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Rafael sorriu.

— Porque, para mim, é.

Ana apenas suspirou e esperou.

Segundos depois, Rafael mostrou a tela para ela.

— Quarto 312. Está no nome dela.

Ana mordeu o lábio.

— Certo. Agora, como chegamos até ela?

Rafael sorriu de um jeito que a preocupou.

— Temos que ser criativos.

Infiltração

Rafael pegou dois crachás dentro da mochila.

— Funcionários do hotel? — Ana leu, incrédula.

— Eles têm um sistema de reconhecimento simples. Com uma alteração no banco de dados, somos oficialmente funcionários da manutenção.

Ana piscou.

— Isso é completamente ilegal.

— Bem-vinda ao crime, Ana.

Ela bufou.

— Só espero que isso não acabe mal.

Vestindo uniformes improvisados, eles entraram no hotel pela porta dos fundos.

Com os crachás, passaram pela recepção sem problemas e pegaram o elevador para o terceiro andar.

— E agora? — Ana sussurrou.

Rafael pegou um cartão magnético que tinha trazido.

— Eu preparei um chaveiro universal. Abre qualquer porta desse hotel.

Ana arregalou os olhos.

— Você é assustadoramente eficiente nisso.

— Eu sei. Agora, vamos.

Ele deslizou o cartão na fechadura da porta 312.

A tranca fez um clique, e a porta se abriu.

Ana prendeu a respiração enquanto entravam.

O quarto estava vazio.

— Droga. — Rafael fechou a porta atrás deles.

Ana olhou ao redor.

Havia um laptop na mesa e vários papéis espalhados.

— Se ela não está aqui, podemos pelo menos ver o que ela está pesquisando.

Rafael assentiu e se aproximou do laptop.

— Me dá um minuto.

Ele conectou um pequeno dispositivo na entrada USB e começou a copiar os arquivos.

Ana olhou os papéis.

Um deles chamou sua atenção.

— Rafael…

Ele olhou para ela.

Ana segurava um documento que parecia um contrato assinado.

E um dos nomes no final era “Coronel Álvaro Mendes”.

Rafael ficou pálido.

— Ele de novo…

Ana franziu a testa.

— Você conhece esse nome?

Rafael fechou o laptop rapidamente.

— Conheço. Ele é um dos líderes do projeto Sentinela. E ele quer me ver morto.

Ana engoliu em seco.

— Então isso significa que estamos mais perto da verdade, certo?

Rafael assentiu, guardando os dispositivos.

— Sim, mas também significa que precisamos sair daqui. Agora.

Ana sentiu um calafrio na espinha.

— Você acha que já perceberam que estamos aqui?

Antes que Rafael pudesse responder, um som alto ecoou pelo hotel.

Uma voz vinda do sistema de som do hotel dizia:

— Atenção, todos os hóspedes. O prédio está em lockdown temporário por razões de segurança. Pedimos que permaneçam em seus quartos até novo aviso.

Ana sentiu o coração acelerar.

— Eles sabem que estamos aqui.

Rafael olhou para a porta.

— Precisamos de uma saída alternativa.

Ana prendeu a respiração.

Eles estavam oficialmente encurralados.

E a caçada estava prestes a começar de verdade.

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