Capítulo 7 – O Cerco se Fecha

Ana sentiu o estômago revirar quando a voz do sistema de som ecoou novamente pelo hotel:

— Atenção, o prédio está em lockdown temporário por razões de segurança. Pedimos que permaneçam em seus quartos até novo aviso.

Ela olhou para Rafael, o coração disparado.

— Isso é um problema enorme, não é?

Rafael, já de pé, estava puxando a cortina para olhar pela janela.

— Um problema do tamanho de um prédio inteiro, sim.

Ana correu até ele e espiou. Lá embaixo, três carros pretos tinham acabado de parar na entrada. Homens de terno desceram, alguns falando ao telefone, outros escaneando a área com os olhos afiados.

— O governo? — ela perguntou, já sabendo a resposta.

Rafael assentiu.

— Provavelmente agentes de inteligência. Se já chegaram, significa que rastrearam nossa invasão ao sistema do hotel.

Ana sentiu um arrepio.

— Como vamos sair daqui?

Rafael virou-se para o quarto, observando a estrutura rapidamente.

— Se tentarmos sair pela porta, seremos pegos. O elevador já deve estar sob controle deles. A escada provavelmente também.

— Então, o que nos resta?

Ele olhou para a janela.

Ana arregalou os olhos.

— Não. Nem pensar.

— É a única saída.

— Estamos no terceiro andar!

— Exato. Se estivéssemos mais alto, seria pior.

Antes que ela pudesse protestar mais, ouviram passos no corredor. Vários. E eles estavam vindo diretamente para a porta do quarto 312.

Ana ficou paralisada.

Rafael puxou-a pelo pulso.

— Anda!

Fuga Imprudente

Com uma rapidez impressionante, Rafael abriu a janela e olhou para baixo.

— Tem uma marquise logo abaixo. Podemos pular nela e descer pela lateral do prédio.

Ana olhou para o espaço estreito.

— Podemos também morrer tentando.

— Prefere ficar para descobrir o que eles fazem com hackers fugitivos?

A maçaneta da porta girou.

Ana não pensou duas vezes.

Ela subiu no parapeito e, com o coração na garganta, pulou.

Seus pés tocaram o concreto da marquise, e ela quase escorregou, mas conseguiu se segurar na beirada.

— Merda! — murmurou.

Rafael veio logo atrás, pousando com mais controle.

Atrás deles, a porta do quarto foi arrombada.

— ELES FUGIRAM PELA JANELA! — alguém gritou.

— CORRE! — Rafael puxou Ana pelo pulso.

Eles avançaram pela marquise estreita até a lateral do prédio, onde um cano de escoamento de chuva descia até o chão.

— Você tá brincando… — Ana começou.

— Desce! Agora!

Ele segurou o cano e deslizou para baixo com uma destreza impressionante.

Ana olhou para trás. Viu os agentes se esgueirando pela janela do quarto, apontando para eles.

Engoliu em seco e segurou o cano.

— Ah, droga, droga, droga…

Fechou os olhos e deslizou.

A sensação foi assustadora, mas, em segundos, seus pés tocaram o chão.

Ela cambaleou, mas Rafael a segurou.

— Vem!

Eles saíram correndo pelo estacionamento.

Atrás deles, gritos.

— ALI! PEGUEM ELES!

Tiros ecoaram.

Ana gritou e se abaixou enquanto corriam.

Um dos carros pretos ligou o motor e avançou na direção deles.

— DROGA! — Rafael puxou Ana para o lado.

O carro freou bruscamente, quase os atingindo.

Mas, antes que os agentes saíssem, Rafael puxou algo do bolso e jogou no para-brisa.

Um pequeno dispositivo.

O carro começou a soltar fumaça.

— O que foi isso?! — Ana perguntou.

— Pulso eletromagnético portátil. Eles não vão dirigir tão cedo.

Ana balançou a cabeça.

— Você é assustador.

— Eu sei. Agora, CORRE!

A Escapada

Eles correram para um beco estreito ao lado do hotel.

Atrás deles, sirenes começaram a soar.

— O que agora?! — Ana perguntou, sem fôlego.

— Temos que encontrar um transporte rápido.

— Como?! Você por acaso tem um carro invisível escondido por aqui?!

Rafael parou por um segundo, pensando. Então, um sorriso brincou nos lábios.

— Melhor.

Ele puxou Ana para uma rua lateral.

Lá, uma moto preta estava estacionada.

Rafael rapidamente puxou uma ferramenta do bolso, abriu o painel da ignição e, em segundos, fez o motor rugir.

— Você tá brincando…

— Sobe!

Ana hesitou por meio segundo antes de subir atrás dele.

— Isso é roubo!

— Depois eu devolvo.

Ele acelerou, e a moto disparou pela estrada.

Atrás deles, os agentes ainda tentavam se organizar, mas já era tarde.

Eles estavam livres. Por enquanto.

Reagrupando

Depois de quase uma hora de estrada, Rafael finalmente desacelerou.

Estavam em uma área rural, longe da cidade.

Ana ainda sentia o coração batendo forte.

— Isso foi insano… — ela murmurou.

— Bem-vinda à minha vida.

— Você sempre vive assim?!

Ele deu de ombros.

— Mais ou menos.

Ana suspirou.

— Certo. Então, o que conseguimos com essa missão suicida?

Rafael pegou o pendrive do bolso e o girou nos dedos.

— Mais do que eu esperava.

Ana franziu a testa.

— O que você quer dizer?

Ele olhou para o pendrive, sério.

— Quando copiei os arquivos do laptop da Dra. Montenegro, notei algo estranho.

— O quê?

Ele olhou para ela.

— Tinha uma mensagem criptografada dentro de um dos documentos. Algo que parecia… um recado para alguém.

Ana sentiu um calafrio.

— Um recado para quem?

Rafael respirou fundo.

— Para mim.

Ana congelou.

— O quê?!

Ele assentiu.

— Parecia um arquivo propositalmente deixado ali. Como se ela soubesse que alguém como eu o encontraria.

Ana sentiu um arrepio.

— O que isso significa?

Rafael olhou para o pendrive e depois para ela.

— Significa que a Dra. Montenegro pode não ser nossa inimiga.

Ana ficou em silêncio por um momento antes de falar:

— E como descobrimos se podemos confiar nela?

Rafael girou o pendrive nos dedos.

— Decifrando essa mensagem.

Ana respirou fundo.

A cada passo, a situação ficava mais complexa.

Mas agora, pela primeira vez, tinham uma pista real.

E ela sentia que estavam prestes a descobrir algo muito maior do que poderiam imaginar.

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Rimuru Tempest

Rimuru Tempest

Personagens tão vivos.

2025-03-20

1

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