O sol já se despedia no horizonte, tingindo o céu com tons dourados e laranjas, quando o grupo de Asas de Couve-Flor chegou à clareira, onde o exército de goblins aguardava. Os seis aventureiros estavam alinhados, prontos para enfrentar o que quer que estivesse à sua frente, embora nenhum deles tivesse a menor ideia do que exatamente isso seria.
De repente, um goblin surgiu à frente deles, um ser de pele verde e orelhas pontudas, trajando uma armadura de metal que mais parecia uma coleção de latas de sopa amassadas. Ele olhou para Felix com uma expressão de choque estampada em seu rosto. E então, o caos se desenrolou.
— O rei! O rei está aqui! — o goblin exclamou, apontando para Felix com um dedo trêmulo.
Felix piscou, tentando entender o que estava acontecendo.
— O quê? Eu sou... o quê? E desde quando goblins falam?
Antes que pudesse processar, os goblins começaram a se ajoelhar, seus rostos colados ao chão, como se Felix fosse uma divindade. Lyra soltou uma risada irônica, com um toque de provocação.
— Ah, claro. Deve ser pela sua rara beleza, Felix. Eles devem ter pensado que você era o rei que estavam esperando! Como não perceberam antes, hein? — disse ela, com um sorriso travesso, aproveitando o momento para zombar de seu amigo.
Felix olhou para os goblins ajoelhados, completamente confuso, sem saber o que fazer. Mas, como se fosse uma centelha de inspiração, uma ideia bizarra surgiu em sua mente, provavelmente influenciada pela estranheza do momento.
— Sim, sou eu. Eu sou o rei! — declarou, com uma firmeza que não combinava com seu desespero interno. Sentiu-se imediatamente ridículo, mas na lógica insana da situação, parecia ser a única saída para evitar um confronto direto.
Os goblins explodiram em gritos eufóricos, suas vozes altas e desordenadas.
— Nosso rei voltou! Nosso rei!
Felix olhou para Lyra, esperando algum tipo de reação, mas ela parecia se divertir demais para oferecer qualquer tipo de ajuda.
— Isso vai dar certo, não vai? — Felix murmurou para ela, com um tom de incerteza.
— Não faço a menor ideia, mas pelo menos vamos evitar que eles nos massacre, espero — respondeu Lyra, com uma pitada de sarcasmo.
O goblin que parecia ser o líder se levantou, com uma expressão de profunda veneração no rosto.
— Grande rei! Nosso território foi tomado por um dragão malvado que fez sua morada nas terras dos goblins. Se o rei não lutar por nós, seremos forçados a fugir! Por favor, mate o dragão! Só assim poderemos retornar ao nosso lar!
Felix olhou para o líder goblin, sem saber o que dizer. Um dragão malvado? Isso não passava de mais uma loucura dessa viagem. E, para piorar, ele não tinha a menor ideia de como derrotar um dragão.
— Você quer que eu lute contra um dragão? — Felix perguntou, a voz tremendo de incredulidade. — Eu sou apenas um mago com mais sorte do que talento!
O líder goblin, no entanto, parecia mais ansioso a cada palavra que proferia.
— O rei deve lutar! Como um verdadeiro rei, deve vencer o dragão e restaurar a paz para os goblins! Aqui está uma espada lendária que encontramos! Use-a para derrotar o dragão, meu rei!
Um dos goblins entregou-lhe uma espada de lâmina negra, com runas misteriosas brilhando levemente. Felix a olhou, tentando encontrar algum tipo de consolo naquela arma, mas o que sentiu foi apenas um peso insuportável. Não sabia como usá-la. Na verdade, ninguém no grupo parecia conseguir segurar a espada sem que ela escorregasse das mãos, como se a lâmina tivesse uma energia própria que a tornava impossível de controlar.
— Acho que ela não gosta de mim — disse Felix, tentando rir nervosamente enquanto a espada escorregava de suas mãos e caía no chão com um estrondo.
Lyra lançou-lhe um olhar cético.
— Deve ser a espada dos ‘grandes reis’, não é? Por que será que não funciona com você, Felix?
Felix tentou erguer a espada novamente, mas ela parecia ter vontade própria.
Grindor, mais calmo que qualquer outro no grupo, algo que não condizia com ele, deu um passo à frente, observando a cena com uma expressão pensativa.
— Acho que essa espada tem algo a ver com o fato de eles falarem agora e estarem mais... "inteligentes" — comentou, observando a lâmina.
— O que quer dizer com isso? — perguntou Felix, ainda sem compreender.
— Ei, goblin, quando vocês encontraram essa espada? — questionou Grindor ao goblin que havia entregado a espada.
— Nós achar há alguns dias, quando uma voz disse para entregá-la ao rei.
— Uma voz? Que tipo de voz? E por que ele seria o seu rei? — perguntou Grindor novamente.
— A voz da espada, e ele — o goblin apontou para Felix — tem aura de rei, e a espada vibrava quando ele chegou.
Todos ficaram em silêncio, uma sensação estranha pairando no ar. De alguma forma, Felix parecia ter alguma ligação com aquele absurdo, mas não sabia exatamente como.
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Atualizado até capítulo 44
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