Capítulo 3 — Como NÃO Derrotar um Dragão

Felix ainda não sabia dizer se estar em um grupo de aventureiros era um sinal de que sua sorte havia melhorado ou se, na verdade, seu azar havia atingido um nível tão absurdo que ele agora era arrastado para desgraças de forma organizada.

Uma semana havia se passado desde a primeira missão com Lyra e Grindor. Ele ainda tinha pesadelos com o golem de pedra e sua inesperada queda — um evento que envolveu uma "bola de fogo" mal calculada que se trasformou em sabonete mágico, o chão se abrindo e Felix sendo atingido pelo impacto e arremessado para longe⁰, um rosto cheio de lama que, segundo Lyra, melhorou sua aparência.

Agora, diante de um novo convite para coletar ervas medicinais em um vale remoto, Felix pensou:

"O que poderia dar errado? É só coletar plantas."

Ah, tolo Felix.

---

O trio atravessava uma densa floresta em direção ao Vale das Névoas, um lugar que, segundo os guias de aventura, era um paraíso para ervas raras e um inferno para aventureiros despreparados.

— Bom, pelo menos não são golens de pedra, — murmurou Felix, chutando uma pedrinha.

—Ainda bem,— disse Lyra. — Os monstros daqui são fracos. No máximo um enxame de goblins ou alguns lobos espectrais.

— Ou um enxame de lobos espectrais! — acrescentou Grindor, gargalhando como se essa fosse a coisa mais divertida do mundo. Felix começou a se questionar se o anão entendia o conceito de perigo.

Mas ao chegarem no vale, algo estava... errado.

O lugar estava silencioso. Nenhum monstro, nenhum som de pássaros, nem sequer o farfalhar de folhas ao vento. Era como se a própria floresta estivesse prendendo a respiração.

— Estranho... — murmurou Lyra. — Esse lugar devia estar lotado de goblins.

— Ou lobos espectrais! — completou Grindor novamente.

Felix revirou os olhos.

Caminharam um pouco mais até encontrarem um grande espaço aberto no meio do vale. No centro, uma figura colossal repousava entre as árvores quebradas.

Era um dragão.

Um dragão de verdade.

Gigantesco, escamas de um dourado opaco e desgastado, uma das asas coberta de feridas, o peito subindo e descendo lentamente.

— Por todos os deuses...— sussurrou Felix, sentindo suas pernas ficarem trêmulas.

— É um dragão ancião! — disse Lyra, os olhos brilhando de emoção.

— Tá quase morto! — Grindor bateu no ombro de Felix. — Ei, Fracasso, essa é a sua chance de brilhar! Solta uma magia e termina o serviço.

Felix arregalou os olhos.

— Eu? Vocês enlouqueceram? Eu mal consigo fazer uma bola de fogo sem incendiar a mim mesmo!

— É só mirar! — disse Lyra, empurrando-o para frente.

— Sim, sim! Essa é a missão perfeita pra você! O dragão já tá praticamente morto, é só dar um empurrãozinho! — Grindor sorriu.

Felix olhou para a criatura imensa adormecida e sentiu um calafrio. Era verdade, o dragão parecia à beira da morte. Talvez um feitiço bem lançado fosse o suficiente para garantir a glória para seu nome.

Seria a primeira vez que ele realmente realizaria algo grandioso!

Inspirou fundo, ergueu as mãos e começou a conjurar.

A magia se formou em seus dedos, uma energia brilhante pulsando. Ele sentiu a força do feitiço crescendo, a chance de provar seu valor!

— Vamos lá, Felix. Concentre-se. Poder, destruição, fim do dragão!

E então, ele soltou a magia.

Porém...

Uma luz dourada e suave envolveu o corpo do dragão. Suas feridas começaram a se fechar. A asa antes mutilada se ergueu, totalmente restaurada. Os olhos do monstro se abriram — um brilho ardente e letal.

Lyra e Grindor encararam Felix com puro pânico.

— FELIX, SEU MALDITO!

— Eu errei alguma coisa, né?

O dragão se ergueu em toda sua glória, o brilho de sua ressurreição refletindo nas escamas douradas. Ele inspirou profundamente e soltou um rugido que fez o vale inteiro tremer.

— NÃO É HORA DE FICAR PARADO! CORRE! — gritou Lyra, puxando Felix pelo braço e ativando uma pedra de emergência pra a Guilda de aventureiros.

Os três dispararam pelo vale enquanto o dragão recém-curado se sacudia, como se testasse seu corpo restaurado. Ele olhou ao redor, confuso por um momento, depois fixou os olhos neles.

E então, abriu as asas.

Com um único bater, ele alçou voo, sombras caindo sobre o trio como um presságio de tragédia iminente.

— O QUE A GENTE FAZ?! — Felix gritava enquanto corria, tentando não tropeçar.

— VOCÊ FEZ ISSO, VOCÊ RESOLVE! — respondeu Grindor.

— Eu NÃO SEI como desfazer magia de cura!

O dragão pousou à frente deles, sua presença colossal bloqueando qualquer chance de fuga. Suas narinas soltavam fumaça, os olhos brilhando de fúria... ou talvez confusão?

O monstro abaixou a cabeça, encarando os três como se ponderasse qual devoraria primeiro.

Silêncio.

Então, de repente, o dragão falou:

— Quem... me curou?

Felix, suando frio, levantou a mão trêmula.

— Ahm... foi um... acidente?

O dragão piscou. Olhou para suas próprias patas, suas asas restauradas, e depois para Felix novamente.

— Hmm.

Felix esperou pela morte iminente.

Mas então...

O dragão soltou um suspiro profundo e se sentou.

— Se eu estivesse ferido, significava que estava prestes a morrer, correto?

Os três assentiram freneticamente.

— Então, tecnicamente, você me salvou.

Felix trocou um olhar rápido com Lyra e Grindor.

— Euh... sim?

O dragão ponderou por um instante, depois sorriu, mostrando dentes afiados o suficiente para partir armaduras ao meio.

— Então, como é tradição entre os dragões... eu lhe devo um favor.

O trio ficou boquiaberto.

Felix sentiu as pernas ficarem bambas.

— Espera... o quê?

Capítulos
1 Capítulo 1 — O Fracasso da Magia e o Começo
2 Capítulo 2 — O Primeiro Monstro (E a Primeira Tragédia!?)
3 Capítulo 3 — Como NÃO Derrotar um Dragão
4 Capítulo 4 — Rumores e Um Herói por Acidente!
5 Capítulo 5 — O Grupo de Aventureiros Pobres e Uma Ideia Genial
6 Capítulo 6 — O Exame Oficial e Um Monstro Que Não Deveria Existir
7 Capítulo 7 — Um Novo Rival?!
8 Capítulo 8 — O Duelo do Século (Ou Algo perto disso)
9 Capítulo 9 — Convocados Pelo Reino
10 Capítulo 10 — A Ponte Amaldiçoada
11 Capítulo 11 — O Banquete Real
12 Capítulo 12 — Habilidades Duvidosas e Uma Mentira Convincente
13 Capítulo 13 — Um Pedido Irrecusável
14 Capítulo 14 — O Monstro do Pântano Sem Fim
15 Capítulo 15 – O Novo Grupo de Felix
16 Capítulo 16 — Asas do Vento (Ou Quase Isso)
17 Capítulo 17 — Sangue Real, Problemas Reais
18 Capítulo 18 — O Reino dos Elfos e o Pedido de Myra
19 Capítulo 19 — O Rei dos Goblins
20 Capítulo 20 — O Rei, a Espada e o Dragão
21 Capítulo 21 — O Fardo de um Rei (Que Nunca Foi Rei)
22 Capítulo 22 — O Último Desejo (Ou o Primeiro de Muitos)
23 Capítulo 23 — O Pedido Impossível
24 Capítulo 24 — Um Casamento, Uma Maldição e Um "GATO?!"
25 Capítulo 25 — Um Teleporte e Uma Confusão Real
26 Capítulo 26 — Dois Reis e Nenhum Amor Fraternal
27 Capítulo 27 — Um Mal Entendido e Felix De volta
28 Capítulo 28 — Informações Inesperadas e o Chamado da Realeza Élfica
29 Capítulo 29 — O Preço da Independência e a Falência do Grupo
30 Capítulo 30 — A Cidade do Começo e Um dos Segredos de Felix.
31 Capítulo 31 — O Passado Esquecido de Felix
32 Capítulo 32 — O Mestre que Não Devia Existir
33 Capítulo 33 — O Mistério da Magia de Felix
34 Capítulo 34 — Pobres, Mas de Consciência Limpa
35 Capítulo 35 — O Retorno do Rival e Uma Profecia
36 Capítulo 36 — Indigentes E Procurados
37 Capítulo 37 — Uma Missão Suspeita
38 Capítulo 38 — O Pagamento
39 Capítulo 39 — Um Banquete do Desespero
40 Capítulo 40 — O Pernil da Perdição e um Batismo Forçado
41 Capítulo 41 — Bem-vindos a Sagramour... Agora Fiquem Onde Possamos Ver Vocês
42 Capítulo 42 — Felix e o Tubo Exploxivo
43 Capítulo 43 — Felix, o Indecifrável
44 Capítulo 44 — A Arena e um Novo Rival
Capítulos

Atualizado até capítulo 44

1
Capítulo 1 — O Fracasso da Magia e o Começo
2
Capítulo 2 — O Primeiro Monstro (E a Primeira Tragédia!?)
3
Capítulo 3 — Como NÃO Derrotar um Dragão
4
Capítulo 4 — Rumores e Um Herói por Acidente!
5
Capítulo 5 — O Grupo de Aventureiros Pobres e Uma Ideia Genial
6
Capítulo 6 — O Exame Oficial e Um Monstro Que Não Deveria Existir
7
Capítulo 7 — Um Novo Rival?!
8
Capítulo 8 — O Duelo do Século (Ou Algo perto disso)
9
Capítulo 9 — Convocados Pelo Reino
10
Capítulo 10 — A Ponte Amaldiçoada
11
Capítulo 11 — O Banquete Real
12
Capítulo 12 — Habilidades Duvidosas e Uma Mentira Convincente
13
Capítulo 13 — Um Pedido Irrecusável
14
Capítulo 14 — O Monstro do Pântano Sem Fim
15
Capítulo 15 – O Novo Grupo de Felix
16
Capítulo 16 — Asas do Vento (Ou Quase Isso)
17
Capítulo 17 — Sangue Real, Problemas Reais
18
Capítulo 18 — O Reino dos Elfos e o Pedido de Myra
19
Capítulo 19 — O Rei dos Goblins
20
Capítulo 20 — O Rei, a Espada e o Dragão
21
Capítulo 21 — O Fardo de um Rei (Que Nunca Foi Rei)
22
Capítulo 22 — O Último Desejo (Ou o Primeiro de Muitos)
23
Capítulo 23 — O Pedido Impossível
24
Capítulo 24 — Um Casamento, Uma Maldição e Um "GATO?!"
25
Capítulo 25 — Um Teleporte e Uma Confusão Real
26
Capítulo 26 — Dois Reis e Nenhum Amor Fraternal
27
Capítulo 27 — Um Mal Entendido e Felix De volta
28
Capítulo 28 — Informações Inesperadas e o Chamado da Realeza Élfica
29
Capítulo 29 — O Preço da Independência e a Falência do Grupo
30
Capítulo 30 — A Cidade do Começo e Um dos Segredos de Felix.
31
Capítulo 31 — O Passado Esquecido de Felix
32
Capítulo 32 — O Mestre que Não Devia Existir
33
Capítulo 33 — O Mistério da Magia de Felix
34
Capítulo 34 — Pobres, Mas de Consciência Limpa
35
Capítulo 35 — O Retorno do Rival e Uma Profecia
36
Capítulo 36 — Indigentes E Procurados
37
Capítulo 37 — Uma Missão Suspeita
38
Capítulo 38 — O Pagamento
39
Capítulo 39 — Um Banquete do Desespero
40
Capítulo 40 — O Pernil da Perdição e um Batismo Forçado
41
Capítulo 41 — Bem-vindos a Sagramour... Agora Fiquem Onde Possamos Ver Vocês
42
Capítulo 42 — Felix e o Tubo Exploxivo
43
Capítulo 43 — Felix, o Indecifrável
44
Capítulo 44 — A Arena e um Novo Rival

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