Capítulo 13 — Um Pedido Irrecusável

Felix jamais havia experimentado o sabor do respeito. Para ser sincero, ele mal sabia como era ser levado a sério. Então, quando se viu ovacionado pela primeira vez na vida, sua mente quase entrou em curto.

Após a confirmação de que a névoa amaldiçoada da floresta havia sido erradicada – um feito que envolveu mais tropeços, explosões acidentais e gritos de pânico do que qualquer um gostaria de admitir –, o rei, com um sorriso satisfeito e uma bolsa de ouro ainda mais generosa, recompensou Felix, Lyra e Grindor por sua "bravura incomparável".

Pela primeira vez desde que se tornaram aventureiros, eles não estavam falidos! Nada mais de pão amanhecido, nada mais de dormir ao relento usando um pedaço de couro como travesseiro. Agora tinham ouro, fama e, pasmem, o respeito da guilda!

E foi um sentimento maravilhoso... por exatamente três dias.

Durante esse curto e glorioso período, ficaram na cidade real aproveitando seu prestígio súbito. As tavernas serviam suas melhores bebidas, os nobres sussurravam sobre "aquele mago excêntrico, mas talentoso" (o que era um progresso considerável em relação a "Felix, o Fracasso"), e até os guardas os cumprimentavam com acenos respeitosos.

Tudo parecia estar finalmente dando certo.

Foi exatamente aí que a realidade decidiu dar um tapa na cara deles.

O mestre da Guilda de Aventureiros os convocou pessoalmente, sorrindo de um jeito suspeito – aquele tipo de sorriso que só precede tragédias.

— Vocês são aventureiros oficiais, não são? — perguntou ele, com um tom casual demais para alguém prestes a arruinar suas vidas.

— S-sim? — murmurou Felix, já desconfiado.

— Excelente! Então aceitam essa missão sem objeções!

— O quê?! Mas nem ouvimos qual é! — protestou Lyra.

— Não precisam. O contrato que vocês assinaram ao aceitar a insígnia de aventureiros oficiais inclui uma cláusula obrigando-os a aceitar qualquer missão designada pela guilda.

Grindor folheou o contrato, encontrou a cláusula escrita em letras tão minúsculas que pareciam feitiçaria e suspirou.

— É... somos obrigados mesmo.

Felix sentiu um arrepio na espinha.

— Por que sempre tem uma maldita cláusula oculta?!

— Isso acontece quando você assina contratos sem ler, gênio — Lyra retrucou, cruzando os braços.

— Eu li! Só... não prestei atenção nas partes chatas.

— Que, por coincidência, eram as partes importantes.

— Mas vocês dois também tinham que ler antes de assinar!

Grindor deu de ombros.

— Bom, pelo menos agora somos oficialmente ricos.

— Seja lá qual for a missão, não pode ser tão ruim assim... certo?

Errado.

A missão era simples no papel: um pântano ao oeste da capital estava devorando tudo ao redor. Árvores, casas, gado, pescadores distraídos... tudo estava desaparecendo na lama negra. Os relatos falavam de um monstro oculto no breu lodoso, sugando qualquer coisa viva para as profundezas.

E, como se isso já não fosse suficiente, a guilda decidiu montar uma equipe para lidar com o problema. Uma equipe composta apenas por aventureiros de reputação duvidosa.

Ou seja: nobres.

Mas não qualquer tipo de nobres. Estes haviam sido delicadamente expulsos da alta sociedade por serem um fardo vergonhoso para suas famílias. Como ato de "misericórdia", seus pais compraram licenças de aventureiro para eles, esperando que morressem em alguma missão impossível e ao menos elevassem o nome da família como "heróis que deram suas vidas pelo reino".

E foi assim que Felix se viu em uma "Equipe de Desajustados."

O primeiro membro era Vaelion, um meio-elfo, irritantemente brlo e com uma expressão eternamente entediada e uma inimizade instantânea com Lyra.

— Olha só, uma elfa rejeitada — Vaelion comentou ao vê-la.

— Olha só, um meio-elfo com metade da habilidade de qualquer elfo comum — Lyra retrucou, sem hesitação.

A tensão no ar poderia ser cortada com uma adaga.

O segundo membro era Tobias, um curador... com uma resistência mágica, digamos, questionável.

— Eu consigo curar ferimentos leves! — ele disse animado.

— E ferimentos graves? — perguntou Felix.

— Não.

— Você pode curar várias pessoas ao mesmo tempo?

— Também não.

— Você pode curar pelo menos duas pessoas seguidas?

— Depende... talvez... se forem cortes pequenos e eu descansar depois...

Felix suspirou e olhou para o céu, buscando paciência nos deuses. Nenhum deles respondeu.

Por fim, havia Magnus, um mago imponente, vestindo uma túnica luxuosa e ostentando um ar de arrogância.

— E você, qual é sua especialidade? — Felix perguntou, esperançoso.

— Sou um especialista em magia elementar! — Magnus declarou com orgulho.

— Ótimo! Que tipos de magia você usa?

— Fogo!

— E... mais alguma?

— Não, apenas fogo. Mas sou muito bom nisso!

— Sabe usar barreira de fogo?

— Não, apenas bolas de fogo!

— Faça uma demonstração. — Felix pediu, já rezando para que ao menos um deles fosse competente.

Magnus ergueu a mão, concentrou-se... e conjurou uma bola de fogo ridiculamente enorme mas fraca, que uma brisa passageira fez a chama desaparecer instantaneamente.

Felix esfregou o rosto com as mãos.

— Qual sua especialidade, Vaelion? — questionou, na esperança de salvar o time.

— Mostrarei em combate!

Felix massageou as têmporas.

— Então — Felix começou, encarando sua nova equipe com um misto de desespero e resignação —, vamos lutar contra um monstro "imortal" com um curandeiro que só serve para arranhões, um mago de fogo que mal consegue acender uma vela e um meio-elfo insuportável. Perfeito!

— Ei! Minhas bolas de fogo podem ser letais! — Magnus protestou.

— Sim, se jogadas em uma poça de óleo. E com paciência o suficiente.

— Você também não tem muito direito de reclamar, Felix — murmurou Lyra.

— Não começa!

E assim, Felix se viu novamente em um pesadelo ambulante, desta vez cercado por nobres rejeitados, rumo a um pântano devorador de vidas.

A vida realmente adorava brincar com suas esperanças.

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Evandro Miranda

Evandro Miranda

esquadrão suicida

2025-03-11

1

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Capítulos
1 Capítulo 1 — O Fracasso da Magia e o Começo
2 Capítulo 2 — O Primeiro Monstro (E a Primeira Tragédia!?)
3 Capítulo 3 — Como NÃO Derrotar um Dragão
4 Capítulo 4 — Rumores e Um Herói por Acidente!
5 Capítulo 5 — O Grupo de Aventureiros Pobres e Uma Ideia Genial
6 Capítulo 6 — O Exame Oficial e Um Monstro Que Não Deveria Existir
7 Capítulo 7 — Um Novo Rival?!
8 Capítulo 8 — O Duelo do Século (Ou Algo perto disso)
9 Capítulo 9 — Convocados Pelo Reino
10 Capítulo 10 — A Ponte Amaldiçoada
11 Capítulo 11 — O Banquete Real
12 Capítulo 12 — Habilidades Duvidosas e Uma Mentira Convincente
13 Capítulo 13 — Um Pedido Irrecusável
14 Capítulo 14 — O Monstro do Pântano Sem Fim
15 Capítulo 15 – O Novo Grupo de Felix
16 Capítulo 16 — Asas do Vento (Ou Quase Isso)
17 Capítulo 17 — Sangue Real, Problemas Reais
18 Capítulo 18 — O Reino dos Elfos e o Pedido de Myra
19 Capítulo 19 — O Rei dos Goblins
20 Capítulo 20 — O Rei, a Espada e o Dragão
21 Capítulo 21 — O Fardo de um Rei (Que Nunca Foi Rei)
22 Capítulo 22 — O Último Desejo (Ou o Primeiro de Muitos)
23 Capítulo 23 — O Pedido Impossível
24 Capítulo 24 — Um Casamento, Uma Maldição e Um "GATO?!"
25 Capítulo 25 — Um Teleporte e Uma Confusão Real
26 Capítulo 26 — Dois Reis e Nenhum Amor Fraternal
27 Capítulo 27 — Um Mal Entendido e Felix De volta
28 Capítulo 28 — Informações Inesperadas e o Chamado da Realeza Élfica
29 Capítulo 29 — O Preço da Independência e a Falência do Grupo
30 Capítulo 30 — A Cidade do Começo e Um dos Segredos de Felix.
31 Capítulo 31 — O Passado Esquecido de Felix
32 Capítulo 32 — O Mestre que Não Devia Existir
33 Capítulo 33 — O Mistério da Magia de Felix
34 Capítulo 34 — Pobres, Mas de Consciência Limpa
35 Capítulo 35 — O Retorno do Rival e Uma Profecia
36 Capítulo 36 — Indigentes E Procurados
37 Capítulo 37 — Uma Missão Suspeita
38 Capítulo 38 — O Pagamento
39 Capítulo 39 — Um Banquete do Desespero
40 Capítulo 40 — O Pernil da Perdição e um Batismo Forçado
41 Capítulo 41 — Bem-vindos a Sagramour... Agora Fiquem Onde Possamos Ver Vocês
42 Capítulo 42 — Felix e o Tubo Exploxivo
43 Capítulo 43 — Felix, o Indecifrável
44 Capítulo 44 — A Arena e um Novo Rival
Capítulos

Atualizado até capítulo 44

1
Capítulo 1 — O Fracasso da Magia e o Começo
2
Capítulo 2 — O Primeiro Monstro (E a Primeira Tragédia!?)
3
Capítulo 3 — Como NÃO Derrotar um Dragão
4
Capítulo 4 — Rumores e Um Herói por Acidente!
5
Capítulo 5 — O Grupo de Aventureiros Pobres e Uma Ideia Genial
6
Capítulo 6 — O Exame Oficial e Um Monstro Que Não Deveria Existir
7
Capítulo 7 — Um Novo Rival?!
8
Capítulo 8 — O Duelo do Século (Ou Algo perto disso)
9
Capítulo 9 — Convocados Pelo Reino
10
Capítulo 10 — A Ponte Amaldiçoada
11
Capítulo 11 — O Banquete Real
12
Capítulo 12 — Habilidades Duvidosas e Uma Mentira Convincente
13
Capítulo 13 — Um Pedido Irrecusável
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Capítulo 14 — O Monstro do Pântano Sem Fim
15
Capítulo 15 – O Novo Grupo de Felix
16
Capítulo 16 — Asas do Vento (Ou Quase Isso)
17
Capítulo 17 — Sangue Real, Problemas Reais
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Capítulo 18 — O Reino dos Elfos e o Pedido de Myra
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Capítulo 19 — O Rei dos Goblins
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Capítulo 22 — O Último Desejo (Ou o Primeiro de Muitos)
23
Capítulo 23 — O Pedido Impossível
24
Capítulo 24 — Um Casamento, Uma Maldição e Um "GATO?!"
25
Capítulo 25 — Um Teleporte e Uma Confusão Real
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Capítulo 28 — Informações Inesperadas e o Chamado da Realeza Élfica
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Capítulo 29 — O Preço da Independência e a Falência do Grupo
30
Capítulo 30 — A Cidade do Começo e Um dos Segredos de Felix.
31
Capítulo 31 — O Passado Esquecido de Felix
32
Capítulo 32 — O Mestre que Não Devia Existir
33
Capítulo 33 — O Mistério da Magia de Felix
34
Capítulo 34 — Pobres, Mas de Consciência Limpa
35
Capítulo 35 — O Retorno do Rival e Uma Profecia
36
Capítulo 36 — Indigentes E Procurados
37
Capítulo 37 — Uma Missão Suspeita
38
Capítulo 38 — O Pagamento
39
Capítulo 39 — Um Banquete do Desespero
40
Capítulo 40 — O Pernil da Perdição e um Batismo Forçado
41
Capítulo 41 — Bem-vindos a Sagramour... Agora Fiquem Onde Possamos Ver Vocês
42
Capítulo 42 — Felix e o Tubo Exploxivo
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44
Capítulo 44 — A Arena e um Novo Rival

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