Capítulo 16 — Asas do Vento (Ou Quase Isso)

O dia seguinte amanheceu com um entusiasmo palpável no ar. Afinal, não é todo dia que um bando de aventureiros desajustados decide fundar sua própria equipe! Felix, Lyra, Grindor, Vaelion, Tobias e Magnus – agora oficialmente os Asas do Vento – marcharam com determinação até a Guilda dos Aventureiros, prontos para deixar sua marca no mundo.

O prédio da guilda era imponente, com estandartes vermelhos tremulando ao vento e uma fila interminável de aventureiros disputando espaço para registrar contratos, receber recompensas ou apenas reclamar das missões que lhes haviam sido designadas. Assim que entraram, foram recebidos por uma atendente de expressão cansada e olhos semicerrados – uma mulher claramente exausta de lidar com gente como eles.

— Nome do grupo? — perguntou ela, sem desviar os olhos de um enorme livro de registros.

Felix abriu um sorriso brilhante, transbordando confiança.

— Asas do Vento!

A atendente parou de escrever e franziu a testa.

— Asas do quê?

— Asas do Vento! — repetiu Felix, agora ainda mais animado. — Porque seguimos onde o vento nos levar! Para a aventura, para a glória, para a grandeza!

Lyra revirou os olhos com a paciência de quem já ouvira essa baboseira vezes demais.

— Você fala como se tivéssemos controle sobre isso.

— Bom... tecnicamente temos tanto controle quanto uma folha seca no meio de um furacão. — murmurou Grindor.

A atendente suspirou e pegou uma pena encantada, começando a registrar os nomes. Mas no exato momento em que ia escrever o nome do grupo…

— EI! QUEM FOI O IDIOTA QUE ESTACIONOU UM CAVALO NA PORTA?! ELE ESTÁ COMENDO O CARTAZ DE MISSÕES!

O salão explodiu em caos. A atendente, assustada, deixou a pena escorregar dos dedos, que deslizou pelo pergaminho com vontade própria.

Quando finalmente recobrou o controle, a mulher arregalou os olhos, franzindo a testa.

— Ah… bem… já está registrado.

Felix, sentindo um calafrio na espinha, inclinou-se sobre o balcão.

— O que exatamente foi registrado?

A atendente hesitou antes de virar o livro para que eles vissem.

Em letras brilhantes e douradas, cintilava o glorioso nome de sua recém-formada guilda:

Asas de Couve-Flor.

Houve um silêncio. Não um silêncio comum, mas um daqueles silêncios profundos e desconfortáveis, nos quais até os deuses seguram a respiração para ver o que acontece a seguir.

Uma mosca cruzou o salão com um bzzzz de julgamento.

— …Isso é uma piada? — Vaelion perguntou, a voz carregada de incredulidade.

— O que diabos é uma “Asa de Couve-Flor”?! — Tobias exclamou, quase entrando em pânico.

Felix esfregou o rosto com as mãos.

— Podemos… mudar isso?

A atendente balançou a cabeça com a serenidade impassível de alguém que já presenciou tragédias burocráticas além da compreensão humana.

— Não. O nome já foi enviado magicamente para todas as guildas do continente.

— DO CONTINENTE?! — Magnus quase caiu para trás.

Lyra fechou os olhos, respirando fundo como se reunisse forças para não arremessar uma adaga na testa de Felix.

— Eu não quero ser reconhecida como parte de um grupo com esse nome.

Mas antes que pudessem protestar, uma voz poderosa ecoou pelo salão:

— ATENÇÃO! CHAMANDO O GRUPO RECÉM-FORMADO "ASAS DE COUVE-FLOR" PARA O ANDAR SUPERIOR!

O salão inteiro parou.

Aventureiros e mercenários viraram a cabeça ao mesmo tempo, encarando-os como se estivessem diante de uma aberração cósmica.

E então, veio a explosão de risadas.

— “Asas de Couve-Flor”?! Isso é sério?!

— Eles abriram uma taverna vegetariana ou uma equipe de combate?

— Quem diabos deu esse nome ridículo?!

Felix sentiu o rosto pegar fogo de tanta vergonha. Lyra resmungava maldições entre os dentes, e Grindor baixou o chapéu até quase sumir dentro dele.

— CORRE! — Felix sibilou.

Eles dispararam escada acima, correndo como se suas vidas dependessem disso.

Ao chegarem no escritório do mestre da guilda, ofegantes e à beira de um colapso emocional, Felix bateu as mãos na mesa.

— Senhor! Precisamos mudar o nome do nosso grupo imediatamente!

O mestre da guilda, um homem idoso, musculoso e com olhos astutos, ergueu uma sobrancelha e analisou um pergaminho mágico.

— Bem… tecnicamente, eu poderia mudar.

Os olhos do grupo brilharam de esperança.

— MAS... — ele continuou, saboreando a palavra como um carrasco prestes a dar o golpe final. — Só posso fazer isso se o grupo ainda não tiver recebido nenhuma missão oficial com esse nome.

Silêncio.

— Tem alguma missão registrada para nós? — Vaelion perguntou, já se preparando para a resposta dolorosa.

O mestre da guilda lançou-lhes um olhar significativo antes de pousar o pergaminho sobre a mesa.

— Sim. E foi incrivelmente rápido um grupo recém-formado ser chamado para uma missão tão urgente. Talvez… tenha algo a ver com os seus nomes. Felix Lorian, Lyra Calantha, Grindor Thrain… Parece que alguém muito influente fez questão de requisitá-los.

Felix enterrou o rosto nas mãos.

— Não podemos nem mudar para algo menos… vegetal?

O mestre sorriu de canto.

— Não. Agora vão. Vocês têm uma missão para completar, Asas de Couve-Flor.

Lyra soltou um grunhido de puro desespero.

— Ao menos nos diga onde será nossa missão!

— No Reino dos Elfos. — respondeu o mestre da Guilda. — Quem requisitou vocês foi Myra Calantha.

Lyra paralisou no ato.

Havia décadas que não ouvia aquele nome.

E agora… estava sendo arrastada para uma missão comandada por ela.

Capítulos
1 Capítulo 1 — O Fracasso da Magia e o Começo
2 Capítulo 2 — O Primeiro Monstro (E a Primeira Tragédia!?)
3 Capítulo 3 — Como NÃO Derrotar um Dragão
4 Capítulo 4 — Rumores e Um Herói por Acidente!
5 Capítulo 5 — O Grupo de Aventureiros Pobres e Uma Ideia Genial
6 Capítulo 6 — O Exame Oficial e Um Monstro Que Não Deveria Existir
7 Capítulo 7 — Um Novo Rival?!
8 Capítulo 8 — O Duelo do Século (Ou Algo perto disso)
9 Capítulo 9 — Convocados Pelo Reino
10 Capítulo 10 — A Ponte Amaldiçoada
11 Capítulo 11 — O Banquete Real
12 Capítulo 12 — Habilidades Duvidosas e Uma Mentira Convincente
13 Capítulo 13 — Um Pedido Irrecusável
14 Capítulo 14 — O Monstro do Pântano Sem Fim
15 Capítulo 15 – O Novo Grupo de Felix
16 Capítulo 16 — Asas do Vento (Ou Quase Isso)
17 Capítulo 17 — Sangue Real, Problemas Reais
18 Capítulo 18 — O Reino dos Elfos e o Pedido de Myra
19 Capítulo 19 — O Rei dos Goblins
20 Capítulo 20 — O Rei, a Espada e o Dragão
21 Capítulo 21 — O Fardo de um Rei (Que Nunca Foi Rei)
22 Capítulo 22 — O Último Desejo (Ou o Primeiro de Muitos)
23 Capítulo 23 — O Pedido Impossível
24 Capítulo 24 — Um Casamento, Uma Maldição e Um "GATO?!"
25 Capítulo 25 — Um Teleporte e Uma Confusão Real
26 Capítulo 26 — Dois Reis e Nenhum Amor Fraternal
27 Capítulo 27 — Um Mal Entendido e Felix De volta
28 Capítulo 28 — Informações Inesperadas e o Chamado da Realeza Élfica
29 Capítulo 29 — O Preço da Independência e a Falência do Grupo
30 Capítulo 30 — A Cidade do Começo e Um dos Segredos de Felix.
31 Capítulo 31 — O Passado Esquecido de Felix
32 Capítulo 32 — O Mestre que Não Devia Existir
33 Capítulo 33 — O Mistério da Magia de Felix
34 Capítulo 34 — Pobres, Mas de Consciência Limpa
35 Capítulo 35 — O Retorno do Rival e Uma Profecia
36 Capítulo 36 — Indigentes E Procurados
37 Capítulo 37 — Uma Missão Suspeita
38 Capítulo 38 — O Pagamento
39 Capítulo 39 — Um Banquete do Desespero
40 Capítulo 40 — O Pernil da Perdição e um Batismo Forçado
41 Capítulo 41 — Bem-vindos a Sagramour... Agora Fiquem Onde Possamos Ver Vocês
42 Capítulo 42 — Felix e o Tubo Exploxivo
43 Capítulo 43 — Felix, o Indecifrável
44 Capítulo 44 — A Arena e um Novo Rival
Capítulos

Atualizado até capítulo 44

1
Capítulo 1 — O Fracasso da Magia e o Começo
2
Capítulo 2 — O Primeiro Monstro (E a Primeira Tragédia!?)
3
Capítulo 3 — Como NÃO Derrotar um Dragão
4
Capítulo 4 — Rumores e Um Herói por Acidente!
5
Capítulo 5 — O Grupo de Aventureiros Pobres e Uma Ideia Genial
6
Capítulo 6 — O Exame Oficial e Um Monstro Que Não Deveria Existir
7
Capítulo 7 — Um Novo Rival?!
8
Capítulo 8 — O Duelo do Século (Ou Algo perto disso)
9
Capítulo 9 — Convocados Pelo Reino
10
Capítulo 10 — A Ponte Amaldiçoada
11
Capítulo 11 — O Banquete Real
12
Capítulo 12 — Habilidades Duvidosas e Uma Mentira Convincente
13
Capítulo 13 — Um Pedido Irrecusável
14
Capítulo 14 — O Monstro do Pântano Sem Fim
15
Capítulo 15 – O Novo Grupo de Felix
16
Capítulo 16 — Asas do Vento (Ou Quase Isso)
17
Capítulo 17 — Sangue Real, Problemas Reais
18
Capítulo 18 — O Reino dos Elfos e o Pedido de Myra
19
Capítulo 19 — O Rei dos Goblins
20
Capítulo 20 — O Rei, a Espada e o Dragão
21
Capítulo 21 — O Fardo de um Rei (Que Nunca Foi Rei)
22
Capítulo 22 — O Último Desejo (Ou o Primeiro de Muitos)
23
Capítulo 23 — O Pedido Impossível
24
Capítulo 24 — Um Casamento, Uma Maldição e Um "GATO?!"
25
Capítulo 25 — Um Teleporte e Uma Confusão Real
26
Capítulo 26 — Dois Reis e Nenhum Amor Fraternal
27
Capítulo 27 — Um Mal Entendido e Felix De volta
28
Capítulo 28 — Informações Inesperadas e o Chamado da Realeza Élfica
29
Capítulo 29 — O Preço da Independência e a Falência do Grupo
30
Capítulo 30 — A Cidade do Começo e Um dos Segredos de Felix.
31
Capítulo 31 — O Passado Esquecido de Felix
32
Capítulo 32 — O Mestre que Não Devia Existir
33
Capítulo 33 — O Mistério da Magia de Felix
34
Capítulo 34 — Pobres, Mas de Consciência Limpa
35
Capítulo 35 — O Retorno do Rival e Uma Profecia
36
Capítulo 36 — Indigentes E Procurados
37
Capítulo 37 — Uma Missão Suspeita
38
Capítulo 38 — O Pagamento
39
Capítulo 39 — Um Banquete do Desespero
40
Capítulo 40 — O Pernil da Perdição e um Batismo Forçado
41
Capítulo 41 — Bem-vindos a Sagramour... Agora Fiquem Onde Possamos Ver Vocês
42
Capítulo 42 — Felix e o Tubo Exploxivo
43
Capítulo 43 — Felix, o Indecifrável
44
Capítulo 44 — A Arena e um Novo Rival

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