Apaixonada Pelo Guarda-costas
Minha sonhada formatura, meus 18 anos, agora deveria estar casando, mas graças a Deus os homens da nossa família não nos veem como um objeto ou moeda de troca e sim como pessoas que tem sentimentos, minha formatura era o início de uma nova era já que meu pai me permitiu escolher uma faculdade, eu amo a dança e quero poder me apresentar por aí, claro que sempre com cuidado.
A música vibrava pelo ambiente luxuoso do camarote, as luzes piscavam em tons de azul e dourado, refletindo no brilho dos vestidos das meninas. Eu mal conseguia conter o sorriso enquanto observava minhas amigas e minha família ao meu redor. Era minha noite, minha comemoração, meu pai liberou o camarote vip e mesmo com meu irmão carrasco aqui eu poderia aproveitar.
Alana estava deslumbrante em um vestido vermelho justo, de alças finas e um decote elegante, os cabelos presos em um coque sofisticado que realçava sua beleza. Ao seu lado, Noah mantinha a postura séria, mas eu sabia que, no fundo, estava atento a cada detalhe da noite, pronto para intervir se algo saísse do controle, os trigêmeos estavam com nossos pais, então a noite seria deles.
Giulia, com seu inseparável Enzo, usava um vestido preto curto, de mangas longas e um leve brilho que a fazia parecer uma estrela sob as luzes da boate. Seus cabelos soltos dançavam conforme ela ria e trocava olhares apaixonados com seu namorado.
Já Aylla era deslumbrante, nossa Turca arrancava olhares por onde passava com seu tom sempre mais ousado, apostou em um vestido azul royal colado ao corpo, os olhos brilhando com a promessa de diversão.
Belinda, por outro lado, parecia uma verdadeira princesa em seu vestido nude de pedrarias, dançando sem preocupação ao som da batida da música.
Nós, as solteiras, queríamos nos divertir, mas era impossível não notar a diferença de tratamento. Enquanto os homens podiam beber à vontade, flertar e rir sem se preocupar, nós éramos vigiadas como se não tivéssemos o direito de fazer o mesmo. Isso me irritava, e bastava olhar para Aylla e Belinda para perceber que elas compartilhavam do mesmo sentimento.
— Isso é ridículo — resmungou Aylla, cruzando os braços. — Enzo pode beijar Giulia no meio da pista, mas se eu sequer sorrir para alguém, Noah me lança aquele olhar mortal.
— Bem-vinda ao clube, querida — Belinda revirou os olhos, tomando um gole de seu drink. — Pelo menos temos bebida né.
— Eu queria poder aproveitar de verdade — suspirei, cruzando as pernas e deixando meu olhar vagar pelo camarote.
Foi aí que o vi.
Matheu estava ali, como sempre. O terno escuro marcando seus ombros largos, a expressão indecifrável enquanto me observava com a mesma seriedade de sempre. Era como se estivesse constantemente em alerta, atento a qualquer possível ameaça, mas, ao mesmo tempo, alheio a mim de verdade. Eu era apenas um nome na sua lista de responsabilidades, uma menina a ser protegida, e nada além disso, ele tem 32 anos e é o soldado que cuida da minha segurança desde os meus 14 anos.
Meus dedos deslizaram pela borda da taça enquanto eu desviava o olhar, reprimindo um suspiro.
Ele nunca me enxergaria de outra forma.
A festa continuou, entre risos, danças e olhares furtivos, mas aquela sensação permaneceu ali, presa no meu peito. Porque por mais que eu soubesse que Matheu sempre estaria por perto, protegendo-me de qualquer perigo, ele jamais me olharia da forma como eu o olhava.
De repente, um estrondo interrompeu a música. Gritos surgiram em meio à multidão e, antes que eu pudesse reagir, uma briga começou perto do nosso camarote. Dois homens discutiam violentamente, empurrões e socos sendo trocados enquanto as pessoas ao redor tentavam se afastar.
Noah, Enzo e Theo imediatamente se aproximaram, seus olhares atentos, prontos para intervir se necessário. O ambiente, que antes era de diversão, tornou-se tenso, e eu senti meu coração acelerar.
Antes que eu pudesse processar a situação, Matheu já estava diante de mim. Com um movimento ágil e determinado, ele me puxou para trás de seu corpo, criando uma barreira firme entre mim e qualquer perigo. Suas costas largas eram como um escudo impenetrável, e sua mão forte segurou meu braço com firmeza, mas sem machucar.
— Fique atrás de mim — sua voz grave soou como uma ordem inquestionável.
Minhas primas também recuaram, percebendo que a situação poderia escalar. Noah trocou olhares com Matheu e os outros soldados, e Enzo cerrou os punhos, preparado para qualquer coisa.
Mesmo com o coração acelerado, eu não pude evitar sentir aquele calor familiar dentro de mim. Ele sempre me protegeria, mas apenas como alguém sob sua guarda. Eu queria mais do que isso... mas ele nunca me enxergaria diferente.
E a confusão começou. Os dois bêbados que brigavam foram contidos pelos seguranças, e Noah ordenou que fossem expulsos imediatamente. Mas antes de sair, um deles, claramente embriagado, virou-se para mim e mandou um beijo no ar com um sorriso torto no rosto.
Matheu não hesitou.
Em um instante, ele avançou sobre o homem e o socou com força, um golpe certeiro que fez o bêbado cambalear para trás. O segundo soco veio ainda mais forte, e o terceiro quase o fez desmaiar. Matheu estava cego de ódio, seus punhos cerrados, sua expressão feroz.
— Matheu! — A voz firme de Noah ecoou pelo camarote.
Matheu congelou por um segundo, respirando com dificuldade, os olhos ardendo em fúria. Mas então, lentamente, ele relaxou os ombros e deu um passo para trás, obedecendo à ordem de Noah.
A música voltou a tocar, e aos poucos a tensão no camarote foi substituída pelo clima animado de antes. Belinda, Aylla e eu trocamos olhares e agimos como se aquilo fosse apenas mais um evento corriqueiro. Para nós, esse tipo de situação era quase rotina.
Mas, por dentro, eu sabia que não conseguiria esquecer.
Ele reagiu daquela forma porque era parte de seu trabalho... ou porque estava com ciúmes?
Ele era um bom soldado. Cego de ódio e obediente.
Com certeza era só trabalho.
E, pela primeira vez, percebi o quão perigoso ele podia ser.
Eu não costumava dar trabalho, então nunca havíamos tido problemas assim, ele não me assustou, só pensava que quem merecia sua fúria pagava caro.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Dulce Rodrigues
Iniciando o último livro dessa família maravilhosa. Espero me apaixonar pela estória da Rafaela... assim como me apaixonei pelas demais. 28/03/25
2025-03-28
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Cleise Moura
Começando mais uma estória
22/03/2024
Belém Pará.
2025-03-22
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Joana Oliveira
começando a ler 22/03/25
2025-03-23
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