A festa.

A festa foi um espetáculo à parte. O grande salão da mansão Mansur estava iluminado de forma majestosa, com lustres dourados reluzindo sobre as mesas ricamente decoradas. Os convidados brindavam com champanhe de safira enquanto garçons circulavam periodicamente pratos requintados. A pista de dança, ao centro, já começava a ganhar vida com casais se entregando à celebração.

Matheu e eu dançamos no meio do salão, perdidos um no outro. Ele me girava suavemente, e eu sentia seus olhos cravados em mim, carregados de desejo e ternura. O calor de sua mão em minha cintura era um lembrete silencioso de que agora éramos um só.

Ao redor, os olhares curiosos não paravam.

— Um soldado casado com um Mansur? — ouvi uma voz sussurrar em tom de escárnio. — O que Lorenzo estava pensando?

— Você viu como ele a olha? Como se ela fosse a única mulher do mundo — outra voz murmurou. — Não se pode dizer que não é um homem apaixonado.

— Mas ainda assim, um soldado. Será que ela entende o que está fazendo?

As palavras foram se espalhando entre os convidados, mas nenhuma delas tinha força suficiente para me afetar. Eu sabia que algumas famílias tradicionais viam aquilo como um absurdo, mas Matheu e eu não precisávamos da aprovação de ninguém, nós tínhamos um ao outro, Ana e nossa família.

Ele enviou, inclinando-se para sussurrar em meu ouvido.

— Se quiser, posso ir lá e quebrar a cara de quem está falando essas besteiras.

Ri, deslizando as mãos pelos seus ombros.

— E dar a eles a satisfação de dizer que você é só um soldado impulsivo? Nunca. — Me aproximei mais, nossos corpos colados. — Vamos apenas nos amar e deixá-los falar, é você quem vai me levar ao céu hoje, e me mostrar quantas delícias podemos fazer.

Ele sorriu de lado, inclinando a cabeça como se me desafiasse.

— Fácil demais para mim, já que te amar é a única coisa que quero fazer hoje.

E, de fato, foi isso que fizemos.

Passamos boa parte da festa rodeados por nossa família, rindo e brindando com os mais próximos. Suzan e Noah se aproximaram, os filhos correndo pelo salão com Ana e Laura, suas risadas enchendo o ambiente de vida.

Mais tarde, fui conversar com as mulheres do hotel. Elas estavam sentadas em uma área reservada do salão, bem cuidadas e com roupas bonitas, sem traço algum da miséria e dor que um dia carregaram.

— Como estão sendo tratados? — perguntei sorrindo gentilmente.

A mais velha, uma mulher de cabelos escuros e olhos castanhos, brilhantes.

— Como rainhas, senhora Mansur. Não nos falta nada. Seu pai garantiu nossa segurança, e o hotel é mais do que sonhamos, se não fosse pela perca das duas mães estaríamos perfeitas.

Sorri, sentindo um alívio genuíno, de fato carregaria culpa pelas mortes, mas sei que elas estão seguras e isso faz diminuir o aperto que carrego.

— Isso me deixa feliz. Se precisarem de qualquer coisa, por favor, me avisem.

Antes que pudesse responder, senti um par de bracinhos envolvendo minha cintura.

— Mamãe! — Ana se aninhou ao meu lado, os olhos brilhando de alegria. Olhou para as mulheres e gritou. — Minhas amigas!

Aquelas mulheres, que experimentaram tanto sofrimento, pareceram derreter ao ver minha filha.

— Elas sentem sua falta, sabia? — falou uma delas.

Ana segurou minha mão e olhou para mim com expectativa.

— Mamãe, quando posso ir ao hotel ver elas?

Acariciei seus cabelos.

— Logo, minha princesa. Vamos organizar uma visita especial.

Ela sorriu, satisfeita, e voltou correndo para a pista de dança, onde Laura a esperava.

A noite seguiu com mais brindes, mais música e mais risadas. Até que chegou o momento da nossa segunda dança, após trocarmos de roupa.

Saímos para nos trocar e, quando retornei ao salão, pude ver Matheu me esperando próximo à pista de dança. Ele vestia um terno um pouco mais casual, sem gravata, os primeiros botões da camisa abertos, o ar perigosamente sedutor.

Mas sua expressão mudou assim que me viu.

Meus lábios se curvaram em um sorriso travesso. O vestido que escolhi para a segunda parte da festa era curto, rendado e justo no ponto certo. Minhas pernas estavam à mostra, e eu sabia que isso não passaria despercebido por ele.

Matheu travou a mandíbula, os olhos escurecendo de raiva e desejo ao mesmo tempo.

— Rafaela. — Sua voz veio baixa, mas carregada de ameaça.

Mordi o lábio para conter o riso e passei por ele com um rebolado discreto.

— O que foi, amor?

Ele puxou meu pulso, me obrigando a parar.

— Você quer que eu mate alguém hoje?

Ri, encostando as mãos em seu peito.

— Você não vai matar ninguém, Matheu. Agora pare de surtar e venha dançar comigo.

Ele me analisou por mais alguns segundos, como se estivesse prestes a carregar meu corpo para fora dali e me trancar em algum quarto. Mas então, soltou um suspiro longo, pegou minha mão e me guiou até o centro da pista.

— Você me paga por isso depois.

— Mal posso esperar.

E então, dançamos.

Lentamente, envoltos por uma melodia apaixonante, esquecendo o mundo ao nosso redor. Ele me segurava com firmeza, me girava com destreza, e seus olhos me diziam que eu era sua, passaram alguns minutos e as palmas vieram, depois disso Ana se aproximou e ele a pegou no colo, dançamos os três juntos até meu pai a puxar para dançar, logo nossa família tomou o salão e outros que realmente apreciavam nossa união.

Pessoas maldosas viram que não tinham espaço ali e foram se retirando pouco a pouco até que restassem somente nós.

E naquele instante, não importavam as opiniões alheias, os olhares julgadores ou as ameaças do passado.

A única coisa que importava era que eu estava exatamente onde sempre deveria estar. Nos braços do homem que me amava.

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Comments

Alessandra

Alessandra

Autora linda vai no seu tempo mais posta mais capítulos mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais,não demora muito.

2025-03-11

1

Andrea Freire

Andrea Freire

Posta mais por favor

2025-03-11

0

Renata

Renata

lindo este capítulo

2025-03-11

1

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