O sol brilhava forte naquela manhã, como se até mesmo o céu soubesse que hoje era um dia especial. A mansão estava lotada, um verdadeiro império de luxo e tradição. Associados, amigos, cada rosto presente ali representava um capítulo da nossa história. A família toda reunida, os homens impecáveis em seus ternos bem cortados, as mulheres em vestidos deslumbrantes, e entre eles, as crianças — pequenas estrelas que tornavam o dia ainda mais mágico.
Ana, minha pequena princesa, estava um deslumbre em seu vestidinho rodado, branco e dourado, feito sob medida para ela. Seus cabelos cacheados tinham sido presos com uma pequena tiara delicada, e seus olhos brilhavam em pura felicidade. Ao seu lado, Laura, os filhos de Noah e as outras daminhas e pajens pareciam saídos de um conto de fadas, prontos para preencher o corredor da cerimônia com doçura.
No espelho à minha frente, a imagem refletida me tirou o ar. Meu vestido... era tudo o que sempre sonhei. Branco como neve, com um corpete de renda bordado à mão, ajustado ao meu corpo até a cintura antes de se abrir em uma saia volumosa, com camadas suaves de tule. O véu descia delicadamente pelas minhas costas, preso ao coque elegante que minha mãe ajudou a arrumar. Cada detalhe era perfeito.
E então, a porta se abriu.
Meu pai entrou no quarto, e seus olhos percorreram cada detalhe antes de pousarem sobre mim. Em meus braços, Ana olhou para ele com um sorriso sapeca e abriu os braços.
— Vovô!
Ele sorriu e se aproximou, pegando-a com facilidade, mas antes que ele me envolvesse num abraço, Ana colocou as pequenas mãos em seu peito e o repreendeu:
— Não pode amassar o vestido da mamãe!
Ele riu, ajeitando-a em seus braços.
— Desculpe, minha princesa.
— Hoje eu vou dormir na sua casa, com as minhas primas — ela anunciou, com a empolgação de uma criança que já se sentia completamente segura e amada.
Meu coração se apertou, mas desta vez não era dor. Era gratidão. Ana não carregava mais medo, não escondia mais o rostinho machucado ou fugia dos toques de carinho. Ela era nossa filha, amada, protegida.
Antes que eu pudesse responder, minha mãe apareceu à porta, a expressão mais séria.
— As mulheres do hotel chegaram.
Meu corpo ficou tenso na hora.
— E Vitto?
Meu pai colocou Ana no chão e se aproximou, colocando a mão firme em meu ombro.
— Sumiu. Por enquanto, não há perigo. A segurança está triplicada, e hoje é o seu dia. Nada vai dar errado.
Assenti, ainda sentindo o estômago revirar.
Minha mãe se abaixou e estendeu a mão para Ana.
— Vem, pequena, está na hora.
Ela sorriu para meu pai e pegou a mão da vó sem hesitar, olhando para mim com um sorriso radiante.
— Você está linda, mamãe!
Sorri, tentando segurar a emoção, mas quando meu pai segurou minha mão, soube que não conseguiria escapar das lágrimas.
— Meu amor — sua voz era firme, mas cheia de carinho. — Desde que você nasceu, eu soube que nada nesse mundo seria mais importante para mim do que você. E cada escolha, cada batalha que enfrentei, foi para te ver assim, exatamente como está agora. Linda, forte, segura de si.
Meus olhos arderam, e segurei o choro com todas as forças.
— Você não está apenas se casando, Rafaela. Você está construindo uma família, do jeito certo, com um homem que te ama e te protege. Isso é tudo que sempre quis para você.
Engoli em seco, sentindo o peito apertar.
— Você vai ser feliz, minha filha. Mais do que eu jamais poderia sonhar.
Respirei fundo e segurei sua mão com força.
— Obrigada, pai. Por tudo.
Ele sorriu, beijou minha testa e me ofereceu o braço.
— Vamos, minha princesa. Está na hora.
E com um último olhar para o espelho, segurei meu buquê e caminhei com ele, pronta para o momento mais importante da minha vida.
O burburinho dos convidados se aquietou assim que a marcha nupcial começou a tocar. O longo tapete branco cobria o caminho até o altar, e cada detalhe do salão parecia ter saído de um sonho — os lustres de cristal refletiam a luz dourada, as flores brancas e douradas decoravam o espaço com elegantes, e o aroma suave das rosas misturava-se ao perfume amadeirado do ambiente.
Mas nada se comparava à visão que me aguardava no altar.
Era Matheu.
Meu coração deu um salto no peito ao vê-lo ali, imponente em seu terno perfeitamente ajustado, negro como a noite, com um toque de sofisticação na gravata de cetim. Seu cabelo estava alinhado, mas alguns fios rebeldes caíram estrategicamente sobre a testa, e aquele sorriso... Meu Deus, aquele sorriso. Sensual, carregado de promessa, como se ele soubesse exatamente o que aquilo fazia comigo.
Seus olhos me devoraram da cabeça aos pés, escurecendo quando pararam em minha boca.
E então, pela primeira vez naquela tarde, eu não sinto nervosismo. Tenho apenas a certeza de que estava indo para o lugar certo. Para ele.
Quando cheguei ao altar, Matheu estendeu a mão e a segura ou firme, puxando-me para perto de forma natural, quase possessiva. Sua mão firme deslizou sobre minha pele nua, enviando arrepios pelo meu corpo.
O celebrante começou a cerimônia, mas minha mente estava parcialmente entorpecida pelo olhar do homem à minha frente. Cada palavra trocada, cada voto selado com promessas que já foram gravadas em nossos corações, tornavam aquele momento mais nosso.
Quando chegou a hora dos votos, Matheu segurou minha mão com ambas as suas, trazendo-a contra seu peito.
— Rafaela — sua voz era firme, mas compartilhada de emoção. — Desde que você entrou na minha vida, tudo mudou. Eu vi tempestade no seu olhar, uma mulher que nasceu doce e ainda assim soube amar com força e coragem. Hoje, diante de todos, eu te prometo que serei seu porto seguro, seu protetor e seu maior admirador. Eu prometo cuidar de você, respeitar sua força e honrar cada escolha que fizermos juntos. Porque você, Rafaela, é o amor da minha vida.
Minhas lágrimas ameaçaram cair, mas respirei fundo e tomei coragem para dizer as minhas palavras.
— Matheu, desde que você esteve comigo lá atrás eu nunca mais tive medo, percebi que o amor pode ser algo intenso, ardente e, ao mesmo tempo, seguro. Com você, aprendi a confiar de novo, a construir um futuro sem medo. Você não somente me deu seu coração, mas também aceitou minhas ideias e loucuras, e eu sei que juntos seremos uma família linda. Prometo estar ao seu lado, na luz e na escuridão, e te amar todos os dias da minha vida.
Um silêncio pairou no salão, até que o celebrante anunciou:
— Matheu Romano, aceita Rafaela como sua esposa, para amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?
Seus olhos ardiam de intensidade quando ele respondeu:
— Hoje e para sempre, sim.
Engoli a emoção, e então a pergunta veio para mim.
— Rafaela, aceita Matheu como seu esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?
— Sim! — falei, sem hesitar.
— Então, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
Matheu não esperou um segundo. Segurou meu rosto entre as mãos e colou seus lábios nos meus com uma fome contida, mas avassaladora. O beijo começou delicado, mas logo se aprofundou, roubando meu ar e arrancando suspiros dos convidados. Seu corpo colou ao meu, uma de suas mãos deslizou para minha cintura, e o mundo pareceu desaparecer.
Foi um beijo digno de cinema.
Forte, intenso, cheio de promessas silenciosas.
Mas a mágica foi interrompida pelo resmungo de Lorenzo atrás de nós.
— Isso não é coisa que um pai deveria presenciar.
Risadas explodiram ao redor, e Matheu, sem um pingo de vergonha, apenas sorriu de lado antes de me abraçar com força.
— Agora você é oficialmente minha, signora Mansur.
Naquele momento, eu percebi que não havia felicidade maior do que estar nos braços do meu marido.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Andrea Freire
Poderia falar a da família do Matheu se ainda tem mãe
2025-03-10
0
bete 💗
lindo o casamento
aguardando mais ❤️❤️❤️❤️❤️
2025-03-11
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Andrea Freire
Amei o capítulo, posta mais autora
2025-03-11
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