cada peça, leva a perfeição.

Capítulo 11 – O Primeiro Ano de Dante na Escola

Parte 1 – O Primeiro Semestre: Observação e Adaptação

O início do ano escolar seguiu como Dante esperava: ele era o centro das atenções. Os professores o adoravam, os funcionários da escola sorriam para ele no corredor, e as crianças ao seu redor faziam fila para serem suas amigas.

Mas, ao invés de simplesmente aceitar essa posição, Dante decidiu estudá-la.

Cada olhar admirado, cada elogio despretensioso, cada gesto de carinho e respeito... tudo tinha um padrão. Algumas crianças eram bajuladas por serem engraçadas. Outras, por serem desajeitadas e despertarem um instinto de proteção nos professores. Algumas conseguiam favores por chorarem facilmente.

Dante percebeu que a adoração que recebia não era apenas por sua beleza ou inteligência. Era pela maneira como ele fazia as pessoas se sentirem ao seu redor.

Então, ele começou a moldar sua imagem de forma mais calculada.

— Seja educado, mas não em excesso. Crianças excessivamente formais assustam os adultos. Um "obrigado, tia" era mais eficaz do que um "fico grato pela sua gentileza".

— Seja modesto na medida certa. Se mostrasse que sabia demais, os outros o veriam como arrogante. Se parecesse humilde demais, tentariam testá-lo. Ele encontrava o equilíbrio perfeito.

— Entenda o que cada pessoa gosta de ouvir. Se uma professora falava muito sobre sua família, ele mencionava o quanto adorava a mãe. Se um colega gostava de esportes, ele elogiava seu desempenho. Pequenos detalhes criavam conexões instantâneas.

Dante percebeu que não precisava se esforçar para ser aceito. Ele apenas precisava observar.

O primeiro semestre terminou, e ele já sabia como cada pessoa ao seu redor funcionava.

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Parte 2 – O Segundo Semestre: Manipulação Sutil

Agora que entendia como as pessoas reagiam a diferentes estímulos, Dante começou a testar sua influência.

Nada direto ou óbvio. Apenas pequenas manipulações aqui e ali.

Se queria que alguém fizesse algo por ele, não pedia diretamente. Plantava uma ideia, deixava a outra pessoa achar que era dela.

— "Acho que você desenha muito bem, queria ser bom assim..."

No dia seguinte, uma colega lhe oferecia um desenho de presente, orgulhosa.

— "Nossa, você é o melhor da turma em matemática!"

O menino ao seu lado começava a ajudá-lo nas contas, querendo impressioná-lo.

Dante percebeu que as pessoas gostavam de se sentir úteis, especiais. Se as fizesse sentir assim, elas fariam tudo por ele.

Foi quando ele também aprendeu outra lição importante: existe uma diferença entre respeito e medo.

Ele via crianças que conseguiam o que queriam através da força, da imposição. Mas essas crianças eram temidas, não admiradas.

Dante não queria ser temido. Ele queria ser querido.

O segundo semestre terminou, e ele já conseguia influenciar os outros sem que percebessem.

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Parte 3 – O Terceiro Semestre: O Dom da Palavra

Agora que sabia como as pessoas funcionavam e como influenciá-las, Dante decidiu aprimorar a forma como falava.

Ele começou a praticar o tom de voz perfeito para cada situação.

— Para professores e adultos, um tom educado, um pouco doce, mas sem exageros.

— Para os amigos, um tom mais descontraído, mas sempre um pouco encantador.

— Para crianças mais impulsivas, um tom de calma e paciência, como se estivesse sempre no controle.

Ele também começou a prestar atenção nas palavras que escolhia.

Palavras fortes criavam impacto.

Palavras suaves acalmavam.

Pausas no momento certo davam peso ao que dizia.

Era quase como um jogo. Cada conversa era um teste para ver o quanto conseguia guiar os outros com as palavras certas.

O terceiro semestre terminou, e Dante já dominava a arte da fala.

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Parte 4 – O Quarto Semestre: O Reflexo da Perfeição

Agora, com a observação, a manipulação e a palavra dominadas, Dante percebeu um último detalhe essencial: a postura.

As pessoas não acreditavam apenas no que ouviam, mas no que viam.

Então, ele começou a prestar mais atenção em seus movimentos.

— Nunca demonstrar insegurança.

Se mantinha sempre firme, relaxado, como se soubesse exatamente o que estava fazendo.

— Pequenos gestos criam impacto.

Inclinar levemente a cabeça ao ouvir alguém, como se estivesse genuinamente interessado.

Sorrir no momento certo para desarmar qualquer situação tensa.

Olhar nos olhos, mas sem intimidar.

Combinando todas essas habilidades, Dante percebeu que estava se tornando alguém irresistível.

Professores confiavam nele sem hesitar.

Colegas queriam estar perto dele.

Funcionários da escola eram sempre gentis e solícitos.

Era como se ele tivesse um brilho natural que fazia com que as pessoas simplesmente quisessem ajudá-lo.

E ninguém nem imaginava que tudo aquilo era friamente calculado.

O quarto semestre terminou, e Dante já havia se transformado na pessoa que queria ser.

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Parte 5 – O Natal: O Jogo Fora da Escola

A casa estava decorada de forma simples, mas aconchegante. As luzes de Natal piscavam na janela, refletindo na mesa onde estava a ceia. O cheiro de comida caseira se espalhava pelo ambiente, e risadas podiam ser ouvidas pela sala.

Rosângela estava sentada ao lado de Ethan, segurando sua mão discretamente. Seus pais estavam ali, conversando animadamente com Isabelle.

Dante observava a cena, sem chamar muita atenção. Apenas absorvendo cada detalhe.

— "Você não vai comer?" — Ethan perguntou, servindo-se de mais uma porção.

Dante sorriu.

— "Estou esperando o melhor momento."

Ele percebeu que a ceia de Natal não era tão diferente da escola. As regras sociais ainda estavam ali.

— As pessoas se aproximavam de quem fazia elas se sentirem bem.

— As conversas eram oportunidades para reforçar conexões.

— Pequenos gestos garantiam que todos ao seu redor o vissem com bons olhos.

Dante passou o jantar sendo o menino adorável que todos esperavam. Ele conversava educadamente com os adultos, fazia piadas leves com os primos e se mostrava sempre interessado nos outros.

Quando a noite terminou, ele soube que sua presença havia sido notada.

Ele não era apenas o menino bonito e inteligente da família.

Ele era o menino que todos gostavam de ter por perto.

E isso, no fundo, era a arma mais poderosa que ele poderia ter.

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