Um novo dia, Uma nova esperança.

Capítulo 7 – Um Novo Dia, Uma Nova Esperança

O sol de fevereiro brilhava forte, aquecendo a rua movimentada do bairro. Era um domingo preguiçoso, o tipo de dia que as crianças aproveitavam ao máximo antes da volta às aulas.

O asfalto seco ainda guardava as marcas das recentes chuvas, mas agora era palco para risadas, brincadeiras e gritos infantis. Bolinhas de gude rolavam pelo chão, piões giravam com força e bonecas eram arrumadas em caixinhas improvisadas de madeira.

Dante estava no meio de um pequeno grupo de crianças, saltando concentrado sobre uma amarelinha desenhada com giz no chão. Seu cabelo loiro reluzia ao sol, os fios finos se movendo suavemente ao ritmo de seus pulos.

— Sete... Oito... Nove... E... Pronto! — Ele sorriu satisfeito, completando o circuito sem errar.

As crianças ao redor bateram palmas eufóricas.

Dante não era um menino de muitas palavras, mas quando brincava, sua expressão mudava, e sua tímida felicidade se tornava visível.

Um pouco mais distante, encostado no muro baixo de uma casa, Ethan observava tudo com um olhar protetor.

Ao seu lado, sua namorada, uma jovem de cabelos negros longos e olhos vivos, cruzava os braços e o encarava com um sorrisinho.

— Você parece mais animado do que o normal.

Ethan soltou uma risada baixa, desviando os olhos para ela antes de voltar a olhar para Dante.

— Claro que estou. — Ele abriu um sorriso orgulhoso. — Amanhã é o primeiro dia de aula do meu irmãozinho. Finalmente, ele vai entrar para a escola.

A garota riu suavemente, balançando a cabeça.

— Você fala dele como se fosse o evento mais importante da sua vida.

Ethan lançou-lhe um olhar dramático.

— E não é? Você me conhece, sabe que eu não sou muito fã de escola, mas essa é a primeira vez que eu realmente estou ansioso por algo relacionado a ela.

Ela sorriu, inclinando a cabeça de leve.

— Você realmente é completamente apaixonado por esse menino, né?

Ele soltou um suspiro exagerado, passando uma mão pelos cabelos castanhos bem cortados.

— E como não seria? Ele é meu irmãozinho, cara. Você não sabe o trabalho que dá ser o irmão mais velho dele.

— Trabalho? — Ela ergueu uma sobrancelha, divertida.

Ethan apontou para Dante com um gesto exagerado.

— Você tá vendo essa carinha de anjinho? Esse garotinho aí parece que foi esculpido pelos deuses. Eu juro que se eu não tomar conta dele, daqui a pouco alguém sequestra o moleque pra usar como modelo de estátua ou sei lá.

A garota riu alto, cobrindo a boca com a mão.

— Você é ridículo!

— E além disso... — Ele continuou, agora mais sério. — A maioria das meninas que tentam se aproximar de mim só querem que eu pare de falar dele e preste atenção nelas. Pô, não dá. O Dante é minha prioridade.

Ela sorriu, dando de ombros.

— E por isso eu sou a única namorada que você teve, né?

Ele piscou para ela.

— Exatamente.

Os dois trocaram um olhar cúmplice antes de a garota se inclinar um pouco mais para ele, os olhos atentos.

— Mas falando sério agora...

Ethan percebeu que o olhar dela havia mudado. Ele seguiu sua linha de visão e percebeu que ela estava observando algo.

Seu braço.

Ou, mais especificamente, as marcas roxas que ainda estavam ali.

Ele imediatamente moveu o braço, cruzando os braços de um jeito casual para cobri-las.

— Hm... — Ela começou, escolhendo as palavras. — Isso foi do treino de basquete?

Ele sorriu, tirando a conversa do foco.