— Como vou sair daqui? Pensa, Diana, pensa!
Era hora de tomar medidas, de encontrar uma maneira de escapar dessa gaiola dourada.
Abri meu baú, vasculhei meus pertences, e vesti algo que usaria para dormir, é mais fácil sem muitos tecidos e enfeites, fui até o enorme banheiro, havia uma passagem que Malu e eu usávamos para fugir, quando crianças, talvez eu ainda consiga passar
Primeiro, olhei para ter certeza que ninguém me veria, os guardas estavam tão preocupados com quem entra, que nem se importavam em olhar para o castelo, e vi que estão em menor número, talvez seja apenas sua guarda pessoal. Ziam já deve saber o que está acontecendo.
Eu consegui passar, e sai me esgueirando pelas plantas ornamentais do jardim.
O único jeito de sair sem ser vista, acho que me arrependerei, mas é minha única chance.
Cheguei até a entrada das cavernas dos dragões, sem ser vista, conheci o caminho, mas foi apenas uma vez que o fiz, e levamos a maior bronca, e todo o discurso de que podíamos ter sido devoradas, não nos deixou repetir o trajeto.
Entrei a passos leves, com as mãos espalmadas nas paredes.
— O que faz aqui?
a voz de Anton ressoa pelas paredes, segundos antes de sentir suas mãos em minha cintura, não consegui me defender, prendeu meus braços e me carrega de volta para a luz
— Me solte seu, seu traidor, eu nunca vou me casar com você!
me debatia em seus braços, ele pressionou minhas costas contra a parede fria da entrada da caverna
— Adoro um desafio
segurou em meu queixo e me beijou, sua mão soltou meu queixo e passeou em meu corpo e eu estremeci, seguiu até minha bunda, e apertou, sua respiração ficou ofegante, e ele separou seu lábio do meu e me encarou
— Está louco, eu não sou uma messalina, sou uma princesa. Não pode me tocar
ele sorriu em escárnio, enquanto eu tentava respirar.
— Eu me contenho a vida toda, sempre quis te beijar assim. Quero fazer coisas com você que te deixariam de pernas bambas.
engoli seco, ainda presa em seus braços, ele analisava meu corpo, encoberto por apenas por uma vestimenta simples e de tecido fino
— Aonde planejava ir vestida assim?
me empertiguei e mais uma vez tentei me soltar, e mais uma vez sem sucesso, pensei ou imaginei ter visto um par de olhos de dragão, amarelos e brilhantes no fundo da caverna escura
— Vamos, você tem que se preparar para a cerimônia. A minha coroação e nosso casamento
ele soltou meu corpo e agarrou meu braço, fui arrastada de volta, tentei olhar para trás, mas os passos largos dele me impediram.
Chegamos a porta da minha prisão, um quarto luxuoso no palácio, subimos as escadas e vi que ele estava irritado. O que ele estava fazendo lá? E aqueles olhos, parecia ser de Órion, mas o que ele estaria fazendo aqui, sem Ziam?
Anton me empurrou para dentro do quarto com uma brutalidade contida, fechando a porta atrás de nós. O clique da fechadura soou como um veredito. Minha respiração estava pesada, o coração martelando contra o peito.
Ele passou a mão pelos cabelos escuros, visivelmente irritado, e se virou para mim.
— Você é realmente teimosa, Diana. Já deveria ter aceitado o inevitável.
Cruzei os braços, mantendo o queixo erguido. Ele queria me ver quebrar, mas isso nunca aconteceria.
— Eu nunca vou aceitar ser sua esposa, Anton. Prefiro morrer a viver acorrentada a você.
Um sorriso de escárnio se formou em seus lábios. Ele se aproximou devagar, como um predador se divertindo com sua presa.
— É melhor se preparar para uma vida longa ao meu lado, aprisionada. Terá um filho meu, um verdadeiro rei
Engoli seco, mas não desviei o olhar. Se ele queria um jogo de resistência, eu estava disposta a jogá-lo.
— Você está louco, pode me trancar aqui, pode cercar este castelo com sua guarda, mas eu sempre vou procurar uma saída. Eu não serei sua!
Ele riu, a voz carregada de ironia.
— Uma saída? Você realmente acha que pode escapar de mim? O castelo está selado com magia élfica.
Minhas unhas se cravaram em meus braços. Eu já sabia disso, mas ouvir em voz alta tornava tudo ainda mais sufocante.
— E o que você estava fazendo nas cavernas dos dragões?
perguntei, tentando mudar o foco.
Ele inclinou a cabeça, me avaliando.
— O mesmo que você, talvez. Procurando uma rota de fuga.
Minha testa franziu. Ele estava mentindo, óbvio, e seu tom era carregado de sarcasmo. Anton jamais fugiria, não agora que estava prestes a se tornar rei.
— Você mente mal.
Ele soltou um suspiro impaciente, passando a língua pelos dentes, me encarando com malícia.
— Digamos que estou garantindo que certos elementos... fiquem sob controle.
Órion. Eu tinha certeza de que aqueles olhos eram dele. Mas por que ele estaria ali sem Ziam?
Meu pensamento foi interrompido quando Anton pegou uma chave dourada do bolso e a colocou sobre a mesa de mármore ao lado da cama.
— Essa é a única chave que abre sua porta. — Ele inclinou o rosto para perto do meu, sua voz um sussurro perigoso.
— E ela fica comigo.
Com um último olhar de advertência, ele saiu, trancando a porta atrás de si.
Me joguei na cama, minha mente fervilhando. Eu precisava sair daqui. Se o castelo estava selado por magia élfica, isso significava que apenas um ser mágico poderia atravessar as barreiras.
Órion, será que ele está aprisionado?
Se ele realmente estava nas cavernas, talvez houvesse uma chance. Mas como fazer contato com ele? Afinal, Ziam, vê e sente tudo que Órion vê e sente.
Me levantei e caminhei até a varanda. O céu estava tomado pelas estrelas, e lá embaixo, os jardins se estendiam como um labirinto sombrio. Havia patrulhas, mas... e se eu não precisasse fugir sozinha?
Eu só precisava de um plano. E rápido.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 30
Comments