Ziam Jocar
— Você é lento, nem mesmo treinando mais do que eu, nunca vai me vencer
disse, desarmando mais uma vez meu irmão, em nosso treino diário de espadas, uma tradição entre nós, Anton me encarou frustrado, e sei exatamente como ele está se sentindo. Me sentia assim quando era sir Rover
Conheço cada golpe e movimento dele, aprendi a estudar todos meus oponentes.
— Cale a boca, vamos de novo
Anton pegou sua espada de treino do chão e voltou ao círculo de treinamento.
— Agora com uma mão atrás das costas, vamos ver se assim você consegue vencer, ou ao menos tocar em mim
provoquei, colocando minha mão atrás das costas. Isso irritou ainda mais meu irmão mais novo, que avançou para cima de mim com fúria. No entanto, desviei com facilidade e o acertei de leve nas nádegas.
Anton era um homem de paixões e espírito inquieto. Sua personalidade vibrante era um contraste com a minha serenidade e determinação
— Vocês são uns imbecis, nem sabem lutar de verdade
Malu nos interrompeu, atraindo nossa atenção.
— E o que você sabe sobre lutar?
indaguei minha irmã caçula, usando um tom de deboche. Ela era um tanto mimada.
— Já vi lutas em torneios, e vocês dois parecem estar brincando
ela disse, sentando-se em um banco e pegando um pêssego de um cesto na mesa ao lado. Anton, que já estava frustrado, atirou uma resposta.
— Vem que eu te ensino, Malu
ele instigou nossa irmã, que sorriu, mas meu olhar repreensivo a fez pensar duas vezes.
— O que tem na cabeça? Se machucar a preciosa, papai o pendure pelos pés nas masmorras?
avisei Anton.
— Quem disse que ele me machucaria? Ele não é páreo para mim
ela respondeu, levantando-se e dirigindo-se à saída do local.
— Onde vai?
Anton questionou nossa irmã, que o desafiou e agora seguia em direção à saída.
— Vou a Sadalem. Diana e eu vamos juntas até os magos da lua
ela disse, fechando as portas duplas do salão de treinamento. Anton e eu nos encaramos, trocando uma breve expressão de preocupação.
— Sua noivinha vai até os magos da lua. Não tem medo de levar uma rasteira, e alguém levar seu prêmio de núpcias?
Anton disse em tom de deboche, claramente tentando me irritar.
Irritado, joguei a espada no chão e me afastei rapidamente, dirigindo-me ao quarto de Malu. Ela estava lá, arrumando suas bagagens com a ajuda de sua ama, Muriel. Assim que abri a porta, deixei escapar minha ira.
— Você não vai!
Malu me olhou assustada, mas logo sua expressão se transformou em sons.
— Papai deixou. Vou levar seis guardas, e Diana mais oito. Estaremos seguras, ninguém ousaria mexer conosco.
ela disse, fechando seu baú e me encarando desafiadoramente. Tentei me controlar, sabendo que minha irmã estava cada vez mais rebelde e disposta a enfrentar qualquer um, exceto meu pai, que a mimava.
— Vou com vocês então, e nem pense em reclamar
me virei para sair do quarto, batendo a porta com força ao sair. A situação estava ficando mais complicada do que eu imaginava.
Ao sair do quarto de Malu, minha mente fervilhava. Eu não confiava nos magos da lua, e menos ainda na jornada que minha irmã e Diana planejavam. A corte vivia em tempos incertos, e um deslize poderia custar caro.
Caminhei pelo corredor de pedra, o som das minhas botas ecoando contra as paredes. Anton veio atrás de mim, rindo baixo.
— Vai mesmo bancar o irmão mais velho protetor? Malu vai odiar. Ou está indo ficar de olho em sua noiva?
Parei abruptamente e me virei para ele.
— Melhor que encontrar o corpo delas jogado em uma vala.
Ele ergueu as mãos em rendição, ainda com um sorriso irritante.
— Só estou dizendo que talvez você devesse confiar nela. Malu é esperta. Bom, talvez sua noivinha seja inocente demais.
— Malu é esperta e teimosa. Diana é a má princesa, do jeito que tem que ser. Malu podia aprender com ela, pra variar, talvez não nos desse tanta dor de cabeça.
Suspirei e segui para meus aposentos. Se eu iria nessa viagem, precisaria me preparar.
Horas depois, já vestido para a jornada, desci até os estábulos. Malu já estava lá, alisando as crinas de seu de seu cavalo. E falava com um dos guardas. Assim que me viu, minha irmã revirou os olhos.
— Achei que só estava brincando.
— Eu nunca brinco com sua segurança.
Ela bufou, cruzando os braços.
— Se eu disser que não quero que você vá?
— E se eu disser que não me importo?
Ela abriu a boca para retrucar, mas Anton interveio, colocando uma mão em seu ombro.
— Deixe-o ir, Malu. Eu vou cuidar dele, não se preocupe, vou te ajudar a se divertir.
Minha irmã revirou os olhos mais uma vez, e bufou alto.
— Ótimo. Agora tenho dois irmãos chatos para atrapalhar minha diversão. Mas se vocês tentarem mandar em mim durante o caminho, eu deixo vocês dois para trás.
Sorri de canto.
— Você pode tentar.
Depois de tudo pronto, partimos em carruagens separadas, minha irmã jamais iria dividir conosco. Assim que fez treze anos, passou a ficar cada vez mais irritante. Fomos rumo a Sadalem.
Ziam Jocar
Anton Jocar
Malu Jocar
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Atualizado até capítulo 30
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