O ar gelado do Norte parecia cortar a pele de Isadora, mas ela não se importava. O castelo, com suas muralhas de pedra e torres imponentes, era a última fortaleza de um reino isolado, e nela, ela encontraria a liberdade que tanto desejava. Ela havia tomado sua decisão, e agora, em um grande salão decorado com tapes de veludo vermelho e candelabros de prata, ela se preparava para um novo capítulo de sua vida.
O casamento não seria apenas uma cerimônia, mas um símbolo de sua independência, de sua escolha pelo Duque Theodore, e uma marca indelével contra as correntes que haviam a prendido no passado.
Isadora estava diante do espelho, vestida com um vestido de noiva de linho negro, bordado com prata e azul-escuro, contrastando com o vestido tradicionalmente branco de outras noivas. Sua escolha era ousada, assim como ela. O vestido representava a mulher que ela se tornara: destemida, livre e determinada.
Ela tocou suavemente a gola de sua roupa, o olhar fixo no reflexo que a encarava. Seus cabelos negros estavam arrumados em um penteado elaborado, e os olhos cinza, que sempre pareceram tão frios para os outros, agora refletiam confiança.
— Está pronta, minha senhora? — perguntou a criada, com um olhar curioso.
Isadora virou-se, encontrando a criada com um sorriso suave.
— Sim. — Ela olhou para a porta e depois para o salão vazio, sentindo uma onda de emoções a tomar. — Eu estou pronta.
O salão estava silencioso, exceto pelo som distante de passos pesados se aproximando. Ela sabia que Theodore estaria esperando por ela no altar. O Duque do Norte, o homem que, com sua frieza e mistério, havia conquistado seu respeito. Era com ele que ela passaria o resto de sua vida, longe do controle do Imperador Severiano e da pressão de sua família.
Os trompetes soaram, e a grande porta de madeira maciça se abriu. Isadora entrou, com os olhos firmes, caminhando até o altar onde Theodore aguardava, imponente e sério, seu manto negro esvoaçando atrás dele.
Seus olhos encontraram os dela, e pela primeira vez, ela percebeu algo mais. Não era apenas respeito ou amizade, mas uma admiração silenciosa e uma aceitação mútua que ela nunca tivera com ninguém, nem mesmo com Severiano.
Ela se aproximou dele, o som dos passos ecoando no salão. Theodore estendeu a mão para ela, um gesto que não era apenas formal, mas carregava um significado profundo. Isadora o aceitou sem hesitar, colocando a mão sobre a dele, firme e segura.
— Você está incrível. — A voz de Theodore era suave, mas carregada de uma intensidade que só ela poderia perceber.
— Eu poderia dizer o mesmo de você. — Isadora respondeu com um leve sorriso, seus olhos brilhando com a certeza de que essa era a escolha certa.
O sacerdote que os aguardava deu início à cerimônia, mas antes que ele falasse as palavras tradicionais, Theodore tomou a palavra, virando-se para Isadora com um olhar sério, mas gentil.
— Eu, Theodore, Duque do Norte, juro te proteger, te respeitar e te amar, com todas as forças que restam em mim. Juro que, ao teu lado, a dor do passado não encontrará mais espaço, e juntos, enfrentaremos qualquer desafio que o futuro nos traga.
Isadora olhou para ele, e sua respiração falhou por um momento, não de medo, mas de uma emoção indescritível. O que ela sentia por Theodore não era algo que ela tivesse planejado ou antecipado, mas ali, naquele momento, ela sabia que era real.
— Eu, Isadora, aceito este compromisso, e juro, com todo o meu ser, ser sua esposa, ser sua aliada, e juntos, construirmos um novo começo. Juro que não serei mais uma mulher submissa ao capricho de um homem, mas uma mulher de minha própria escolha, ao seu lado.
O sacerdote, com um leve sorriso, anunciou.
— Então, pelo poder investido em mim, e pela força que os une, eu os declaro marido e mulher. Que a paz e o poder do Norte os acompanhem, e que a união de vocês seja tão forte quanto as muralhas de nosso castelo.
Os aplausos ecoaram, mas o que mais importava era o momento entre eles. Theodore se aproximou de Isadora, seus olhos cheios de respeito e algo mais profundo, algo que ela não havia previsto, mas que agora fazia sentido.
Ele a beijou suavemente, com um toque de possessividade, mas também com carinho. Não era apenas uma formalidade; era a aceitação da mulher que ele escolhera como sua esposa.
Isadora sentiu o calor de seus lábios e, por um breve momento, se entregou à sensação de que sua vida finalmente tomava o rumo que ela desejava. Não havia mais pressões externas, não havia mais alguém que a controlasse. Ela tinha sua liberdade, mas agora, ao lado de Theodore, ela também tinha algo mais: alguém que a compreendia e que, de alguma forma, a amava à sua maneira.
Após a cerimônia, um grande banquete foi realizado na sala principal do castelo. A comida era abundante e os copos de vinho transbordavam, mas Isadora mal prestava atenção a isso. O que a consumia era a certeza de que ela havia tomado a decisão certa.
As conversas ao redor eram abafadas pelos próprios pensamentos de Isadora. Ela observava Theodore, agora ao seu lado, falando com alguns nobres, sua presença imponente se destacando entre todos.
— Está feliz, Isadora? — Theodore perguntou, sem desviar o olhar dos outros presentes, mas sua voz era suave e atenta.
Isadora olhou para ele, o coração aquecido pela gentileza que ele demonstrava, pela preocupação que ele tinha, mesmo que fosse em sua maneira silenciosa.
— Sim. — Ela respondeu sinceramente, sem hesitar. — Agora eu estou.
Naquela noite, enquanto as estrelas brilhavam lá fora e o vento cortante do Norte uivava pelas frestas do castelo, Isadora se deitou ao lado de Theodore, finalmente encontrando a paz que buscava.
Ela sabia que seu casamento com ele não seria perfeito, que ainda havia desafios pela frente. Mas, naquele momento, ela se sentia segura. Finalmente, ela tinha o poder que sempre buscou, e ao lado de Theodore, ela sabia que poderia enfrentar qualquer coisa, incluindo o Imperador Severiano, se ele ousasse tentar interferir em sua vida novamente.
Ela olhou para Theodore, que estava em silêncio ao seu lado, e sorriu, decidida a seguir com ele, independentemente do que o futuro pudesse trazer.
— Nós dois, juntos — sussurrou ela, mais para si mesma do que para ele.
Ele sorriu de volta, sua expressão mais suave do que qualquer palavra poderia descrever.
— Juntos. Sempre.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Glaucia Marques Gomes
ela foi ousada, um vestido diferente pra um começo diferente... e agora casada .... que o amor floresça entre eles.... ansiosa por mais mais mais mais mais mais mais mais mais mais
2024-12-30
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