O castelo do Duque Theodore era uma fortaleza imponente, com torres altas e muralhas cobertas por neve. No entanto, o que mais chamou sua atenção foram as vilas ao redor, onde as pessoas pareciam viver sob um frio constante e condições difíceis.
— Este é o território do Norte — disse Theodore enquanto eles atravessavam a estrada principal da vila, ambos a cavalo. — O clima é duro, e os recursos, escassos. Aqui, sobrevivência é uma questão de força e união.
Isadora observava os aldeões com atenção. Muitos trabalhavam arduamente, carregando lenha ou cuidando de animais, enquanto crianças brincavam na neve com roupas remendadas.
— Eles não têm muito, mas parecem resilientes — comentou ela, tentando compreender o espírito do lugar.
— São. Mas isso não significa que não sofram — respondeu Theodore, seu tom grave.
Assim que chegaram ao castelo, Theodore indicou um dos administradores para acompanhar Isadora e apresentar-lhe as vilas ao redor. Ela queria conhecer o povo, entender suas necessidades e provar a si mesma que era capaz de se adaptar àquela nova vida.
— Você tem certeza disso? — perguntou Theodore, cruzando os braços enquanto olhava para Isadora. — Este não é um ambiente fácil.
— Eu preciso fazer isso — respondeu ela, firme. — Não quero ser apenas uma duquesa que observa tudo à distância. Quero fazer parte disso.
Theodore a estudou por um momento, um brilho de respeito surgindo em seus olhos.
— Muito bem. Mas não espere que eles a aceitem imediatamente.
...Na Vila...
Isadora desceu do cavalo com cuidado e observou a pequena praça central. Os moradores olhavam para ela com curiosidade, mas também com desconfiança. Sua presença ali era incomum, especialmente porque estava bem vestida, com um manto grosso que a protegida do frio.
— Quem é essa? — sussurrou uma mulher para outra, enquanto ambas carregavam cestos de pão.
— A futura duquesa, dizem. Mas o que ela faz aqui? — respondeu a outra, franzindo o cenho.
Isadora percebeu os olhares, mas não recuou. Dirigiu-se a uma das mulheres e sorriu.
— Olá. Meu nome é Isadora. Posso ajudar com alguma coisa?
A mulher hesitou, olhando de relance para um homem mais velho que parecia ser um dos líderes da vila. Ele deu de ombros, e a mulher finalmente respondeu:
— Não sei como a senhora poderia ajudar, mas... se quiser tentar, precisamos de mais mãos para separar as roupas de inverno que chegaram da capital.
— Perfeito. Mostre-me o caminho.
Adeline, que acompanhava Isadora, olhou para ela com preocupação.
— Minha senhora, não acha que isso é um trabalho pesado demais?
— Não, Adeline. É exatamente o que eu preciso fazer.
...Trabalhando ao Lado dos Aldeões...
O depósito onde as roupas eram armazenadas era pequeno e frio, mas Isadora não se importou. Ela arregaçou as mangas e começou a separar as peças, dobrando-as cuidadosamente e organizando-as em pilhas. Ao seu lado, uma menina de cerca de oito anos a observava com curiosidade.
— Você é mesmo uma dama? — perguntou a menina, com os olhos arregalados.
Isadora riu suavemente.
— Sou. Mas isso não significa que eu não possa trabalhar, certo?
A menina sorriu timidamente e voltou a ajudar. Aos poucos, mais pessoas começaram a interagir com Isadora, intrigadas pela sua disposição em colocar as mãos à obra.
— Nunca pensei que veria uma nobre ajudando no trabalho da vila — comentou um homem idoso, enquanto dobrava um manto.
— Há uma primeira vez para tudo — respondeu Isadora, sorrindo. — E quero que saibam que não estou aqui apenas por aparências. Quero conhecer vocês, entender suas vidas e encontrar maneiras de ajudar.
As palavras dela pareciam genuínas, e os aldeões começaram a relaxar, trocando histórias e risadas enquanto trabalhavam juntos.
No final do dia, Isadora estava exausta, mas satisfeita. Enquanto voltava para o castelo, acompanhada de Adeline e dois guardas, foi surpreendida pela presença de Theodore na entrada do castelo. Ele estava à sua espera, com os braços cruzados e uma expressão indecifrável no rosto.
— Trabalhou bastante hoje, pelo que ouvi — disse ele, olhando-a de cima a baixo.
— O suficiente para sentir as mãos congelando — brincou Isadora, mostrando os dedos avermelhados.
— Por que está se esforçando tanto? — perguntou Theodore, aproximando-se.
— Porque quero mostrar que não sou apenas uma figura decorativa — respondeu ela, séria. — Quero que as pessoas aqui me vejam como alguém em quem podem confiar.
Theodore inclinou levemente a cabeça, parecendo considerar as palavras dela.
— E você acha que conseguiu?
— Não sei. Mas vou continuar tentando.
Ele sorriu levemente, um raro gesto de aprovação.
— Você é mais corajosa do que pensei.
Isadora ergueu uma sobrancelha, desafiadora.
— Isso é um elogio, Duque?
— Talvez — respondeu ele, com um brilho de humor nos olhos. — Mas não se sobrecarregue. O Norte pode ser implacável.
— Não vou me intimidar, Theodore. Eu escolhi estar aqui.
— E isso é o que mais me intriga — murmurou ele, quase para si mesmo.
Naquela noite, durante o jantar, alguns dos administradores do castelo mencionaram o esforço de Isadora na vila. Theodore ouviu em silêncio, observando-a enquanto ela respondia às perguntas com serenidade.
— Parece que você fez um bom trabalho hoje — comentou ele, quando ficaram a sós após o jantar.
— Foi apenas o começo — respondeu Isadora. — Quero fazer mais.
Theodore inclinou-se levemente na cadeira, seus olhos fixos nos dela.
— Se continuar assim, pode conquistar até os corações mais gelados do Norte.
Isadora sorriu, sentindo-se mais confiante do que nunca.
— Então, acho que estou no caminho certo.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Marcielly aparecida lopes
isso inclui o seu também duque? kkkk
2025-02-16
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