O castelo do Duque Theodore era um lugar frio e silencioso, mas naquela manhã, Isadora sentia que algo no ar era diferente. Após o encontro inicial com Theodore, ela sabia que precisava agir rapidamente. Sua proposta de aliança não poderia ser um acordo implícito; ela precisava formalizá-lo antes que ele mudasse de ideia ou algum obstáculo surgisse.
Vestindo um vestido azul-escuro que destacava sua pele pálida e seus olhos cinzentos, Isadora entrou no salão principal. Theodore estava à mesa, revisando documentos com a mesma expressão de concentração que ela notara antes. Ele não parecia alguém que se impressionava facilmente, mas Isadora estava determinada a mudar isso.
— Duque Theodore — ela começou, sua voz firme, mas educada. — Precisamos conversar.
Ele ergueu os olhos, pousando a pena ao lado do tinteiro. Um sorriso ligeiro se formou em seus lábios.
— Princesa Isadora. A que devo a honra de sua visita tão cedo novamente? Espero que não tenha se arrependido de nossa aliança.
Ela se aproximou, mantendo a postura ereta. Apesar do tom ligeiramente sarcástico dele, ela não se deixaria intimidar.
— Não vim para renegociar, Duque. Na verdade, vim para formalizar o que discutimos. Quero propor algo mais direto.
Ele cruzou os braços, recostando-se na cadeira com interesse.
— Estou ouvindo.
Isadora respirou fundo. Sabia que sua ideia poderia parecer ousada, mas não tinha tempo a perder.
— Quero que nos se casar, preciso de alguém, você mesmo falou, então porque não você? Mais quero o casamento mais rápido possível.
O salão mergulhou em um silêncio tenso. Theodore arqueou uma sobrancelha, claramente surpreso. Ele se inclinou para frente, seus olhos fixos nos dela.
— Você não perde tempo, princesa. Mas explique. Por que tanta urgência?
Ela sustentou o olhar, sua determinação inabalável.
— Meu pai já está desconfiado de minhas intenções, e o imperador Severiano não é paciente. Cada dia que passa, estou mais vulnerável a ser forçada a casar com ele. Um casamento com você, selado rapidamente, seria a única forma de me proteger e também de fortalecer nossa aliança.
Theodore riu, um som grave e baixo que ecoou pelo salão.
— Então, você quer usar meu nome como um escudo. Uma jogada inteligente, admito. Mas casar-se comigo não é algo que se faz por conveniência, Isadora. Você sabe o que dizem sobre mim, não sabe? Muitos considerariam isso um destino pior do que a morte.
— Ouvi todas as histórias — respondeu ela, firme. — Ouvi sobre sua brutalidade, sobre como você governa, e já ouvi você também. Mas também ouvi sobre sua lealdade. Sobre como protege aqueles que estão ao seu lado. E é isso que procuro: alguém que esteja ao meu lado, não contra mim.
Theodore a observou em silêncio por alguns instantes, como se estivesse tentando decifrá-la. Então, ele se levantou, caminhando até ficar a poucos passos dela. Mesmo sem tocar em nada, sua presença parecia preencher todo o espaço.
— Você não parece uma princesa comum, Isadora. Poucas mulheres teriam a coragem de se aproximar de mim, quanto mais sugerir algo assim. Mas, diga-me, o que você realmente espera desse casamento? Proteção, claro, mas há algo mais? O que você está disposta a oferecer em troca?
Isadora sentiu o peso da pergunta, mas não hesitou.
— Eu ofereço minha lealdade. Minha inteligência. Minha capacidade de negociar com a nobreza e lidar com as intrigas da corte. Sei que não sou a mulher mais influente agora, mas posso ser uma aliada poderosa. E, acima de tudo, ofereço a certeza de que você terá alguém ao seu lado que entende o preço do poder — Isadora hesitou antes de falar — E meu corpo...
Theodore inclinou a cabeça, como se considerasse suas palavras. Seus olhos escuros não revelavam nada, mas ela sentiu que havia tocado algo nele.
— Você fala com muita confiança, princesa. Mas aliança ou não, casar-se comigo não será um você terá que lidar com o Norte, com meus inimigos e com minha reputação. Está preparada para isso? Aliás não é muito apropriado.. oferece seu corpo
Ela ergueu o queixo, seus olhos brilhando com determinação.
— Estou preparada para tudo, Theodore. Já vivi um pesadelo antes. Não temo mais os monstros, nem os homens que se escondem atrás deles, e meu corpo querendo ou não vou se sua esposa.
O Duque riu novamente, mas dessa vez havia algo mais genuíno em seu tom. Ele se aproximou ainda mais, parando tão perto que ela podia sentir o calor de sua presença.
— Você é realmente fascinante, Isadora. Não sei se isso é coragem ou loucura, mas estou começando a acreditar que você pode sobreviver ao meu lado.
— Não sobreviver, Theodore. Prosperar. É isso que quero. Para ambos.
Ele sorriu de lado, um sorriso que parecia metade desafio, metade aprovação. Então, voltou-se para a mesa, pegando uma taça de vinho.
— Muito bem, princesa. Se é isso que quer, então aceito. Mas, aviso, não será fácil. Vou esperar que prove sua determinação todos os dias. Não tolero fraqueza.
Ela se aproximou, pegando uma taça também. Sem desviar o olhar, brindou com ele.
— E eu não aceito nada menos do que respeito mútuo. Podemos não ser amantes apaixonados, mas seremos aliados. E isso é mais forte do que qualquer romance de contos de fadas.
Theodore ergueu a taça, e o som do cristal ecoou suavemente no salão.
— Um brinde, então, à aliança mais inesperada do império. Que nosso casamento seja tão forte quanto você promete ser.
Isadora sorriu, sentindo que havia dado o primeiro grande passo para moldar seu próprio destino. Por mais assustador que Theodore fosse, ela sabia que sua força e determinação poderiam igualar a dele. O que viesse a seguir, ela enfrentaria de cabeça erguida.
Enquanto tomavam o vinho, um silêncio confortável se instalou entre eles. Theodore finalmente quebrou o silêncio com uma última observação.
— Prepare-se, princesa. Porque no Norte, apenas os mais fortes sobrevivem.
— Então, é bom que eu seja mais forte do que pareço, Duque.
E assim, a proposta de aliança tornou-se uma promessa de casamento
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Atualizado até capítulo 101
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