Na verdade sim, nós nos beijamos, e ainda estou presa nas palavras dele quando me prendeu: "Eu já te vi sem roupa." Não consigo acreditar na audácia desse homem, como ele pôde me observar tanto assim?
Então me dou conta de que quando sentia estar sendo perseguida enquanto tomava banho ou me trocava era ele... Sempre ele! Aquilo é uma invasão de privacidade, o que ele fez comigo foi totalmente sem noção.
— Não, Martina! Para com isso e não me pergunta mais essas coisas! — digo, a impaciência transparecendo na minha voz. Levanto da cama e vejo a tristeza nos olhos dela, como se minhas palavras tivessem sido um soco no estômago. Preciso esquecer o beijo que tive com ele, meu cérebro precisa fazer isso também. Caminho até o banheiro para escovar os dentes, mas percebo que esqueci a escova.
— Elizabeth! Vem cá! — Martina me chama com um tom curioso. Aproximo-me e vejo que ela está fuçando em um quadro de fotos do Leo.
— Não mexa nisso! É do Leo! — exclamo, fazendo uma careta enquanto arranco o quadro de suas mãos. Mas a curiosidade me consome, e não resisto em olhar para a foto dele ao lado de um cara que é muito parecido com Edward, só que mais jovem.
— Quem é esse? — pergunto, franzindo a testa.
— Era exatamente isso que eu ia te perguntar! Ele se parece muito com o Edward... seu sequestrador gostosão. Será que eram amigos naquela época? — Martina pergunta, seus olhos brilhando de curiosidade.
— Deve ser, mas não é da nossa conta — respondo, revirando os olhos para sua insistência.
— Tudo bem — ela concorda, guardando o quadro de volta no lugar. — Achei que isso ia te interessar, já que você estava sonhando com ele. — Essa insistência dela só aumenta minha raiva.
— Amiga, tem uma escova de dente para me emprestar? — mudo de assunto, tentando desviar o foco.
— Tenho sim, na minha mochila. Vou pegar para você, gatinha! — diz ela animada, saindo do quarto e fazendo meu sorriso voltar. Pego novamente o quadro em minhas mãos e olho para a foto de Edward adolescente, ele sempre foi bonito. No fundo, admito que ele é lindo, mesmo que eu o odeie profundamente. Sorrio ao colocar o quadro de volta no lugar, após analisá-lo.
Finalmente, Martina aparece com a escova de dente. Vou ao banheiro escovar os dentes e aproveitar um banho relaxante pela manhã. Quando saio do banho, enrolada na toalha, dou de cara com Martina, sorrindo.
— Que susto! — digo, entre risos.
— Desculpa! Não queria te assustar. Olha, só veste um biquíni, eu trouxe alguns e quero que use comigo. Convidei uns amigos que você vai amar ver novamente. Vamos para Miami na Flórida ficar na casa deles! Incrível, né? — Ela se aproxima animada e me abraça fortemente.
— É claro que é incrível! — respondo assim que ela me solta.
A Flórida traz tantas lembranças boas, isso será extraordinário. No fundo do meu coração, amo aquele lugar. Cresci em Orlando me divertindo com meus amigos. Embora não seja tão próxima de Miami, sei que as memórias virão à tona. Penso no meu pai, Charles Cooper, não o vejo desde a infância.
Será que ele ainda mora na Flórida? Terei alguma chance de vê-lo novamente? Queria tanto! Todos os dias sinto saudades dele. Por que ele nos abandonou quando éramos crianças? Essa pergunta ecoa na minha mente incessantemente.
Minha mãe, Natália, vive em Orlando com aquele babaca do meu padrasto. Sinceramente? Prefiro nunca mais vê-los na vida. Desde aquela briga feia sobre deixar aquele homem, ela decidiu ficar com ele e me expulsou de casa. Sempre fui tratada com indiferença por ela e frequentemente machucada emocionalmente, mesmo sendo sua filha.
Não entendo por quê, talvez seja por causa do meu padrasto Jacob. Ela prefere estar ao lado dele — um drogado abusivo — do que com sua própria filha que sempre a defendeu. Isso me angustiava imensamente, mas também sinto um alívio: queria ter minha privacidade e viver sozinha.
Sempre amei ficar sozinha e mais reservada, longe das pessoas tóxicas como meu padrasto e das agressões físicas e verbais. Quando Martina decidiu se mudar para Nova York, segui seu exemplo e aluguei uma casa. Comecei a trabalhar como atendente em um hotel próximo à nova casa, embora o lugar fosse quase isolado e tivesse poucos vizinhos, o hotel não era tão longe, eu ia de bicicleta todos os dias.
No entanto, Martina acabou me convencendo a me mudar para Queens com ela. Aceitei porque estava tendo sensações horríveis naquela casa, parecia que alguém estava sempre me observando ou como se uma presença estranha estivesse ali dentro dela. Os pesadelos eram aterrorizantes, desde as agressões do meu padrasto desenvolvi traumas e frequentemente sonhava com ele tentando me matar à noite. Mas parece que esses pesadelos diminuíram agora, espero sinceramente que nunca mais voltem a me atormentar.
Quero manter Jacob o mais longe possível de mim, esse homem é um verdadeiro pesadelo! Não consigo entender como minha mãe ainda está com ele. Aliás, nem sei se posso chamá-la de "mãe", pois ela nunca se importou realmente comigo. Desde pequena, trabalhei duro para comprar minhas coisas e ajudar nas contas de casa.
Nunca imaginei que me mudar para Queens com minha melhor amiga seria tão complicado — especialmente depois que conheci Edward. Ele é tão diferente de tudo o que já vi, confesso que seus olhos escuros e cabelos negros me deixam sem palavras. Ele é incrivelmente lindo e misterioso, mas não consigo entender por que ele me sequestrou.
Poderia ter qualquer mulher aos seus pés! Só agora descobri a verdade sobre sua fama, não imaginava que se tratava de um homem tão influente.
O beijo que compartilhamos foi perfeito. Pensei que nunca mais teria outra chance depois do meu ex-namorado, mas Edward tem algo especial — ele me fez sentir viva novamente, uma sensação que parecia ter desaparecido há anos. Seu toque me deixou fraca, e nunca pensei que isso aconteceria com alguém como um sequestrador.
Deixei tudo: A casa alugada, minhas coisas e, principalmente, meu emprego para viver em Queens com Martina. Espero que tudo dê certo entre nós. Mas agora estamos indo para Miami passar as férias, e espero que seja maravilhoso até voltarmos para Queens — torço para que Edward não me encontre.
— E pode deixar que nada de mal vai te acontecer; eu não vou deixar nenhum idiota te sequestrar de novo, Elizabeth. — Ela sorri para mim, e eu retribuo com gratidão pela preocupação dela.
— Obrigada, amiga. Por tudo o que está fazendo por mim. Mas estou bem, tá legal? Já disse para não se preocupar, vou ficar bem. — Sorrio novamente enquanto ela me envolve em um abraço apertado.
— Eu te amo!
— Eu também! — Respondo com um sorriso sincero.
— Agora se veste logo! Vamos para a praia e piscina curtir um pouco, é momento de amigas! — O rosto dela brilha de felicidade enquanto sai do quarto para se trocar.
Sorrio ao pensar em como Martina é fofa e maravilhosa comigo. Rapidamente coloco um biquíni preto e shorts por baixo antes de descer as escadas da casa do Leo, ansiosa para encontrar os amigos que Martina disse que eu ia amar reencontrar.
— Nossa, que gata! Não sabia que meu biquíni ia caber tão perfeitamente em você! Dá uma voltinha! — Ela diz, fazendo-me sorrir enquanto sigo seu pedido e giro sobre mim mesma.
— Uau... gatinha! — Ela completa entre risadas, e eu não consigo evitar sorrir pela empolgação dela.
— Tá bom, vamos logo! — Falo ansiosa para ver meus velhos amigos. Martina está deslumbrante em seu maiô preto com shorts jeans e um coque solto igual ao meu, ela brilha como sempre.
Assim que saímos da casa do Leo, avistamos nossos amigos chegando em uma Saveiro.
Vejo Emily com seu namorado Jack desembarcando e sinto uma onda de felicidade misturada com surpresa, fazia anos desde a última vez que os vi.
— Nossa, que saudade de vocês! Faz quanto tempo? — pergunto, erguendo a sobrancelha e sorrindo amplamente. Eles vêm correndo me abraçar calorosamente.
— Você está linda, Eliza! Quanto tempo, amiga! — diz Emily ao soltar-me do abraço, radiante como sempre com seu coque solto e seus olhos azuis brilhantes.
— Você é quem está linda! — respondo com um sorriso genuíno. — Jack? — arregalo os olhos ao ver meu melhor amigo após tanto tempo.
— Eliza? É você? Pelo menos cresceu um centímetro! — ele brinca, arrancando risadas minhas.
— Vai se ferrar! Você continua o mesmo brincalhão... nada mudou. — digo entre risadas enquanto admiro os olhos azuis de Jack e seus cabelos loiros bagunçados. Fico tão feliz por vê-lo, Jack sempre foi meu melhor amigo desde o ensino médio, mas nos afastamos devido à distância.
— Olhem só, fui eu quem juntei esse casal e agora estão juntos! — digo apontando para eles enquanto sorriem felizes em um abraço amoroso. Jack e Emily merecem isso, desde a escola eles se gostavam e agora estão namorando graças a mim. Eu sou uma verdadeira cupido!
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 101
Comments
Creuza Santos
Talvez eu esteja enganada, mas esse Léo não passa confiança.
2024-12-18
1
Branquinha
Esse Léo não me passa confiança
2024-11-17
0
Branquinha
Essa garota é muito mimada pqp
2024-11-17
0