— O quê? Que porra você está falando? — Ele bufa, fazendo uma careta de incredulidade. Fico em silêncio por alguns minutos, de braços cruzados. É inacreditável que ele prefira acreditar nesse tal de Robert do que em mim.
— Vem, vamos logo! Tenho assuntos importantes para resolver e você está me tirando do sério! — Edward diz, segurando meu braço com força.
— Ai, Edward, você está me machucando! — gemi de dor enquanto nossos olhares se cruzam.
— Desculpa, mas não pense em tentar fugir. Você sabe que não há escapatória — ele responde bufando novamente, olhando nos meus olhos de forma intensa que me dá calafrios. Não consigo entender por que ele me faz sentir assim.
Ele me leva até a garagem, onde dois carros de luxo brilham sob a luz. Meus olhos se arregalam diante da cena.
— Uau, que carro lindo! — exclamo, desejando tocar na relíquia sobre rodas, mas Edward me impede.
— Nem pense em tocar no meu carro! — ele rosnou, fazendo eu revirar os olhos.
— Entra logo! — insiste ele, apontando para o veículo. Murmuro de raiva.
— Não! — respondo firme, cruzando os braços à sua frente. Ele me olha incrédulo e ergue uma sobrancelha.
— Como assim? Acabei de te pedir para entrar no carro! Me obedece de uma vez ou vou perder a paciência! — Ele bufou alto, seus olhos escuros cheios de fúria. Solto uma risadinha debochada.
— Você fica tão lindo quando está bravo — provoquei com um sorriso travesso. — Mas você não manda em mim, Edward. Não sou obrigada a te obedecer. — As palavras escapam da minha boca e vejo seu olhar se encher de puro ódio. Ai meu Deus, agora ele vai me matar... Sorrindo, encaro-o desafiadoramente.
— Eu te avisei para não me irritar! Se você não entrar nesse carro por vontade própria, eu vou fazer isso acontecer à força! — Ele se aproxima rapidamente e me pega no colo como se eu pesasse nada. Fico de cabeça para baixo e arranho suas costas em protesto.
— EDWARD!!! — grito com raiva, batendo nele enquanto ele abre a porta do passageiro e me obriga a entrar. Ele fecha a porta atrás de mim com um estrondo e tranca-me dentro do carro. Murmuro palavras de ódio enquanto faço bico e cruzo os braços.
Vejo-o entrar no carro com um movimento brusco e logo liga o motor, dando ré para sair da garagem.
— Eu disse para me obedecer, cacete. Faça tudo o que mando ou será castigada — avisa ele enquanto vira o volante e saímos da mansão rumo à rodovia. Um riso involuntário escapa de mim ao observar a paisagem passar rapidamente pela janela.
— Eu não tenho medo de você e nunca vou te obedecer! — retruco com um bufar desafiador, fixando o olhar nele enquanto dirige. Vejo-o sorrir de lado com um ar sarcástico que só aumenta minha determinação.
— Você deveria ter medo de mim. Sabe... por quê? — ele pergunta, um sorriso que provoca calafrios se formando em seus lábios. Mantenho a expressão indiferente, murmurando para desdenhar suas ameaças.
— Por quê? — questiono, minha voz cheia de desdém enquanto olho para o céu azul, tentando ignorar a tensão no ar. Ele solta uma risada, e o som é tão inquietante quanto o que está por vir. Então, sem aviso, começa a girar o carro em alta velocidade, criando uma nuvem de fumaça que nos envolve.
A sensação de enjoo me atinge como um golpe, e a tontura quase me faz perder os sentidos.
— Para esse carro agora, EDWARD! — grito seu nome, a raiva transbordando em minha voz enquanto as voltas rápidas me fazem sentir como se estivesse prestes a ser sugada para fora do banco. Mas ele não parece ouvir, acelera ainda mais, ultrapassando os outros veículos com uma despreocupação aterrorizante.
— VOCÊ É LOUCO! — exalto-me, os olhos arregalados diante de sua imprudência. O mundo lá fora se transforma em um borrão à medida que ele ignora qualquer noção de segurança.
— Eu avisei que posso te castigar. Então diga que vai fazer tudo o que mando... ou vamos morrer! — ele diz com uma calma perturbadora, mantendo uma velocidade insana enquanto passa por carros como se fossem obstáculos insignificantes.
— Para, por favor, Edward! Está bem, eu farei o que você quiser, só... por favor... eu imploro! — grito apavorada. A ideia de morrer por causa de um idiota como ele, que mal sabe dirigir, é insuportável.
Ele ri, a satisfação estampada no rosto enquanto finalmente para o carro, a nuvem densa de fumaça se dissipando ao nosso redor. Mal abro a porta e sinto meu estômago revolver, vomito no meio da estrada, o gosto amargo e enjoativo subindo à garganta. Ele se aproxima, rindo, como se aquilo fosse uma piada.
— Foi engraçado! Sinto saudades das corridas ilegais em que participava — comenta, e eu respiro fundo, tentando controlar a raiva que ferve dentro de mim.
— Eu te odeio! Não estávamos participando de nenhuma competição de merda... Seu idiota! — retruco, bufando enquanto lhe dou um leve tapa no peitoral.
— É só você me obedecer que nada de mau vai te acontecer — ele diz, fixando os olhos nos meus com uma intensidade que me deixa irritada e nervosa. Ele aperta meus pulsos contra seu peito, aproximando nossos corpos mais uma vez. Meu coração dispara ao me perder em seus olhos escuros, que parecem dançar em perfeita sintonia com os meus.
— Me solta, Edward! — eu bufo, sentindo a firmeza do corpo dele contra o meu enquanto ele sorri com aquele jeito irresistível. Meus olhos vagam para seus lábios carnudos, tão próximos dos meus, e para seu rosto perfeito, seus cabelos bagunçados têm uma atração quase hipnótica.
— Na próxima vez que você me desobedecer, vou ter que te deixar dormir na rua para aprender. Você já deve estar ciente disso — sua voz é grave e autoritária, e nossa respiração ofegante se mistura no ar pesado entre nós. Eu encaro seus lábios e seus olhos, tão perto que quase posso sentir seu calor.
Sorrio de canto e murmuro: — Prefiro dormir na rua do que com você. — As palavras escapam perto da sua boca, e ele apenas ri.
— Não é o que parece... — Ele me observa com um olhar provocador que faz meu coração disparar ainda mais.
— Me larga! — eu grito com raiva, tentando me desvencilhar dele, mas ele não cede.
— O que foi? Está nervosa por estarmos tão perto? — Edward provoca, sua respiração quente envolvendo-me como um véu.
— Eu sinto sua respiração abafada, querida Beth — ele murmura, quase nos beijamos novamente. Não posso deixar isso acontecer. Olho para ele com desdém, só pode estar tentando me provocar outra vez. Odeio quando me chama de "Beth", só meu pai usava esse apelido.
— Eu nervosa? Você está muito enganado, Edward — murmuro, fazendo um esforço para mentir para mim mesma. Talvez eu estivesse um pouco nervosa… mas ódio? Isso sim estava presente naquele momento.
Ele acaricia meus lábios com o polegar direito, sua mão é incrivelmente atraente e seu toque suave provoca um alerta em mim.
— Seus lábios são macios e sua boca é perfeita. Daria tudo para experimentá-los de novo — diz ele, olhando profundamente nos meus olhos.
Eu arregalo os olhos de surpresa, o nervosismo aumenta sob seu olhar intimidador. Parece que ele está tentando me hipnotizar. Não posso me deixar levar por isso — muito menos por um sequestrador. Prometi a mim mesma que jamais me apaixonaria novamente.
— Edward... — murmuro seu nome, um calor intenso se espalhando pelo meu corpo. A vontade de que ele me soltasse é esmagadora, mas não posso ceder ao desejo de beijá-lo e sentir novamente seu toque suave. Lembro da conexão indescritível que sentimos quando nossos lábios se encontraram — era como se eles se encaixassem perfeitamente.
Porém, sei que não posso me iludir. Edward sabe exatamente como enlouquecer uma mulher, mas isso é irrelevante agora.
Justo quando ele se inclina para selar nossos lábios, o toque do celular interrompe nosso momento. Não que eu quisesse que isso acontecesse... bem, na verdade, eu queria, mas não posso. Não posso beijá-lo novamente, não posso permitir que algo assim aconteça entre nós outra vez, especialmente agora que planejo escapar das suas garras.
Edward é louco — disso eu tenho certeza. E ainda me pergunto por que ele me sequestrou. Será que isso estava em seus planos desde o início? Tantas perguntas martelam minha mente, mas sinceramente, não quero pensar nelas.
Enquanto ele fala ao telefone com alguém que parece ser muito importante — como sempre — olho ao redor, sentindo uma vontade imensa de fugir. A adrenalina corre em minhas veias; tento correr para longe dele, buscar ajuda, mas ele me segura pelo braço com firmeza, puxando-me em direção ao carro.
— Você tá louca, caramba! Quer que eu te castigue de novo? Parece que você não entendeu o conceito de não fugir — ele resmunga, desligando o celular e guardando-o no bolso da calça.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Debora Jonas Araujo
Muito bom 😊
2024-08-17
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