— Decidiu descer? Viu? Não é tão difícil me obedecer — disse ele, um sorriso debochado nos lábios.
— Não desci por sua causa, mas sim porque estou morrendo de fome — retruquei, tentando provocá-lo. O sorriso dele se ampliou de um jeito que só aumentou minha irritação.
— Garçom! — Ele chamou e logo um homem de terno se aproximou para nos servir.
— Você é muito engraçadinha, Elizabeth. Mas agora você é oficialmente minha e vai se apaixonar... só espere! Isso vai acontecer logo... logo — ele sorriu enquanto mordia a comida, quase fazendo-me engasgar com o que estava mastigando.
Que homem insensato! Como tinha coragem de dizer uma coisa dessas? Ele se garante tanto assim?
— O que foi que você disse? — resmunguei, tomando um gole de vinho na tentativa de aliviar a tensão.
— Isso mesmo que ouviu... E aliás, seu closet precisa de roupas novas, amanhã vamos às compras — ele afirmou com um sorriso que quase me fez vomitar o que havia acabado de comer. Apaixonar-me por ele? Ele estava brincando!
— Cadê minha bolsa, meu celular e meus documentos? O que você fez? — resmunguei, bufando enquanto o encarava fixamente.
— Já te disse que estão em um lugar seguro, que não seja com você, Elizabeth — respondeu ele com desdém.
— Amanhã vamos às compras então, trate de ser obediente — soltei uma risadinha ao repetir suas palavras. Como ele sabia que eu pensava em fugir? Além disso tudo, lê mentes?
— Eu não pensei em fugir, senhor — falei com um sorriso provocador.
Ele sorriu de volta. — Edward Walker — corrigiu-me. — Se não era isso, no que pensou então?
— Em alguém que não seja você — respondi enquanto terminava o prato delicioso preparado pelo chef da casa. Ele não teria coragem de envenenar minha comida, certo?
Ele sorriu novamente, mas as mãos dele se apertaram sobre a mesa com raiva crescente. As veias pulsavam em seu pescoço como se estivesse prestes a explodir por causa da minha provocação.
— Posso saber quem era esse alguém que você tanto pensava?
Sorrindo maliciosamente, respondi: — Um homem muito atraente, diferente de você, que é tão irritadinho, senhor Walker.
Vi quando ele se levantou furioso e veio até mim, sua respiração pesada pairava entre nós na poltrona.
— Nunca mais repita isso! E nem ouse pensar em outro homem além de mim! Você é só minha e de mais ninguém! — Ele bufou com uma intensidade que me deixou ainda mais enfurecida.
— Você se garante demais, não acha? — Olhei bem nos seus olhos ardentes.
— Eu cuido do que é meu. E você é apenas minha e mais ninguém. Ouviu? Já te disse que vai se apaixonar por mim logo, é só uma questão de tempo — disse ele ao se afastar um pouco para tentar acalmar os nervos antes de sentar novamente. Sorrindo internamente, confesso que adorava provocá-lo e ver sua fúria explode.
— Eu me apaixonar por você? Essas piadas em um momento como este são ridículas, você realmente tem muita confiança em si mesmo — ri diante da sua audácia.
— Não é piada, são verdades que vão acontecer quer você queira ou não — ele respondeu agora com um olhar penetrante.
A raiva fervia dentro de mim, só queria comer a sobremesa e sair rápido dali. Quem ele pensa que é para me dizer essas coisas? Não consigo entender qual o problema dele, seu ego parece infalível.
— A sobremesa vai demorar muito? Quero subir para meu quarto — bufei já irritada enquanto ele chamava o garçom para nos servir. Se ele acha mesmo que pode me manipular assim tão facilmente está enganado.
— Você só sobe para aquele quarto se eu permitir, as regras agora são essas — disse ele num tom autoritário aumentando ainda mais minha indignação.
— Então agora eu não posso nem subir para o meu quarto? Desfrutar da minha privacidade? — perguntei já exasperada com suas regras sem limites.
— São as regras, princesa, você precisa cumpri-las e quem manda aqui sou eu — ele sorriu daquele jeito insuportável. Estava cheia de raiva e acabei devorando a sobremesa em segundos para escapar do olhar dele fixo em mim.
Levantei-me rapidamente, mas Edward segurou meu braço com firmeza.
— Aonde vai? Esqueceu quem manda aqui? Sou eu quem decide suas ações agora! — resmungou impassível.
— Vou dormir! Estou cansada e você não precisa me dar ordens sobre o que posso ou não fazer! — gritei firme enquanto o encarava intensamente. Ele soltou meu braço lentamente com um sorriso irônico no rosto.
— Boa noite — respondeu ele finalmente ceder.
[...]
As horas se passaram após eu adormecer e quando acordei decidi explorar a mansão. Dirigi-me à cozinha onde encontrei Dona Maria lavando louças.
— Oi senhora! O que faz aqui? — ela perguntou amigável enquanto enxaguava os pratos sujos.
— Já te disse: apenas Elizabeth! — respondi sorrindo enquanto ela ria da situação.
— Desculpe! Quero dizer... Elizabeth! O que faz aqui?
— Vim conhecer melhor essa casa linda! — falei rindo levemente. Na verdade, era uma mansão deslumbrante, nunca havia estado em um lugar tão chique como esse – até tinha elevador!
— A mansão do chefe é realmente linda, não é? — ela comentou entusiasticamente.
— É... tenho que concordar plenamente! — disse enquanto observava seu trabalho metódico.
— Não precisa ajudar, isso é meu trabalho. E acho melhor você subir para o quarto, se ele te pegar aqui vai ficar muito irritado... E eu não quero ser responsável pela sua briga com o chefe! – aconselhou ela conhecendo bem seu temperamento explosivo.
Mas eu não me importava com isso, não tenho obrigação alguma de submeter-me ao humor dele só porque estou entediada trancada naquele quarto!
— Eu sei, Maria, mas não me importo com as consequências. Não posso ficar aqui parada, e além disso, ele levou minha bolsa com todas as minhas coisas. Não consigo nem ligar para a minha amiga, e avisar o que aconteceu. — Olhei para ela, que me observava com um olhar de pena.
— Sinto muito, Elizabeth. Não sei o que aconteceu com o chefe, ele mudou depois da morte do seu pai. Está tão estressado... Queria que você o tivesse conhecido antes, ele era uma pessoa tão boa. — O tom dela me irrita um pouco, e eu resmungo ao vê-la defendê-lo.
Eu não fazia ideia de que ele havia perdido o pai, deve ter sido uma dor imensa para ele, mas isso não justifica o que fez comigo. Não tenho culpa de nada, nem o conheço direito e nunca ouvi falar dele antes.
— Desculpe, não era minha intenção defendê-lo. Sei que o que ele fez foi muito injusto. — Maria diz enquanto limpa a cozinha.
— Eu sei, mas ele já trouxe outras pessoas aqui? — pergunto, curiosa. Maria é a única que pode me contar mais sobre ele.
— Infelizmente não, senhora. Mas você é a única que ele realmente sequestrou. — A resposta dela provoca um ódio crescente dentro de mim. Por que eu? Poderia ter sido qualquer outra pessoa.
— Eu sei... Você não merecia passar por isso, parece ser uma menina muito boa. Todas as outras eram garotas de boate ou mulheres interesseiras. — Ela completa com um olhar triste.
— Eu só queria fugir daqui, Maria. — Minha voz sai embargada pela tristeza.
— Eu gostaria muito de te ajudar, senhora, mas não sei o que fazer. — Ela responde com pesar.
— Obrigada, Maria, por ser tão gentil comigo. — Sorrio e beijo sua bochecha em gratidão.
— De nada, Elizabeth. Não precisa agradecer, menina. — Ela me olha com um sorriso afetuoso antes de se afastar.
Nesse momento, escuto passos se aproximando e vejo Edward entrar na cozinha.
— O que você está fazendo aqui a essa hora? Não foi você quem disse que estava cansada, e precisava dormir? — Ele resmunga perto de nós.
— Bateu a insônia. — Olhei para ele e depois para Maria.
— Eu tenho que ir. Meu trabalho já acabou, amanhã venho de novo. Com licença — disse Maria, mas Edward a interrompeu.
— Não precisa, amanhã você está de folga, Maria — ele sorriu para ela enquanto ela se retirava, lançando um olhar furtivo em minha direção. — Com licença, senhora.
Então seu olhar se voltou para mim e uma onda de raiva me invadiu.
— E você? Para o quarto! Anda logo!
— Não! Já disse que não... e você não manda em mim, Edward — respondi com firmeza, sem medo.
— Como é? Estou mandando sim! Anda! E não me desobedeça porque já estou sem paciência! — Ele gritou com uma intensidade perturbadora.
— Você é louco! Quem você pensa que é para mandar em mim? Se eu quiser ficar na sala de estar, eu fico! — Berrei de volta, sentindo a tensão entre nós crescer ainda mais.
Ele se aproximou novamente e segurou meu braço com força, colando nossos corpos de uma maneira desconcertante, senti seu desejo pulsar contra mim através da bermuda que ele usava.
Seu peitoral estava à mostra e seu cabelo bagunçado lhe dava um ar ainda mais atraente naquele estado sonolento.
— Já disse para não me provocar. Você não sabe do que sou capaz e nem me conhece direito, Elizabeth.
— Do que você é capaz? De me matar? Então por que não faz isso logo de uma vez? — Gritei com ódio enquanto tentava me desvencilhar dele.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Auxiliadora Silva
fotos....
2025-03-14
0
Daniela Santos
também quero fotos
2025-01-03
0
Luciana Souza
não tem foto dos personagens
2024-09-10
1