— Por que você me deixou trancada aqui dentro? — murmuro, lançando um olhar desafiador na direção dele.
— Para você aprender a não me envergonhar novamente. — A resposta dele é direta, fria como o aço.
— Mas foi você quem me sequestrou! As pessoas têm que saber que tipo de pessoa você realmente é! — bufo, observando o carro se afastar do estacionamento.
— Já te pedi para calar essa boca! — Ele bate o punho no volante com raiva. Dou de ombros, desdenhosa. — Sabia que trazer você a esse shopping seria uma péssima ideia.
— Então por que me trouxe? — pergunto, encarando-o enquanto ele dirige com um semblante tenso.
— Você precisava de roupas novas! E este shopping é o melhor de Nova York. Foi por isso que te trouxe. Mas agora percebo: talvez eu devesse ter te deixado trancada naquela casa, assim evitaria toda essa vergonha. — Ele mantém os olhos fixos na estrada, como se estivesse decidido a ignorar minha indignação.
— Por que você não me deixa ir embora, Edward? Eu tenho uma vida fora daqui, e você sabe disso. — Olho pela janela, observando as luzes da cidade se desfazerem em um borrão. Estou ciente de que ele não vai ceder, mas preciso insistir para encontrar um pouco de paz.
— Nunca! Já te disse várias vezes: NUNCA! VOCÊ É MINHA, ELIZABETH! SÓ MINHA! E NINGUÉM VAI TE TIRAR DE MIM! — Ele grita, sua voz reverberando na cabine e fazendo meu coração acelerar de medo. O carro dá um solavanco quando ele acelera abruptamente, quase colidindo com um poste. Me seguro firme no banco do carona, lutando contra o desespero que começa a tomar conta de mim.
Ainda bem que estou usando cinto; caso contrário, teria sido lançada para frente. Esse homem está completamente fora de controle.
— O que foi isso? O que deu em você? — respiro fundo, os olhos arregalados diante do seu olhar intenso.
— Desculpe... É que você me deixa louco. Você é a minha Elisabeth e já te disse várias vezes: aceite viver comigo a partir de agora. Não quero te fazer mal; só quero que você se apaixone por mim. Será que consegue entender isso? — Ele murmura enquanto passa a mão pelo cabelo escuro e pela mandíbula, fixando seus olhos nos meus. Uma sensação estranha se agita dentro de mim com suas palavras.
O calor do seu olhar e o peso das suas declarações me deixam nervosa. Ele deve estar maluco; não é assim que se apaixona alguém. Depois do meu ex-namorado, criei barreiras para não me apegar novamente, e não quero abrir meu coração outra vez.
Tento encontrar palavras para responder, mas elas não vêm. Edward está completamente possessivo e não há nada que eu possa fazer para mudar isso. Nunca imaginei que alguém fosse capaz de sentir tanto por mim.
A vontade de fugir arde dentro de mim, mas a realidade é inescapável: estou presa a ele.
Sinto sua respiração próxima; estamos perigosamente perto um do outro.
Sem querer, ele encosta na buzina do carro, soltando um som alto que me faz sorrir involuntariamente, é engraçado como esse momento se torna leve por um segundo. Nossos olhares se cruzam intensamente e vejo um sorriso surgir em seu rosto enquanto Edward toca minha bochecha suavemente com os dedos.
— Eu não consigo viver sem você. Não posso mesmo. Apenas aceite que você é somente minha, por favor — ele sussurra próximo ao meu ouvido, provocando arrepios enquanto toco sua mão delicadamente.
Seus lábios rosados estão quase colados aos meus e uma onda de sentimentos confusos me invade: borboletas no estômago e uma atração irresistível surgem sem aviso. Não queria sentir isso; é complicado demais após tudo o que passei. Mas quando nossos lábios finalmente se encontram, sinto como se estivéssemos conectados em uma dança única — ou talvez seja apenas uma ilusão da minha mente.
Estamos prestes a selar nosso destino com um beijo quando o celular dele toca abruptamente, interrompendo nosso momento mágico. Edward guarda o aparelho rapidamente no bolso, impaciente para retomar o que tínhamos começado. Enquanto acaricio sua nuca com os lábios tão próximos dos meus, seu celular insiste em tocar.
— Droga! — escuto ele resmungar, revirando os olhos em frustração.
— O que foi dessa vez? — ele bufou irritado enquanto eu franzi o cenho sem entender nada do que estava acontecendo. Edward então volta a sentar-se no banco e parece cada vez mais tenso.
— Como assim? Você é um incompetente! Deveria ter contratado outro ao invés de você! Pode deixar que estou indo para aí; me espera em cinco minutos!
— Quem era? O que aconteceu? — pergunto confusa ao vê-lo guardar o celular com raiva antes de dar ré no carro e entrar na pista novamente.
— Nada é da sua conta! — ele responde sarcasticamente e eu murmuro em desapontamento. Decido olhar pela janela novamente enquanto as luzes da vibrante Nova York passam rapidamente.
Alguns minutos se passam até chegarmos a um prédio imponente no estacionamento; deve ter pelo menos vinte andares ou mais. Nunca estive aqui antes e não entendo qual é nosso objetivo nesse lugar elegante. Ergo uma sobrancelha em confusão.
— Aonde estamos? O que viemos fazer aqui, Edward? — pergunto enquanto examino o local ao nosso redor.
— Nada que te interesse! Já disse para parar com essas perguntas! — Ele responde grosso como sempre e sinto uma onda de irritação crescer dentro de mim enquanto vejo-o tirar o cinto de segurança.
— Aonde vai? — pergunto franzindo o cenho sem entender suas intenções.
— Fica aí quietinha e nada de tentar fugir! — Edward resmunga ao sair do carro e fecha a porta atrás de si com força. Uma mistura intensa de ódio e curiosidade toma conta de mim instantaneamente.
Os minutos parecem eternos enquanto espero sem paciência, finalmente decido tirar o cinto e sair do carro para ver onde ele foi. Para minha surpresa, consigo abrir a porta facilmente, parece que ele deixou destrancada por algum motivo. Um sorriso esperançoso surge nos meus lábios: quem sabe hoje eu consiga escapar?
Fecho a porta com cautela para não chamar atenção e caminho devagar pelo estacionamento, me escondendo atrás dos carros e muros.
Mas então avisto manchas vermelhas no chão e meu coração dispara ao perceber do que se trata: Sangue?
Mas... Que merda é essa?
Aproximo-me cautelosamente do local ao ouvir vozes masculinas à distância. Escondo-me atrás do muro quando avisto Edward cercado por alguns dos seus guardas armados até os dentes. Meu estômago se revira ao notar um homem amarrado a uma cadeira, suas mãos estão imobilizadas e sua boca selada com fita adesiva. O horror toma conta de mim ao perceber o cenário diante dos meus olhos: o que diabos está acontecendo aqui?
Edward segura uma pistola com firmeza, uma onda gelada percorre minha espinha ao pensar nas consequências disso tudo. Não pode ser verdade: ele pretende matar aquele homem inocente? Como ele pode ser capaz disso?! Estou paralisada pela confusão diante da brutalidade da situação, só queria correr até lá e impedir essa atrocidade… mas tudo parece tão fora do meu controle.
Uma dor lancinante atravessa meu peito enquanto lágrimas brotam involuntariamente ao testemunhar aquela cena horrenda, memórias dolorosas ressurgem em minha mente como sombras indesejadas do passado.
— E o meu dinheiro? Quando você vai me pagar? — grita Edward para o homem à distância, sua voz grossa ecoa como um aviso aterrorizante no ar tenso entre eles. Que dinheiro? Do que ele está falando? Minha testa se franze ainda mais em confusão enquanto observo tudo ali escondida.
— Você sabe muito bem o que acontece com quem me deve! — Edward afirma com desdém enquanto se ajoelha à frente do prisioneiro e retira a fita adesiva da boca dele com brutalidade iminente. Ele pressiona a pistola contra o pescoço do homem antes de subir lentamente até sua testa, este desvia o olhar completamente apavorado pela situação grotesca à sua frente . Meu coração aperta ao perceber: Edward realmente se tornou um assassino!
O pânico toma conta de mim quando percebo quão longe ele pode chegar, fico ali escondida sem saber como agir ou reagir diante desse monstro disfarçado sob uma fachada familiar... Um misto doloroso entre amor e repulsa invade meu ser enquanto luto contra as lembranças perturbadoras desse passado sombrio…
Vejo Edward disparar a arma, e o coração quase para quando a bala passa de raspão pelo homem à minha frente. Estou incrédula, sem conseguir acreditar no que meus olhos testemunham.
— Por favor, senhor! Eu vou te pagar, eu prometo! Apenas me dê mais alguns dias! Imploro! Deixe-me viver... — O homem suplica, e um aperto no meu peito se intensifica ao ouvir seu desespero. Enquanto isso, Edward ri como um verdadeiro monstro, saboreando o terror que paira no ar.
— Ah, senhor Will, infelizmente chegou o dia da sua quitação — diz Edward, ajoelhando-se diante dele com a pistola em punho. — Estou começando a lembrar... Você não me disse a mesma coisa há três semanas?
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Branquinha
Não sei não, hein? Acho que essa amiga dela tá ajudado o maluco lá
2024-11-17
1
Luciana Souza
ta chato, ela é muito mimada
2024-09-12
0