— Ele é realmente lindo, eu sei, mas é meu — Martina responde, sorrindo para ele com entusiasmo. Ele ri de volta, olhando para ela de um jeito estranho.
— E a dona do carro também é muito bonita — ele diz a Martina, que sorri ainda mais ao ouvir isso.
— Garoto, você poderia trocar o pneu do meu carro, e parar com esses flertes? Eu sei que sou linda! — Martina diz para o garoto que se afasta de nós com um sorriso no rosto.
Ele parece interessado por ela, mas Martina não está muito afim.
— Só para deixar claro: eu gosto das mais difíceis — ele diz antes de sair, me fazendo abrir a boca em surpresa por sua audácia.
Ele realmente está interessado em Martina. Ela apenas me olha revirando os olhos enquanto eu rio do garoto apaixonado à primeira vista.
Finalmente entramos no carro depois de algumas enrolações e seguimos direto para o apartamento da minha amiga, em Queens, em Nova York.
— Mora comigo até conseguir um lugar na cidade. Você não pode continuar naquele fim de mundo, amiga! Especialmente depois do que aconteceu... Elizabeth, você está em perigo lá! — sugere Martina enquanto guarda as chaves do apartamento na mesa. Eu me escoro no balcão com as mãos apoiadas nele.
— Eu sei... talvez você tenha razão — respondo com um sorriso fraco.
Não queria deixar minha casa para trás nem as minhas coisas que estavam lá.
O aluguel era barato e eu vivia muito bem sem me preocupar com nada. Mas por outro lado, ela estava certa, não posso continuar morando lá. E se eu for sequestrada por alguém?
— Não é talvez... eu tenho razão, e você sabe disso! — Martina corrige-me, fazendo-me sorrir.
— Tudo bem, eu aceito viver com você, até tudo se resolver na minha vida — digo com um sorriso, cedendo à sua proposta. Ela dá um pulinho de felicidade, e me abraça.
— Eu te amo! Você não vai se arrepender, vai ser ótimo morar comigo! — diz ela, seus olhos fixos nos meus enquanto, eu solto um sorriso.
— Eu te amo mais! E me desculpe por ter feito você bater o carro, e ir naquele fim de mundo atrás de mim.
— Não precisa pedir desculpas, você não teve culpa de nada! A culpa foi toda minha por ter me irritado... — ela responde, nervosa.
— Hey, relaxa! Tudo bem, já passou, tá legal? Foi só um susto... — digo sorrindo para ela, que retribui o sorriso.
— A gente precisa sair hoje! — insistiu Martina, animada com a ideia de ir ao cassino, enquanto eu resmungava, sem a menor vontade.
— Hoje não, Martina! — revirei os olhos.
— Hoje sim, porra! Naquele mesmo cassino onde perdemos, no lindo "The Ewd"... — ela disse, sorrindo e gesticulando, o que só aumentou minha irritação.
— Vou tomar um banho primeiro. Estou morta de cansada. — mudei de assunto, observando seu sorriso iluminado pelos lábios vermelhos de batom.
— Tudo bem, mas às dez no cassino. E não adianta reclamar, ou mudar de ideia, baby! — ela bufou, ainda sorrindo e gesticulando com as mãos.
Eu revirei os olhos, e me dirigi ao banheiro. Precisava urgentemente de um banho quente, me sentia imunda.
— Tá bom, vou pensar no seu caso! — gritei para ela que estava na cozinha.
Assim que entrei no box e fechei a porta, tirei minha roupa suja daquela noite terrível. Precisava de um banho relaxante, a maquiagem estava borrada e eu me sentia um puro caco.
— E não esqueça de se divertir hoje! Não fique presa no passado, e em pessoas que não valem a pena! — Martina gritou do lado de fora, fazendo-me rir.
— Tá bom, eu entendi, Martina! — respondi entre risadas, ouvindo a voz dela ecoar pelo apartamento. Martina sempre cuidou de mim como uma mãe que eu nunca tive.
E enquanto lavo meu cabelo, a água escorrendo por todos os lados, não consigo evitar de pensar em Henry e em como tudo poderia ter sido diferente se ele não tivesse me traído com aquela loira bonita. O shampoo desliza por cada mecha dos meus fios castanhos, enquanto as lembranças invadem minha mente.
Conheci Henry no terceiro ano do ensino médio. Estudávamos na mesma classe, eu era uma garota quieta e tímida, nunca tinha namorado antes.
Ele foi meu primeiro amor e, tragicamente, minha primeira decepção. Eu costumava me sentar no fundo da sala, escondida entre os colegas, até que um dia apresentaram um novo aluno: Henry Davis.
O único lugar disponível para ele era na minha frente, e foi assim que tudo começou. Fui a primeira garota com quem ele fez amizade. Para minha surpresa, ele se tornou meu vizinho e, a partir daí, voltávamos juntos da escola, conversando e rindo como se fôssemos inseparáveis.
Contei a ele tudo sobre minha vida e meus problemas. Ele vinha frequentemente à minha casa e dormia comigo, sim, perdi minha virgindade com ele. Confesso que não foi tão ruim quanto eu imaginava, foi algo normal, como acontece entre os casais.
Estar ao lado dele era maravilhoso. Sempre que tínhamos trabalhos em dupla, fazíamos juntos. Para mim, ele foi o único garoto em quem realmente consegui me abrir. Acreditava que tínhamos uma conexão verdadeira… mas era apenas uma ilusão.
Quando ele começou a agir estranhamente e a me ignorar, percebi que nosso amor estava esfriando — da parte dele e da minha também.
Não queria continuar assim. Em uma noite, enquanto dormíamos juntos, acordei de madrugada e vi uma mensagem de uma garota chamada Stefany em seu celular. Ela era loira de olhos claros, e pela foto aparentava ser bonita. A cada mensagem que lia entre os dois, as lágrimas escorriam pelo meu rosto, uma dor absoluta invadia meu coração. Desejei nunca mais passar por aquilo.
Senti uma dor intensa ao descobrir sua traição, mas com o tempo, essa dor se dissipou. Às vezes me pergunto se o amor que sentia por ele era real — confesso que foi uma dor passageira. Agora me sinto mais livre e pronta para conhecer outras pessoas. Não sei nada sobre Henry, atualmente ou se ainda está com aquela mulher.
Naquele dia fatídico, levantei da cama desejando me esconder, e mandar Henry embora de casa. Mas não foi isso que fiz. Ele acordou e ficou me encarando por alguns minutos ao perceber que eu já sabia de tudo sobre ele e Stefany.
A única coisa que fez foi levantar-se, pegar suas coisas e ir embora depois que declarei que tudo havia terminado entre nós. Não queria brigar ou discutir, estava exausta de tudo o que acontecia na minha vida, e apenas chorei, desejando ficar sozinha.
Depois dele, nunca mais me apaixonei por nenhum homem ou quis me relacionar novamente — talvez porque não tenha aparecido ninguém do meu agrado que se interessasse por mim de verdade, sem malícia ou segundas intenções. No fundo, anseio encontrar um amor que me faça sentir única e verdadeiramente amada — algo que parece cada vez mais difícil de acontecer.
[....]
Após algumas horas, decidi mudar de ideia sobre o cassino. Apesar de sentir que algo ruim poderia acontecer – embora não soubesse exatamente o quê – tentei ignorar essas pressões internas e me arrumei para a noite que Martina insistiu tanto que eu participasse.
Vesti um vestido preto justo, que realçava minhas curvas de maneira sedutora.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Luciana Souza
pra é o primeiro namorado dela
2024-09-10
0
Neide Cosmo
meu Deus quem será ele?
2024-09-03
0
Luana Mddm
😔😔😔
2024-09-02
0