Após terminar meu banho, saio do banheiro e dou de cara com Edward no quarto. Ele me examina de cima a baixo, seus olhos fixos na toalha que me envolve. Um calor sobe pelo meu rosto, e a timidez me invade, fazia tanto tempo que um homem não me via assim.
Paralisada pela situação constrangedora, sinto meu coração acelerar enquanto ele se aproxima lentamente.
— Edward, eu preciso me trocar. Poderia sair? — minha voz sai quase como um sussurro, nervosa com sua proximidade. O frio na barriga é inegável, estou quase semi-nua diante dele.
Ele sorri, um sorriso provocador que me faz tremer.
— Pode se trocar na minha frente se quiser. Não me importo, já te vi sem roupa. — Suas palavras caem como uma bomba, e eu arregalo os olhos em incredulidade. Como assim ele já me viu nua? As lembranças de momentos em que me sentia observada agora fazem sentido: ele sempre esteve ali, à espreita.
Franzo o cenho, sem saber o que dizer, optando pelo silêncio enquanto meu olhar se fixa em seus lábios, quase colados aos meus. Edward aperta minha cintura, unindo nossos corpos de maneira íntima e eletrizante. Meu coração dispara, estou exposta diante dele e isso é ao mesmo tempo aterrador e excitante.
— Edward... — sussurro seu nome enquanto nossos olhares se encontram com uma intensidade que provoca calafrios em mim.
Essa não era a hora nem o lugar para isso, ele era um sequestrador, alguém que provavelmente mantinha várias garotas sob seu controle.
— Shhh... — Ele murmura em meu ouvido antes de beijar meu pescoço, dando uma leve mordida que envia ondas de arrepio por todo o meu corpo. Um gemido involuntário escapa dos meus lábios.
Sinto sua mão deslizar por mim, seus dedos movendo-se com habilidade e força. Um orgasmo delicioso toma conta de mim, mordo meus lábios para conter os sons que ameaçam escapar enquanto minhas pernas fraquejam sob seu toque – um toque pelo qual eu sempre anseei.
Aquilo era tão errado, mas ao mesmo tempo tão certo. A maneira como ele me tocava era única e intensa.
Sem pensar duas vezes, nossos lábios se encontram em um choque de desejo mútuo. No fundo do meu ser, eu já esperava por isso, desejava-o tanto quanto ele a mim. Queria sentir o gosto do seu beijo e aperto seu pescoço enquanto acaricio seus cabelos negros. Nossos lábios se entrelaçam, sua língua invade minha boca e o beijo se torna cada vez mais profundo.
Logo paramos para recuperar o fôlego, nossos olhares ainda imersos na mesma intensidade do momento anterior. Minhas bochechas queimam e um frio percorre minha espinha. Isso não deveria ter acontecido, foi um erro... mas um erro tão bom. Beijá-lo foi perfeito, nossos lábios se encaixaram de uma forma que eu nunca imaginei ser possível.
Deveria parar ali, mas a conexão entre nós era inegável e o desejo ardente tornava tudo ainda mais complicado. Decido permitir que continue, se é errado, que seja errado pela última vez – a última vez que saborearei os lábios macios dele nos meus.
Enquanto acaricio seus cabelos, ele posiciona minhas pernas entre sua cintura, fazendo-me sentir algo grande entre elas. Um gemido rouco escapa dos meus lábios durante o beijo quando ele me senta em seu colo.
— Edward, melhor pararmos... Isso não vai acabar bem... — consigo sussurrar entre leves gemidos.
— Só mais um pouco e paramos, eu prometo. Porra, Beth! Não sabe como esperei por isso... — murmura ele com desejo palpável enquanto aprofunda nosso beijo. Aperto seus cabelos pretos enquanto o calor sobe por nossos corpos em sincronia com nossas respirações ofegantes e batimentos cardíacos acelerados.
— Precisamos parar... por favor... — resmungo excitada ao interromper nosso beijo para recuperar o fôlego. Ele assente, olhando nos meus olhos escuros quando o toque do celular dele interrompe nosso momento carregado de tensão. Levanto-me rapidamente do colo dele e aproveito a oportunidade para ir ao banheiro vestir minhas roupas.
Encostada na porta do banheiro, reflito sobre tudo o que acabara de acontecer. Parecia algo saído de um conto de fadas sombrio, nunca imaginei que viveria algo assim com Edward. Confesso que foi bom, no entanto, não deveria ter acontecido. Não posso permitir que ele aproveite essa situação para me manipular – preciso ser mais esperta.
Saio do banheiro já vestida e logo avisto Edward ainda no quarto.
— Vamos rápido, tenho assuntos importantes para resolver — diz ele com sarcasmo e grosseria características suas, fazendo-me revirar os olhos antes de assentir e segui-lo sem ter muita escolha.
Era agora ou nunca: precisava fugir dele e hoje parecia ser minha chance – se tudo desse certo.
Desço as escadas apressada à procura de Edward quando me deparo com o mesmo senhor que causou o acidente entre Martina e eu naquele dia fatídico. Ele está na sala de estar e a incredulidade toma conta de mim. O que diabos esse homem está fazendo aqui? Arregalo os olhos em surpresa enquanto ainda tento processar a cena diante de mim.
— Hora! Olha quem está aqui! Sua amiga conseguiu consertar o carro depois daquela noite? — Ele sorri sarcasticamente e isso provoca náuseas em mim. Forço um sorriso falso enquanto suas palavras ecoam em minha mente.
— O que foi? Ainda está com medo de mim? — Ele avança lentamente em minha direção e um frio na barriga me apavora ao procurar desesperadamente pela saída.
— Preciso ir, se me dá licença — respondo tentando escapar daquela situação desconfortável. Mas ele se move rapidamente, prendendo meu corpo ao dele.
— Quem é você? O que pensa que está fazendo? Me solta! — Grito aterrorizada enquanto sinto sua respiração próxima demais para meu conforto. Viro meu rosto para evitar encarar aquela expressão nojenta enquanto luto para me desvencilhar dele.
Então surge uma ideia brilhante: chuto seu saco com todas as minhas forças. Ele se ajoelha no chão contorcendo-se de dor e aproveito a chance para correr em direção à porta.
Ao sair, meus olhos se deparam com um quintal vasto e deslumbrante, repleto de flores vibrantes que dançam ao vento e uma pequena fonte que jorra água cristalina, refletindo a luz do sol. Mas essa cena paradisíaca rapidamente se transforma em um pesadelo quando percebo a presença de guardas em cada canto da casa. Não há como escapar. As mansões luxuosas ao redor parecem formar um condomínio reservado para pessoas influentes, e eu nunca havia estado ali antes.
De repente, o senhor reaparece, agarrando-me novamente com força. Tento gritar, mas ele pressiona sua mão contra minha boca, sufocando meu desespero. Um enjoo me invade ao recordar memórias que preferiria esquecer.
— Achou que escaparia tão facilmente de mim? Edward tem ótimo gosto — ele diz, um sorriso sádico estampado no rosto.
Sinto o desespero tomar conta de mim, isso não pode estar acontecendo novamente. Minha mente clama por Edward — eu o odeio, mas se ele aparecesse agora, eu seria eternamente grata. Meus olhos começam a pesar, não posso chorar agora, preciso controlar as lágrimas.
— Solta ela, Robert! — a voz de Edward ecoa pela propriedade, e um suspiro de alívio escapa dos meus lábios ao vê-lo surgir. Robert recua imediatamente.
— Desculpe, chefe. A moça estava tentando fugir, eu tive que agir — ele mente descaradamente, e eu luto contra a raiva crescente dentro de mim.
— Preciso que você se retire, Robert. Volte para suas obrigações — Edward fala com uma calma que me provoca náuseas. Robert se afasta rapidamente, um sorriso malicioso no rosto.
Reviro os olhos ao ficar a sós com Edward. — Eu já te avisei para não tentar fugir! Você não percebe os guardas? Eles podem te matar se eu permitir! — Ele resmunga, sua frustração me incendiando por dentro.
— Como você pode acreditar nas palavras daquele tal Robert? Eu não estava tentando fugir, foi ele quem tentou me assediar ou algo assim — murmuro, a paciência se esvaindo. Sim, eu pretendo fugir, mas não agora, cercada por tantos olhos vigiantes.
Edward solta uma risada sarcástica e passa a mão pela mandíbula. — Você realmente acha que eu acreditaria nessa história? Sei muito bem que você inventaria tudo isso apenas para sair dessa situação.
— O quê? É sério isso? — murmuro, incrédula, revirando os olhos mais uma vez. Com esse jeito, vou acabar cega.
Ele... Quer dizer, é difícil acreditar que ele não confiou em mim mesmo depois do beijo que tivemos, continua o mesmo. Devo estar sendo muito idiota para me iludir assim, ainda mais por ele. Como sou burra!
— Você ainda defende esse... esse cara? — deixo a frase no ar, as memórias antigas quase me fazendo chorar, elas ainda me destroem.
— Eu não estou defendendo ninguém, cacete. Robert é um excelente funcionário, sempre está à disposição quando eu preciso dele — afirma Edward, e uma onda de náusea me invade.
— Então assediar mulheres é algo bom pra você? — berro, a raiva explodindo em mim. Começo a caminhar de um lado para o outro, batendo os pés no chão, sentindo as lágrimas ameaçarem escorregar pelo meu rosto. Odeio ser tão sensível.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Luciana Souza
espero que ela não fique com ele se não tá morto
2024-09-10
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