— Já está pronta? - Martina interrompe meus pensamentos ao entrar no quarto. Analiso meu reflexo no espelho, admirando o resultado da maquiagem e arrumando os cabelos com as mãos.
— Estou sim. - Respondo, soltando um suspiro nervoso.
— Então vamos! Já estamos atrasadas! - Ela exclamou, fazendo-me sorrir. Atrasos são nosso forte.
— Você está linda, Martina Soares. - Comento, admirando seu deslumbrante vestido vermelho.
— Obrigada, amor. Você também está perfeita, como sempre. — Ela sorri de volta e, juntas, deixamos o quarto em direção ao carro no estacionamento, prontas para a aventura no cassino.
Ao chegarmos ao cassino, fui imediatamente envolvida pela atmosfera de poder e riqueza. Mulheres elegantes seguravam drinks sofisticados, enquanto homens em ternos impecáveis circulavam pelo ambiente.
Assim que entramos, avistei alguns jogando em mesas de apostas e outros se divertindo com sinuca. E não podia faltar as dançarinas exóticas que, à primeira vista, pareciam ser prostitutas.
— Quem te indicou esse cassino? — Perguntei, maravilhada com o lugar.
— Um amigo meu. Aliás, vou te apresentá-lo. — Martina sorriu ao avistarmos um homem alto, de olhos claros e cabelos loiros, que certamente era seu amigo. Aproximamo-nos dele, e ela o cumprimentou com um beijo na bochecha.
— Oi, Jhonatan! Quanto tempo! É um prazer te ver de novo. Esta é Elizabeth, minha melhor amiga. - Ela disse de forma educada, apresentando-me a ele. Sorrindo timidamente, retribuí o cumprimento.
— Saudações, Elizabeth. - Ele disse, beijando delicadamente minha mão.
— Que tal um drink para comemorar? —Perguntou, seus olhos fixos em mim enquanto eu sorria.
— E você, Elizabeth, está linda nesse vestido. - Ele continuou, elogiando-me.
— Obrigada, Jhonatan. - Agradeci, sentindo a conexão em seu olhar.
— Ela realmente é linda. — Martina comentou, sorrindo para mim, com uma piscadela, ao perceber o interesse de seu amigo.
— Garçom, por favor, traga duas tequilas para elas. — Jhonatan pediu, batendo suavemente a varinha de sua taça, chamando a atenção do garçom que assentiu. Sorri para ele, que não parava de me observar.
— Então, querida, Elizabeth. Faz tempo que mora aqui em Nova York? — Ele perguntou, curioso sobre minha vida.
— Sim... quer dizer, é uma longa história. — Respondi, lembrando do susto que passei e da certeza de que não voltaria àquele lugar estranho.
— Temos todo o tempo do mundo para te ouvir. — Ele sorriu gentilmente para mim. Olhei para Martina, que parecia ansiosa por minha resposta.
Quando estava prestes a falar, o garçom apareceu e interrompeu meu raciocínio.
— Aqui estão as bebidas que pediu, senhor. — Ele disse a Jhonatan, que assentiu enquanto se afastava.
— Sintam-se à vontade para beber. — Jhonatan disse ainda me olhando intensamente, o que me deixou nervosa. Desviei meu olhar para as pessoas ricas e bem vestidas ao redor.
Em um impulso, bebi a tequila de uma só vez, sem deixar uma gota. A bebida queimou minha garganta, e fez meu peito arder.
— O que foi isso, amiga? - Martina riu ao ver meu exagero.
Mas logo senti uma forte dor de cabeça, só tinha bebido tequila uma vez antes e não lembrava dela ter esse gosto estranho. Olhei para Jhonatan enquanto ele sorria para mim e percebi que tudo estava começando a rodar.
Droga! O que estava acontecendo comigo?
— Amiga, você está bem? - Martina perguntou preocupada ao notar meu estado.
— Estou ótima! E se me dão licença, vou ao banheiro. - Menti ao vê-los trocarem olhares confusos.
Caminhei pelo corredor escuro e cambaleante, segurando-me nas paredes até encontrar um banheiro qualquer. Não sabia se era feminino ou masculino, mas não me importava, precisava de ar fresco e um pouco de privacidade.
Escorei-me na pia do banheiro e passei as mãos pelos cabelos enquanto tentava recuperar a sanidade.
Lavei meu rosto, e me olhei no espelho, a maquiagem estava borrada e eu parecia um puro desastre. Martina não podia me ver assim, precisava sair dali o mais rápido possível. Droga! Por que isso tinha que acontecer comigo?
Decidi sair pelo corredor vazio, e escuro me segurando nas paredes, quando senti uma respiração atrás de mim.
— Droga! Quem está aí, hein!? — Perguntei atordoada.
— Martina? É você? — Falei, enquanto a sensação de desmaio se aproximava devido à bebida.
— Shhh... quietinha, amor, nada de gritar! — Escutei, a voz de um homem ecoar, nos meus ouvidos atrás de mim.
Arregalei os olhos em desespero, e tentei gritar alto, mas ele tampou minha boca com força enquanto minha respiração falhava, e tudo se apagou ao meu redor.
Acordei com uma forte dor de cabeça e percebi que estava em um lugar estranho, diferente de tudo o que conheço. Ao meu redor, vejo um quarto grande, e chique, decorado com quadros famosos, e as paredes são pretas, dando um ar moderno.
Na minha frente, um homem alto capturou minha atenção de imediato. Seus cabelos negros estavam desgrenhados, como se tivessem sido moldados pelo vento, e seus olhos escuros pareciam me hipnotizar, como se guardassem segredos que eu desejava desvendar.
Fiquei surpresa ao notar que ele estava sem camisa, exibindo um corpo definido e musculoso, adornado por tatuagens que contavam histórias e o tornavam ainda mais fascinante. Ele estava relaxado em uma poltrona confortável, imerso na leitura de um jornal, criando uma aura de mistério ao seu redor.
Um frio intenso tomou conta de mim enquanto eu me cobria com o lençol branco, o coração disparado e a mente cheia de perguntas aterrorizantes. O medo se instalou em meu peito ao pensar no que ele poderia fazer. Será que ele vai me machucar?
A vulnerabilidade da minha lingerie parecia expor não apenas meu corpo, mas também minha alma. Eu estava deitada na cama, sem entender como cheguei ali, perdida em um mar de incertezas. Tudo o que eu sentia era um medo profundo, como se cada sombra na sala pudesse ganhar vida e se transformar em uma ameaça.
Preciso me acalmar, uma crise de ansiedade agora seria insuportável. As lembranças do cassino com Martina ainda ecoam na minha mente, mas logo tudo se tornou um borrão confuso.
E Martina? Onde ela estará? A preocupação dela comigo deve ser imensa, e isso só aumenta meu desespero.
Por que eu decidi me mudar para Nova York?
Desde que cheguei, minha vida parece ter desmoronado. O acidente de carro com Martina foi um sinal de que algo ruim estava por vir, mas eu ignorei.
Vim em busca de mudanças, de uma nova vida, e agora me vejo aprisionada com um homem desconhecido. Já era difícil suportar a convivência com meu padrasto e minha mãe, agora, essa nova situação parece insuportável. Sinceramente, não sei se consigo aguentar mais essa pressão.
— Acordou? — pergunta o homem, sua voz cortando o silêncio e me deixando ainda mais apavorada. Estou paralisada, a mente um turbilhão de pensamentos confusos.
— Quem é você? O que quer de mim?!! — grito, a desesperança transbordando em minhas palavras. Tudo o que eu desejo é voltar para casa, para minha segurança.
Ele sorri de uma maneira estranha, um gesto que poderia ser bonito se não estivesse envolto em tanta inquietação. Porém, isso não importa agora.
— Não consegue deduzir, Elizabeth? — diz ele, levantando uma sobrancelha enquanto me observa com um olhar penetrante que parece despir minha alma.
— Por favor, não sei quem você é, mas preciso que me deixe ir — imploro, o pavor tomando conta de mim enquanto a ansiedade volta a me envolver como uma nuvem opressiva.
— Querida, Elizabeth... sua nova casa será aqui a partir de agora. Espero que se comporte — ele responde, um sorriso sarcástico se espalhando pelo rosto. A raiva começa a ferver dentro de mim, isso já passou dos limites.
— Você só pode estar louco!! Quem você pensa que é para fazer isso comigo? Tenho uma vida lá fora, não sou uma prostituta qualquer que você pode manipular como quiser!! — As palavras saem com força, cada sílaba carregada de indignação, enquanto cruzo os braços em um gesto de resistência.
Ele continua a sorrir, como se nada estivesse acontecendo, seu sorriso debochado revelando dentes brancos e perfeitamente alinhados.
— Elizabeth, você fica tão linda quando está com raiva, mas já lhe avisei para se comportar — ele pronuncia, fazendo meu cenho se franzir em desagrado.
Resmungo, perplexa, sem entender como aquele homem parece saber tanto sobre mim.
— Como você sabe meu nome? — pergunto, a testa franzida de confusão enquanto aguardo uma resposta que não vem.
— Há muitas coisas que eu sei sobre você que você nem imagina, Elizabeth — ele responde, sem desviar o olhar do seu jornal desprezível. Um suspiro irritado escapa dos meus lábios, não consigo acreditar no que estou ouvindo. Isso só pode ser uma brincadeira de mau gosto.
— O que você pensa que vai fazer? — indaga ele, observando-me levantar da cama, coberta pelo lençol caindo branco.
Confesso: ele é incrivelmente bonito, um homem que se destaca de todos os outros que já vi. Sua voz é grave e suave, um som que agrada aos ouvidos, enquanto seu olhar escuro e misterioso provoca uma curiosidade inquietante, como se escondesse segredos profundos.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Ka oliveira
/Sweat/
2024-12-07
0
Branquinha
Essa história tá igualzinho a vibe do filme 365 dias
2024-11-17
0
Branquinha
Certeza que a bebida dela tava batizada
2024-11-17
0