Uma conversa fluía de maneira intermitente enquanto Kaito e Alice se aproximavam da pequena cidade com grandes notícias. Entretanto, antes de chegarem ao destino, eles passaram por locais que determinam cautela e vigilância.
— Venha, vamos por aqui — disse Kaito, chamando a atenção de Alice para um caminho alternativo. Ele se move com a destreza de alguém acostumado a evitar confrontos desnecessários.
— Por que estamos indo para cá? A farmácia fica a apenas duas esquinas — questionou Alice, um tanto desconfiada.
— Você não percebeu? Todos os carros que estavam na rua têm as portas abertas. Algo não está certo — explicou Kaito, andando devagar e analisando o ambiente ao seu redor. Quando chegou à esquina de um beco, ele parou abruptamente. — Silêncio! — Ele atraiu a mão para que Alice parasse também.
Alice, confusa, silenciosa o olhar de Kaito e viu dois homens conversando e rindo, jogando algo em uma mulher que parecia estar suja e desesperada. A cena era perturbadora, e o instinto de Alice foi de ajuda.
Kaito, no entanto, tentou desviar-se da situação, pronto para sair por outro caminho. — Vamos por outro lado — murmurou ele, tentando evitar um confronto desnecessário.
— Onde vamos, Kaito? — disse Alice com um tom de urgência. — Não podemos deixar eles fazerem isso com ela!
Kaito parou, o olhar frio e calculista. — Não podemos fazer nada, Alice. Não é nossa luta — respondeu ele, tentando seguir adiante.
Mas Alice não se moveu, bloqueando seu caminho com uma determinação firme. — O que você quer que eu faça? Quer que eu seja companheiro? — disse Kaito, sua voz de frustração e incredulidade.
Alice não hesitou. — Sim! Não podemos simplesmente virar as costas e deixar isso acontecer!
Kaito ficou em silêncio por um momento, avaliando a situação. Ele sabia que intervir poderia colocar ambos em perigo, mas também entendeu que a moralidade não poderia ser completamente ignorada. Ele soltou um suspiro pesado, sabendo que essa era uma situação específica onde não havia escolha fácil.
— Certo — disse ele, finalmente cedendo. — Mas precisamos ser rápidos e silenciosos. Não podemos nos arriscar a chamar mais atenção.
Kaito olhou ao redor, analisando as opções. Ele pegou sua faca e indicou um plano com um gesto rápido. — Eu vou pelos fundos. Tente distraí-los, mas mantenha-os seguros. Não se arrisque mais do que o necessário.
Alice concordou, pronta para fazer o que fosse preciso. Ela sabia que Kaito era mais experiente em combate, mas também sabia que juntos tinham uma chance melhor de resolver a situação.
Kaito se moveu silenciosamente pela lateral do beco, utilizando sombras e escombros para se esconder enquanto se aproximava dos homens. Alice, por sua vez, caminhou em direção à entrada do beco, tentando parecer casual, mas mantendo um olhar atento.
— Ei! — chamou Alice, atraindo a atenção dos homens com uma voz firme. — O que está fazendo aqui?
Os homens se viraram, surpresos com a presença dela. — Quem é você? — Disse um deles, franzindo a testa.
Alice deu um passo à frente, tentando parecer mais confiante do que se sentia. — Isso não é jeito de tratar uma pessoa. Vocês deveriam se envolver.
Enquanto os homens se distraíam com Alice, Kaito se mudou rapidamente para trás, sua faca pronta. Ele se moveu com precisão, agarrando o primeiro homem e colocando a lâmina no pescoço antes que ele pudesse reagir.
— Solte a arma — disse Kaito com um tom gélido, enquanto o segundo homem congelava de medo. — E ninguém precisa se machucar mais.
Alice aproveitou a oportunidade para ajudar a mulher caída, que estava em estado de choque, mas agradeceu com um olhar esperançoso. Kaito manteve os homens sob controle, garantindo que a situação não escapasse do controle.
— Agora, saiam daqui — intenção Kaito, empurrando os homens para longe. — E não voltem.
Os dois homens fugiram, ainda atordoados pela surpresa do ataque. Alice ajudou a mulher a se levantar, oferecendo-lhe um pouco de água e tentando confortá-la.
— Obrigada... obrigada — murmurou a mulher, as lágrimas escorrendo pelo rosto sujo.
Kaito, mantendo a guarda, olhou para Alice com uma expressão de aprovação mista com a severidade habitual. — Vamos sair daqui. Já chamamos atenção demais — disse ele, ajudando a mulher a caminhar.
Enquanto se afastavam da cena, Alice sentiu uma sensação de prazer e orgulho. Mesmo no meio do caos e da desconfiança, conseguimos ajudar alguém em necessidade. Kaito, embora sempre cético, sabia que essas ações poderiam ser o que mantinha sua humanidade intacta em um mundo cada vez mais sombrio.
— Obrigada por confiar em mim dessa vez, Kaito — disse Alice, com um sorriso cansado.
Kaito apenas acenou, mas sua expressão suavizou um pouco. Ele sabia que, num mundo onde cada decisão era uma questão de vida ou morte, às vezes a escolha mais difícil era a certa a ser feita.
Enquanto caminhavam em direção ao ponto de encontro, Kaito parou abruptamente, seu olhar fixo na mulher que acabou de resgatar.
- Porque? — Disse ele, sua voz fria e desconfiada, enquanto enfrentava a mulher com intensidade. — Por que foi tão fácil? O que eles queriam com você?
A mulher, com o rosto marcado pela tristeza e o medo, declarou os olhos para Kaito, visivelmente abalada pela situação.
— Ah, o quê? — respondeu ela, a voz tremenda. — Eles queriam que eu matasse. Por favor, não me machuque. Eu não sei o que fiz para merecer isso.
Alice, percebendo a tensão crescente, tentou intervir. — Kaito! Esta não é hora para isso. — Ela soltou um riso constrangido, tentando aliviar a situação.
Kaito, no entanto, ignorou-a, sua expressão ficando ainda mais severa. — Por que você estava machucando? E por que você escapou tão facilmente? — Ele respirou fundo, seus olhos estreitando-se enquanto examinava a mulher com desconfiança.
— Eu... eu não sei — respondeu a mulher, sua voz quase uma sussurrada. — Eles só queriam que eu matasse. Por favor, não me machuque.
Alice, tentando manter a calma, sugeriu que continuassem a caminhada. — Melhor continuarmos, Kaito. Estamos perdendo tempo aqui.
Kaito, no entanto, não foi confirmado. — Alice, você pode ser ingênua, mas eu não sou! — Ele se mudou da mulher, seus olhos faiscando de suspeita. — Não viu? A situação foi fácil demais. Eles correram, mesmo sendo mais fortes juntos. Algo está errado aqui.
Com um movimento brusco, Kaito avançou na direção da mulher, começando a examiná-la. Alice, enfurecida com a agressividade dele, empurrou-o com força.
—Alice! — referiu Kaito, sua voz cheia de raiva e frustração. — Não se atreva a fazer isso!
Alice, com o coração disparado, respondeu com firmeza. — Fazer o quê? Você está assustando a garota! E olha como você está tratando, Kaito!
Kaito riu, mas era um riso amargo, cheio de desdém. — Ela está mordida, Alice! — Ele olhou fixamente para a mulher, que agora tremia ainda mais. — É por isso que eles estavam tentando matá-la, não é? Porque você está infectado!
Alice, horrorizada, olhou para a mulher. — Isso é verdade?
A mulher começou a chorar, suas palavras entrecortadas por soluções desesperadoras. — Não! Foi apenas um arranhão, eu juro!
Kaito, sem paciência para mais desculpas, empurrou Alice para o lado e, com um movimento decidido, expresso a blusa da mulher, revelando uma mordida profunda e infectada no abdômen.
— Isso é um arranhão? — disse Kaito, sua voz de ironia e fúria. — Olha, Alice! Se eu não tivesse percebido, você teria trazido essa mulher para o nosso grupo, condenando a todos. — Alice ficou em silêncio, o peso da culpa esmagando-a.
Kaito, exasperado, sacudiu a cabeça. — Que estupidez, a minha, por ter concordado em salvá-la. — Ele tirou sua arma do bolso, o metal frio brilhando sob a luz do sol nascente.
O tiro que se agitou foi rápido e quase silencioso, o som abafado pelo silenciador improvisado. A mulher caiu no chão, a vida se esvaindo dela em um instante. A morte foi rápida, mas a cena encontrada gravada na mente de Alice, uma lembrança terrível da dura realidade em que viviam.
Alice, com os olhos cheios de lágrimas, olhou para Kaito, a dor e a raiva misturando-se em seu coração. — Você não precisa ter isso feito, Kaito. Ela poderia ter sido ajudada.
Kaito, porém, era implacável. — Não podemos dar ao luxo de ser sentimentalistas, Alice. Neste mundo, a sobrevivência é a única coisa que importa. E você precisa aprender isso, se quiser manter nosso grupo seguro.
Com a morte da mulher ainda fresca em suas mentes, Kaito e Alice seguiram seu caminho em silêncio, a tensão entre eles palpável. Kaito sabia que havia tomado uma decisão certa, mas a expressão dolorosa de Alice o fez questionar por um breve momento. Contudo, ele rapidamente tirou qualquer dúvida de sua mente. A sobrevivência era uma prioridade, e ele não podia permitir fraquezas.
Alice, por sua vez, refletiu sobre o que havia acontecido. Ela sabia que o mundo era cruel e que as decisões tinham que ser tomadas, mas não podia deixar de sentir a profunda tristeza e a sensação de impotência que a envolvia.
Eles continuaram a caminhar, cada um perdido em seus próprios pensamentos sombrios, enquanto se aproximava da farmácia.
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Atualizado até capítulo 113
Comments
Cecilia geralda Geralda ramos
e tem hora que a razão prevalece ,o sentimento, tem que ser deixado de lado
2024-10-10
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