Um dia havia se passado desde a infecção de Diego, e sua condição estava se deteriorando rapidamente. Ele estava pálido, com a pele fria ao toque, e tremia incessantemente, como se estivesse em um estado febril perpétuo. Alice, preocupada, entrou na sala com um prato de comida, tentando convencê-lo a se alimentar.
— Você precisa comer, Diego. Não pode ficar sem comer — insistiu Alice, segurando o prato de comida na esperança de que ele aceitasse.
— Estou sem fome, Alice — respondeu Diego, a voz fraca e entrecortada pelo frio que parecia consumir seu corpo. — Abaixe mais o ar-condicionado. Está tão frio aqui.
Alice olhou para ele, seu coração apertado de preocupação. — Está desligado, Diego. E o outro está em 31 graus. — Observou-o atentamente, tentando manter a calma. Ele estava trancado em uma sala isolada, sua condição piorando a cada hora.
Enquanto Alice lutava com a impotência diante da deterioração de Diego, o cadáver de Junior, que se debatia na sala ao lado, aumentava sua ansiedade. A presença daquela figura morta-viva era um lembrete constante do horror que eles estavam enfrentando, e Alice sabia que precisava agir rápido para encontrar uma solução.
De repente, a porta da sala se abriu, e o guarda entrou, trazendo um momento de alívio e surpresa.
— Alice! Você ainda está aqui? — perguntou ele, com uma expressão curiosa. Alice forçou um sorriso, tentando esconder seu crescente desespero.
— Eu nem saí daqui ainda. Mas o que você está fazendo aqui? Não deveria estar em casa? — perguntou ela, tentando manter a conversa casual.
— Sim, deveria. Mas vi que você ainda estava aqui e fiquei preocupado. Diego ainda está aqui também? — perguntou o guarda, olhando em direção à sala onde Diego estava.
Alice queria mentir, queria proteger seu amigo e ganhar mais tempo para encontrar uma solução. Mas sabia que seria pior se o guarda descobrisse a verdade por conta própria.
— Está sim, me faz um favor? Eu preciso fazer uma ligação urgente. — Ela olhou para Diego, ainda tremendo na sala. — Você pode cuidar daqui? Não mexa em nada!
— Claro, Alice. — O guarda concordou, e Alice agradeceu, saindo rapidamente da sala e dirigindo-se para a sala telefônica.
Atravessando os corredores vazios do laboratório, o coração de Alice batia acelerado. Cada passo parecia mais pesado do que o anterior, a ansiedade e o medo de perder Diego a qualquer momento pressionavam seus pensamentos. Ao chegar na sala telefônica, Alice começou a procurar o número do coronel Lian com urgência. Cada segundo contava, e ela sabia que o tempo estava se esgotando para Diego.
Encontrou o contato e, com mãos trêmulas, discou o número. Enquanto o telefone chamava, Alice respirava fundo, tentando acalmar os nervos e organizar seus pensamentos.
— Alô? — A voz autoritária do coronel Lian atendeu, interrompendo seus pensamentos.
— Coronel Lian, aqui é Alice. Estou no laboratório, e temos uma emergência. Diego foi mordido por um dos infectados, e a situação está piorando rapidamente. Ele está tremendo, pálido, e eu não sei quanto tempo mais ele tem — disse Alice, a voz carregada de urgência e desespero.
Houve uma pausa do outro lado da linha, e Alice podia quase ouvir o coronel processando as informações.
— Alice, mantenha a calma. Vou enviar uma equipe para aí imediatamente. Precisamos isolar o local e garantir que essa infecção não se espalhe. Quanto ao Diego, precisamos monitorar a evolução dos sintomas. Pode ser crucial para entender a natureza dessa praga — respondeu o coronel, com uma voz firme e decidida.
Alice sentiu um pequeno alívio ao ouvir que ajuda estava a caminho, mas sabia que o tempo era crítico. Cada segundo perdido poderia significar a morte de Diego, ou pior, sua transformação em algo monstruoso como Junior.
— Entendido, coronel. Vou continuar monitorando Diego e garantir que ninguém entre em contato com ele — respondeu Alice, tentando manter a voz firme.
— E Alice, tome cuidado. Se a situação ficar incontrolável, precisamos pensar na segurança de todos. Não podemos arriscar mais vidas — acrescentou o coronel, a gravidade de suas palavras pesando sobre ela.
Após desligar o telefone, Alice caminhava lentamente de volta para o laboratório, seus pensamentos perdidos em um turbilhão de preocupações e medos. Ela sabia que o tempo estava se esgotando para Diego e sentia uma mistura de culpa e desespero, determinada a não deixar seu amigo sucumbir à infecção.
Enquanto isso, no laboratório, Xavier, o guarda, observava Diego com crescente inquietação. Ele estava sozinho, vigiando o amigo de Alice, cuja condição se deteriorava visivelmente a cada minuto. O cadáver de Junior, que se debatia em uma sala adjacente, parecia sentir o medo de Xavier, aumentando ainda mais a tensão no ambiente.
— Xavier, venha aqui — chamou Diego, sua voz fraca e desesperada.
Xavier hesitou, lembrando-se das ordens de Alice. — Alice disse para eu ficar aqui, Diego! São ordens! — respondeu ele, tentando manter a calma.
Diego soltou um suspiro fraco e seus olhos se fecharam lentamente. — Diego? Está tudo bem? — perguntou Xavier, sua voz carregada de preocupação.
De repente, o corpo de Diego caiu no chão com um baque surdo. Xavier correu em desespero até ele, ajoelhando-se ao seu lado e tentando reanimá-lo.
— Diego! Responde, Diego! — gritou Xavier, sacudindo o corpo inerte. Ele tentou manobras de ressuscitação, pressionando o peito de Diego e tentando fazê-lo respirar novamente, mas sem sucesso. O desespero de Xavier crescia a cada segundo, sua mente tentando processar o horror da situação.
Então, de repente, Diego abriu os olhos. Mas algo estava terrivelmente errado. Seus olhos estavam completamente brancos, vazios e sem vida, suas veias marcando profundamente sua pele pálida. Um calafrio percorreu a espinha de Xavier ao ver aquela transformação aterrorizante. Antes que pudesse reagir, Diego atacou, agarrando o pescoço de Xavier com uma força sobrenatural.
Xavier, em pânico, empurrou Diego com todas as suas forças, afastando-o momentaneamente. Ele correu desesperadamente em direção à porta, o coração disparado e o terror tomando conta de seus pensamentos. Mas Diego, agora transformado em algo monstruoso, movia-se com uma velocidade surpreendente. Ele se lançou sobre Xavier novamente, derrubando-o no chão e atacando com uma fúria incontrolável.
Alice, ainda a caminho do laboratório, ouviu os gritos desesperados de Xavier ecoando pelos corredores. Seu coração disparou, e ela correu em direção à origem dos gritos, temendo o pior. Ao chegar à porta do laboratório, Alice viu uma cena que parecia saída de um pesadelo. Diego, agora irreconhecível, estava sobre Xavier, seus dentes cravando-se no pescoço do guarda, sangue jorrando e espalhando-se pelo chão.
— Diego! Não! — gritou Alice, seu coração se partindo ao ver a monstruosa transformação de seu amigo. Ela correu para a sala, tentando puxar Diego para longe de Xavier, mas a força dele era avassaladora. Em um último esforço desesperado, Alice conseguiu empurrar Diego, que caiu para trás, seus olhos vazios fixando-se nela com uma fome insaciável.
Xavier estava mortalmente ferido, seu corpo convulsionando enquanto o sangue escorria de sua ferida. Alice sabia que não havia mais tempo para salvar Xavier, e o horror da situação a atingiu com toda a força. Ela olhou para Diego, que agora se levantava, seus movimentos desajeitados e bestiais.
Diego, transformado em uma criatura bestial, se levantava lentamente, os movimentos desajeitados e os olhos brancos fixos em Xavier. A respiração de Xavier era ruidosa, interrompida pelas mordidas profundas que o haviam dilacerado. Ele sabia que seu tempo estava acabando, mas seu instinto de proteção ainda prevalecia.
— Corre, Alice! — gritou Xavier, sua voz fraca, mas carregada de urgência.
Alice, assustada e paralisada pelo horror de ver seu amigo transformado em um monstro, sentia uma mistura de tristeza e terror. Xavier, em um último ato de coragem, se levantou com dificuldade e segurou Diego com todas as suas forças, tentando impedir que ele avançasse sobre Alice.
— Alice, corra agora! — gritou ele pela última vez, antes que Diego cravasse os dentes em sua garganta, silenciando seu grito com um som abafado e aterrorizante.
Alice, com o coração disparado e a mente em pânico, correu para fora da sala, fechando a porta atrás de si. O som da porta se trancando ecoou nos corredores vazios do laboratório. Seus passos eram rápidos e desajeitados enquanto procurava um lugar seguro para se esconder. Seus olhos estavam marejados de lágrimas, a mente uma mistura de confusão e desespero.
Ela encontrou uma sala grande e escura, aparentemente abandonada, e entrou rapidamente, fechando a porta atrás de si. A escuridão era densa, e Alice não conseguia ver nada à sua volta. Com as mãos trêmulas, pegou o celular e ligou a lanterna, iluminando o espaço sombrio e revelando pilhas de caixas e equipamentos cobertos de poeira.
— O que eu faço agora? — murmurou para si mesma, sua voz cheia de angústia. Sentou-se no chão, as lágrimas escorrendo por seu rosto. — Será que a mordida é a causa de tudo isso? Será que é a mordida que transforma as pessoas em monstros? — Sua mente estava uma confusão, tentando encontrar sentido em meio ao caos, mas tudo parecia desmoronar ao seu redor.
Enquanto se sentava no chão frio, tentando recuperar o fôlego e controlar o pânico, Alice ouviu um som que gelou seu sangue. Uma porta estava sendo aberta em algum lugar próximo. O som reverberou na sala escura, amplificando o medo que já a dominava.
Ela se levantou devagar, quase sem fazer barulho, movendo-se nas pontas dos pés em direção a uma pequena brecha na porta. Espiou pela fresta, o coração martelando no peito, e viu que a porta do laboratório havia sido destrancada. O que quer que estivesse lá fora, agora tinha acesso a ela.
Alice segurou a respiração, tentando ouvir qualquer sinal do que pudesse estar se aproximando. Seus sentidos estavam em alerta máximo, cada som, cada sombra parecia potencialmente ameaçadora. O som de passos arrastados começou a ecoar pelo corredor, um lembrete sinistro de que Diego, ou algo pior, poderia estar se aproximando.
Ela olhou ao redor da sala, procurando desesperadamente uma saída ou um esconderijo melhor. A sala estava cheia de equipamentos velhos e caixas empilhadas, oferecendo poucas opções de fuga. Seu olhar caiu sobre uma pequena janela no alto da parede oposta, uma possível rota de escape, mas alcançá-la seria um desafio.
Enquanto os passos se aproximavam, Alice sentiu o pânico tomar conta. Ela não podia ficar ali e esperar ser encontrada.
Alice, tremendo de medo, percebeu que, embora a rua oferecesse uma possível rota de fuga, o caos e o perigo lá fora eram ainda maiores do que dentro do laboratório. Ela sabia que, trancada naquela sala escura, pelo menos teria um mínimo de segurança até que a ajuda do coronel Lian chegasse. Com a respiração entrecortada e o coração disparado, ela trancou a porta, certificando-se de que ninguém — ou nada — pudesse entrar.
Enquanto caminhava para trás, os olhos arregalados tentando se ajustar à escuridão, Alice sentiu a fria e úmida parede atrás dela. Sua mente corria, tentando planejar seus próximos passos, mas o medo e o pânico estavam dificultando sua capacidade de pensar claramente.
O som de passos arrastados se aproximava, e ela sabia que Diego, agora uma criatura horrível, estava do outro lado da porta. A respiração gutural de Diego ecoava pelo corredor, um lembrete sinistro de que o perigo estava a poucos metros de distância.
— Diego... — murmurou Alice para si mesma, sua voz um sussurro desesperado. — Sinto muito, meu amigo. — As lágrimas escorriam pelo rosto dela, misturando-se ao suor frio da testa. Ela apertou o celular contra o peito, como se fosse um talismã que pudesse protegê-la da escuridão e do terror.
O som dos passos se intensificou, seguidos por um batimento pesado na porta. Diego estava tentando entrar, suas forças sobrenaturais fazendo a porta tremer em suas dobradiças. Alice sabia que a porta não resistiria por muito tempo e, mesmo que o coronel Lian viesse, poderia ser tarde demais.
— Preciso de uma saída... — murmurou Alice, seus olhos percorrendo a sala escura. Ela viu um armário velho e enferrujado no canto, que poderia oferecer um esconderijo temporário. Sem perder tempo, ela correu até ele, abrindo a porta com cuidado para não fazer barulho.
Dentro do armário, o espaço era apertado e cheirava a mofo, mas oferecia uma chance de se esconder. Alice se espremeu para dentro, puxando a porta atrás de si e deixando apenas uma pequena fresta para espiar. O coração dela batia tão forte que parecia ecoar pelo pequeno compartimento, cada batida uma marcação do tempo que ela tinha até Diego encontrar uma maneira de entrar.
Do lado de fora, os golpes na porta ficaram mais violentos. Alice ouviu um grito gutural, que fez seu sangue gelar. Diego estava perdendo o controle, sua fome insaciável de carne humana dominando completamente o que restava de sua humanidade.
— Lian, por favor, apresse-se... — sussurrou Alice, a voz tremendo. Ela sabia que sua única esperança estava no coronel, mas não tinha como saber se ele chegaria a tempo.
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Atualizado até capítulo 113
Comments
Diego Silva
que tristeza que fizeram com Diego
2025-02-25
0
Roberta Azevedo
muito triste 😢
2025-01-17
1
Cecilia geralda Geralda ramos
angustiante está espera.
2024-10-07
2